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Penal e Processo Penal

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INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito Processual Penal 
 Prof: Renato Brasileiro 
 Data: 20.05.2009 
 Aula n°13 
 
 
 
 
- 1 – 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
1. Artigo Correlato 
1.1. Breves considerações sobre a controvertida natureza jurídica do interrogatório criminal 
2. Jurisprdências Correlatas. 
2.1. STF – HC 90779 / PR 
2.2. STF Informativo n.° 536 - HC 96099/RS 
2.3. STF Informativo n.° 544 – HC 95271/RS 
2.4. STF Informativo n.° 544 – HC 93876/RJ 
3. Assista! 
3.1. O que se entende por laudo pericial? 
4. Simulados 
 
 
1. ARTIGO CORRELATO 
 
1.1. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONTROVERTIDA NATUREZA JURÍDICA DO 
INTERROGATÓRIO CRIMINAL 
 
Mario Cesar Felippi Filho 
Graduado em Direito pela Fundação Universidade Regional de Blumenau. Pós-graduando em Direito 
Penal e Processual Penal pela Escola de Preparação e Aperfeiçoamento do Ministério Público do Estado 
de Santa Catarina em convênio com a Universidade do Vale do Itajaí. Advogado regularmente instrito 
nos quadros da OAB/SC. 
 
1 Noções gerais 
 
Um dos atos processuais mais importantes, conforme assevera Fernando da Costa Tourinho Filho, "é, 
sem dúvida, o interrogatório, por meio do qual o juiz ouve do pretenso culpado esclarecimentos sobre a 
imputação que lhe é feita e, ao mesmo tempo, colhe dados importantes para o seu convencimento."1 
 
De acordo com Adalberto José Q. T. De Camargo Aranha, o interrogatório "não é uma peça inquisitória, 
nem uma análise psicanalítica" 2. Ao fazer tal afirmação, esclarece o mencionado autor que "O interro-
gatório do acusado não é uma experiência feita num objeto, mas uma observação feita num sujeito. O 
réu não é coisa, é pessoa. O processo é uma relação jurídica, de que um dos sujeitos é o réu" 3. 
 
Por conta desta relação jurídica existente, muito bem ensina o renomado autor René Ariel Dotti que "o 
interrogatório é ato do processo e não um assunto particular entre o juiz e o réu" 4. 
 
Deste modo, consiste em "declarações do réu resultantes de perguntas formuladas para esclarecimento 
do fato delituoso que se lhe atribui e de circunstâncias pertinentes a esse fato." 5 
 
Contudo, instaurada a ação penal com o recebimento da denúncia, cabe ao magistrado designar, desde 
logo, conforme leciona Eugênio Pacelli de Oliveira, "o interrogatório do acusado, que é, por assim dizer o 
primeiro contato do réu com o direito penal"6. 
 
Ressalta o digníssimo autor7, no entanto, que existem exceções, como por exemplo, o rito previsto na 
Lei de Tóxicos, em que é previsto inicialmente a notificação do réu para apresentar defesa prévia, por 
escrito, no prazo de 10 dias, conforme disposição do artigo 55 da referia lei. 
 
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Todavia, com as alterações introduzidas no procedimento do processo criminal pela Lei 11.719, de 20 de 
junho de 2008, o magistrado ao receber a denúncia ou a queixa, iniciando, conseqüentemente, o pro-
cesso criminal, ordenará a citação do réu para responder a acusação por escrito, no prazo de 10 dias. O 
interrogatório foi transferido para o final da audiência de instrução e julgamento, devendo, para tanto, 
ser o acusado intimado a comparecer. 
 
Verifica-se, deste modo, que as antigas exceções apontadas por Eugênio Pacelli de Oliveira tornaram-se 
regra na atual conjuntura procedimental, não provocando, no entanto, qualquer abalo a sua importância 
ou prejuízo a sua obrigatoriedade. 
 
