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ESTUDOS DISCIPLINARES TOMO VII Profa. Eliana Delchiaro Reflexão Curso de Pedagogia integração e articulação de saberes Docência Pesquisa Conhecimento Orientações de estudo 1. Leitura da questão. 2. Introdução teórica – tema da questão. 3. Retomada da questão com a resposta correta. 4. Análise da questão. 5. Indicações bibliográficas. Questões Questão 6 Linguística interacionista. Consciência fonológica. Realismo nominal. Questão 7 Currículo. Propostas curriculares em contextos sociais e historicamente definidos. Seleção, sequenciação e dosagem de conteúdos da cultura a serem desenvolvidos nas situações de ensino e de aprendizagem. Questão 8 Temas transversais. Consciência da condição sócio- histórica da sociedade brasileira. Questão 9 Pesquisa crítica em Pedagogia. Ações pedagógicas e análise das características da comunidade. Questão 10 Educação e sociedade. Pensamentos de Jean-Jacques Rousseau, John Dewey, Anísio Teixeira e Theodore Schultz. Questão 6 Questão 13 – Enade 2014 A situação descrita a seguir ocorreu entre uma pesquisadora, identificada como “Ex” no evento de pesquisa abaixo destacado, e o aluno Lucas, de 5 anos de idade. “Ex: - Vou mostrar para você duas figuras, dois cartões. Vou ler, pra você me dizer qual é o que tem mais pedaços. Qual é a palavrinha maior: formiga ou boi? Lucas: - Formiga. Ex: - Como foi que você descobriu? Lucas: - Eu olhei assim... no dedo. Ex: - Como foi que você fez no dedo? Lucas: - Fiz assim... for-mi-ga. Ex: - Cama. Ventilador. Qual é maior? Lucas: - Ca-ma, ven-ti-la-dor... ventilador. Ex: - Como é que você descobriu? Lucas: - Porque tem quatro palavras.” (AQUINO, S. B. O trabalho com consciência fonológica na Educação Infantil e processo de apropriação da escrita pelas crianças. Recife: UFPE, 2007, p. 121 – com adaptações). Continuação questão 6 Analisando esse diálogo, um professor que integre as contribuições da Linguística à sua proposta de trabalho com a língua escrita, na abordagem interacionista, deveria concluir que o aluno Lucas; I. Considera o significado das figuras mostradas pela pesquisadora para comparar as palavras (“formiga” e “boi”; “cama” e “ventilador”) e encontra-se na fase do realismo nominal. II. Analisa a quantidade de segmentos sonoros das palavras de forma intencional. III. Utiliza o termo “palavras” para indicar “sílabas”, mas esse “equívoco” não interfere na análise das unidades sonoras, sendo possível que ocorram avanços na consciência fonológica. IV. Emprega a habilidade de comparação das palavras quanto às suas unidades sonoras e demonstra o desenvolvimento da consciência de unidades silábicas. Continuação questão 6 É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) I e IV. c) II e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. Introdução teórica Consciência fonológica na Educação Infantil De acordo com Aquino (2007), “denomina-se consciência fonológica a habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem. Esta habilidade compreende dois níveis: o primeiro relaciona-se à consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras, em sílabas e, as sílabas, em fonemas; o segundo é a consciência de que essas mesmas unidades repetem-se em diferentes palavras faladas.” Segundo Leite (2006), a organização de um trabalho pedagógico adequado deve considerar, desde a Educação Infantil, situações de ensino que proporcionem aos alunos o exercício de análise das propriedades das palavras. Nesses exercícios, aspectos como estabilidade, tamanho e semelhança devem ser privilegiados, para que promovam a tomada de consciência dos aspectos fonológicos da linguagem. Para a realização da atividade da qual foram obtidos os resultados da pesquisadora “Ex” e do aluno “Lucas”, conforme o texto original completo (AQUINO, 2007), foi escolhida uma turma de Educação Infantil para o desenvolvimento de um trabalho sistemático com atividades de análise fonológica, designada turma A (do aluno Lucas), e outra turma, designada turma B, na qual não se realizou tal trabalho. Introdução teórica O trabalho sistemático desenvolvido na turma A compreendeu a exploração de rimas com base na leitura de textos rimados, ao passo que a turma B não experimentou essa sistematização. O contraste entre os diferentes modus operandi nas turmas permitiu verificar o grau de influência de uma ação pedagógica no processo de apropriação do sistema de escrita alfabética na Educação Infantil, com atividades fonológicas cujos procedimentos foram a aplicação de ditado mudo no final do ano letivo e o conjunto de observações, gravações e transcrições das aulas, além de entrevistas com as professoras envolvidas na realização das atividades com as crianças. Uma vez levadas a cabo as atividades de pesquisa, constatou-se que as crianças são capazes de compreender e elaborar hipóteses acerca dos problemas conceituais a respeito da escrita das palavras. Introdução teórica Os alunos foram capazes de analisar a quantidade de segmentos sonoros das palavras e, mesmo usando o termo “palavra” para indicar “sílaba”, essa troca não interferiu na análise das unidades sonoras, o que proporcionou avanços na consciência fonológica dessas crianças. Outro dado importante desvelado pela pesquisa é que, na turma A, a organização do trabalho pedagógico sistemático revelou que as crianças estão caminhando na direção certa em relação à apropriação da escrita, pois foram capazes de empregar adequadamente a habilidade de comparação das palavras