Buscar

Revista Epoca Negocios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

As desvantagens de ter muita inteligência emocional
Menos criatividade é uma delas, defende artigo
24/01/2017 - 14H47 - POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE
Quando se fala em inteligência emocional, a primeira figura que chega à mente é a do funcionário dos sonhos. Aquele que sabe lidar com os colegas e o gestor de forma sensível, entende como conciliar ideais divergentes e conflitos, não tem problema algum em trabalhar sob pressão e anda sempre com um entusiasmo inabalável. Parece ótimo. Afinal, como reclamar de alguém assim? Acontece que até mesmo esse profissional tem suas falhas.
Em um artigo publicado na Harvard Business Review, Tomas Chamorro-Premuzic, professor de psicologia de negócios na University College London, e Adam Yearsley, diretor global de talentos da Red Bull, discutem o polêmico tema. "Embora as desvantagens de ter inteligência emocional permanecem em grande parte inexploradas, existem muitas razões para sermos cautelosos", dizem os executivos. "A maioria das coisas na vida é melhor fazê-las com moderação — há sempre uma desvantagem para cada característica humana.". Abaixo, confira as principais desvantagens citadas por eles de ter inteligência emocional:
Menos criatividade e inovação. Muitos dos traços de pessoas com bastante inteligência emocional vão contra as características que predispõem indivíduos à criatividade e inovação. A criatividade é muito associada a atributos característicos de quem tem pouca inteligência emocional: certo mau humor artístico, inconformismo, impulsividade e uma personalidade um pouco volátil. Claro, é possível que pessoas criativas sejam emocionalmente inteligentes, mas o padrão mais comum dos "profissionais ideais" é aquele que segue processos, constrói relações e trabalha bem com os outros — sem aquele nível necessário de inconformismo que desafia o status quo.
Dificuldade para dar e receber feedback negativo. Pode parecer que os profissionais emocionalmente inteligentes não têm problema algum em dar e receber feedback, já que ambos envolvem interação social. Talvez não seja bem assim. Justamente pela alta sensibilidade e preocupação com os outros, esse profissional pode ter dificuldade em dar feedback negativo. Além disso, por ter cabeça fria, ser calmo e positivo, pode ser que seja indiferente ao feedback negativo que recebe, defendem Chamorro-Premuzic e Adam Yearsley.
Relutância em ter de "irritar" as pessoas. "Cargos de liderança exigirão a capacidade de fazer escolhas impopulares muitas vezes, provocar uma mudança e ter foco no resultado, mesmo que seja às custas de sacrificar a relação com os empregados", diz o artigo. Além disso, líderes sêniores e executivos só terão um impacto substancial em suas organizações se eles puderem agir de forma empreendedora em busca de inovação e crescimento. Isso exige decisões impopulares, diz o artigo.
Inclinação à manipulação. Esse tipo de trabalhador consegue fazer com que as pessoas sintam empatia por uma mensagem. É algo bom, claro. Mas se levado longe demais, pode optar por utilizar táticas de manipulação. Para os autores do artigo, é um risco se concentrar fortemente nos aspectos emocionais da comunicação, negligenciando os argumentos lógicos. Você pode chegar a ser excessivamente persuasivo.
Aversão ao risco. A maioria dos empreendimentos inovadores exigem um equilíbrio bom neste quesito. Profissionais com inteligência emocional são mais propensos a tomar decisões seguras e "evitar escolhas corajosas". "Em outras palavras, quanto maior sua inteligência emocional, mais provável é que você resista a seus impulsos."
Eles esclarecem, no entanto, que profissionais assim são, sim, altamente desejados, mas que é preciso certo ceticismo. "Não há dúvida de que inteligência emocional é uma característica desejável e altamente adaptativa. É compreensível que, em geral, preferimos uma inteligência emocional alta em vez de baixa. No entanto, a obsessão por ela cria uma força de trabalho de pessoas emocionalmente estáveis, felizes e diplomáticas, que seguem regras com entusiasmo em vez de conduzir mudanças e inovações. Eles serão grandes seguidores e bons gerentes, mas não espere que sejam líderes visionários ou agentes de mudança."

Outros materiais