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Direito Obrigacional AV1 Resumo

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1-Relações Jurídicas
Um vínculo entre pessoas em razão do qual uma pode pretender um bem a que a outra é obrigada, o
conceito genérico de Relação Jurídica. Vamos trabalhar com uma relação jurídica específica de crédito e
débito, o credor e o devedor, o vinculo jurídico obrigacional permite ao credor exigir do devedor que pague,
que substancie o adimplemento.
2-Onde entra a boa fé objetiva? O dever de lealdade, as partes têm que agir com lealdade. Não basta apenas entregar o bem, mas entregar o bem intacto, no prazo etc. Se o/ vendedor vende um carro que tem uma peça com problema, ele tem o dever de informar ao comprador disso, é a boa fé objetiva. 
A relação juridica obrigacional é dinamica não tem padrão,uma pessoa na mesma relação pode ser credor uma hora e devedor em outra,ex:compra e venda.
3-Fontes das Obrigações:
Tem uma divergência doutrinária.
Contratos- Os contratos seriam uma importante fonte de obrigações, contrato de compra e venda com Beto, nesse caso você teve a obrigação de dar dinheiro, e beto a mercadoria
Quase Contratos- Chamamos de atos unilaterais, são aqueles que produzem efeitos jurídicos apenas com a manifestação de vontade de apenas uma das partes para haver obrigações, produzindo um efeito imediato.
Exp.: promessa de recompensa, enriquecimento sem causa, gestão de negócios e pagamento indevido.
Delitos e Quase Delitos- Os delitos são na linha do direito civil francês os atos ilícitos dolosamente cometidos. Os atos cometidos culposamente eram chamados de quase delito, e ambos são fontes de obrigações. 
Lei- Lei como fonte de obrigações, fonte direta e imediata de obrigações, por exemplo, a lei de família fala que o sujeito que engravidar a mulher e depois não quiser honrar com subsistência da criança vai se tornar devedor de pensão alimentícia.
3.1 Diferentes pensamentos acerca da classificação das fontes
Pablo Stolze- As fontes das obrigações seriam os contratos, os atos unilaterais, o ato ilícito e a lei. Uma atualização da classificação que acabamos de ver, vez que só há mudança na nomenclatura.
Silvio Rodrigues e Carlos Roberto Goncalves- Sustenta que serão fontes das obrigações a vontade humana, o ato ilícito e a lei. A vontade humana é a verdadeira fonte, não é o contrato.
Pontes de Miranda, Noronha e Paulo Lobo- a verdadeira fontes das obrigações são os fatos jurídicos, as obrigações surgem dos fatos da vida que se enquadram nas diversas hipóteses normativas.
Genario Carrio-o autor vai evidenciar a importância da linguagem no estudo do direito 
Os princípios da Boa-Fé Objetiva e da Função Social- são fontes de obrigações. A boa-fé exige que você atue de forma leal, pode ter o dever de pagar algo a alguém (patrimonial). Portanto, é fonte de obrigação. O princípio da função social pode implicar na obrigação de não fazer algo. 
Larenz-trata das chamadas condutas socialmente típicas, que também serão fontes de obrigações, são condutas que por serem habituais e por serem consagradas pelo uso na sociedade acabam gerandoobrigações.
 4.Características Essenciais da obrigação:
Sujeitos determinados ou determináveis; caráter patrimonial do objeto; vínculo transitório
4.1 Sujeitos determinados ou determináveis: Tem que ser determinado ou minimamente determinável.Neste ultimo caso no primeiro momento você não sabe quem ele é, mas em um segundo momento sim. ex:Promessa de recompensa,o sujeito ativo credor inocialmente é indeterminavel
4.2 Elementos do vínculo transitório: débito e responsabilidade-Existem situações em que havera debito sem responsabilidade e vise versa.
 5.Análise Histórica do Direito Obrigacional:
Direito Romano Arcaico e responsabilidade pessoal (escravidão, punição corporal, morte)- Quando a responsabilidade era pessoal, então era admitida a escravidão, punição corporal e ate mesmo morte diante de uma divida não paga.
Ascensão burguesa, Código de Napoleão e a consolidação da responsabilidade patrimonial inicialmente prevista por evolução do próprio Direito Romano. Na ascensão burguesa ao poder com a revolução, com o código de Napoleão fica consagrada a ideia da responsabilidade patrimonial, em substituição da responsabilidade pessoal, não respondendo mais com o corpo, e sim com o patrimônio.
Direito Civil Constitucionalizado- Passa a existir de patrimônio mínimo, para além de responder apenas om o seu patrimônio, terá a proteção do mínimo existencial, o instrumento de trabalho n/o pode ser enhorado bem como a sua casa.
 6.DISTINÇÕES ENTRE DIREITOS OBRIGACIONAIS, REAIS E DA PERSONALIDADE:
 Devemos separar o D da ersonalidade e do outro os D obrig e os D reais, porque ambos caracterizam-se pela atrimonialidade. 
Patrimonialidade x Patrimonialização - A atrimonialidade tem um valor economicamente aferível.A patrimonialização vem do direito burguês (Cod. Napoleão) afim de valorizar o patrimônio e pouco mporta a pessoa.
É um termo combatido pelo direito civil consitucional(Patrimonialização)
6.1 Distinção entre direitos obrigacionais e reais:
Prestação x incidência sobre uma coisa- O objeto das obrigações é a conduta. comportamento do devedor, a conduta de dar, fazer e não fazer. O direito real incide sobre uma coisa
Sujeito passivo determinado ou determinável x sujeito passivo indeterminado (ou universal).
Transitoriedade x perpetuidade (em regra)-
Numerus Apertus x Numerus Clausus-o que é direito real, tem que estar expressamente previsto na norma em Numerus Clausus taxativamente).
Oponível* ao Sujeito Passivo X Oponível Erga Omnes-
 7.Mitigação de dois critérios:
A transitoriedade do direito obrigacional: mesmo após o adimplemento existem alguns deveres que ontinuam existindo 
Oponível ao sujeito passivo x oponível erga omnes: em função do principio da boa fé e função social(comentamos o caso de Zeca Pagodinho)
 8.Categorias Jurídicas Híbridas:
Apesentam características dos dois tipos, reais e obrigacionais.
Obrigações propter rem- obrigação por causa da coisa, também se caracterizam pela existência de um ínculo jurídico que vai unir o credor ao réu. o sujeito renuncia ao direito real que incide sobre aquela coisa que deu origem aquela obrigação consequentemente ela deixa de existir.ex:taxa condominial]
Ônus reais- É muito semelhante a categoria propter rem, vai derivar da existência de um direito real sobreum bem, contudo diferentemente das obrigações propter rem, elas não /ão condições para o gozo pleno a coisa, muito pelo contrário, são limitações ao direito de propriedade.
ex:O IPTU é uma limitação ao direito de propriedade
O ônus reais retroage (é ex tunc) e as obrigações Proptem Rem não retroagem (ex nunc).
Obrigações com eficácia real-as obrigações são oponíveis inter partes, masno caso aqui exposto ela tem eficácia real, oponibilidade erga omnes. O exemplo que a doutrina nos erece é que remete a lei de locação
 
 9.LEITURA CONSTITUCIONAL DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL À LUZ DOS PARADIGMAS ONSTITUCIONAIS DA SOLIDARIEDADE SOCIAL, IGUALDADE, LIBERDADE E DIGNIDADE UMANA: A RELAÇÃO OBRIGACIONAL COMO UM PROCESSO (RELAÇÃO OBRIGACIONALCOMPLEXA):
9.1Visão oitocentista das obrigações: A característica do direito brigacional clássico é individualista, de individualismo, a grande preocupação era a proteção dopatrimônio, um direito para consolidar a Ascenção burguesa ao poder, elefoi pensado como um meio deproteger o patrimônio, plena e absoluta.
9.2 Direito Civil constitucional e a nova visão do Direito Obrigacional:
A ideia de olidariedade social está nesse contexto, pensando em ferramentas que evitem que certos devedores ejam levados a uma ruína total. Passa a ser importante a igualdade formal, todos são iguais diante a lei.
A igualdade substancial, tratar os iguais igualmente, mas tratar desigualmente os desiguais na medidada sua desigualdade.
9.3 Obrigação como um processo:
O conceito clássico de obrigações deveria sofrer atualizações, era um conceito que tratava da obrigaçãode forma estática, e como se fosse uma fotografia. Ele passaa defender que esse conceito deve seranalisado sob um prisma dinâmico, e deve ser pensado como um processo, que tem inicio, meio e fim eque todas as etapas merecem a atenção no direito constitucional contemporâneo. Surge a ideia daresponsabilidade pré e pós contratual, ou seja, pensar na obrigação como processo, e que todo opercurso é importante. 
A obrigação como um processo joga a luz na figura do devedor. O credor não pode abusar do seu direitocreditício, sendo eleito atualmente o meio menos gravoso para o devedor adimplir a sua obrigação
 10. OS PARADIGMAS DO CÓDIGO CIVIL DE 2002 E SUA APLICABILIDADE À RELAÇÃO BRIGACIONAL:
A boa fé é uma cláusula geral? Não é que seja uma cláusula geral, o art. do CC que fala de boa-fé é feitacom base na técnica de cláusula geral.