quanto às suas unidades sonoras. Introdução teórica Por fim, ao contrário do que costuma ser chamado de “realismo nominal”, característica do pensamento infantil em função da qual a criança expressa dificuldades em dissociar o signo da coisa significada (PIAGET, 1962), as crianças da turma A, da qual o aluno Lucas fazia parte e serve de exemplo, foram hábeis em demonstrar o desenvolvimento da consciência das unidades silábicas presentes nas palavras com total dissociação do conceito de realismo nominal, uma vez que entenderam sem grande dificuldade que a palavra “formiga” é maior do que a palavra “boi”. Se essas crianças ainda se encontrassem na fase do realismo nominal, teriam dificuldade ou talvez nem fossem capazes de chegar a essa conclusão, uma vez que pensariam que a palavra “boi” seria maior do que “formiga” porque os significantes denotam dois animais que, de forma concreta, apresentam grande diferença de tamanho, sendo o boi obviamente maior do que a formiga. Introdução teórica Retomada da questão 6 com a resposta A situação descrita a seguir ocorreu entre uma pesquisadora, identificada como “Ex” no evento de pesquisa abaixo destacado, e o aluno Lucas, de 5 anos de idade. “Ex: - Vou mostrar para você duas figuras, dois cartões. Vou ler, pra você me dizer qual é o que tem mais pedaços. Qual é a palavrinha maior: formiga ou boi? Lucas: - Formiga. Ex: - Como foi que você descobriu? Lucas: - Eu olhei assim... no dedo. Ex: - Como foi que você fez no dedo? Lucas: - Fiz assim... for-mi-ga. Ex: - Cama. Ventilador. Qual é maior? Lucas: - Ca-ma, ven-ti-la-dor... ventilador. Ex: - Como é que você descobriu? Lucas: - Porque tem quatro palavras.” (AQUINO, S. B. O trabalho com consciência fonológica na Educação Infantil e processo de apropriação da escrita pelas crianças. Recife: UFPE, 2007, p. 121 – com adaptações). Retomada da questão6 com a resposta Analisando esse diálogo, um professor que integre as contribuições da Linguística à sua proposta de trabalho com a língua escrita, na abordagem interacionista, deveria concluir que o aluno Lucas; I. Considera o significado das figuras mostradas pela pesquisadora para comparar as palavras (“formiga” e “boi”; “cama” e “ventilador”) e encontra-se na fase do realismo nominal. II. Analisa a quantidade de segmentos sonoros das palavras de forma intencional. III. Utiliza o termo “palavras” para indicar “sílabas”, mas esse “equívoco” não interfere na análise das unidades sonoras, sendo possível que ocorram avanços na consciência fonológica. IV. Emprega a habilidade de comparação das palavras quanto às suas unidades sonoras e demonstra o desenvolvimento da consciência de unidades silábicas. Retomada da questão 6 com a resposta É correto apenas o que se afirma em: a) I e III. b) I e IV. c) II e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. Alternativa correta: E. Vamos analisar cada uma das respostas? I – Afirmativa incorreta. Justificativa. O aluno Lucas não se encontra na fase do realismo nominal, uma vez que conseguiu perceber que a palavra “formiga” tem mais sílabas do que a palavra “boi”, bem como “ventilador” tem mais sílabas do que “cama”. Se estivesse ainda na fase do realismo nominal, não teria feito essa relação, uma vez que associaria as palavras diretamente às coisas significadas, achando que a palavra “boi” seria maior do que “formiga” porque o boi é maior do que a formiga na realidade concreta da natureza, como também uma cama é maior do que um ventilador. II – Afirmativa correta. Justificativa. De fato, o aluno Lucas analisa a quantidade de segmentos sonoros das palavras de forma intencional. Como ele mesmo diz, faz “no dedo”. Vamos analisar cada uma das respostas? III – Afirmativa correta. Justificativa. O aluno Lucas utiliza o termo “palavras” para indicar “sílabas”, sem que esse “equívoco” interfira na análise das unidades sonoras, sendo, portanto, possível que ocorram avanços na consciência fonológica. IV – Afirmativa correta. Justificativa. De acordo com a problematização suscitada pela questão, Lucas emprega a habilidade de comparação das palavras quanto às suas unidades sonoras e demonstra o desenvolvimento da consciência de unidades silábicas, mesmo que as chame de “palavras” (o que, nessa etapa de seu aprendizado, não tem importância fundamental). Indicações bibliográficas AQUINO, S. B. O trabalho com consciência fonológica na Educação Infantil e processo de apropriação da escrita pelas crianças. Recife: UFPE, 2007. LEITE, T. M. R. Consciência fonológica, psicogênese da escrita e conhecimento dos nomes das letras: um ponto de intersecção. Recife: UFPE, 2006. PIAGET, J. A representação do mundo na criança. Rio de Janeiro: Record, 1962. INTERVALO Questão 7 Questão 14 – Enade 2014 O professor deve ter a consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem transmitidos aos alunos. São uma construção e seleção de conhecimentos e práticas produzidas em contextos concretos e em dinâmicas sociais, políticas e culturais, intelectuais e pedagógicas; são conhecimentos e práticas expostos às novas dinâmicas e reinterpretados em cada contexto histórico. SOUZA, T. M. L C. O Currículo e a Cultura. In: Das 1001 Noites aos 200 Dias Letivos: A Representação do Livro Didático para os Professores e o Currículo Necessário ao Mundo Contemporâneo. Rio de Janeiro, 2009 (adaptado). Questão 7 Com base na concepção sobre currículo expressa no trecho anterior, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. As propostas curriculares adotadas na escola advêm de saberes situados em contextos sociais e historicamente definidos, sendo compostas por conteúdos, valores e procedimentos metodológicos dispostos em programas e disciplinas escolares. Porque II. A seleção, a sequenciação e a dosagem de conteúdos da cultura a serem desenvolvidos nas situações de ensino e aprendizagem expressam as finalidades da educação escolar. Questão 7 A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. I. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I. II. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não é uma justificativa da I. III. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. IV. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. V. As asserções I e II são proposições falsas. Introdução teórica Currículo Na Sociologia da Educação, o currículo é visto como um mecanismo pelo qual a escola determina o plano educativo a ser executado em benefício de um projeto global de educação de uma sociedade, levando a cabo, portanto, sua função social. Na etimologia, currículo deriva da palavra latina scurrere, que significa correr, em referência à ideia de curso, trajeto, carreira: é um percurso que deve ser realizado. O termo currículo passou por diversas definições na área pedagógica. Tradicionalmente, significava a relação das matérias/disciplinas com uma sequência lógica, um corpo de conhecimento organizado e suas respectivas grades ou diretrizes/matrizes curriculares. Na prática, trata-se de um conjunto de disciplinas a ser ensinado em cada curso ou série e o tempo destinado a cada uma dessas disciplinas. Introdução teórica Segundo a UNESCO (2015), o currículo deve incluir o contexto (aquilo que é aprendido e ensinado), os métodos (como é oferecido), as ferramentas de mensuração, como provas, trabalhos, seminários (como se avalia) e os materiais (os recursos utilizados). O currículo formal baseia-se, portanto, em um conjunto de objetivos e resultados previstos. Com os problemas socioeconômicos surgidos no processo de industrialização e urbanização a partir do século XVIII, teorias progressivistas foram ganhando força, especialmente nos Estados Unidos, entre o final do século XIX e o começo do XX. A escola era vista, naquele contexto, como a instituição responsável pela “compensação dos problemas” da sociedade. Assim, o foco do currículo deixou de ser o conteúdo e passou a ser a forma, ou seja, a preocupação passou a ter seu foco na organização das atividades com base nas experiências, nas diferenças individuais e nos interesses da criança. Introdução teórica A política educacional é extremamente significativa no tocante à construção do currículo. No entanto, é preciso que as escolas não considerem essa construção como uma “receita” a ser cegamente cumprida, pois a composição curricular, da qual constam a seleção, a sequenciação e a dosagem dos conteúdos a serem desenvolvidos, expressa a finalidade da educação escolar, que é dinâmica e deve ser interpretada e reinterpretada em cada contexto sócio-histórico. O currículo é, em suma, uma estratégia de ação, composta por conteúdos, valores e procedimentos metodológicos dispostos em disciplinas escolares e programas. Seus pilares são a sociedade, a escola, o professor, o aluno e as políticas vigentes. As propostas curriculares adotadas na escola são provenientes de saberes situados em contextos sociais e históricos definidos. Retomada da questão 7 com a resposta correta O professor deve ter a consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem transmitidos aos alunos. São uma construção e seleção de conhecimentos e práticas produzidas em contextos concretos e em dinâmicas sociais, políticas e culturais, intelectuais e pedagógicas; são conhecimentos e práticasexpostos às novas dinâmicas e reinterpretados em cada contexto histórico. SOUZA, T. M. L C. O Currículo e a Cultura. In: Das 1001 Noites aos 200 Dias Letivos: A Representação do Livro Didático para os Professores e o Currículo Necessário ao Mundo Contemporâneo. Rio de Janeiro, 2009 (adaptado). Retomada da questão 7 com a resposta correta Com base na concepção sobre currículo expressa no trecho anterior, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. As propostas curriculares adotadas na escola advêm de saberes situados em contextos sociais e historicamente definidos, sendo compostas por conteúdos, valores e procedimentos metodológicos dispostos em programas e disciplinas escolares. Porque II. A seleção, a sequenciação e a dosagem de conteúdos da cultura a serem desenvolvidos nas situações de ensino e aprendizagem expressam as finalidades da educação escolar. Retomada da questão 7 com a resposta correta A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. I. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa da I. II. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não é uma justificativa da I. III. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. IV. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. V. As asserções I e II são proposições falsas. Alternativa correta: B. Vamos analisar cada uma das respostas? I – Asserção correta. Justificativa. De fato, as propostas curriculares adotadas na escola advêm de saberes situados em contextos sociais e historicamente definidos e são compostas por conteúdos, valores e procedimentos metodológicos dispostos em programas e disciplinas escolares. II – Asserção correta. Justificativa. A seleção, a sequenciação e a dosagem de conteúdos da cultura a serem desenvolvidos nas situações de ensino e de aprendizagem expressam as finalidades da educação escolar, já que o currículo é uma estratégia de ação baseada nesses três elementos. A asserção II é correta, assim como a asserção I, embora não se estabeleça uma relação de dependência entre elas, ou seja, uma não justifica a outra: são asserções corretas e independentes. Indicações bibliográficas ARAÚJO, K. S. S. O currículo e seus entraves. Disponível em <http://saci.org.br/?modulo=akemi¶metro=17751>. Acesso em 22 jun. 2017. CORDIOLLI, M. Currículo escolar: teorias e práticas. Pinhais - PR: Melo, 2013. MOREIRA, A. F. B. Currículo e programas no Brasil. 2. ed. Campinas: Papirus, 1995. SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. SOUZA, T. M. L C. O currículo e a cultura. In: Das 1001 noites aos 200 dias letivos: a representação do livro didático para os professores e o currículo necessário ao mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Saci, 2009. UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Disponível em <www.unesco.org.br>. Acesso em 22 jun. 2017. INTERVALO Questão 8 Questão 15 – Enade 2014 O compromisso com a construção da cidadania pede, necessariamente, uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. Nessa perspectiva é que foram incorporadas como temas transversais as questões da ética, da pluralidade cultural, do meio ambiente, da saúde e da orientação sexual. Amplos o bastante para traduzir preocupações da sociedade brasileira de hoje, os temas transversais correspondem a questões importantes, urgentes e presentes de várias formas na vida cotidiana. O desafio que se apresenta às escolas é o de abrirem-se para o seu debate. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997 (com adaptações). Questão 8 O texto ressalta a importância de a escola planejar seu trabalho e o professor preparar aulas com o objetivo de desenvolver: I. A consciência da condição sócio-histórica da sociedade brasileira, que carrega marcas de autoritarismo. II. A consciência de uma sociedade para todos, a qual prepara o cidadão nos limites de sua condição socioeconômica. III. O pensamento de que a democracia, no seu sentido amplo, é o direito do cidadão de ir e vir e de exercer o seu direito de voto. IV.A capacidade de buscar soluções e alternativas para questões da vida coletiva, posicionando-se e respeitando opiniões divergentes. V. A capacidade de participar da sociedade, de forma efetiva, realizando ações que visem à superação da desigualdade social. Questão 8 É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I, II e III. c) I, IV e V. d) III, IV e V. e) II, III, IV e V. Introdução teórica Transversalidade. Devido à complexidade das questões sociais com as quais lidam, os temas transversais, cujas propostas temáticas relacionam-se mormente a temas como “ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde e orientação sexual”, apresentam uma natureza diferente em relação às áreas convencionais. Por sua complexidade, nenhuma das áreas é, isoladamente, suficiente para abordá-los. Ao contrário, a proposta dos temas transversais atravessa simultaneamente os diversos campos do conhecimento. Tomemos como exemplo a questão ambiental, que não é compreensível somente com conhecimentos advindos da Geografia: são necessários conhecimentos das Ciências Naturais, da Sociologia, da Economia, da Demografia, da História etc. Diante disso, nas várias áreas do currículo escolar, há, hoje em dia, implícita ou explicitamente, ensinamentos a respeito dos temas transversais, ou seja, todas educam sobre questões sociais pelas concepções e pelos valores que difundem. Introdução teórica A transversalidade é o conceito em torno do qual devem estar integradas as diversas áreas de um currículo, relacionadas às questões da atualidade. As áreas convencionais ou tradicionais devem incorporar as questões dos temas transversais de forma que seus conteúdos e objetivos sejam contemplados. Por exemplo, na área de História, além de fatos e datas importantes, é preciso desenvolver no aluno a consciência de que somos resultado de um processo sócio-histórico complexo, marcado ainda pelo autoritarismo em diversas esferas de nossa vida. Ao elaborar um planejamento de aula permeado pela transversalidade, temos de pensar em posturas, atitudes e procedimentos que façam surgir nos alunos e em nós mesmos a capacidade de buscar soluções alternativas para questões da vida coletiva, para a superação da desigualdade social latente ainda existente, com posicionamentos firmes e respeito às opiniões divergentes. Introdução teórica Dessa forma, o estudo do regime escravagista não se restringe, por exemplo, à dimensão meramente factual, mas coloca esse conhecimento a serviço da compreensão das diferenças sociais (conteúdo de Sociologia) e do respeito às diferenças de todos os tipos (conteúdo de Ética). Além do que se refere à organização dos conteúdos, o trabalho com a proposta da transversalidade define-se em torno de quatro pontos, conforme segue. Os temas não constituem novas áreas, mas dão tratamento integrado às já existentes. Os temas trazem a necessidade de a escola refletir e atuar conscientemente na educação não só “de conteúdos”, mas também de valores e atitudes. Os temas apontam uma transformação da prática pedagógica, uma vez que rompem as limitações das atividades formais tradicionais. Os temas implicama necessidade de um trabalho sistemático e contínuo no decorrer de toda a escolaridade, o que possibilita um tratamento cada vez mais cuidadoso das questões escolhidas. Retomada da questão 8 com a resposta correta O compromisso com a construção da cidadania pede, necessariamente, uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. Nessa perspectiva é que foram incorporadas como temas transversais as questões da ética, da pluralidade cultural, do meio ambiente, da saúde e da orientação sexual. Amplos o bastante para traduzir preocupações da sociedade brasileira de hoje, os temas transversais correspondem a questões importantes, urgentes e presentes de várias formas na vida cotidiana. O desafio que se apresenta às escolas é o de abrirem-se para o seu debate. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997 (com adaptações). O texto ressalta a importância de a escola planejar seu trabalho e o professor preparar aulas com o objetivo de desenvolver: I. A consciência da condição sócio-histórica da sociedade brasileira, que carrega marcas de autoritarismo. II. A consciência de uma sociedade para todos, a qual prepara o cidadão nos limites de sua condição socioeconômica. III. O pensamento de que a democracia, no seu sentido amplo, é o direito do cidadão de ir e vir e de exercer o seu direito de voto. IV.A capacidade de buscar soluções e alternativas para questões da vida coletiva, posicionando-se e respeitando opiniões divergentes. V. A capacidade de participar da sociedade, de forma efetiva, realizando ações que visem à superação da desigualdade social. Retomada da questão 8 com a resposta correta Questão 8 – resposta correta É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I, II e III. c) I, IV e V. d) III, IV e V. e) II, III, IV e V. Alternativa correta: C. Vamos analisar cada uma das respostas? I – Afirmativa correta. Justificativa. Desenvolver a consciência da condição sócio- histórica da sociedade brasileira, marcada pelo autoritarismo, deve ser um dos objetivos presentes no planejamento docente. II – Afirmativa incorreta. Justificativa. Em uma sociedade “para todos”, o cidadão não deve (nem pode) ser preparado “no limite de sua condição socioeconômica”, nem no limite de quaisquer outras circunstâncias. O cidadão deve ser educado com liberdade e igualdade, não deve haver imposição de limites de nenhuma natureza. Vamos analisar cada uma das respostas? III – Afirmativa incorreta. Justificativa. O direito de o cidadão ir e vir e o direito de votar fazem parte do regime democrático, mas não tipificam a democracia em seu sentido amplo. Regimes de governo, como a democracia e outros, são conceitos complexos, não podem ser resumidos somente a esses dois aspectos. IV – Afirmativa correta. Justificativa. A capacidade de buscar soluções e alternativas para questões da vida coletiva e o respeito a opiniões divergentes devem permear o planejamento e a preparação de aulas. V – Afirmativa correta. Justificativa. A capacidade de participar efetivamente da sociedade pela realização de ações que visem à superação da desigualdade social é importante e deve estar presente no planejamento da escola e no trabalho do professor. Alternativa correta: c. Indicação bibliográfica BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf>. Acesso em 23 jun. 2017. INTERVALO Questão 9 Questão 16 – Enade 2014 O papel da teoria é oferecer aos professores perspectivas de análises para compreenderem os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais e de si mesmos como profissionais, nos quais se dá sua atividade docente, para neles intervir, transformando-os. Por isso, é fundamental o permanente exercício da crítica das condições materiais em que o ensino ocorre. O desenvolvimento desse processo é possibilitado pela atividade de pesquisa, que se inicia com a análise e a problematização das ações e das práticas, confrontadas com as explicações teóricas sobre elas, com experiências de outros atores e olhares de outros campos de conhecimento, com os objetivos que se pretendem e com as finalidades da educação na formação da sociedade humana. PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista Poiesis. São Paulo, v. 3 e 4, 2005/2006, p. 5-24 (com adaptações). As autoras corroboram o estabelecido nas Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia ao afirmarem que, por meio de estudos teórico-práticos, investigação e reflexão crítica são propiciadas ao egresso, entre outras funções, as de planejamento, execução e avaliação de atividades educativas. Questão 9 Com base nessas indicações, infere-se que é necessário implementar na escola momentos coletivos dedicados a estudos, pesquisas e planejamento, com o objetivo de que professores e gestores possam melhor compreender as situações de ensino-aprendizagem. Com relação a esse contexto, avalie as afirmativas a seguir. I. Os professores e a equipe pedagógica devem realizar um diagnóstico da comunidade com a qual trabalham, estabelecer ações pedagógicas coletivas por meio de estudos teóricos e práticos e assumir, coletivamente, sua função social frente aos educandos. II. Os professores devem elaborar planejamentos flexíveis, instrumentos avaliativos que contribuam para a formação humana e romper com práticas avaliativas direcionadas à simples classificação meritocrática dos educandos. Questão 9 III. Os professores devem elaborar planejamentos individualizados, considerando o que é específico de cada turma, e aplicar provas ao final de cada bimestre, reestruturando continuamente sua prática pedagógica. IV. Os professores e a equipe pedagógica devem elaborar plano de ação coletivo, centrar-se no processo de ensino- aprendizagem e realizar avaliações no que tange não somente à aprendizagem, mas também ao ensino. Questão 9 V. Os professores devem decidir individualmente o melhor caminho a seguir no processo de ensino-aprendizagem para tomar decisões, mesmo sem conhecer as necessidades de sua turma. É correto apenas o que se afirma em: a) I, II e IV. b) I, III e V. c) I, IV e V. d) II, III e IV. e) II, III e V. Introdução teórica: pesquisa crítica em Pedagogia De acordo com estudos teórico-práticos, investigação e reflexão crítica, o egresso do curso de Pedagogia representa uma das importantes fontes a serem consideradas no processo de avaliação da formação de professores e dos saberes docentes, uma vez que se espera que ele seja capaz de lidar com desenvoltura frente a questões e problematizações relativas ao planejamento, à execução e à avaliação das atividades educativas. Os saberes necessários para desenvolver as atividades de ensino são constituídos no decorrer da formação e da vivência do professor. Nesse percurso de vivência, incluem-se sua formação acadêmica continuada, seus anseios, suas realizações e sua identidade. O caráter ideológico e identitário da formação e da atividade docente suscita lutas e conflitos, pois o professor, seus pares e a equipe pedagógica devem realizar, entre muitas outras tarefas, um diagnóstico da comunidade com a qual trabalham para o estabelecimento de açõespedagógicas coletivas que convirjam para o bem-estar dos educandos, caracterizando a forma como cada um se sente e se diz professor. Introdução teórica: pesquisa crítica em Pedagogia A relação dos professores com os saberes necessários não se limita a uma função de transmissão dos conhecimentos já constituídos. Sua prática integra diferentes saberes e o plano de ação dá-se entre o professor e a equipe pedagógica: deve ser coletivo, portanto, uma vez que o saber docente é plural. Juntos, professores e equipes pedagógicas devem elaborar um plano de ação com foco no processo de ensino-aprendizagem. De forma gradativa, a Pedagogia foi consolidando, ao longo do tempo, sua dimensão metodológica e organizacional. Sob esse prisma, atualmente, os professores devem elaborar planejamentos flexíveis, com instrumentos avaliativos que possam contribuir com a formação humana e abandonem práticas avaliativas direcionadas à simples classificação dos educandos de maneira puramente meritocrática. Retomada da questão 9 com a resposta correta O papel da teoria é oferecer aos professores perspectivas de análises para compreenderem os contextos históricos, sociais, culturais, organizacionais e de si mesmos como profissionais, nos quais se dá sua atividade docente, para neles intervir, transformando-os. Por isso, é fundamental o permanente exercício da crítica das condições materiais em que o ensino ocorre. O desenvolvimento desse processo é possibilitado pela atividade de pesquisa, que se inicia com a análise e a problematização das ações e das práticas, confrontadas com as explicações teóricas sobre elas, com experiências de outros atores e olhares de outros campos de conhecimento, com os objetivos que se pretendem e com as finalidades da educação na formação da sociedade humana. PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista Poiesis. São Paulo, v. 3 e 4, 2005/2006, p. 5-24 (com adaptações). As autoras corroboram o estabelecido nas Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia ao afirmarem que, por meio de estudos teórico-práticos, investigação e reflexão crítica são propiciadas ao egresso, entre outras funções, as de planejamento, execução e avaliação de atividades educativas. Retomada da questão 9 com a resposta correta Com base nessas indicações, infere-se que é necessário implementar na escola momentos coletivos dedicados a estudos, pesquisas e planejamento, com o objetivo de que professores e gestores possam melhor compreender as situações de ensino-aprendizagem. Com relação a esse contexto, avalie as afirmativas a seguir. I. Os professores e a equipe pedagógica devem realizar um diagnóstico da comunidade com a qual trabalham, estabelecer ações pedagógicas coletivas por meio de estudos teóricos e práticos e assumir, coletivamente, sua função social frente aos educandos. II. Os professores devem elaborar planejamentos flexíveis, instrumentos avaliativos que contribuam para a formação humana e romper com práticas avaliativas direcionadas à simples classificação meritocrática dos educandos. Retomada da questão 9 com a resposta correta III. Os professores devem elaborar planejamentos individualizados, considerando o que é específico de cada turma, e aplicar provas ao final de cada bimestre, reestruturando continuamente sua prática pedagógica. IV. Os professores e a equipe pedagógica devem elaborar plano de ação coletivo, centrar-se no processo de ensino-aprendizagem e realizar avaliações no que tange não somente à aprendizagem, mas também ao ensino. V. Os professores devem decidir individualmente o melhor caminho a seguir no processo de ensino-aprendizagem para tomar decisões, mesmo sem conhecer as necessidades de sua turma. É correto apenas o que se afirma em: a) I, II e IV. b) I, III e V. c) I, IV e V. d) II, III e IV. e) II, III e V. Alternativa correta: A. Vamos analisar cada uma das respostas? I – Afirmativa correta. Justificativa. As ações pedagógicas devem ser estabelecidas após a análise das características da comunidade. É necessário que professores e equipe pedagógica estejam integrados nessa tarefa. II – Afirmativa