2 conceituação 
 
De Plácido e Silva, em sua obra, conceitua o interrogatório da seguinte maneira: 
 
Interrogatório. Do latim interrogatorius, de interrogare (perguntar, interrogar, inquirir), literalmente, 
significa a soma de perguntas ou indagações, promovidas pelo juiz, no curso de um processo, a uma das 
partes litigantes, ao acusado ou, mesmo, a pessoas estranhas. 8 
 
Nestes termos, o interrogatório é o ato de interrogar, inquirir, conforme expõe Deocleciano Torrieri Gui-
marães. É o "conjunto de perguntas articuladas, feitas verbalmente pelo juiz ao acusado e por este res-
pondidas, para se obterem novos elementos de prova, sua identidade, e peculiaridades do fato ilícito a 
ele imputado." 9 
 
Fernando Capez conceitua o interrogatório como sendo "o ato judicial no qual o juiz ouve o acusado so-
bre a imputação contra ele formulada".10 Segue o nobre autor expondo ser um "ato privativo do juiz e 
personalíssimo do acusado, possibilitando a este último o exercício da sua defesa, da sua autodefesa." 
11 
 
De acordo com Alexandre Cebrian Araújo Reis e Vitor Eduardo Rios Gonçalves, "O interrogatório é o ato 
em que o juiz ouve o acusado acerca da imputação que lhe é feita. O interrogatório tem natureza mista, 
pois é o meio de prova e também meio de defesa." 12 
 
A audiência de interrogatório, conforme expõe Julio Fabbrini Mirabete, 
 
[...] constitui ato solene, formal, de instrução, sob a presidência do juiz, em que este indaga do acusado 
sobre os fatos articulados na denúncia ou queixa, deles lhe dando ciência, ao tempo em que lhe abre 
oportunidade de defesa. 13 
 
Guilherme de Souza Nucci denomina o interrogatório judicial como sendo: 
 
[...] o ato processual que confere oportunidade ao acusado de se dirigir diretamente ao juiz, apresen-
tando a sua versão defensiva aos fatos que lhe foram imputados pela acusação, podendo inclusive indi-
car meios de prova, bem como confessar, se entender cabível, ou mesmo permanecer em silêncio, for-
necendo apenas dados de qualificação. 14 
 
O referido autor traz em sua obra o conceito de interrogatório policial, que, para fins de distinção, seria 
o ato realizado "durante o inquérito, quando a autoridade policial ouve o indiciado, acerca da imputação 
indiciária." 15 
 
3 natureza jurídica 
 
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A respeito da natureza jurídica do interrogatório, há uma grande divergência de entendimentos entre os 
autores pátrios, ocasionado o surgimento de várias correntes doutrinárias. Dentre elas, veja-se as prin-
cipais correntes: 16 
 
a) a primeira, que considera o interrogatório apenas como meio de defesa; 
 
b) a segunda, que considera como meio de prova, podendo acidentalmente ser usada como defesa; 
 
c) a terceira, que entende ser meio de defesa e, secundariamente, meio de prova; e 
 
d) a quarta, esta majoritária e dominante, que entende ter o interrogatório natureza mista, sendo tanto 
meio de defesa como meio de prova. 
 
Para Fernando da Costa Tourinho Filho, adepto da primeira corrente, o interrogatório é meio de defesa, 
muito embora a sua posição topográfica dentro do Código de Processo Penal seja diversa, pois se encon-
tra no capítulo referente às provas. 
 
Contudo defende o nobre doutrinador que "se o acusado pode calar-se, ficando o Juiz obrigado a respei-
tar o silêncio, erigido à categoria de direito fundamental, não se pode dizer seja o interrogatório um 
meio de prova." 17 Suas conclusões decorrem do artigo 5°, inciso LXIII, da atual Carta Magma, que re-
conheceu o direito de silêncio ao réu. 
 
Assim, entende o referido autor que, embora o magistrado possa formular no interrogado uma série de 
perguntas que lhe pareçamoportunas e úteis, aproveitando o ato para obter novas provas, o certo é 
que a atual Constituição Federal consagrou o direito ao silêncio, não sendo o réu obrigado a responder 
às perguntas que lhe são formuladas. 18 
 
Desse modo, o autor defende seu entendimento afirmando que "se não há lei que obrigue o réu a falar a 
verdade, é induvidoso que o interrogatório (melhor seria denominá-lo declaração) é meio de defesa e 
não de prova." 19 
 
A despeito do entendimento de Fernando da Costa Tourinho Filho, o autor Adalberto José Q. T. De Ca-
margo Aranha, adepto da segunda corrente, defende ser o interrogatório "induvidosamente um meio de 
prova, podendo acidentalmente ser usado como meio de defesa, como igualmente atuar como elemento 
incriminador." 20 Desta maneira, o interrogatório serviria apenas como fonte de prova, indicando os 
elementos de defesa. 
 
