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TRABALHO H. CONTEMPORÂNEA (DAENS)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
Katia Daniela Gomes Honorato
Daens – Um Grito de Justiça
Picos – PI
2017
1.Ficha técnica:
Título: Daens (Original)
Ano produção: 1993
Dirigido por: Stijn Coninx
Duração: 138 minutos
Gênero: Drama História
Países de Origem: Bélgica,França,Países Baixos (Holanda)
Elenco Principal:
Jan Decleir - Adolf Daens
Alex Wilequet - Monsignor Goossens
Antje de Boeck - Nette Scholliers
Brenda Bertin - Marie
Brit Alen - Louise Daens
2.IDENTIFICAÇÕES
As cenas que mais me chamaram a atenção:
Há vários elementos a serem observados e muitas cenas que nos causam indignação, principalmente cenas em que é demonstrado o tratamento desumano com as crianças e mulheres no ambiente de trabalho e são explorados de todas as formas e submetidos a toda espécie de abuso, o posicionamento da igreja e a revolta do Daens. São momentos entre tantos outros que não deixaram de ser importantes no contexto de todo o filme.
A cena em que o padre encontra uma menina morta, no caso a personagem Nini. Como viviam numa região de clima extremamente frio, os moradores, precisam se aquecer para não morrer de frio, o carvão é a fonte energética utilizada por esses indivíduos e nem todos conseguem chegar a salvo em casa e esse foi o caso dessa personagem. Mesmo estando grávida, não encontrou apoio na família ,foi humilhada por quem deveria acolhe-la. Acabou morrendo como indigente, nem sabiam o que fazer com o seu corpo. Daens se revolta, chega a pagar para que ela fosse enterrada como deve ser feito.
As máquinas são muito perigosas e as crianças submetidas a trabalhar, correndo toda espécie de riscos, um exemplo disso é a morte de um garotinho enquanto pegava a lã no chão.O padre Daens no auge da sua indignação vai na gráfica do seu irmão Peter, escreve a seguinte manchete: CHEGA DE CRIANÇAS MORTAS EM AALST. Num artigo ainda cita que ‘‘crianças morrem de frio diante de fábricas de roupas para ricos’’.
Em outro momento, temos uma cena em que vemos que uma das exigências de Deans é que a fábrica de tecidos fosse investigada por um comitê e quando os membros do comitê foram na fábrica, os proprietários esconderam as crianças em um armário, e exigem que as mulheres mentissem a respeito das condições miseráveis de trabalho.
Diante de um quadro de absurdo, de abandono e exploração o estupro é visto como uma prática comum nesses ambientes, tanto é que Nette Scholliers, é estuprada pelo contramestre Schmitt.
Podemos também perceber o domínio da igreja-conservadora com poder dominante em que faziam com que os trabalhadores mantivessem a “ordem social” e aceitassem viver na pobreza e miséria segundo “a vontade de Deus”. Vemos a missa rezada em latim, com o padre de costas para os fiéis e a divisão das classes onde os pobres ficavam atrás enquanto os ricos sentavam- se a frente e os sermões eram sempre buscando o equilíbrio nas relações entre patrões e empregados, ou seja, retratando a subserviência.
2.1 PERSONAGENS:
Padre Daens: Sensibilizado com as condições de miséria da população, o padre tenta mudar a consciência que imperava entre o proletariado. Foi com a ajuda do padre, que a população aos poucos começou a perceber que a luta do movimento operário não deveria ser dirigida á maquina, mais contra o sistema de injustiças criado pelo capitalismo industrial.
Presidente do Partido Católico: defende os interesses da burguesia na parlamento e conta com o apoio da Igreja Católica.
Eugenne: O dono da fábrica, representa a burguesia como um todo. Eram os detentores dos meios de produção e que oprimem e exploram seus funcionários para obterem o máximo lucro.
Nette: Ela busca promover uma revolução na fábrica onde trabalha e na cidade em que vive (lidera esse movimento) em busca de melhores condições de vida para o proletariado.
Schmitt: contra-mestre, obriga as criancas e as mulheres a trabalharem arduamente e assedia sexualmente as mulheres, principalmente Nette, a qual chega a estuprar.
Monsenhor: Bispo da Igreja Católica que deixa-se influenciar pelos interesses da burguesia; persergue Daens transferindo-o de Aalst, enviando-o por alguns dias a Roma.
Irmão de Daens: dono da gráfica e que tem os mesmos ideais de seu irmão.