correta. Justificativa. Deve haver flexibilidade na elaboração dos planejamentos, que devem contemplar instrumentos avaliativos que contribuam para a formação humana e a ruptura com práticas avaliativas direcionadas à simples classificação meritocrática dos educandos. Vamos analisar cada uma das respostas? III – Afirmativa incorreta. Justificativa. Não há especificações quanto a planejamentos individualizados. Embora considerar cada turma como um universo único e específico seja algo extremamente positivo, nem sempre é possível tornar tangíveis tais especificidades em um planejamento. Além disso, a aplicação de provas não precisa ser especificamente ao final de cada bimestre, nem a avaliação precisa ser, necessariamente, baseada em provas. IV – Afirmativa correta. Justificativa. Os professores e a equipe pedagógica devem realmente elaborar plano de ação coletivo, centrar-se no processo de ensino-aprendizagem e realizar avaliações no que tange não somente à aprendizagem, mas também ao ensino, uma vez que é praticamente impossível falar de aprendizagem sem ensino ou de ensino sem aprendizagem. Vamos analisar cada uma das respostas? V – Afirmativa incorreta. Justificativa. Os professores devem tomar decisões coletivas, em consonância com a equipe pedagógica e com os anseios e as necessidades de seus alunos. Ademais, seria praticamente impossível ou, no mínimo, arbitrário e inadequado tomar decisões sem conhecer as necessidades de uma turma. Indicações bibliográficas BRZEZINSKI, I. Pedagogia, pedagogos e formação de professores. Campinas: Papirus, 1996. PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência: diferentes concepções. Poiesis. São Paulo, v. 3 e 4, 2005/2006. Questão 10 Questão 17 – Enade 2014 As transformações sociais decorrentes das Revoluções Industrial e Francesa acarretaram análises diferentes da sociedade contemporânea e o surgimento de diferentes maneiras de interpretar a relação entre a educação e a sociedade. Nos itens a seguir, avalie a correspondência entre o teórico destacado e as características de sua interpretação sobre a relação entre educação e sociedade. I. Émile Durkheim – A educação tem a função de transmitir as tradições culturais e as regras sociais. A educação contribui para a adaptação dos indivíduos à vida social, para que exerçam sua função social conforme, geralmente, sua origem de classe e para a conservação da sociedade. II. John Dewey – A educação é efeito da natureza, dos homens e das coisas; não é outra coisa senão um hábito. Por sua vez, a sociedade é um pacto e o homem chega a ser cidadão após educar-se com liberdade. III. Jean-Jacques Rousseau – A educação deveria formar um novo homem, sintonizado com um mundo em constantes transformações. Somente uma nova escola, que valorizasse a experiência, criasse as condições para o desenvolvimento de um ser autônomo e fosse um ambiente de vivência democrática, poderia educar indivíduos capazes de influir positivamente na sociedade, tornando-a mais cooperativa e participativa, o que impõe considerar a experiência um conceito central nesse processo. Questão 10 Questão 17 – Enade 2014 IV. Anísio Teixeira – A educação não é um privilégio. A política educacional brasileira deve contemplar um sistema de administração em que se juntem as vantagens da descentralização e autonomia com a integração e unidade dos três poderes – federal, estaduale municipal – do país. V. Theodore Schultz – Deve-se ressaltar a ideia de capital humano, propondo-se a formação de indivíduos dotados de habilidades necessárias para o aumento da produtividade e dos lucros do capital, reforçando-se alguns princípios liberais, como o individualismo e o direito à propriedade. São corretas as correspondências estabelecidas em: a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I, IV e V. d) II, III e V. e) II, IV e V. Questão 10 Questão 17 – Enade 2014 Introdução teórica: Educação e sociedade segundo alguns teóricos Ao longo do tempo, várias foram as visões e contribuições de teóricos quanto aos conceitos de educação e sociedade. Fatores sócio-históricos determinaram sua visão e seu posicionamento quanto às contingências socioeducacionais, o que explica a forma de pensar de cada teórico, mesmo que algum aspecto de seu pensamento seja incompatível com as circunstâncias e as necessidades de nosso tempo. Alguns desses importantes teóricos são os elencados a seguir. Émile Durkheim (1858-1917). Durkheim é considerado um dos pais da Sociologia moderna. Para ele, a educação tem as funções de transmitir tradições culturais e regras sociais e de suscitar e desenvolver, na criança, estados físicos e morais requeridos pela sociedade política no seu conjunto. De acordo com sua forma de pensar, a educação deveria contribuir para a adaptação das pessoas à vida social, com o objetivo principal de manter cada indivíduo “dentro” de sua função na sociedade, função geralmente predeterminada por origem de classe. A sociedade e cada meio social particular determinam o ideal que a educação realiza. John Dewey (1859-1952). Segundo Dewey, filósofo norte- americano, um dos objetivos da educação progressiva é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento físico, emocional e intelectual. Os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas têm destaque no currículo e as crianças devem ser estimuladas a experimentar e a pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. A democracia deve estar presente não só no campo institucional, mas também nas escolas. Introdução