Ao defender seu posicionamento, expõe quatro pontos que demonstram ser o interrogatório primordial-
mente um meio de prova: 
 
Em primeiro lugar, porque colocado no Código entre as provas e como tal considerado pelo julgador ao 
formular sua convicção; depois, porque as perguntas podem ser feitas livremente, apenas obedecendo-
se às diretrizes do art. 188; em terceiro, porque pode atuar tanto contra o acusado, no caso da confis-
são, como em seu favor; e, finalmente, porque o silêncio, a recusa em responder às perguntas, pode 
atuar como um ônus processual (arts. 186 e 191). 21 
 
Já para o renomado autor Damásio E. de Jesus, seguidor da terceira corrente, o "interrogatório do acu-
sado é meio de defesa e, secundariamente, meio de prova."22 Para tanto, esclarece o seguinte: 
 
A nova disciplina do interrogatório lhe confere preponderantemente caráter de meio de defesa. No en-
tanto, o fato do seu conteúdo poder ser utilizado como elemento na formação da convicção do julgador, 
lhe outorga, secundariamente, a característica de meio de prova. O STF possui decisão anterior a Lei 
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10.792, de 1°.12.2003, em que fundado no caráter do interrogatório como meio de defesa, permitiu ao 
defensor técnico, constituído ou dativo, considerá-lo dispensável, de acordo com as circunstâncias do 
caso concreto (STF, RTJ 73/760). 23 
 
Seguindo entendimento muito semelhante ao de Damásio E. de Jesus, o autor Andrey Borges de Men-
donça, também defensor da terceira corrente, baseia-se na nova sistemática trazida pela Lei 11.719, de 
20 de junho de 2008, para justificá-la. Para o referido autor, o fato de que a realização do interrogatório 
apenas ocorrerá ao final da audiência, após toda a produção da prova, demonstra por si só, que para o 
legislador o interrogatório é visto como meio de defesa, embora eventualmente possa ser, também, 
meio de prova, como ocorre no caso de confissão24. 
 
Contudo, em contrapartida aos anteriores entendimentos, a quarta corrente, adotada aparentemente 
por Fernando Capez, Julio Fabbrini Mirabete, José Frederico Marques e Eugênio Pacelli de Oliveira (este 
ultimo, porém, não muito claro em suas conclusões), seguida pela jurisprudência mais atualizada aos 
"novos postulados ideológicos informativos do processo penal" 25, defende que o interrogatório "consti-
tui meio de autodefesa, pois o acusado fala o que quiser e se quiser, e meio de prova, posto que subme-
tido ao contraditório." 26; 27 
 
Ao defender seu entendimento sobre o assunto, Julio Fabbrini Mirabete explica que: 
 
[...] quando o acusado se defende no interrogatório, não deixa de apresentar ao julgador elementos que 
podem ser utilizados na apuração da verdade, seja pelo confronto com provas existentes, seja por cir-
cunstâncias e particularidades das próprias informações prestadas. Mesmo o silêncio do acusado, que 
não importa em confissão e não pode ser interpretado em prejuízo do réu, pode contribuir, na análise 
das provas já existentes ou que vierem a ser produzidas, para a formação da convicção íntima do juiz. 
Conceitualmente, portanto, o interrogatório é meio de prova e oportunamente de defesa do acusado. 
Tem, portanto, esse caráter misto afirmado pela doutrina dominante. 28; 29 
 
Na mesma linha de raciocínio, o respeitado autor Fernando Capez30 aduz que, mesmo com as inovações 
introduzidas pela Lei n° 10.792, de 1° de dezembro de 2003, ao Código de Processo Penal, o interroga-
tório conservou sua natureza de meio de defesa, ressalvando-se que restou garantida expressamente a 
possibilidade de o réu entrevistar-se com seu advogado previamente, com o objetivo de melhor estabe-
lecer a melhor estratégia para a sua autodefesa, conforme expresso no artigo 185, § 2°, do referido dis-
positivo legal. 
 
