Buscar

ESQUELETO PEÇA 1 QP

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.
GABRIELLI MACHADO VENTURINI, brasileira, solteira, policial militar, portadora da carteira de identidade n° 4096299823 expedida pelo SSP, inscrita no CPF/MF sob o nº 017.41.820-71, endereço eletrônico gabimventurini@yahoo.com.br, residente e domiciliada na Av. Silvado 630, nesta cidade, por seu advogado Pedro Brum, com endereço eletrônico advocaciabrum@terra.com.br, com endereço profissional Av. Rócio 900, nesta cidade, endereço que indica para os fins do artigo 106 do CPC, vem a este juízo propor:
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
pelo procedimento COMUM em face de ROGER RODRIGUES, brasileiro, solteiro, motorista, portador da carteira de identidade nº10203040, expedida pelo SSP, inscrita no CPF/MF sob o nº 012.345.678-9, endereço eletrônico rogerodrigues@uol.com.br residente e domiciliado Av. Veiga 1001, nesta cidade, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.
I – PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO – QUANDO COUBER
Conforme documentos pessoais do Autor anexados à Inicial, este conta hoje com 66 anos de idade, fazendo, por isso, jus ao benefício da prioridade na tramitação de procedimentos judiciais, nos termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71 do Estatuto do Idoso.
II – GRATUIDADE DE JUSTIÇA
 O requerente é pobre na acepção jurídica do termo e bem por isto não possui condições de suportar os encargos decorrentes do processo sem prejuízo do seu sustento conforme declaração de hipossuficiência anexa, nos termos da Lei 1060/50 e Lei 13.105/15 art.98.
III– OPÇÃO DO AUTOR PELA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
 O autor requer audiência de conciliação. 
IV – DOS FATOS
No dia 20 de dezembro de 2013, no Cartório de Ofício de Notas da Comarca de Vitória, os réus, sem o consentimento dos autores, venderam um imóvel situado em Vitória, Espírito Santo, ao seu filho mais novo, Réu Joaquim, onde passou a residir, no escopo de ajudá-lo, já que este não possuía casa própria.
No entanto, tal venda causou efetivo prejuízo aos autores, uma vez que o valor ajustado para a celebração do negócio jurídico foi de R$200.000,00 (duzentos mil reais), e o valor de mercado do imóvel, na época da realização do negócio jurídico, era de R$450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais).
Dessa forma, como será demonstrado a seguir, o autor tem direito a...
V – DOS FUNDAMENTOS
Trata-se de ação...
Legislação ....
Doutrina ....
Jurisprudência....
O direito dos autores encontra amparo inicialmente no artigo 104, III do Código Civil, uma vez que para ser válido, o negócio jurídico precisa ter forma escrita ou não defesa em lei.
Ademais, o art. 496 do mesmo diploma legal, ensina que é anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
O ilustre professor Carlos Roberto Gonçalves assevera sobre o assunto: “A venda realizada sem o referido consentimento é anulável, estando legitimados para a ação anulatória os descendentes preteridos. ” (Principais inovações no Código Civil de 2002. São Paulo: Saraiva).
Diferente não é a jurisprudência do STJ:
