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Profa. Me. Eliana Delchiaro Estudos Disciplinares Formação Específica São mecanismos de estudo para que os alunos tenham contato com outras formas de linguagem. São exercícios, algumas vezes com enunciados longos, mas que permitem ao aluno pensar a partir de diferentes linguagens: uma foto, uma charge, um gráfico, texto científico, uma matéria do jornal, uma citação São situações de aprendizagem que favorecem o desenvolvimento de competências e habilidades. Esse é um compromisso da Universidade com a formação de um profissional e de um cidadão. Estudos Disciplinares: O que são? Traços marcantes da sociedade contemporânea interferem no modo de pensar e construir a relação ensino-aprendizagem: Uso intensivo de tecnologia. Grande quantidade de informações circulando em tempo real. Vida em grandes centros urbano. Grupos que cultivam suas diferenças em relação a outros. Sociedade que valoriza o ter no lugar do ser. As incertezas estão na vida pessoal, profissional, na sociedade e no conhecimento. O consumo ocupa um lugar muito grande na sociedade moderna. Mudanças na sociedade atual e na forma de aprender O conhecimento não está e não pode ficar aprisionado numa caixinha e tampouco trabalhado em partes, fragmentado. A sociedade de hoje demanda que tenhamos estudos interdisciplinares e multidisciplinares. As áreas do conhecimento precisam dialogar e se relacionar permanentemente. Para conseguir essa meta, os Estudos Disciplinares contribuem ao trabalhar com a resolução sistemática de exercícios por meio de situações reflexivas e interdisciplinares para o desenvolvimento de competências e habilidades em nossos alunos Partindo desses traços que marcam nossa sociedade hoje Neste semestre os Estudos Disciplinares serão realizados na forma de exercícios para o aprimoramento de habilidades de raciocínio lógico e leitura e interpretação de textos, imagens, gráficos e tabelas. Com isso você terá a oportunidade de exercitar-se ao realizar questões de múltipla escolha que utilizam recursos de comunicação e linguagem. Todo o tempo recebemos muitas mensagens, cabe-nos saber ler e interpretar para viver em uma sociedade em que os saberes são locais e globais. Para tanto, contamos com você e seu protagonismo como aluno da EaD. Estudos disciplinares e aprendizagem Discursivas Bloco um: Questão 1 – Propostas curriculares e atividades da Educação Infantil Bloco dois: Questão 2 – Pluralidade cultural Objetivas – Múltipla escolha Bloco três: Questão 3 – Letramento Questão 4 – Educação como prática social Bloco quatro: Questão 5 – Educação de Jovens e Adultos (EJA) Questão 6 – Educação não formal Questões que serão apresentadas Vejamos algumas orientações importantes para esse tipo de questão: O texto dissertativo é um texto argumentativo. Para a organização da resposta a uma questão dissertativa é necessário garantir: Introdução – apresenta o tema, um argumento ou crítica inicial ou a primeira etapa de uma proposta. Desenvolvimento – aprofunda e fortalece a argumentação ou crítica inicial, ou apresenta a ação central de uma proposta. Conclusão – encerra com um argumento que finalize a resposta, pode-se incluir uma reflexão abrangente e definitiva com vistas ao futuro, que não se distancie da questão. Questões 1 e 2 – Discursivas Objetiva – primeira pessoa do plural ou terceira são recursos que transferem os argumentos para lugares de reconhecida autoridade ou de domínio público. Evite respostas subjetivas como: eu acho, eu acredito, eu penso que... Argumentos ancorados na autoridade de leis, de pesquisadores e documentos que sejam socialmente reconhecidos fortalecem a ideia. Evite incluir nas respostas experiências pessoais, exemplos de senso comum e frases de efeito que possam gerar dúvidas no leitor. A leitura é fundamental para a organização da resposta, bem como a interpretação da pergunta, isso é que deve determinar a produção da resposta dissertativa. Sendo assim, interprete adequadamente a questão. A resposta dissertativa deve ser As propostas curriculares da Educação Infantil devem garantir que as crianças tenham experiências variadas com as diversas linguagens, reconhecendo que o mundo no qual estão inseridas, por força da própria cultura, é amplamente marcado por imagens, sons, falas e escritas. Nesse processo, é preciso valorizar o lúdico, as brincadeiras e as culturas infantis. As experiências promotoras de aprendizagem e do consequente desenvolvimento das crianças devem ser propiciadas em uma frequência regular e serem, ao mesmo tempo, imprevistas, abertas a surpresas e a novas descobertas. Elas visam à criação e à comunicação por meio de diferentes formas de expressão, tais como imagens, canções e música, teatro, dança e movimento, assim como a língua escrita e falada, sem esquecer da língua de sinais, que pode ser aprendida por todas as crianças, e não apenas pelas crianças surdas. BRASIL. Ministério da Educação Secretaria da Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília, 2013 (com adaptações). Questão1: Dissertativa – Questão 3, Enade 2017 Propostas curriculares e atividades da Educação Infantil Os direcionamentos apresentados devem ser compreendidos e transpostos à práxis dos professores. Nesse contexto, elabore um texto sobre estratégias que efetivem tais orientações no cotidiano da Educação Infantil, considerando os seguintes aspectos: uma abordagem interdisciplinar para o desenvolvimento da linguagem e suas formas de expressão; a criança como produtora de linguagem; a valorização das linguagens expressadas nas brincadeiras e na cultura infantis. Atenção, é uma questão discursiva! Propostas curriculares e atividades da Educação Infantil Como se sabe, a infância é um tema complexo que, de acordo com Larrosa (2004), inquieta a segurança de nossos saberes e questiona o poder de nossas práticas. Além da complexidade inerente, a concepção do que é infância sofreu diversas variações ao longo do tempo. Deve-se considerar que múltiplas diferenças culturais estão em jogo na vida de uma criança, conforme a comunidade em que ela está inserida. Nesse contexto, a ciência atual considera a infância como um campo de estudo. A infância passou a ser vista como um tempo específico da vida humana, e as propostas curriculares para atuação junto à educação infantil devem garantir às crianças experiências variadas, com diversas linguagens, reconhecendo que o mundo em que estão inseridas, por força da própria cultura, é amplamente marcado por imagens, escritos, sons, falas, ou seja, a criança passou a ser considerada no espectro de suas inúmeras especificidades. 