Além disso, esclarece o nobre doutrinador que o artigo 186, caput, do mencionado Código, regulamen-
tando o direito constitucional ao silêncio, obriga o magistrado a informá-lo, antes de iniciar o interroga-
tório, da prerrogativa de permanecer calado, bem como de não responder os questionamentos que lhe 
forem formulados. Esclarece também que o silêncio não importará em confissão, nem poderá ser inter-
pretado em prejuízo da defesa, de acordo com o parágrafo único do referido dispositivo. 
 
"Ficou, portanto, reforçada a sua natureza jurídico-constitucional de autodefesa, pelo qual o acusado 
apresenta sua versão, fica em silêncio ou faz o que for mais conveniente." 31 
 
Por fim, demonstra claramente Fernando Capez que "paralelamente, tal o ato constitui também um meio 
de prova, na medida em que, ao seu final, as partes poderão perguntar." 32 Deve-se, contudo, salientar 
que "tais indagações feitas por técnicos só podem ser feitas em caráter complementar, ao final do ato," 
43 não obrigando ao magistrado a formulá-las, podendo, no entanto, indeferi-las quando irrelevantes ou 
impertinentes, de acordo com o disposto no artigo 188 do Código de Processo Penal. 
 
Comungando com o entendimento da duplicidade da natureza jurídica do interrogatório, José Frederico 
Marques defende que "mais aceitável é o ensinamento de Lincoln Prates, de que o interrogatório é, con-
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comitantemente, meio de prova e ato de defesa"34. Comenta, ainda, em sua obra, ser inaceitável a po-
sição de autores como Bento de Faria e Edgar Costa, que conceituam o interrogatório como sendo uni-
camente ato de defesa (cf. primeira corrente) tendo em vista a estruturação e forma que tem o instituto 
na atual legislação de processo penal vigente no país. 
 
Insta salientar, por oportuno, o entendimento de Eugênio Pacelli de Oliveira, quanto à natureza jurídica 
do interrogatório. Sobre o tema, expõe: 
 
Que continue a ser uma espécie de prova, não há maiores problemas, até porque as demais espécies 
defensivas são também consideradas provas. Mas o fundamental, em uma concepção de processo via da 
qual o acusado seja um sujeito de direitos, e no contexto de um modelo acusatório, tal instaurado pelo 
sistema constitucional das garantias individuais, o interrogatório do acusado encontra-se inserido fun-
damentalmente no princípio da ampla defesa. Trata-se, efetivamente, de mais uma oportunidade de 
defesa que se abre ao acusado, de modo a permitir que ele apresente a sua versão dos fatos, sem se 
ver, porém, constrangido ou obrigado a fazê-lo. 35 
 
4 Considerações finais 
 
Data máxima venia, em que pesemos entendimentos contrários dos nobres doutrinadores defensores 
das três primeiras correntes, o interrogatório, salvo melhor juízo, deve ser considerado concomitante-
mente como meio de prova para a instrução processual e como um meio de defesa do acusado, especi-
almente no que diz respeito a sua autodefesa. 
 
Deste modo, o melhor entendimento é no sentido de que tal ato processual é portador de natureza dú-
plice, conforme defendido pela quarta corrente doutrinária analisada. 
 
Referências: 
 
1. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. 3º vol. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 
2008, p. 275. 
 
2. ARANHA, Adalberto José Q. T. De Camargo. Da prova no processo penal. 7. ed. revisada e atualizada. 
São Paulo: Saraiva, 2008, p. 103. 
 
