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PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR – PCC Aluno: Assis Feliciano Galvão – RA 1414652 Rio de Janeiro – Centro 2016 Sumário 1-INTRODUÇÃO................................................................................................ 2 2- A CULTURA NO MUNDO ............................................................................. 2 2.1 A Diversidade cultural do Brasil............................................................ 3 2.2 O Etnocentrismo, Intolerância e a Xenofobia............................................ 5 3 – CONCLUSÃO............................................................................................... 8 REFERENCIAS.................................................................................................. 9 1-INTRODUÇÃO A presente leitura se constrói a partir de leituras similares sobre Diversidade Cultural e problemas causados pela intolerância e Xenofobia. Partindo de uma metodologia dedutiva, o assunto é tratado no conjunto universal cultural da humanidade, restringindo-se ao ocidente e mais precisamente o Brasil. Em seguida, a negatividade cultural, etnocentrismo, intolerância e xenofobia discorrem no subitem a seguir. 2- A CULTURA NO MUNDO Não oficialmente, o mundo é dividido em realidades complexas; seja por questões econômicas ou culturas. Pela economia, há um abismo separando os hemisférios sul e norte. Por maneiras de viver, a divisão vertical ocidente e oriente é culturalmente distinta. Onde se nasce o sol, se concentram complexas, milenares, exuberantes e estáveis tradições, enquanto no poente, o resultado é um mosaico de vários processos de aculturação. Aculturação é quando uma cultura é absorvida pela outra. Esta foi a dinâmica da Europa, primeiro com os romanos que traziam habitantes de países conquistados e com isto suas tradições; posteriormente as invasões celtas e depois os mulçumanos que marcaram profundamente a península Ibérica e no meio disto tudo, 1500 anos de cristianismo católico moldou substancialmente a forma de viver no velho continente. E isto refletirá posteriormente nas terras conquistadas: A África e a América. A África dominada teve suas diversas culturas originais substituídas a força pela européia branca, esta se considerava superior, levando esta população a exploração e escravidão, entre ouras partes: a própria Europa e a América. Cultura, que para Gomes (2008, p. 36), “é o modo próprio de ser do homem em coletividade, que se realiza em parte inconsciente, constituindo um sistema mais ou menos coerente de pensar, agir, fazer, relacionar-se, posicionar-se perante o Absoluto, e, enfim, reproduzir-se.”. Na América, a colonização se deu ao norte pela Inglaterra e pequenas porções da França e toda região de norte a sul, conhecida atualmente como latina por de Espanha e Portugal; países católicos. Enquanto as conquistas dos territórios ingleses e espanhóis foram à força, o colonizador português foi mais pacífico; fazendo amizades e trocando presentes. Primeiro se aculturou, tomou a terra e passou a explorar em todos os sentidos, incluindo aí a escravidão. Não sendo o índio suficiente para as lavouras, trouxeram para cá o africano. E daí será a miscigenação: o resultado das três raças que compõe a realidade brasileira, conforme ensina Gilberto Freyre 2.1 A Diversidade cultural do Brasil A diversidade cultural do Brasil é o resultado do encontro das três raças, naquilo que Gilberto Freyre chama de democracia racial. Fleury (2000), leciona que “o projeto de colonização do Brasil se deu em virtude da exploração de riquezas tropicais” e para isto a necessidade de trabalho escravo, primeiro os índios e depois o africano. Fernandes, (2005), escreve que se baseando em renomados antropólogos que “a característica marcante de nossa cultura é a riqueza de sua diversidade, resultado de nosso processo histórico-social e das dimensões continentais de nossa territorialidade” e o autor continua que devia tratar cultura brasileira no plural, devido à sua multiplicidade. E esta variedade se conseguiu devido ao colonizador português ser se adaptado bem a terra e absorver os costumes, ainda mencionando o mestre Freyre. Mas a cultura brasileira, do português somente a língua, as festas