1. Introdução teórica Especificidades da infância e da Educação Infantil Uma dessas especificidades diz respeito ao brincar, elemento fundamental no desenvolvimento do trabalho educativo na educação infantil. Assim, é imprescindível valorizar o lúdico, as brincadeiras, as culturas infantis. Ao alimentar uma criança, por exemplo, muitos pais o fazem imitando aviãozinho, trenzinho etc. Experiências como essa representam grandes fontes de aprendizado, que estimulam outras buscas na criança, que está imersa no universo da brincadeira, do faz de conta, da fantasia. Assim, o ato de brincar faz parte do processo natural de aprendizagem de todos nós, desde a infância até alguns momentos da vida adulta. Propostas curriculares e atividades da Educação Infantil Na educação infantil – que, de acordo com o Artigo 30 da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), é aquela oferecida em creches às crianças de até três anos de idade e em pré-escolas às de quatro e cinco anos de idade –, a criança deve ser exposta a experiências promotoras de aprendizagem e de desenvolvimento, com atividades propiciadas com certa frequência, mas que, ao mesmo tempo, estejamabertas a surpresas e a novas descobertas. Atividades com essas características têm por objetivos a criação e a comunicação por meio de diferentes formas de expressão, como dança e movimento, música, teatro, língua falada e língua escrita, Libras etc. Especificidades da infância e da Educação Infantil O estudante deve redigir um texto sobre estratégias considerando as orientações do texto-base. As orientações são as que seguem: Garantir que as crianças tenham experiências variadas com as diversas linguagens. Reconhecer que o mundo no qual estão inseridas é amplamente marcado por imagens, sons, falas e escrita. Valorizar o lúdico, as brincadeiras e as culturas infantis. Propiciar, de forma frequente e regular, experiências promotoras de aprendizagem e também experiências imprevistas, abertas a surpresas e a novas descobertas. Propiciar diferentes formas de expressão, tais como: imagens, canções e música, teatro, dança e movimento, assim como a língua escrita e falada e a língua de sinais. No que tange à abordagem interdisciplinar, o estudante pode considerar o trabalho integrado e/ou o trabalho com diferentes áreas de conhecimento e/ou a valorização das diferentes linguagens e/ou as experiências de aprendizagens variadas como estratégias pedagógicas que possibilitam o desenvolvimento das linguagens na educação infantil. Padrão de respostas do Inep O estudante deve redigir um texto sobre estratégias considerando as orientações do texto- base. As orientações são as que seguem: Quanto ao entendimento da criança como produtora de linguagem, espera-se que o estudante considere que a linguagem é importante para o desenvolvimento infantil, que possibilita diferentes formas de expressão, além de considerar que a criança é partícipe da construção de saberes por meio da interação e do diálogo. No que tange à valorização das linguagens expressas nas brincadeiras e cultura infantis, espera-se que o estudante demonstre compreensão de que, ao brincar, a criança está desenvolvendo a linguagem, produzindo culturas e experimentando diferentes aprendizagens. O estudante pode abordar aspectos como: brincadeiras e interações; o lúdico com intencionalidade; a importância de valorizar a cultura local, nas suas diferentes expressões (música, teatro, dança etc.). Disponível em http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2017/ Pad_Resp_Pedagogia.pdf. Acesso em 07 abr. 2020. Padrão de respostas do Inep Lembrando como organizar a questão: Introdução: Desenvolvimento: Conclusão: Questão dissertativa LARROSA, J. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascarados. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004. Indicações bibliográficas INTERVALO Todos os dias, quando chegava à escola, o menino de 8 anos era obrigado a rezar o Pai Nosso. Adepto de uma religião de matriz africana, ele se recusava a cumprir a ordem: dizia que era filho de Xangô e, portanto, permaneceria em silêncio. A professora e os colegas, no entanto, insistiam. A mãe do menino percebeu o problema e foi conversar com a diretora da escola. Pediu que a fé da criança fosse respeitada, mas nada mudou. Os professores e a diretora diziam que ele devia rezar porque era a regra da escola. A situação era ainda pior quando alguns alunos o chamavam de macumbeiro e o mandavam ir para a igreja. No final do ano, a família do menino optou por mudar de bairro e transferi-lo para outra escola. Disponível em http://oglobo.globo.com. Acesso em 3 jul. 2017 (com adaptações). Questão 2 – Questão 5, Enade 2017 Pluralidade cultural Considerando a situação apresentada, proponha duas atividades pedagógicas baseadas em diferenças de raça/etnia, classe social, crença religiosa, gênero e sexualidade ou outras características individuais ou sociais, conforme disposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o tema transversal Pluralidade Cultural. Em sua elaboração, descreva as atividades propostas, vinculando-as aos objetivos a serem alcançados nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Atenção, é uma questão discursiva! Questão 2 – Discursiva – Questão 5, Enade 2017 Pluralidade cultural De acordo com o portal do Ministério da Educação e Cultura (MEC), a temática do tema transversal da Pluralidade Cultural, ponto central desta questão, diz respeito ao conhecimento e à valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao aluno a possibilidade de conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e, algumas vezes, paradoxal. Ainda de acordo com o portal do MEC, esse tema propõe uma concepção que busca explicitar a diversidade étnica e cultural que compõe a sociedade brasileira, compreender suas relações, marcadas por desigualdades socioeconômicas, e apontar as transformações necessárias, oferecendo elementos para a compreensão de que valorizar as diferenças étnicas e culturais não significa aderir aos valores do outro, mas respeitá-los como expressão da diversidade, respeito que é, em si, devido a todo ser humano, por sua dignidade intrínseca, sem qualquer discriminação. 