3. ARANHA, Adalberto José Q. T. De Camargo. Op. Cit., p. 103. 
 
4. DOTTI, René Ariel. A presença do defensor no interrogatório. Revista de estudos criminais n. 10, de 
2003, p. 153. 
 
5. MARQUES, José Frederico. Elementos de direito processual penal. 2º vol. Campinas: Millennium, 
2003, p. 387. 
 
6. OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 9. ed. Rio de Janeiro:Lumen Juris, 2008, p. 
316. 
 
7. OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Op. Cit., p. 316. 
 
8. SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. 22. ed. Rio de Janeiro: Forence, 2003, p. 765. 
 
9. GUIMARÃES, Deocleciano Torrieri. Dicionário técnico jurídico. 7. ed. São Paulo: Rideel, 2005, p. 369. 
 
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10. CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 15. ed. revista e atualizada. São Paulo: Saraiva, 2008, 
p. 332. 
 
11. CAPEZ, Fernando. Op. Cit., p. 332. 
 
12. REIS, Alexandre Cebrian Araújo; GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Processo penal: parte geral. Cole-
ção Sinopses Jurídicas. 14º vol. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 126. 
 
13. MIRABETE, Julio Fabbrini. Processo penal. 18 ed. São Paulo: Atlas, 2006, p. 272. 
 
14. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo e execução penal. São Paulo: Revista dos Tribu-
nais, 2005, p. 381. 
 
15. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 381. 
 
16. O autor Guilherme de Souza Nucci, traz em sua obra, quatro posições (correntes) diferentes acerca 
da natureza jurídica do interrogatório, dividindo-se em: a) meio de prova; b) meio de defesa; c) meio de 
prova e de defesa; d) meio de defesa, primordialmente; em segundo plano, é meio de prova. (NUCCI, 
Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 381). 
 
17. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Op. Cit., p. 277. 
 
18. "Nos Estados Unidos se o réu quiser manter-se calado, respeitar-se-á esse direito, mas se for vonta-
de sua prestar esclarecimentos, sujeitar-se-á ao compromisso. Seu defensor lhe formula perguntas (di-
rect examination) e a seguir a Acusação (cross examinaion). Se faltar com a verdade, haverá perjúrio. 
Entre nós, não. O réu, se quiser ser interrogado, poderá mentir à vontade. Nada lhe acontece, salvo se 
fizer uma auto-acusação falsa." (TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Op. Cit., p. 278 e 279). 
 
19 .TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Op. Cit., p. 278. 
 
20. ARANHA, Adalberto José Q. T. De Camargo. Op. Cit., p. 98. 
 
21. ARANHA, Adalberto José Q. T. De Camargo. Op. Cit., p. 98. 
 
22. JESUS, Damásio E. de. Código de processo penal anotado. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 177. 
 
23. JESUS, Damásio E. de. Op. Cit., p. 177. 
 
24. Mendonça, Andrey Borges de. Nova reforma do Código de processo penal: comentada artigo por 
artigo. São Paulo, Método, 2008, p. 294. 
 
25. CAPEZ, Fernando. Op. Cit., p. 333. 
 
26. CAPEZ, Fernando. Op. Cit., p. 335. 
 
27. "O Código de Processo Penal, ao tratar do interrogatório do acusado no capítulo concernente à pro-
va, fez clara opção por considerá-lo verdadeiro meio de prova, relegando a segundo plano sua natureza 
de meio de autodefesa do réu (Francisco Campos, Exposição de Motivos do Código de Processo Penal, 
item VII). Entretanto, a doutrina mais avisada, seguida pela jurisprudência mais sensível aos novos pos-
tulados ideológicos informativos do processo penal, tem reconhecido o interrogatório como meio de de-
fesa, i. e., como ato de concretização de um dos momentos do direito de ampla defesa, constitucional-
mente assegurado, qual seja, o direito de auto-defesa, na espécie de audiência. Desse modo, tem pre-
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valecido a natureza mista do interrogatório, sendo aceito como meio de prova e de defesa. Nesse senti-
do: STJ, 6ª T., Resp 60.067-7/SP, rel Min Luiz Vicente Cernicchiaro, v.u., DJ, 5 fev. 1996." (CAPEZ, Fer-
nando. Op. Cit., p. 333). 
 
