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Resumo Direito Civil 3 - Contratos

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23/02/2017
1
DIREITO CIVIL 3
CONTRATOS
PROF. MAURICIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• METODOLOGIA – AULAS COM SLIDES
OBS.: LEITURA DA MATÉRIA ANTES DA AULA É 
IMPORTANTÍSSIMA. IMPRESCINDÍVEL. 
NAS AULAS NÃO SERÁ DADA TODA A MATÉRIA, POIS 
ISSO É IMPOSSÍVEL. NAS AULAS SERÃO PASSADOS OS 
PONTOS MAIS IMPORTANTES E SERÃO TIRADAS AS 
DÚVIDAS SOBRE A LEITURA PRÉVIA.
AO FIM DA SEMANA AULA, O TEMA PROPOSTO SE 
ENCERRA E NO INÍCIO DA NOVA SEMANA UM NOVO 
TEMA SERÁ ABORDADO. 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• CASOS CONCRETOS
VALERÃO APENAS 1 PONTO NA FORMA DE “PROVA”.
DEVERÃO SER FEITOS ATÉ O DIA DA PRIMEIRA AULA 
DE CADA SEMANA-AULA.
NA ÚLTIMA AULA DE CADA SEMANA-AULA ELES 
SERÃO DISCUTIDOS (NÃO SERÁ DADA A RESPOSTA).
NÃO EXISTE MAIS GARANTIA DE CASO CONCRETO NA 
AV2 E AV3. PODEM CAIR, MAS PODEM TAMBÉM NÃO 
CAIR.
23/02/2017
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• CHAMADA – REALIZADA AO FINAL DA AULA, 10 
MINUTOS ANTES DO FIM DO HORÁRIO
• PRESENÇA – RESPONDER A CHAMADA NÃO 
SIGNIFICA PRESENÇA. O ALUNO QUE CHEGAR 
MUITO ATRASADO RECEBERÁ FALTA
• JUSTIFICATIVAS POR AUSÊNCIA – A INSTITUIÇÃO 
NÃO ACEITA ATESTADOS MÉDICOS OU QUALQUER 
OUTRA JUSTIFICATIVA. VER REGIMENTO INTERNO 
DA ESTÁCIO:
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Segundo o Regimento Interno da FESVV:
Art. 47 Independentemente dos demais resultados obtidos, é considerado 
reprovado na disciplina o aluno que não obtenha frequência de, no mínimo, 75% 
(setenta e cinco por cento) das aulas e demais atividades programadas.
§ 1º. A verificação e o registro da frequência é de responsabilidade do professor, e 
seu controle, para efeito do presente artigo, da Secretaria Geral, vedado o abono de 
faltas. 
§2º. No caso de doença infectocontagiosa, traumatismo, cirurgia que impossibilite o 
deslocamento, ou gravidez, poderá ser solicitado pelo aluno, ou pessoa autorizada, a 
compensação por meio do Regime Especial. Somente poderão requerer esse 
benefício, os alunos com impedimento igual ou superior a 15 dias, alunas em estado 
de gravidez, a partir do oitavo mês de gestação e durante três meses pós gestação.
Portanto, em regra, atestado médico não abona os dias de faltas, a não ser nas 
situações específicas do regime especial.
Para isso o aluno tem a possiblidade de ter até 25% de faltas durante todo o 
semestre letivo.
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
• BIBLIOGRAFIA – CARLOS ROBERTO GONÇALVES
• VADE MECUM – OBRIGATÓRIO EM SALA
• ARQUIVOS NA BIBLIOTECA DA DISCIPLINA DO SIA
ARTIGOS CIENTÍFICOS
SLIDES EM PDF (SEMPRE EM ATUALIZAÇÃO)
PLANO DE AULA
• PROVAS – TODAS SEM CONSULTA
AV1 – NOTA 9
AV2 – NOTA 10
AV3 – NOTA 10
23/02/2017
3
Contratos
• Código Civil e Constituição Federal.
• Divisão didática do Direito Civil:
– Parte Geral
• Livro I – Das Pessoas – Arts. 1° a 78
• Livro II – Dos Bens – Arts. 79 a 103
• Livro III – Dos Fatos Jurídicos – Arts. 104 a 232
– Parte Especial
• Livro I – Do Direito das Obrigações
–Obrigações – Arts. 233 a 420
– Contratos – Arts. 421 a 853
– Atos Unilaterais – Arts. 854 a 886
– Títulos de Crédito – Arts. 887 a 926
– Responsabilidade Civil e Preferências – Arts. 927 a 965
• Livro II – Do Direito de Empresa – Arts. 966 a 1.195
• Livro III – Do Direito das Coisas – Arts. 1.196 a 1.510
• Livro IV – Do Direito de Família – Arts. 1.511 a 1.783
• Livro V – Do Direito das Sucessões – Arts. 1.784 a 2.027
• Livro Complementar – Das Disposições Finais e Transitórias –
Arts. 2.028 a 2.046.