religiosas, a arquitetura apenas em algumas localidades, sobreviveram. O fado, ritmo português, e o Vira, a dança tradicional, não vingaram por aqui. Em termos de comparação, a cultura italiana e de outros países se enraizaram muito mais no sul do país: comidas, músicas, danças, construções, tradições. Também do índio, pouca coisa restou, apenas no interior do centro oeste e Amazônia ainda preserva muito do ritmo e dança. O Festival de Parintins é baseado em sons e passos tribais. O que resistiu mesmo foi a cultura negra presente em todo o território. Expressa em ritmos, passos, culinária, güentos, curas, religião... Elementos se perpetuam e dinamizam no modo de vida do brasileiro. Sem dúvida as expressões corporais e artísticas são mais aguçadas: o samba, o frevo, o maracatu, congada, capoeira e outros se desdobram derivando outras manifestações. Do samba já apareceram: o pagode, o samba reggae, o partido alto, chorinho, samba canção e tantos ao longo da história. Chiquinha Gonzaga foi a primeira a manifestar tal expressão como o famoso corta-jaca, (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=BTMp757bJwU). Por ser um país variável, as maneiras de viver são regionalizadas. Mas o futebol consegue ser uma identidade nacional. No sul, reduto guarani, há a predominância da erva-mate e o churrasco com os ritmos do vanerão, fandangos, chula, boi de mamão, pau de fitas, pezinho e outros acompanhados pelos passos de danças nos famosos Centros de Tradição Gaúcha, os CTGs; O lado ocidental do centro oeste encontra-se o homem do pantaneiro, cuja cultura está em torno do ambiente do pantanal. Culinária, costumes, danças e musicas tem suas próprias expressões. O caipira, a pessoa simples com hábitos despretensiosos, naturais e sociáveis, encontrado nos Estados de São Paulo, Minas, Goiás e Mato Grosso. Indivíduo prestativo que suas festas e prosas são acompanhadas pela velha viola e suas modinhas. Enezita Barroso foi estudiosa e propagadora da cultura caipira e a catira, o ritmo símbolo. O caipira se tornou sertanejo e conquistou o gosto nacional. Muitos programas da televisão seguem o mesmo perfil. O nordeste é variado: Na Bahia, a herança negra é mais forte que em qualquer parte do país: dança, música, tradições e religiões afros. O homem sertanejo é o traço forte de outros Estados, acompanhados pelos ritmos do xaxado, xote, baião e forró; tornou-se conhecido Brasil inteiro através de Luiz Gonzaga. A literatura de cordel, narrações em poemas do dia a dia do sofrimento nordestino, castigado pela seca e descaso oficial, é patrimônio precioso desta região. A região norte e o Estado do Maranhão formam Amazônia: costumes e diversidade ambiental. A maior expressão cultural é o bumba-meu-boi; Sons e passos indígenas. A apresentação é plena dos elementos: cunha-poranga (princesa), fogo, chuva, terra, pajé, rituais... A culinária é a herança africana com a flora local: as palmeiras. O Pará ou cultura marajoara tem sua maior expressão artística o carimbó e a lambada, os ritmos quentes. O açaí é consumido em larga escala, utilizado em diversas modalidades. Nos demais Estados, Caboclo é termo usado para designar o habitante da região. Suas tradições assim como o Pará e o Maranhão, vem dos costumes indígenas, tanto na dança, quando na alimentação. Manaus, encravada na selva, como um grande parque industrial e uma população de mais de dois milhões de habitantes, não abandonam o tucumã, a pupunha, do tambaqui, o jaraqui, o pirarucu, a farinha, o cupuaçu e outros produtos. O boi é o ponto máximo de suas demonstrações na cidade de Parintins, levando a eterna rixa entre os componentes do Garantido (vermelho) e o Caprichoso (azul). As cirandas também dão significado culturala esta região. A cultura brasileira é dinâmica; consegue absorver e adaptar novos elementos. O funk que era somente do Rio Janeiro, O forro de matriz nordestina e o sertanejo do interior, alcançaram todo o território. Além dos frutos da miscigenação, o Brasil adotou muitas culturas: Alemã, italiana, ucraniana, polonesa, austríaca, chinesa, japonesa, libanesa, árabe... Deixando o Brasil sem igual no dinamismo de convivência cultural humana. Apesar desta recepção calorosa com as culturas estrangeiras, fatos e atos discriminatórios maculam a sociedade brasileira, apesar de ser pontuais, pessoas que se formam grupos em torno de seus egoísmos e ideologias praticam atos agressivos e pejorativos a estrangeiros e cidadãos nacionais. É o etnocentrismo, intolerância e xenofobia que acontece em larga escala no mundo e também no Brasil. 