1. Introdução teórica Pluralidade cultural A afirmação da diversidade é traço fundamental na construção de uma identidade nacional que se põe e repõe permanentemente, tendo a ética como elemento definidor das relações sociais e interpessoais. No que se refere à organização das atividades didático-pedagógicas, o trabalho com base em reflexões quanto à pluralidade cultural faz surgir a necessidade de a escola refletir e atuar conscientemente na educação não só “de conteúdos”, mas também de valores e atitudes; aponta uma transformação da prática pedagógica, uma vez que rompe as limitações das atividades formais tradicionais, e implica a necessidade de um trabalho sistemático e contínuo no decorrer de toda a escolaridade, possibilitando um tratamento cada vez mais cuidadoso das questões escolhidas. 1. Introdução teórica Pluralidade cultural O trabalho pedagógico realizado sob a ordem dos temas transversais e da pluralidade cultural pressupõe a formação do ser humano em suas diversas dimensões e promove o desenvolvimento integral do ser pensante e agente em vivências e experiências que favoreçam o conhecimento de si, do outro, das relações sociais, do mundo que nos cerca etc., pois torna o pensamento aberto a tudo que transcenda a fragmentação do conhecimento e do ser. Dessa forma, o estudo do regime escravagista, por exemplo, não se restringiria à dimensão meramente factual, mas sim colocaria esse conhecimento a serviço da compreensão das diferenças sociais (conteúdo de Sociologia) e do respeito às diferenças de todos os tipos (conteúdo de Ética). Além disso, aqui haveria um importante “gancho” para que fosse discutida em sala de aula a discriminação que a turma e a escola impuseram ao aluno que se dizia filho de Xangô e se negava a rezar o Pai Nosso, uma vez que o menino segue uma religião de matriz africana. 1. Introdução teórica Pluralidade cultural Portanto, o intuito do trabalho com questões relacionadas à pluralidade cultural é auxiliar os alunos a pensarem de forma plural e a desenvolverem a prática da observação, do estudo e das correlações existentes entre o homem, o espaço e a natureza. Esse tipo de trabalho objetiva primordialmente desafiar os estudantes a simular situações, criar hipóteses, refletir e posicionar-se com relação às suas vivências cotidianas, com base em saberes plurais e integrados. Quanto ao trabalho docente, é preciso ter posturas, atitudes e procedimentos que façam surgir em todos os envolvidos no processo a capacidade de buscar soluções alternativaspara questões da vida coletiva, para a superação da desigualdade social latente ainda existente, com posicionamentos firmes e respeito às opiniões divergentes. 1. Introdução teórica Pluralidade cultural As atividades aqui propostas podem ser tão variadas quanto os contextos culturais dos alunos. O estudante deve levar em consideração que o tema transversal da Pluralidade Cultural tem como principal objetivo contribuir para a cidadania em nossa sociedade pluriétnica e pluricultural, contribuindo para repudiar toda discriminação baseada em diferenças de raça/etnia, classe social, crença religiosa, gênero e sexualidade e outras características individuais ou sociais. Os objetivos das atividades devem ser coerentes com os princípios dos PCN. Padrão de resposta do Inep As condições básicas para o desenvolvimento do tema transversal da Pluralidade Cultural são: criar na escola um ambiente de diálogo cultural, baseado no respeito mútuo; perceber cada cultura na sua totalidade; os fatos e as instituições sociais só ganham sentido quando percebidos no contexto social em que foram produzidos; usar materiais e fontes de informação diversificadas, como fontes vivas, livros, revistas, jornais, fotos, objetos – para não se prender a visões estereotipadas e superar a falta ou limitação do livro didático. Disponível em http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2017/Pad_Resp_Pedagogia.pdf. Acesso em 14 abr. 2020. Padrão de resposta do Inep Lembrando como organizar a questão: Introdução: Desenvolvimento: Conclusão: Questão dissertativa BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pluralidade.pdf. Acesso em 14 de dezembro de 2018. LARROSA, J. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascarados. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004. Indicações bibliográficas INTERVALO 1. Leitura da questão. 2. Introdução teórica – tema da questão. 3. Retomada da questão com a resposta correta. 4. Análise da questão. 5. Indicações bibliográficas Orientações de estudo para as questões objetivas O conceito de letramento é muito difícil de ser especificado porque remete tanto a um estado a que acede um sujeito quanto às habilidades deste mesmo sujeito de movimentar-se num mundo povoado de textos, tanto como leitor quanto como autor de novos textos a enriquecer o patrimônio de enunciados concretos, disponível em diferentes esferas da comunicação social de uma dada sociedade. Ainda que o conceito teórico não se limite aos processos de iniciação ao mundo da escrita, são particularmente esses processos de iniciação que têm sido aplicados por nós, como se “letramento” fosse o nome a se dar à iniciação dos sujeitos sociais num mundo a que, por esse processo, passaria a ter acesso. Questão 3 – Questão 26 – Enade 2017 Letramento Uma escola jamais poderá pôr como seus objetivos “respostas adequadas”, mas, sim, respostas críticas e, para chegar ao nível da crítica, é preciso definir-se como lugar de ensino-aprendizagem não da totalidade dos campos das atividades humanas (e, portanto, introdutora dos sujeitos sociais a todos os gêneros de discurso), mas de áreas socialmente privilegiadas que levem à constituição de sujeitos sociais críticos e eticamente responsáveis, no sentido de responsabilidade tal como cunhado por Bakhtin (2010): não uma responsabilidade moral para consigo mesmo, mas uma responsabilidade ética fundante da relação com a alteridade. GERALDI, J. A. A produção dos diferentes letramentos. Bakhtiniana, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 25-34, 2014 (com adaptações). Questão 3 – Questão 26 – Enade 2017 Letramento Com base no texto, avalie as afirmativas. I. O letramento remete a um estado em que o sujeito é produtor de enunciados nas diferentes esferas da comunicação e das relações sociais de uma sociedade. II. Os processos de iniciação ao mundo da escrita caracterizam o letramento, sendo fundamental o ensino de todos os gêneros discursivos e textuais na escola. III. O autor do texto compreende o processo de letramento na perspectiva da formação de sujeitos sociais críticos e eticamente responsáveis, não apenas com sua individualidade, mas com a responsabilidade ética fundante da relação do Eu com o Outro. IV. No âmbito escolar, os processos de letramento devem ser direcionados para que os estudantes alcancem as respostas adequadas ao seu contexto e, posteriormente, compreendam, de forma crítica, as relações sociais. Questão 3 – Questão 26 – Enade 2017 Letramento É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) II, III e IV. O processo de alfabetização consiste na aprendizagem básica, na qual se desenvolve a habilidade de ler e escrever de acordo com as normas de determinado idioma. Pela alfabetização, o aluno passa a utilizar a leitura e a escrita como formas de comunicação com seu meio, aperfeiçoando-se no uso dessas ferramentas à medida que avança nas séries escolares. Por sua vez, quando se fala das diferenças entre alfabetização e letramento, é importante esclarecer que o letramento se inicia até mesmo antes do processo de alfabetização e se estende ao longo de toda a vida de um indivíduo. Segundo diversos profissionais da área de Educação, o indivíduo letrado não é aquele que sabe apenas ler e escrever de forma básica, mas sim aquele que é capaz de conhecer o uso da escrita e da leitura em seu dia a dia, utilizando-as e compreendendo-as nos mais diversos contextos. Então, a alfabetização é o processo de aprendizagem pelo qual se desenvolve a habilidade de ler e escrever, e o letramento é o processo no qual se desenvolve o uso competente da leitura e da escrita nas práticas sociais. Introdução teórica O conceito de letramento: além da alfabetização A pessoa letrada tem, portanto, forte familiaridade e habilidade com o ler e o escrever, muito além das habilidades básicas. O indivíduo letrado é um leitor competente, com capacidade de compreensão, interpretação e análise que vai além da mera decodificação de letras em sons, palavras e frases. Assim, uma das principais diferenças entre alfabetização e letramento está na qualidade do domínio sobre a leitura e a escrita: o sujeito alfabetizado sabe apenas codificar e decodificar o sistema de escrita; o sujeito letrado vai além, pois é capaz de dominar a língua no seu cotidiano, nos mais distintos contextos. O letramento remete a um estado em que o sujeito é produtor de enunciados nas diferentes esferas da comunicação e das relações em sociedade. Em suma, o processo de letramento tem a perspectiva da formação de sujeitos sociais críticos e eticamente responsáveis, não apenas com sua individualidade, mas com a responsabilidade ética fundante da relação do Eu com o Outro. Introdução teórica O conceito de letramento: além da alfabetização Com base no texto, avalie as afirmativas. I. O letramento remete a um estado em que o sujeito é produtor de enunciados nas diferentes esferas da comunicação e das relações sociais de uma sociedade. II. Os processos de iniciação ao mundo da escrita caracterizam o letramento, sendo fundamental o ensino de todos os gêneros discursivos e textuais na escola. III. O autor do texto compreende o processo de letramento na perspectiva da formação de sujeitos sociais críticos e eticamente responsáveis, não apenas com sua individualidade, mas com a responsabilidade ética fundante da relação do Eu com o Outro. IV. No âmbito escolar, os processos de letramento devem ser direcionados para que os estudantes alcancem as respostas adequadas ao seu contexto e, posteriormente, compreendam, de forma crítica, as relações sociais. É correto apenas o que se afirma em: Retomada da questão com a resposta corretaI. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O letramento é o processo que visa a tornar o sujeito capaz de produzir e interpretar diferentes enunciados em diversos contextos sociais. II. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Os processos de iniciação ao mundo da escrita caracterizam a alfabetização, não o letramento. Análise das afirmativas III. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. No texto, o autor afirma que o letramento deve levar “à constituição de sujeitos sociais críticos e eticamente responsáveis, no sentido de responsabilidade tal como cunhado por Bakhtin (2010): não uma responsabilidade moral para consigo mesmo, mas uma responsabilidade ética fundante da relação com a alteridade”. IV. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. No âmbito escolar, os processos de letramento devem ser direcionados para que os estudantes alcancem as respostas no seu contexto e, ao mesmo tempo, compreendam as relações sociais de forma crítica. Trata-se de processos concomitantes, portanto. Análise das afirmativas É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) II, III e IV. Alternativa correta: B CASTANHEIRA, M. L. et al. Alfabetização e letramento na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. SOARES, M. Alfabetização e letramento: caminhos e descaminhos. Pátio Revista Pedagógica. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2004. Indicações bibliográficas A educação é uma prática social cada vez mais ampla e presente na sociedade contemporânea, pois vem-se multiplicando os ambientes e processos de aprendizagem formais e informais envolvendo práticas pedagógicas e formativas em instituições educativas, no trabalho, nas mídias e nos espaços de organização coletiva, potencializados pelas tecnologias de comunicação e de informação. Isso se vincula às novas exigências e demandas do mundo do trabalho e da produção, assim como ao desenvolvimento científico e tecnológico, aos aspectos de constituição da cultura local, regional, nacional e internacional e à problemática ambiental e da saúde pública no país. Disponível em http://www.conae2014.mec.gov.br. Acesso em 16 jul. 2017. Questão 4 – Questão 27, Enade Educação como prática social Fonte: Adaptado de: https://www.educabras.com/redacao/pormenor/professor/redacao_sobre_educacao. NOSSA ESCOLA VAI PREPARAR VOCÊS PARA O MERCADO! DINHO? ENTÃO A GENTE VAI SE ESFORÇAR TANTO... ...PRA DEPOIS SER CONSUMIDO? Com base no cartum e no texto apresentados, avalie as afirmativas. I. A educação, a ciência e a tecnologia são