28. MIRABETE, Julio Fabbrini. Op. Cit., p. 272. 
 
29. Muito embora o referido autor tenha conceituado a interrogatório como meio de prova e oportuna-
mente de defesa, o que, por si só, enquadrá-lo-ia como adepto da segunda corrente, ao final concluiu 
pelo caráter misto, característico da quarta corrente. 
 
30. CAPEZ, Fernando. Op. Cit., p. 334. 
 
31. CAPEZ, Fernando. Op. Cit., p. 335. 
 
32. CAPEZ, Fernando. Op. Cit., p. 335. 
 
33. CAPEZ, Fernando. Op. Cit., p. 335. 
 
34. MARQUES, José Frederico. Op. Cit., p. 386. 
 
35. OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Op. Cit., p. 316. 
 
FONTE: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12267 
 
 
2. JURISPRDÊNCIAS CORRELATAS. 
 
2.1. HC 90779 / PR 
EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO. FABRICAÇÃO E DEPÓSITO DE 
PRODUTO EM CONDIÇÕES IMPRÓPRIAS PARA O CONSUMO. INCISO IX DO ART. 7º DA LEI 8.137/90, 
COMBINADO COM O INCISO II DO § 6º DO ART. 18 DA LEI Nº 8.078/90. CONFIGURAÇÃO DO DELITO. 
CRIME FORMAL. PRESCINDIBILIDADE DA COMPROVAÇÃO DA EFETIVA NOCIVIDADE DO PRODUTO. 
REAJUSTAMENTO DE VOTO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA IMPROPRIEDADE DO 
PRODUTO PARA USO. INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS PENAL E ADMINISTRATIVA. ÔNUS DA PROVA 
DO TITULAR DA AÇÃO PENAL. ORDEM CONCEDIDA. 1. Agentes que fabricam e mantém em depósito, 
para venda, produtos em desconformidade com as normas regulamentares de fabricação e distribuição. 
Imputação do crime do inciso IX do art. 7º da Lei nº 8.137/90. Norma penal em branco, a ter seu 
conteúdo preenchido pela norma do inciso II do § 6º do art. 18 da Lei nº 8.078/90. 2. São impróprios 
para consumo os produtos fabricados em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, 
distribuição ou apresentação. A criminalização da conduta, todavia, está a exigir do titular da ação penal 
a comprovação da impropriedade do produto para uso. Pelo que imprescindível, no caso, a realização de 
exame pericial para aferir a nocividade dos produtos apreendidos. 3. Ordem concedida. 
(HC 90779, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 17/06/2008, DJe-202 
DIVULG 23-10-2008 PUBLIC 24-10-2008 EMENT VOL-02338-02 PP-00244). 
 
2.2. STF Informativo n.º 536 – HC - HC 96099/RS 
ARTIGO 
Roubo: Emprego de Arma de Fogo e Causa de Aumento - 1 Para a caracterização da majorante prevista 
no art. 157, § 2º, I, do CP, não se exige que a arma de fogo seja periciada ou apreendida, desde que, 
por outros meios de prova, reste demonstrado o seu potencial lesivo. Com base nesse entendimento, o 
Tribunal, por maioria, indeferiu habeas corpus, afetado ao Pleno pela 1ª Turma, impetrado contradecisão do STJ que entendera desnecessária a apreensão de arma de fogo e sua perícia para a 
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caracterização da causa de aumento de pena do crime de roubo. No caso, a Defensoria Pública da União 
sustentava constrangimento ilegal, consistente na incidência da majorante do inciso I do § 2º do art. 
157 do CP — violência ou ameaça exercida com o emprego de arma de fogo —, sem que verificado o 
potencial lesivo do revólver. Assentou-se que, se por qualquer meio de prova — em especial pela 
palavra da vítima, como no caso, ou pelo depoimento de testemunha presencial — ficar comprovado o 
emprego de arma de fogo, esta circunstância deverá ser levada em consideração pelo magistrado na 
fixação da pena. Ressaltou-se que, se o acusado alegar o contrário ou sustentar a ausência de potencial 
lesivo da arma empregada para intimidar a vítima, será dele o ônus de produzir tal evidência, nos 
termos do art. 156 do CPP, segundo o qual a prova da alegação incumbirá a quem a fizer. Aduziu-se não 
ser razoável exigir da vítima ou do Estado-acusador comprovar o potencial lesivo da arma, quando o seu 
emprego ficar evidenciado por outros meios de prova, mormente quando esta desaparece por ação do 
próprio acusado, como usualmente acontece após a prática de delitos dessa natureza. HC 96099/RS, rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, 19.2.2009. (HC-96099). 
 