2.2 O Etnocentrismo, Intolerância e a Xenofobia Por mais que a civilidade incentive o convívio social, o ser humano não reage bem quando sua rotina, sua zona de conforto é ameaçada. O apego ao domínio e a exclusividade acompanha o ser humano da infância à velhice. Uma criança não lida bem quando a atenção dos pais passa a ser dividida com o(a) irmãozinho(a) que chega. Socialmente em relação aos amigos, às paixões, no matrimônio também acontecem atitudes possessivas... Atitudes de Ciúmes. No trabalho, um novo funcionário, à primeira vista vem a sensação se tal indivíduo será melhor recompensado, se irar tomar seu posto ou de alguém que faça parte do seu círculo... A defesa faz parte das necessidades de segurança e sobrevivência pessoal. Tendo como lição a teoria da hierarquia das necessidades de Abraham Maslow. Ainda seguindo esta teoria, os indivíduos buscam outras pessoas de acordo com sua maneira de pensar; de viver; objetivos de vida e formam grupos, que fazem parte de outros grupos de acordo com suas identidades, influenciando toda a sociedade. Pertencer uma classe pode ser já de sua existência como etnia e nacionalidade ou por opção, como religião, ideologia política, manifestações culturais e outros. Alguns povos herdam e mantém costumes e tradições por séculos: índios, ciganos, judeus, mulçumanos..Os descendentes de Abraão vivem dispersos e tem na tradição religiosa sua reta de vida. Os seguidores de Maomé, concentrados em vários países do oriente médio e norte africano fazem parte de uma mesma nação ou etnia: A árabe. De acordo com o dicionário Aurélio, etnia é o grupo biológico culturalmente homogêneo. As noções de identidade norteiam a vida de cada porção da sociedade, e se tornam mais significativas quando coloridas com expressões, características, circunstâncias, língua, musicalidade, danças, religião, crenças, manifestações populares, comemorações, sentimentos, ensinamentos... A cultura é particular de cada coletividade, o modo de vida de cada população, povo, nação, grupo... Portanto há várias culturas e múltiplas maneiras de expressões. E como o homem, apesar de civilizado, carrega o impulso da defesa, como se ainda vivesse nas cavernas, procurando impor suas características sobre os demais; em certos pontos com uso da violência e provoca verdadeiros genocídios como em Ruanda, na Armênia, na Bósnia, o Holocausto, etc. Esta imposição a partir do seu modo de viver chama-se etnocentrismo, que deriva-se de etnos, povo e centro, que é julgar e dar valor ao outro a partir de sua visão de mundo. No artigo “A cidade dos outros”, o autor desenha uma cidade e poderia ser uma pessoa, que está constantemente alerta a invasões ou aquilo que não está no nível social esperado: o louco, o estrangeiro, o pedinte, o deficiente... Aquilo que é estranho ao cotidiano ideal da cidade. O artigo se situa na Itália, porta de entrada dos imigrantes. Apesar de ser uma leitura de sete anos, a realidade é muito atual, visto que os problemas narrados têm as mesmas causas atuais: Pessoas que buscam uma vida melhor na Europa. E a conseqüência é se prevenir julgando que tais pessoas tirarão seu posto de trabalho, poderá roubar seus bens, perturbar a tranqüilidade local... Atitudes coletivas parecidas com a criança que não aceita o irmãozinho. A defesa da sobrevivência. Esta atitude de ver o outro como ameaça, é definido como xenofobia. Ainda tirando lição do texto, o literato informa que nesta cidade italiana, o administrador local, mandou tirar todos os bancos dos espaços públicos para evitar estes andarilhos parem para descansar. Mesmo que tal atitude também pudesse afetar negativamente seus conterrâneos, mas se livrar do invasor requer todo cuidado, como se os fins justificassem os meios. A literatura é imparcial no julgamento, pois no meio destes estranhos também há quem patrocinem maldades por onde passam. furtos, assaltos, estupros e assassinatos. A Europa herda os resultados de séculos de exploração na Ásia e África. Se de um lado