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.1 Conceito
–Orlando Gomes: negócio jurídico bilateral, ou 
plurilateral, que sujeita as partes à observância 
de conduta idônea à satisfação dos interesses 
que a regulam.
–Roberto Lisboa: trata-se do ajuste de vontades 
por meio do qual são constituídos, modificados 
ou extintos os direitos que uma das pessoas tem, 
muitas vezes, em benefício de outra.
1-Teoria Geral dos Contratos
• Estrutura do contrato
–Partes (bipolaridade da relação contratual: 
alteridade e composição de interesses).
Obs: art. 117, CC/2002: autocontrato.
–Objeto
• imediato (operação – dar, vender, alugar, etc.)
• mediato (bens jurídicos materiais ou imateriais 
– automóvel, dinheiro, crédito, etc.)
23/02/2017
4
1-Teoria Geral dos Contratos
• Teorias sobre a natureza jurídica do contrato
– Objetivas:
• teoria normativa (Hans Kelsen): acordo de 
vontades que possui a função criadora do direito.
• teoria preceptiva (Oscar von Bülow): as cláusulas 
contratuais têm natureza de preceito jurídico.
– Subjetivas:
• voluntarista (Savigny): a vontade é o fundamento 
dos contratos.
• DECLARATIVA (Sailleles): a vontade declarada por 
ambas as partes é o fundamento dos contratos.
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.2 Condições de validade dos contratos
– Contratos são negócios jurídicos e por essa razão 
desdobram-se nos três planos da escada ponteana:
EXISTÊNCIA
VALIDADE
EFICÁCIA
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.2 Condições de validade dos contratos
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
Pressupõe declaração de vontade isenta de vícios (erro, dolo, 
coação) e esclarecida
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
A regulamentação dos próprios interesses pelos contratantes. É o 
conteúdo que possui caráter normativo hábil para criar, modificar 
ou extinguir relações jurídicas
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Cumpre três funções: torna certa e isenta de dúvidas a 
manifestação de vontade; demonstra a existência de uma 
declaração de vontade apta a produzir efeitos jurídicos; e, por 
último, protege a boa-fé de terceiros.
23/02/2017
5
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.2 Condições de validade dos contratos
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, 
constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece 
ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os 
seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos 
preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista 
pelas partes determinada forma de execução
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
a) Liberdade de contratar. Autonomia da vontade. Pacta 
sunt servanda.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, 
observadas as normas gerais fixadas neste Código.
b) Supremacia da ordem pública
c) Consensualismo (ou liberdade das formas)
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
d) Função social e econômica do contrato
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em 
razão e nos limites da função social do contrato.
Enunciados 22 e 23 – Jornadas de Direito Civil
22 - Art. 421: a função social do contrato, prevista no 
art. 421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral 
que reforça o princípio de conservação do contrato, 
assegurando trocas úteis e justas.
23/02/2017
6
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
d) Função social e econômica do contrato
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em 
razão e nos limites da função social do contrato.
Enunciados 22 e 23 – Jornadas de Direito Civil
23 - Art. 421: a função social do contrato, prevista no 
art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio 
da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o 
alcance desse princípio quando presentes interesses 
metaindividuais ou interesse individual relativo à 
dignidade da pessoa humana.
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
d) Função social e econômica do contrato
Art. 2.035.Parágrafo único. Nenhuma convenção 
prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, 
tais como os estabelecidos por este código para 
assegurar a função social da propriedade e dos 
contratos(princípio da retroatividade motivada).
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
e) Relatividade dos efeitos do contrato
Enunciado 21 – Jornadas de Direito Civil
21 - Art. 421: a função social do contrato, prevista no 
art. 421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral a 
impor a revisão do princípio da relatividade dos efeitos 
do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela 
externa do crédito.
f) Obrigatoriedade (ou intangibilidade) dos contratos (ou 
princípio da força vinculante dos contratos)
23/02/2017
7
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
g) Revisão dos contratos (ou da onerosidade excessiva)
Teoria da cláusula implícita rebus sic stantibus – o 
cumprimento do contrato pressupõe inalterabilidade 
da situação de fato.
h) Boa-fé e da probidade
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, 
assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Enunciados 24, 25, 26 e 27 – Jornadas de Direito Civil
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
h) