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Definição Doença autoimune, de etiologia desconhecida; Poliartrite inflamatória crônica progressiva e recidivante do tecido conjuntivo, com manifestações sistêmicas, comum em indivíduos adultos; Com predomínio de manifestações articulares (dor e edema); Promove destruição das articulações por erosões ósseas e cartilaginosas, com consequente deformidade. Epidemiologia Presente em torno de 1% da população mundial; o Incidência aumenta com a idade; 2 mulheres: 1 homem; o Homens: geralmente entre a 6ª e 8ª décadas; Início: 30 a 50 anos; o Idade ocupacional; o Doença potencialmente incapacitante: pode reduzir expectativa e qualidade de vida; Causa desconhecida: combinação de fatores; Predisposição genética: alterações na codificação do HLA DR4; Fatores ambientais e infecciosos: agentes exógenos que desencadeiam resposta inflamatória na articulação. Ex.: vírus, bactéria, tabagismo; Fatores imunológicos: desequilíbrio imunológico; o Teoria da autoagregação: anticorpos significativamente ativos; o Resposta autoimune mediada por linfócitos. Fisiopatologia Incapacidade dos condrócitos em manter a integridade da cartilagem articular. 1. Sinovite: o Fase inicial: inflamação da membrana sinovial (das articulações, bursas e bainhas tendíneas); o Membrana sinovial: edemaciada e avermelhada vilosidades aumentam em volume; o Sinóvia normal: 2 a 3 camadas de células; o AR: 6 a 10 camadas (hiperplasia). 2. Pannus: sinóvia hiperplásica forma vilosidades ou invaginações para o interior da cavidade articular, osso subcondral, ligamentos e tendões. o Erosão da cartilagem e tecido ósseo. 3. Anquilose fibrosa: fusão do tecido cartilaginoso; 4. Anquilose óssea: fusão do tecido ósseo; o Deformidade articular (anquilose); o Fase avançada: deformidades e hipotrofia. Manifestações Clínicas Sintomas progridem lentamente: articulares e extra-articulares; Sintomas iniciais: fadiga, perda de peso, fraqueza, dor muscular difusa e generalizada; Início insidioso (ao longo de semanas ou meses), podendo ser abrupto; Poliartrite simétrica, aditiva, erosiva e deformante; Não apenas simétrica em relação aos hemicorpo, mas também em relação a superfície articular (de cada articulação acometida). o AR X Osteoartrite: Articulações frequentemente envolvidas: punhos, metacarpofalangeanas, interfalanges proximais, joelhos e pés – MTF; Afecção articular: edema (aumento do volume intra-articular), calor, rubor, dor (inflamatório), rigidez (acúmulo de líquido sinovial pela imobilidade, o qual diminui com o movimento); Rigidez matinal prolongada e pós inatividade (< 1 hora): caráter cíclico com exacerbação e remissões, dor articular intensa; Outras: dor articular intensa, dores musculoesqueléticas, espasmo muscular (posicionamento articular), propriocepção prejudicada (distensão, edema e processo inflamatório), hipotrofia e fraqueza muscular, instabilidade e deformações articulares, redução da ADM, evolução (incapacidade funcional). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS – ARTICULARES: Característica principal = sinovite: sinovite persistente, destruição óssea e cartilaginosa, alterações musculares, tendinosas e ligamentares = irreversíveis; Acometimento poliarticular: + 4 articulações envolvidas, pode ter início mono ou oligoarticular. Deformidades comuns Ombro: flexão, adução, RM; Cotovelo: flexão; Antebraço: pronado; Artrite reumatoide Punho: flexão, subluxação, desvio radial do carpo; MCF: flexão subluxação, desvio ulnar; Dedos (IFP): em botoeira, pescoço de cisne, polegar em Z; Quadril: flexão, adução; Joelho: flexão; Tornozelo/pé: dedos em martelo, subluxação de cabeças dos metatarsos (acarretam problemas de ulceração cutânea e deambulação dolorosa); Atlantoaxial: luxação. PA => Evitar posições de deformidades desajeitadas. Artrite em Mãos e Punhos Articulações acometidas: MCF, IFP e punho; o IFD: raro (diagnóstico diferencial de OA); Evolução: deformidades com desvio ulnar dos dedos, dedos em pescoço de cisne, dedos em botoeira; AR nos punhos: pode determinar síndrome do túnel do carpo. Manifestações EXTRA-ARTICULARES: Provavelmente resultado da lesão inflamatória local induzida pelo complexo imune transitando pelo sistema circulatório. Gerais: fadiga e fraqueza generalizada, e febre pouco elevada; Cutâneas: nódulo reumatoide, ruptura dos tendões extensores devido deposição de Pannus; Vasculares: vasculites. Fator de risco para arteriosclerose, pois processo inflamatório predispõe a deposição de placas nos vasos sanguíneos; Respiratórias: fibrose pulmonar, pleurite com ou sem derrame pleural; Outras: miosite, mononeurite múltipla, miocardite. RADIOGRÁFICAS: Redução do espaço articular, osteopenia justa- articular, erosões ósseas; Destruição articular, fibrose, anquilose óssea. Diagnóstico O diagnóstico na fase inicial é difícil, pois alterações sorológicas e radiográficas podem estar ausentes. Presença de 4 de 7 critérios: critérios de 1 a 4 devem estar presentes há pelo menos 6 semanas. Critérios com base em indivíduos com AR de longa duração. Uma pontuação maior ou igual a 6 = classifica como AR. Tratamento Objetivos: o Prevenir ou controlar lesão articular; o Prevenir perda de função; o Diminuir a dor; o Melhorar a qualidade de vida. Eficácia do tratamento: o Diagnóstico precoce; o Avaliação inicial, parâmetros sugestivos de mau prognóstico e da atividade da doença; o Intervenção adequada. Tratamento medicamentoso; Tratamento não medicamentoso: o Terapeutas devem atuar para que o paciente com AR possam continuar a exercer as AVDs; Proteção articular: usar articulações mais fortes e usar equipamentos adaptativos. o Repouso; o Fisioterapia; o Atividade física; o Órteses; o Cirurgias: indicadas nos casos de deformidades incapacitantes ou processos inflamatórios avançados; Tenossinovectomia, sinovectomia, tenorrafias e artroplastias. Fisioterapia Objetivos: controle da dor, aumento ou manutenção da ADM, melhora da força muscular, orientar a proteção articular e a conservação de energia, otimizar o condicionamento cardiorrespiratório, contribuir para a qualidade de vida. Exame físico: inspeção e palpação, dor, ADM, força muscular, função, HAQ; AR em fase inflamatória: mobilização articular/movimentos ativos, ativo-assistido, passivos. Exercícios isométricos (posição deitada ajuda na estabilização articular). Gelo (processo inflamatório, cuidado com a vasculite e fenômeno de Reynaud); o Fortalecimento da musculatura periarticular: proporciona PA, preserva mobilidade articular, evitar atividade excessivas, carga moderada. Fase crônica: termoterapia pode aumentar a tolerância ao exercício, provoca relaxamento muscular e analgesia; o Calor: tratamento de grandes articulações, aliviar dores e tensões, aumento do fluxo sanguíneo local (melhora a nutrição das células); Evitar em processos inflamatórios agudos! o Fortalecimento – exercícios (2-3x por semana, 30 min): prevenção de contraturas e deformidades, aumento de força (exercícios ativos resistidos), exercícios isométricos quando houver dor aos movimentos; o Exercícios de fortalecimento muscular (principalmente 80% de 1RM): diminui a incapacidade e o número de articulações acometidas e aumenta a capacidade funcional (TC6 ou velocidade da marcha); o Alongamentos: proporciona PA e preserva a mobilidade articular; o Exercícios posturais: melhora a consciência corporal; o Hidroterapia: cinesioterapia e calor, maior liberdade para realização de exercícios, massagem decorrente do fluxo de água (analgesia), pode ser indicado em casos de AR em fase aguda; o Atividades em grupo. Exercícios Aeróbicos: aumenta o condicionamento cardiorrespiratório (caminhada, bicicleta,atividades aquáticas), também ajudam na redução da dor e rigidez matinal; Exercício Combinados: melhoram a força muscular, funcionalidade e capacidade aeróbica; o Grandes articulações com níveis acentuados de danos articulares: exercícios dinâmicos de alto impacto devem ser avaliados cuidadosamente, assim como esportes com torções e cargas articulares rápidas. Órteses Usar logo após diagnóstico; Prevenir deformidades; Manutenção da função; Corrigir deformidades (tração elástica); Repouso (noturno).
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