tem os territórios invadidos por refugiados, de outro, eventos terroristas tiram de igual maneira, a paz caucasiana. No Brasil, apesar do racismo ser odiado por quase toda a população, o bairrismo prevalece. A proteção de espaços físicos ou não, como exclusivos de uma classe, também provoca descontentamentos: Existem atitudes excludentes apenas por palavras e atos, como são as posições das pessoas do asfalto que moram na orla e precisam dividir este espaço como os moradores das favelas. Também os pejorativos “baiano, Paraíba, cabeça chata..” aos nordestinos. Em todo o Pais existem observações de intrigas que as vezes se tornam humorísticas: a rixa entre cariocas e paulistas. Amazonenses e paraenses. Paraibanos e cearenses. Sulistas e o resto do Brasil... E as frases que se tornam quase patrimônio cultural, como: “Ah, isto é coisa de paulista!”, “Só podia se Paraíba mesmo”, “vascaíno é eterno vice”, “sabe porque gaúcho usa chapéu grande...? Mas nem só de palavras são as posições de proteção ao seu grupo. As brigas entre torcidas organizadas deixam rastro de violência e morte em vários Estados do país. Também em relação aos moradores de comunidades, estas pessoas são mais observadas no momento de uma contratação de emprego ou outra atividade social e outras situações que fazem parte da história humana. As religiões que têm por missão união dos povos, é quem mais divide os homens. Umas contra outras ou até mesmo nos seus seios, violências são praticadas. O Cristianismo não tolerou o judaísmo e o perseguiu. Também internamente, guerras separaram o ocidente romano do oriente ortodoxo. E o rito latino também teve fragmentações criando diversas denominações que não toleram a verdade que a outra segue. O Islamismo tem divisões guiadas por intermináveis guerras entre sunitas e shiitas. Também no Brasil, ha uma aguda, mas silenciosa intolerância religiosa entre católicos e protestantes (evangélicos), que é mais forte que qualquer outra expressão de ódio e preconceito. E tende a se tornar mais aguda com partidos que defendem cada causa. A religião em busca do poder. 3 – CONCLUSÃO E assim a humanidade segue seu curso. Em momentos unidos e outros nem tanto. As culturas apesar de locais, maiores ou menores, são formas de sentimentos e apegos sociais que deixam as pessoas mais humanas e ao mesmo tempo para defender, são capazes de gestos mais desumanos possíveis. Exemplificando a Iuguslávia, onde existiam comunidades que acomodavam pacificamente as três culturas e de repente veio a guerra étnica e o ódio secular aflorou a ponto de desconhecer vizinhos, amigos e até mesmo parentes. A atitude do prefeito da cidade italiana do artigo estudado, que visava proteger seus munícipes dos imigrantes, tirando os bancos das praças, faz lembrar uma historia popular, que um homem encontrou um objeto mágico e por ter tudo o que desejasse, mas o seu maior inimigo receberia o dobro. Depois de muito pensar o tal indivíduo apareceu com um olho furado, uma perna um braço amputados. Ele poderia simplesmente pedir para esquecer a existência do seu desafeto e viver em plenitude.REFERENCIAS FERNANDES, José Ricardo Oriá. Ensino de História e diversidade cultural: desafios e possibilidades. Campinas, SP: Unicamp, 2005 disponível em http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n67/a09v2567.pdf - acesso em 11/04/2016 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. FLEURY, Maria Tereza Leme. Gerenciando a diversidade cultural: experiência de empresas. São Paulo: RAE, 2000 disponível em http://www.scielo.br/pdf/rae/v40n3/v40n3a03.pdf - acesso em 11/04/2016 GOMES, Mércio Pereira. Antropologia: ciência do homem: filosofia da cultura. São Paulo: Contexto, 2008. VENTURINI, Ernesto. A cidade dos outros. Fractal: Revista de Psicologia. Agosto/2009. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/fractal/v21n2/02.pdf - acesso em 16/04/2016 Outras buscas eletrônicas: http://www.scielo.br/pdf/rae/v40n3/v40n3a03.pdf - acesso em 11/04/2016 http://www.suapesquisa.com/o_que_e/etnia.htm - acesso em 11/04/2016 http://culturasdosul.blogspot.com.br/2010/09/roupas-gauchos.html - acesso em 12/04/2016 http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=858 - acesso em 12/04/2016
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