Radicais: reprimem violentamente os socialistas e aqueles que se oponham aos burgueses
3. Não, eu não havia assistido o filme anteriormente.
4. SOBRE O TEMA ABORDADO
4.1 Que mensagem é possível descrever do filme?
4.2 Algum aspecto no filme pode servir de reflexão na vida cotidiana?
O filme faz uma crítica as condições de trabalho, as relações sociais de produção capitalista, a concessão de direitos humanos e trabalhistas para as classes sociais mais desafortunadas. É óbvio que, sem o mínimo de dignidade humana, o sistema capitalista tende a se consolidar as custas de operários, desprotegidos de legislação coerente a realidade. Exatamente por isso, podemos perceber a grande relevância simbólica e reflexiva sobre as dimensões sociais da obra ,afim de garantir o mínimo de direitos humanos correlacionados ao trabalho. Durante o filme vemos a esperança de uma classe em busca de um ambiente mais favorável para se viver. Sem miséria, exploração e infelicidade, fatores causados pelo trabalho excessivo. Os oprimidos viram em Daens a esperança de direitos respeitados e uma condição mais digna de vida. Ele faz críticas ao sistema político vigente e a inexistência de direitos para a classe operária. Isso leva a população a refletir, além de mobilizar os trabalhadores a se unirem e a reivindicarem melhorias. Uma das solicitações da população pobre era o sufrágio universal, visto que esta era a forma de contar com um representante do povo na política e dessa maneira, ter voz no parlamento. Por conta disso, surge uma classe consciente, o proletariado a qual se organiza politicamente, objetivando defender seus interesses e constituir-se enquanto agente potencial de mudança.
Os acontecimentos mostrados no filme, se passam em outra época e em outro país, mas podemos observar que temos no Brasil descaminhos e desigualdades similares e ainda se luta pelos mesmos direitos que os operários de Aalst. Os moradores dos barracos que aparecem no filme, não são muito diferentes dos moradores das atuais favelas. Mesmo diante de ilusões que o novo sistema cria por meio de novas tecnologias, dignidade, respeito e condições dignas de trabalho e de vida ainda são itens básicos que grande parcela da população não tem acesso. Nada mais emblemático, para termos a noção perfeita da relevância de escolhermos representantes comprometidos com os anseios da população, que representem a classe trabalhadora, defendam os seus direitos e assim proporcionem qualidade de vida a quem os elegeu.
5. Discussão e compreensão do filme relacionando-o com os textos.
Com o advento da Revolução industrial, a introdução de máquinas multiplicou o rendimento do trabalho e aumentou assustadoramente êxodo rural. Como dizia Max no Manifesto Comunista,” a cidade quebrava a idiotice da vida rural”.O trabalho do operário era bem diferente do trabalho no campo. Viver na cidade moderna significava muitas mudanças e a todo instante surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas.
Ocorreram mudanças, sociais, culturais e econômicas. Essas transformações afetaram e modificaram o mundo do trabalho e as relações humanas de forma radical. Hobsbawn entendia que se a sociedade fosse socialista, muito da riqueza que fosse conquistada seria investida em causas sociais, isso não aconteceu, segundo o autor: “Virtualmente livres de impostos, as classes médias continuaram, portanto a acumular em meio a um populacho faminto, cuja fome era o reverso daquela acumulação.” p. 63. 
Na leitura do Hobsbawn, houve avanços e retrocessos com a revolução industrial, onde o autor enfatiza bem a questão da desigualdade social, a desigualdade por parte dos burgueses contra o proletariado, o que leva a pensar se houve mais retrocessos do que avanços para a vida do camponêse do trabalhador, em geral. Para ele, uma economia industrial significa um brusco declínio proporcional da produção rural e um brusco aumento da população urbana. Também é apontado o problema do fornecimento de mão de obra. Com efeito, conseguir um número suficiente de trabalhadores com as necessárias qualificações e habilidades era tarefa difícil. Todo operário tinha que aprender a trabalhar de uma maneira adequada a indústria, em um ritmo diário ininterrupto, instaurando a disciplina do operariado, a fim de estabelecerem-se mecanismos de controle. Obviamente era mais conveniente empregar as dóceis e mais baratas mulheres e crianças. O filme Daens representa bem essa dualidade partindo do pressuposto de que reflete a história dos trabalhadores com a evidente constatação de que o homem pela primeira vez, perdia espaço para as máquinas, ressalta ainda a relação de tamanha dominação entre burguês e proletário pautada pela lógica de maximização dos lucros e competitividade, onde o trabalhador era dono apenas de sua força de trabalho, vendida em condições desfavoráveis, sem garantias de segurança, em um período de rápida industrialização.O único interesse dos patrões é aumentar a produção e garantir uma margem de lucro crescente. Mostra também fatos importantes relacionados as primeiras manifestações e revoltas conflituosas no intuito de reivindicar melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho, melhores salários entre tantas outras situações conflitantes e injustas.
Na verdade, ainda existe uma relação entre a Revolução Industrial como provedora de conforto e como transformadora social. As classes cujas vidas sofreram menor transformação foram também, normalmente, aquelas que se beneficiaram de maneira mais óbvia em termos materiais. Ninguém é mais complacente que um rico que também se sente a vontade num mundo que parece ter sido construído para pessoas exatamente como ele. Mas como vimos no filme, todas as mudanças e revoluções, são cercadas de aspectos positivos e negativos e normalmente a classe mais humilde, nunca é a mais beneficiada.

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