elementos relevantes nos processos de desenvolvimento econômico e social, sem, no entanto, guardar efetiva relação com o contexto de reestruturação produtiva e a sociedade do conhecimento. II. O Estado e os governos são instâncias centrais na formulação e na implantação de políticas públicas que contribuam para mudanças sociais efetivas, tendo em vista a formação para o exercício da cidadania e a ampliação dos mecanismos de equalização das oportunidades de educação, trabalho, saúde e lazer. Questão 4 – Questão 27, Enade Educação como prática social Com base no cartum e no texto apresentados, avalie as afirmativas. III. Desde os anos 1980, as transformações econômicas e políticas no cenário internacional e no Brasil, decorrentes da reestruturação produtiva, da mundialização do capital e da revolução tecnológica, implicaram processos de regulação que acarretaram mudanças nas políticas educacionais, que passaram a se orientar, cada vez mais, pela lógica do mercado e da competição. IV. A proposição e a materialização de uma política nacional de educação, no âmbito de um Sistema Nacional de Ensino, dependem, essencialmente, de processos e ações governamentais centralizadas, consubstanciadas no ordenamento legal. Questão 4 – Questão 27, Enade Educação como prática social É correto apenas o que se afirma em: a) I e IV. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV. Questão 4 – Questão 27, Enade Educação como prática social De acordo com Lobo Neto (2002), uma discussão da educação e da relação pedagógica só é possível na medida em que a situamos como prática social. A educação é fenômeno de âmbito social, já que é produzida historicamente e está inserida no contexto cultural. É produzida na relação de interação intencional entre os seres humanos e destes com a natureza e com o mundo das coisas. Toda atividade educacional, que se concretiza em relações pedagógicas é, portanto, uma prática social que apresenta características históricas, implicações teóricas, compromissos políticos, e que tem reflexos nos meios produtivos. Nesse sentido, a educação, a ciência e a tecnologia são elementos relevantes nos processos de desenvolvimento econômico e social e guardam efetiva relação com o contexto de reestruturação produtiva e a sociedade do conhecimento. 1. Introdução teórica Educação como prática social Desde a década de 1980, as transformações econômicas e políticas, internacionais e brasileiras, decorrentes da reestruturação produtiva, da mundialização do capital e da revolução tecnológica, ocasionaram processos de regulação que acarretaram mudanças nas políticas educacionais, que passaram a ser orientadas, cada vez mais, pela lógica da competição e do mercado. A fim de resguardar a sociedade de uma lógica educacional “cega”, voltada apenas para o mercado e para a competição, o Estado e os governos são instâncias centrais na formulação e na implantação de políticas públicas que contribuam para mudanças sociais efetivas, tendo em vista fatores como a formação para o exercício da cidadania e a ampliação dos mecanismos de equalização das oportunidades de educação, trabalho, saúde e lazer. 1. Introdução teórica Educação como prática social A proposição de uma política nacional de educação, no tocante a um Sistema Nacional de Ensino, depende, essencialmente, de processos e ações governamentais centralizadas, embasadas no ordenamento legal. Sua materialização, no entanto, depende fundamentalmente de ações das escolas, dos docentes, das comunidades em que estão inseridas essas escolas etc. Além disso, as instituições de ensino no Brasil têm sua administração a cargo de diferentes instâncias, de forma descentralizada, já que as escolas podem ser municipais, estaduais, federais, privadas etc. Embora haja diretrizes e normas comuns a serem seguidas por todas as instituições de ensino, não se trata exatamente de uma estrutura centralizada. 1. Introdução teórica Educação como prática social Com base no cartum e no texto apresentados, avalie as afirmativas. (Corretas). I. A educação, a ciência e a tecnologia são elementos relevantes nos processos de desenvolvimento econômico e social, sem, no entanto, guardar efetiva relação com o contexto de reestruturação produtiva e a sociedade do conhecimento. II. O Estado e os governos são instâncias centrais na formulação e na implantação de políticas públicas que contribuam para mudanças sociais efetivas, tendo em vista a formação para o exercício da cidadania e a ampliação dos mecanismos de equalização das oportunidades de educação, trabalho, saúde e lazer. Retomada da questão com a resposta correta Com base no cartum e no texto apresentados, avalie as afirmativas. (Corretas). III. Desde os anos 1980, as transformações econômicas e políticas no cenário internacional e no Brasil, decorrentes da reestruturação produtiva, da mundialização do capital e da revolução tecnológica, implicaram processos de regulação que acarretaram mudanças nas políticas educacionais, que passaram a se orientar, cada vez mais, pela lógica do mercado e da competição. IV. A proposição e a materialização de uma política nacional de educação, no âmbito de um Sistema Nacional de Ensino, dependem, essencialmente, de processos e ações governamentais centralizadas, consubstanciadas no ordenamentolegal. É correto apenas o que se afirma em: Retomada da questão com a resposta correta I. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A educação, a ciência e a tecnologia são elementos relevantes nos processos de desenvolvimento econômico e social e mantêm estreita relação com o contexto de reestruturação produtiva e a sociedade do conhecimento. II. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O Estado e os governos conduzem as políticas públicas, que devem ter em vista a formação para o exercício da cidadania e a ampliação dos mecanismos de equalização das oportunidades de educação, trabalho, saúde e lazer. III. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Desde o final do século XX, têm sido observadas alterações nas políticas educacionais, que passaram a ser orientadas pela lógica do mercado e da competição, refletindo valores da sociedade capitalista global. Análise das alternativas IV. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A proposição e a materialização de uma política nacional de educação, no âmbito de um Sistema Nacional de Ensino, não dependem, essencialmente, de processos e ações governamentais centralizadas, consubstanciadas no ordenamento legal. A materialização de uma política nacional de educação depende fundamentalmente de ações das escolas, dos docentes, das comunidades em que estão inseridas essas escolas etc. Além disso, a administração das instituições de ensino no Brasil fica a cargo de diferentes instâncias, de forma descentralizada. As escolas podem ser municipais, estaduais, federais, privadas etc. Embora haja diretrizes e normas comuns a serem seguidas por todas as instituições de ensino, não se trata exatamente de uma estrutura centralizada. Análise das alternativas É correto apenas o que se afirma em: a) I e IV b) II e III Correta c) III e IV d) I, II e III e) I, II e IV Questão 4 – Questão 27, Enade Educação como prática social LOBO NETO, F. J. S. Educação como prática social. In: Curso de Formação Pedagógica para docentes do Ensino Médio na área de enfermagem. Módulo 1. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002. Disponível em https://educadmi.wordpress.com/2013/02/24/educacao-como-pratica- social. Acesso em 7 fev. 2019. SANCHES, W. Pedagogia do compromisso. São Paulo: Mundo Mirim, 2009. Indicações bibliográficas INTERVALO A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é espaço de tensão e aprendizado em diferentes ambientes de vivências, que contribuem para a formação de jovens e de adultos como sujeitos da história. É inadiável que a EJA se integre a um sistema nacional de educação capaz de oferecer oportunidade de acesso, garantia de permanência e qualidade a jovens e adultos para a conclusão da educação básica. Todos os esforços feitos no Brasil nesse campo, em especial a partir da Constituição Federal de 1988, que preceitua, no Art. 208, a educação como direito de todos e dever do Estado, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que passa a assumir a EJA como modalidade da educação, e da Resolução CEB/CNE N° 1/2000, que reafirma a especificidade desta modalidade, demonstram que a cobertura da EJA é ínfima se comparada ao número de jovens e adultos brasileiros que não concluíram a educação básica, e que a oferta existente ainda está longe de corresponder às reais necessidades desse grupo. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Desafios da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Brasília, 2008 (com adaptações). Questão 5 – Questão 29, Enade 2017 Educação de Jovens e Adultos (EJA) Com relação a esse tema, avalie as afirmativas: I. Os alunos jovens e adultos caracterizam-se como um grupo heterogêneo do ponto de vista da faixa etária, da cultura, da visão de mundo e dos conhecimentos prévios. II. A oferta da EJA se dá por meio de cursos regulares e é destinada a jovens e adultos maiores de 18 anos. III. A EJA tem como objetivo central alfabetizar jovens e adultos que interromperam os estudos ou que não tiveram acesso à escolaridade. IV. A adoção da EJA como modalidade de ensino, a partir da Constituição Federal de 1988, contrapôs-se ao ensino profissionalizante com objetivo de preparar os estudantes para o ensino superior. V. Situada no âmbito do direito à educação, a EJA tem firmado cada vez mais seu papel na história da educação, representando uma possibilidade de acesso à educação escolar. Questão 5 – Questão 29, Enade 2017 Educação de Jovens e Adultos (EJA) É correto apenas o que se afirma em: a) I e V. b) II e IV. c) III, IV e V. d) I, II, III e IV. e) I, II, III e V. Questão 5 – Questão 29, Enade 2017 Educação de Jovens e Adultos (EJA) A Educação de Jovens e Adultos, conhecida popularmente pela sigla EJA, é uma modalidade de ensino destinada a jovens e adultos que não deram continuidade a seus estudos e também àqueles que não tiveram acesso ao Ensino Fundamental e/ou Médio na idade habitual. A EJA é conduzida no Brasil por estados e municípios e orientada pelo Ministério da Educação, que define suas diretrizes. A EJA, além de seu objetivo de alfabetizar jovens e adultos, visa a construir conhecimentos para que essas pessoas possam exercer sua cidadania. O parecer CEB/2000 regulamentou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, afirmando que a EJA, então, não tem a simples função de suprir a escolaridade perdida. Sua função é reparadora, qualificadora e equalizadora. É uma alternativa para minimizar o problema de exclusão social (NASCIMENTO, 2013). 1. Introdução teórica Educação de Jovens e Adultos (EJA) A Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, determinou, em seu artigo 38º, que a idade mínima para realizar os exames supletivos é de 15 anos para o Ensino Fundamental e de 18 anos para o Ensino Médio. Os alunos de EJA caracterizam-se como um grupo heterogêneo do ponto de vista da faixa etária, da cultura, da visão de mundo e dos conhecimentos prévios, e é a relação dialógica entre professores e alunos, ao dar espaço para a diversidade e a heterogeneidade presentes nas salas de aula, o elemento potencializador do processo de ensino-aprendizagem. As especificidades dos alunos da EJA devem ser consideradas e avaliadas constantemente, com o intuito de que os conhecimentos trabalhados em sala de aula sejam significativos em seu cotidiano. 1. Introdução teórica Educação de Jovens e Adultos (EJA) Nas palavras de Paulo Freire (1986), principal nome da educação de jovens e adultos: o bom professor é aquele que se coloca junto com o educando e procura superar com o educando o seu não saber e suas dificuldades, com uma relação de trocas em que ambas as partes aprendem. O método Paulo Freire, proposto na década de 1960, compreende que a contextualização do conteúdo na vida dos alunos é fundamental para o processo de aprendizagem. O educador opunha-se à chamada educação bancária, mera transmissora de conteúdo alheio à realidade do aluno. Atualmente, as tendências nos diversos âmbitos em que se discutem os rumos da educação indicam que é importante e necessário dar destaque à relação da EJA com o mundo do trabalho. Prevista na meta número 10 do Plano Nacional de Educação (PNE), a integração da EJA à educação profissional é uma das estratégias para fazer a escola tornar-se mais atraente aos públicos adulto e jovem. 