2.3. STF Informativo n.° 544 – HC 95271/RS 
ARTIGO 
É desnecessária a realização de perícia para a configuração do crime de porte ilegal de arma. Com base 
nesse entendimento, a Turma, vencido o Min. Eros Grau, indeferiu habeas corpus no qual se discutia a 
dispensabilidade, ou não, da demonstração da potencialidade lesiva de revólver e, conseqüentemente, a 
exigibilidade da realização de exame pericial válido para a caracterização do tipo penal previsto no art. 
10, § 3º, IV, da Lei 9.437/97. Precedente citado: HC 93188/RS (DJE de 6.3.2009). HC 95271/RS, rel. 
Min. Ellen Gracie, 28.4.2009. (HC-95271). 
 
2.4. STF Informativo n.° 544 – HC 93876/RJ 
ARTIGO 
A Turma indeferiu habeas corpus em que condenados por tráfico de entorpecentes (Lei 6.368/76, art. 12 
c/c o art. 18, III) e porte ilegal de munição de uso restrito (Lei 10.826/2003, art. 16) pleiteavam a 
concessão da ordem para que fosse reconhecida a atipicidade do delito descrito no art. 16 da Lei 
10.826/2003, pela ausência de laudo pericial (CPP, art. 158) das munições apreendidas que atestasse a 
sua potencialidade lesiva. Alegava, também, a impetração: a)inobservância do disposto no art. 31, 
parágrafo único, da Lei 10.409/2002, em decorrência de juntada de documento sigiloso relativo à 
quebra de sigilo telefônico fora do prazo legal, qual seja, após a realização da audiência de instrução e 
julgamento e b) contrariedade aos critérios definidos no art. 59 do CP, por ter sido a pena-base fixada 
acima do mínimo legal, sem motivação idônea. HC 93876/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 28.4.2009. 
(HC-93876). 
 
 
3. ASSISTA! 
 
3.1. O que se entende por laudo pericial? 
 
http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20090313092413317 
 
 
3. SIMULADOS 
 
3.1. Na qualidade de perito criminal federal, Oscar avaliou a autenticidade da assinatura de um dos 
indiciados em inquérito que apurava caso de lavagem de dinheiro. Apesar de considerar que a 
assinatura era autêntica, Oscar estava convencido de que o indiciado havia sido coagido a assinar o 
referido documento, motivo pelo qual, em seu laudo pericial, atestou a falsidade da assinatura. Nessa 
situação, Oscar cometeu crime de condescendência criminosa. 
RESP: Errado 
 INTENSIVO I 
 Disciplina: Direito Processual Penal 
 Prof: Renato Brasileiro 
 Data: 20.05.2009 
 Aula n°13 
 
 
 
 
- 9 – 
 
3.2. No curso de determinado processo penal, o juiz da causa verificou que um laudo pericial não havia 
observado uma formalidade definida em lei e, por isso, determinou o suprimento da formalidade. Nessa 
situação, a determinação é ilícita porque, como são absolutamente nulos os laudos periciais que não cumprem 
todas as formalidades legais, o juiz deveria ter nomeado outros peritos para realizarem novo exame pericial. 
RESP: Errado 
 
3.3 Marcelo é um perito oficial que participou da realização de exame pericial ocorrido no curso de um 
inquérito que apurava determinado crime. Posteriormente, no curso da ação penal relativa a esse crime, 
Marcelo foi convocado pelo juiz da causa a prestar esclarecimentos acerca de alguns pontos da referida 
perícia. Nesse caso, seria vedado a Marcelo prestar os referidos esclarecimentos porque ele é impedido 
de atuar em julgamentos relativos a crimes apurados em inquéritos policiais dos quais ele tenha 
participado na qualidade de perito. 
RESP: Errado

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