Processo EREsp 661858/PR EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL 2006/0091674-1 Relator(a) Ministro FERNANDO GONÇALVES (1107) Órgão Julgador S2 – SEGUNDA SEÇÃO Data do Julgamento 26/11/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 19/12/2008 Ementa CIVIL. VENDA. ASCENDENTE A DESCENDENTE. ATO ANULÁVEL. 1 - A venda de ascendente a descendente, sem a anuência dos demais, segundo melhor doutrina, é anulável e depende da demonstração de prejuízo pela parte interessada. Precedentes. Ementa RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE, SEM O CONSENTIMENTO DOS DEMAIS DESCENDENTES. AÇÃO DE NULIDADE/ANULAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE COTAS DE SOCIEDADE EMPRESARIAL. ART. 1.132 DO CÓDIGO CIVIL/1916. NULIDADE RELATIVA. PRECEDENTE DA EG. SEGUNDA SEÇÃO. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA PARA A COMPROVAÇÃO DE EVENTUAL PREJUÍZO DECORRENTE DA ALIENAÇÃO, BEM COMO PARA A AFERIÇÃO DO PATRIMÔNIO DO DE CUJUS, SEM O QUE NÃO SE PODERIA COGITAR DE OFENSA À LEGÍTIMA. RECONHECIMENTO, PELO TRIBUNAL DE ORIGEM, DE QUE HOUVE CERCEAMENTO DE DEFESA COM O JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. OFENSA AOS ARTS. 330, I, 334, II, 249, § 1º, DO CPC, 1.132 E 145, IV E V, DO CC/16 NÃO CARACTERIZADA. DIVERGÊNCIA PRETORIANA SUPERADA PELO MENCIONADO PRECEDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO. 1. A Eg. Segunda Seção desta Corte, no julgamento do EREsp 668.858/ PR, do qual foi Relator o eminente Ministro FERNANDO GONÇALVES, DJ 19/12/2008, uniformizou a jurisprudência do STJ sobre o tema, adotando o entendimento de que “a venda de ascendente a descendente, sem a anuência dos demais, segundo melhor doutrina, é anulável e depende da demonstração de prejuízo pela parte interessada”. 2. Dessa forma, uma vez reconhecida que a venda de ascendente a descendente, sem a anuência dos demais descendentes, em contrariedade ao art. 1.132 do Código Civil/1916, constitui ato anulável, impondo-se, por isso, a possibilidade de o descendente-adquirente comprovar a ausência de prejuízo para os demais descendentes, em decorrência de tal alienação, não há como afastar o entendimento do acórdão recorrido quanto à indispensabilidade, na hipótese, de dilação probatória. 3. Está correto o acórdão hostilizado ao acatar a alegação dos ora recorridos de que houve cerceamento de defesa com o julgamento antecipado do feito, sem que lhes fosse oportunizado produzir provas capazes de demonstrar a ausência de prejuízo, o que, se reitere, seria indispensável, haja vista que o descumprimento da norma inserta no mencionado art. 1.132 do CC/1916 constitui nulidade relativa, e não absoluta, como pretendem os recorrentes. 4. Não se constata, portanto, qualquer ofensa aos dispositivos invocados (CPC, arts. 249, § 1º, 330, I, e 334, II; CC/1916, arts. 145, IV e V, e 1.132) no apelo nobre (CF, art. 105, III, "a"). 5. Ademais, em face do julgamento, pela Eg. Segunda Seção, do mencionado EREsp 668.858/PR, de relatoria do eminente Ministro FERNANDO GONÇALVES resta superado o dissídio pretoriano aventado (CF, art. 105, III, "c"). 6. Recurso especial conhecido e desprovido.
 Desta forma, não restou alternativa senão a propositura da presente ação. 
VI – TUTELA PROVISÓRIA (URGÊNCIA / EVIDÊNCIA) QUANDO COUBER
VII - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) Prioridade na tramitação. (Quando couber)
b) Gratuidade de justiça. (Quando couber)
c) Concessão da tutela provisória. (Quando couber)
d) A citação dos réus.
e) Designação de audiência de conciliação e que seja intimado o réu para o comparecimento.
f) Que seja julgado procedente o pedido para anular o negócio jurídico celebrado entre os réus. 
g) A condenação dos réus aos ônus da sucumbência. Custas e honorários advocatícios.
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental e depoimento pessoal dos réus.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 200.000,00.
Pede deferimento.
Local, (Dia), (Mês) de (Ano).
Advogado (nome completo do advogado e sua assinatura).
OAB/UF n.º... (sigla do Estado da Federação e número da OAB do advogado.)

Continue navegando