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Arte Barroca

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Arte Barroca
Cultismo
O Cultismo é o aspecto do barroco voltado para o jogo de palavras, rebuscamento da forma, ornamentação estilística, preciosismo linguístico e erudição minuciosa. 
Seu maior representante é o poeta e dramaturgo espanhol Luis de Góngora y Argote (1561-1627), ou simplesmente Gôngora, em obras como Fábula de Príamo y Tisbe.
Retrata-se a realidade de modo indireto, realçando mais a maneira de representar que propriamente o apresentado. Também constitui o aspecto sensual do Barroco, voltado para a descrição do mundo por meio das sensações (como metáforas), num estado de verdadeiro delírio cromático, apoiado em sugestões intensivas de cores e de sons. 
Esse processo de identificação (ilusória, sensorial, não-racional) apoia-se nos jogos de palavras, nos trocadilhos, nos enigmas, nas metáforas e nas perífrases ou circunlóquios (torneio em redor do termo próprio e adoção de muitas palavras para evitá-lo). 
O abuso artificioso da fantasia no campo psicológico da representação sensível faz do poeta um verdadeiro alquimista, que busca extrair do real uma natureza supranatural, imaterial e arbitrária. O aspecto exterior, imediatamente perceptível, no Barroco cultista é o abuso no emprego de figuras de linguagem.
Exemplo de Arte Barroca Cultista
EXEMPLO UM. O cultismo valoriza a forma e a imagem construída no texto através de jogos de palavras (uso de metáforas, metonímias, hipérboles, antíteses, paradoxos e comparações). Este jogo de palavras brinca com os sentidos que são construídos ao longo do texto. Observe um exemplo num poema de Gregório de Matos:
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da Luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas a alegria. 
Porém se acaba o Sol, por que nascia? 
Se formosa a Luz é, por que não dura? 
Como a beleza assim se transfigura? 
Como o gosto da pena assim se fia? 
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, 
Na formosura não se dê constância, 
E na alegria sinta-se tristeza. 
Começa o mundo enfim pela ignorância, 
E tem qualquer dos bens por natureza 
A firmeza somente na inconstância.
Observe que o texto de Gregório consegue transmitir ao seu leitor muito da angústia do eu lírico através da confusão dos sentidos das palavras, do não entendimento, do questionamento do mundo. O nascer e o questionamento desta ação, a constância que se revela inconstante, e a firmeza que tem como característica ser inconstante (e por isso não ser firme) revelam uma dificuldade em entender e aceitar o mundo real como ele é. E, como você deve lembrar, estas características opostas num mesmo ser são formalizadas pelo uso do paradoxo.
Créditos a Wikipédia, a Enciclopédia Livre; ao site Literarizando e ao grupo 04 do Seminário de Artes.

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