teórica: Educação e sociedade segundo alguns teóricos Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). De acordo com o filósofo e escritor Jean-Jacques Rousseau, a educação inicia-se com o nascimento, pois, desde que a criança nasce, a natureza começa a educar pelo desenvolvimento interno dos órgãos e das faculdades da razão. O homem nasce com capacidade para aprender, já que a natureza encarregou-se de desenvolver seus órgãos e suas faculdades. O conhecimento e o saber são adquiridos e, portanto, não nascem com os homens. Em resumo, a educação é efeito da natureza, dos homens e das coisas: um hábito. O homem chega a ser cidadão após educar- se com liberdade. Anísio Teixeira (1900-1971). Segundo as ideias desse educador e jurista brasileiro, a educação não é um privilégio, não é um processo exclusivo de formação de uma elite. A política educacional deve contemplar um sistema de administração em que se juntem as vantagens da descentralização e da autonomia com a integração e a unidade dos três poderes – federal, estadual e municipal – do país. A educação e a sociedade são dois processos fundamentais da vida, que se influenciam mutuamente. Theodore Schultz (1902-1998). De acordo com esse economista norte-americano, princípios liberais como o individualismo e o direito à propriedade deviam ser reforçados. Por isso, destacava a ideia de “capital humano”, já que a formação dos indivíduos deveria dotá-los das habilidades necessárias para o aumento da produtividade e dos lucros do capital. Paulo Freire (1921-1997). Conforme Freire, a teoria sem a prática vira “verbalismo”, assim como a prática sem teoria vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria, tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade. Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho. Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, a sociedade também não muda. Introdução teórica: Educação e sociedade segundo alguns teóricos Retomada da questão 10 com a resposta correta As transformações sociais decorrentes das Revoluções Industrial e Francesa acarretaram análises diferentes da sociedade contemporânea e o surgimento de diferentes maneiras de interpretar a relação entre a educação e a sociedade. Nos itens a seguir, avalie a correspondência entre o teórico destacado e as características de sua interpretação sobre a relação entre educação e sociedade. I. Émile Durkheim – A educação tem a função de transmitir as tradições culturais e as regras sociais. A educação contribui para a adaptação dos indivíduos à vida social, para que exerçam sua função social conforme, geralmente, sua origem de classe e para a conservação da sociedade. II. John Dewey – A educação é efeito da natureza, dos homens e das coisas; não é outra coisa senão um hábito. Por sua vez, a sociedade é um pacto e o homem chega a ser cidadão após educar-se com liberdade. Retomada da questão 10 com a resposta correta III. Jean-Jacques Rousseau – A educação deveria formar um novo homem, sintonizado com um mundo em constantes transformações. Somente uma nova escola, que valorizasse a experiência, criasse as condições para o desenvolvimento de um ser autônomo e fosse um ambiente de vivência democrática, poderia educar indivíduos capazes de influir positivamente na sociedade, tornando-a mais cooperativa e participativa, o que impõe considerar a experiência um conceito central nesse processo. Retomada da questão 10 com a resposta correta IV. Anísio Teixeira – A educação não é um privilégio. A política educacional brasileira deve contemplar um sistema de administração em que se juntem as vantagens da descentralização e autonomia com a integração e unidade dos três poderes – federal, estadual e municipal – do país. V. Theodore Schultz – Deve-se ressaltar a ideia de capital humano, propondo-se a formação de indivíduos dotados de habilidades necessárias para o aumento da produtividade e dos lucros do capital, reforçando-se alguns princípios liberais, como o individualismo e o direito à propriedade. São corretas as correspondências estabelecidas em: a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I, IV e V. d) II, III e V. e) II, IV e V. Alternativa correta: C. Vamos analisar cada uma das respostas? I. Afirmativa correta. Justificativa. Durkheim defende que a educação tem a função de transmitir tradições culturais e regras sociais, contribuindo para a adaptação dos indivíduos à vida social e à sua condição de classe. II. Afirmativa incorreta. Justificativa. As ideias apresentadas na afirmativa são referências ao pensamento de Jean-Jacques Rousseau, não ao pensamento de John Dewey. Vamos analisar cada uma das respostas? III – Afirmativa incorreta. Justificativa. As ideias apresentadas na afirmativa são referências ao pensamento de John Dewey, não ao pensamento de Jean-Jacques Rousseau. IV – Afirmativa correta. Justificativa. Anísio Teixeira defende a ideia de a educação não ser um privilégio, mas sim um sistema universal que contemple e integre todos os três poderes do Brasil. V – Afirmativacorreta. Justificativa. “Capital humano” é uma das expressões mais marcantes do pensamento de Theodore Schultz, além das ideias de individualismo e de direito à propriedade. Alternativa correta: C. Indicações bibliográficas ARANHA, M. L. A. História da Educação e da Pedagogia. São Paulo: Moderna, 2014. FARIA FILHO, L. M. Pensadores sociais e história da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. ATÉ A PRÓXIMA!
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