1. Introdução teórica Educação de Jovens e Adultos (EJA) Segundo Nacif (2016), secretário da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), a perspectiva é de que 25% das vagas oferecidas na EJA sejam diretamente vinculadas à educação profissional. “Esse é nosso foco e o grande estímulo para que as pessoas voltem à sala de aula”. De acordo com Nicodemos (2013), com base nas reflexões de Fávero (2011), o processo de enraizamento da EJA nas redes públicas de ensino pode ser analisado sob dois aspectos: umdeles, no qual se vê a positividade do processo, com a inclusão da EJA como uma política pública estruturada como modalidade e garantida em termos de financiamento e ação pedagógica; e o outro, o segundo aspecto, no qual se enxergam engessamento e burocratização desse modelo de escolaridade. Ainda conforme as ideias de Nicodemos (2013), na ausência de uma formação específica para os docentes da EJA, eles passam a dialogar muito mais com a tradição escolar do que com os referenciais da Educação Popular, mesmo sendo eles os elementos fundantes na delimitação de novos marcos legais da EJA. 1. Introdução teórica Educação de Jovens e Adultos (EJA) É importante relembrar que a Educação Popular, disseminada por Paulo Freire, é uma corrente da educação comprometida e participativa, orientada pela perspectiva de realização de todos os direitos do cidadão. Sua principal característica é a utilização do saber da comunidade como matéria-prima para o ensino: o conhecimento do sujeito é norteador do processo. Assim, o processo de ensino-aprendizagem na Educação Popular é visto como ato de conhecimento e transformação social. É diferente do adotado pela educação tradicional, por não ser uma educação imposta e por prever a formação de sujeitos conscientes da sua realidade social e política. Por fim, a EJA, situada no âmbito do direito fundamental à educação, tem firmado cada vez mais seu papel e sua importância na história da educação, pois representa mais uma possibilidade de acesso à educação escolar. 1. Introdução teórica Educação de Jovens e Adultos (EJA) Com relação a esse tema, avalie as afirmativas: I. Os alunos jovens e adultos caracterizam-se como um grupo heterogêneo do ponto de vista da faixa etária, da cultura, da visão de mundo e dos conhecimentos prévios. II. A oferta da EJA se dá por meio de cursos regulares e é destinada a jovens e adultos maiores de 18 anos. III. A EJA tem como objetivo central alfabetizar jovens e adultos que interromperam os estudos ou que não tiveram acesso à escolaridade. IV. A adoção da EJA como modalidade de ensino, a partir da Constituição Federal de 1988, contrapôs-se ao ensino profissionalizante com objetivo de preparar os estudantes para o ensino superior. V. Situada no âmbito do direito à educação, a EJA tem firmado cada vez mais seu papel na história da educação, representando uma possibilidade de acesso à educação escolar. Retomada da questão com as alternativas corretas I. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os alunos jovens e adultos caracterizam-se, de fato, como um grupo heterogêneo quanto à faixa etária, à cultura, à visão de mundo e aos conhecimentos prévios. Dessa forma, a EJA deve levar em conta as particularidades dos educandos no processo ensino-aprendizagem. II. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A oferta da EJA é destinada a jovens e adultos maiores de 15 anos, no caso do Ensino Fundamental. III. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A EJA, além de seu objetivo de alfabetizar jovens e adultos, visa a construir conhecimentos para que essas pessoas possam exercer sua cidadania. Além disso, grande parte dos alunos que procuram essa modalidade de ensino não é analfabeta. Análise das afirmativas IV. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Retomando as colocações de Nacif (2016), secretário da Secadi, a perspectiva é de que 25% das vagas oferecidas na EJA sejam diretamente vinculadas à educação profissional, ou seja, a adoção da EJA como modalidade de ensino não se contrapõe ao ensino profissionalizante. V. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Situada no âmbito do direito à educação, a EJA tem, realmente, firmado cada vez mais seu papel na história da educação, representando uma possibilidade de acesso à educação escolar para muitos brasileiros. Alternativa correta: A a) I e V. b) II e IV. c) III, IV e V. Análise das afirmativas d) I, II, III e IV. e) I, II, III e V. ARROYO, M. Currículo, território em disputa. Petrópolis: Vozes, 2011. FÁVERO, O. Políticas públicas de educação de jovens e adultos no Brasil. In: SOUZA & SALES. Educação de jovens e adultos: políticas e práticas educativas. Rio de Janeiro: Nau, 2011. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35. ed. São Paulo: Paz e terra, 1986. NACIF, P. G. S. Conferência Política Brasileira da Educação de Jovens e Adultos no âmbito da Educação ao Longo da Vida. In: Seminário Internacional de Educação ao longo da vida e Balanço Intermediário da VI Confitea no Brasil. Brasília, abril de 2016. NASCIMENTO, S. M. Educação de jovens e adultos na visão de Paulo Freire. Monografia de especialização. Paranavaí, UTPR, 2013. NICODEMOS, A. Ensino de História na EJA: o legado da educação popular e os desafios docentes na formação do aluno jovem e adulto trabalhador. In: XXVII Simpósio Nacional de História. Natal, julho de 2013. Indicações bibliográficas Entendemos a educação não formal como aquela voltada para o ser humano como um todo, cidadão do mundo, homens e mulheres. Em hipótese alguma ela substitui ou compete com a educação formal, escolar. Poderá ajudar na complementação dessa última, via programações específicas, que articulem escola e comunidade educativa localizada no território de entorno da escola. A educação não formal tem alguns de seus objetivos semelhantes aos da educação formal, como a formação de um cidadão pleno, mas ela tem também a possibilidade de desenvolver alguns objetivos que lhe são específicos, pela forma e pelos espaços onde se desenvolvem suas práticas, a exemplo de um conselho ou da participação em uma luta social contra as discriminações, por exemplo, e a favor das diferenças culturais. GOHN, M. G. Educação não formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas das escolas. Ensaio: Avaliação das políticas públicas na educação. Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, 2006. Questão 6 – Questão 25, Enade 2017 Educação não formal Considerando o tema apresentado e práticas inclusivas e democráticas de articulação escola-comunidade e movimentos sociais comunitários, avalie as afirmativas a seguir, a respeito de ações realizadas pela escola e/ou por profissionais nesse contexto. I. Identificar que objetivos da educação não formal estão sendo disseminados na comunidade e utilizá-los para complementar e aprimorar a prática educativa escolar. II. Descentralizar o poder decisório, que se encontra, geralmente, nas mãos da equipe gestora, para que os membros da comunidade sejam protagonistas das decisões colegiadas. III. Garantir a participação dos membros da comunidade nos órgãos colegiados da escola, pois esses são os locais onde se entrecruzam necessidades advindas da prática da educação formal/escolar com as da educação não formal. IV. Identificar os pais ou familiares que têm atuação política mais efetiva junto a movimentos sociais comunitários para que representem os demais. Questão 6 – Questão 25, Enade 2017 Educação não formal É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. A educação não formal pode ser definida como os processos educacionais organizados fora da lógica e das imposições do sistema regular de ensino. Essa modalidade não segue um currículo baseado em diretrizes ou normas dos governos federal, estaduais ou municipais. A educação não formal normalmente é definida pela negação, em oposição à formal, desenvolvida nas escolas. Mas, deve-se destacar que ela tampouco se confunde com a informal, como explica Maria da Glória Gohn (2014): 1. Introdução teórica Educação não formal a educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; a informal é aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização – ocorrendo em espaços da família, bairro, rua, cidade,clube, espaços de lazer e entretenimento, nas igrejas e até na escola entre os grupos de amigos, ou em espaços delimitados por referências de nacionalidade, localidade, idade, sexo, religião, etnia, sempre carregada de valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos herdados. Poderá ter ou não intencionalidades (por exemplo, educar segundo os preceitos de uma dada religião é uma intencionalidade). A grande diferença da educação não formal para a informal é que na primeira há uma intencionalidade na ação: os indivíduos têm uma vontade, tomam uma decisão de realizá-la, e buscam os caminhos e procedimentos para tal. Poderá encontrá-los em meios coletivos ou individuais. 1. Introdução teórica Educação não formal O conhecimento construído nessa modalidade, segundo Gohn (2014), visa à formação de cidadãos livres, emancipados. Trata-se, portanto, de um processo sociopolítico e cultural de produção de saberes, que envolve organizações, instituições e grupos sociais. De acordo com Gohn (2014), as práticas da educação não formal se desenvolvem usualmente extramuros escolares, nas organizações sociais, nos movimentos, nos programas de formação sobre direitos humanos, cidadania, práticas identitárias, lutas contra desigualdades e exclusões sociais. Elas estão no centro das atividades das ONGs nos programas de inclusão social, especialmente no campo das artes, educação e cultura. 1. Introdução teórica Educação não formal Além disso, os conteúdos ou temas a serem trabalhados em contextos de educação não formal partem das necessidades e das vontades dos participantes envolvidos, já que a educação não formal está fora do espectro de imposições do sistema regular de ensino. De maneira simplificada, a educação não formal costuma ter como características mais marcantes: foco em quem aprende; forte influência dos participantes na definição do currículo a ser desenvolvido; ênfase na prática; estreita relação com o contexto dos participantes; flexibilidade. 1. Introdução teórica Educação não formal Considerando o tema apresentado e práticas inclusivas e democráticas de articulação escola-comunidade e movimentos sociais comunitários, avalie as afirmativas a seguir, a respeito de ações realizadas pela escola e/ou por profissionais nesse contexto. I. Identificar que objetivos da educação não formal estão sendo disseminados na comunidade e utilizá-los para complementar e aprimorar a prática educativa escolar. II. Descentralizar o poder decisório, que se encontra, geralmente, nas mãos da equipe gestora, para que os membros da comunidade sejam protagonistas das decisões colegiadas. III. Garantir a participação dos membros da comunidade nos órgãos colegiados da escola, pois esses são os locais onde se entrecruzam necessidades advindas da prática da educação formal/escolar com as da educação não formal. IV. Identificar os pais ou familiares que têm atuação política mais efetiva junto a movimentos sociais comunitários para que representem os demais. Corretas Retomada da questão com a resposta correta I. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A identificação de objetivos e temas trabalhados na educação não formal é uma ação que pode possibilitar a complementação da prática escolar. II. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A descentralização das decisões permite a participação mais democrática de outros atores do contexto escolar. III. Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Garantir a participação dos membros da comunidade nos órgãos colegiados da escola é outra das ações adequadas para a gestão democrática. Análise das afirmativas IV. Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Identificar os pais ou familiares que têm atuação política mais efetiva junto a movimentos sociais comunitários para que representem os demais não é uma ação adequada. O correto é favorecer e garantir a participação de todos os membros dos movimentos sociais comunitários, e não apenas daqueles que tenham atuação política mais efetiva. Análise das afirmativas É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. Alternativa correta: D GOHN, M. G. Educação não formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas das escolas. Ensaio: avaliação das políticas públicas na educação. Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, 2006. GOHN, M. G. Educação não formal e cultura política. São Paulo: Cortez, 2007. GOHN, M. G. Educação não formal, aprendizagens e saberes em processos participativos. Investigar em Educação. II série, número 1, 2014. SIMSOM, O. R. M.; PARK, M. B.; FERNANDES, R. S. Educação não formal: cenários da criação. Campinas: Unicamp, 2001. Indicações bibliográficas ATÉ A PRÓXIMA!
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