10.1 Paradigma da socialidade-, a ideia de que o DO não pode ser usado comoum instrumento a serviço de aspirações individuais tão somente sem que haja uma preocupação om os interesses da coletividade. Busca-se aqui um equilibro do individual e do social, as buscas das etas individuais sem prejuízo de uma visão solidária e de cooperação com as demais pessoas 
10.2 Paradigma da eticidade-
É mais atrelado ao principio da boa-fé, sob ele o interprete do direito deve se afastar daquela visão itocentista que privilegiava o estudo abstrato do direito obrigacional, no sentido de valorizar o arcabouço riado pelo direito positivo, com a pouca atenção para as especificidades que são inerentes as pessoasque estão sendo alvo das normas no caso concreto. 
10.3Paradigma da operabilidade- a evolução da analise puramente abstrata do direito passando-se a atentar ara as especificidades oferecidas por cada caso concreto, em outras palavras.
 11.BOA-FÉ OBJETIVA E A FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO COMO INSTRUMENTOS NTERPRETATIVOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL:
BOA FÉ OBJETIVA- estamos falando aqui, se eles tem força normativa eles vão ser utilizados na hora dainterpretação das normas que disciplinam o direito obrigacional. Quando você vai interpretar o contrato aluz da boa fé objetiva, se o contrato tiver uma clausula que permite três interpretações diferentes, a que eve prevalecer é aquela que reflita mais a ideia de lealdade e equilíbrio entre as partes, não podendo ulnerar a figura do devedor.
Função social - Veda à prevalência do individual sobre o coletivo e atividade criadora do juiz aointerpretar as obrigações em prol do bem comum.
 12.LEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL: ELEMENTO SUBJETIVO (OCREDOR E O DEVEDOR), ELEMENTO OBJETIVO (A PRESTAÇÃO) E ELEMENTO ABSTRATO (O ÍNCULO)
 Elementos subjetivos: credor e devedor. Podem ser credores e devedores as pessoas naturais(capazes e incapazes), jurídicas e os entes despersonalizados 
• Elementos objetivos: prestação. O objeto imediato é a prestação, conduta de dar, fazer e não fazer. Oobjeto mediato é o bem da vida que está envolvido com a conduta de dar, fazer ou não fazer.
Elemento abstrato: vínculo jurídico, que implica em 2 aspectos: débito e responsabilidade
 Tutela Especifica se caracteriza quando PJ contempla o devedor exatamente com aquilo que elealmejava no titulo de origem da obrigação, e para alguns credores não interessa a tutela indenizatória,porque o bem da vida que ele deseja é aquilo que motivou o surgimento da obrigação.
 13.Prisão Civil:Não se admite prisão civil por divida no Brasil como regra geral, hoje vigora a responsabilidade atrimonial, o patrimônio do devedor que serve de garantia para o credor no que tange o recebimento doseu credito, só que a exceção a essa regra, a prisão civil por pensão alimentícia.
 14.DISTINÇÃO ENTRE OBRIGAÇÃO E RESPONSABILIDADE CIVIL:
Responsabilidade é uma obrigação secundária, só existir responsabilidade quando a pessoa descumpreuma obrigação primária e ai ela gera dano a alguém e por conta disso ela será condenada a indenizar.
14.1 CATEGORIAS OBRIGACIONAIS NA VISAO DE FERNANDO NORONHA:
Obrigações negociais- Aquelas que derivam de negócios jurídicos.
Obrigações de responsabilidade civil-obrigações secundárias, obrigações em que você tem o dever deindenizar em razão de descumprimento de obrigação primária.
Obrigações de restituição por enriquecimento sem causa-sempre surgirá obrigação de restituição a pessoa que teve o seu patrimônio
reduzido.
 15.MODALIDADES OBRIGACIONAIS:
Não confundir perecimento com deterioração.
Tradição: a transferência da esfera patrimonial de A para esfera patrimonial de B. 
• Res perit domino: a coisa perece com o dono. 
 Frutos: são rendimentos da coisa
• Condição: evento futuro e incerto.
• Encargo: uma obrigação cujos efeitos dependem de um certo modo estabelecido naquela relação.
Termo: evento futuro e certo.
Melhoramento- uma coisa valia 10.000 reais e sofreu alterações, passando a valer 15.000, foi alvo demelhoramento, um acréscimo benéfico que se faz.

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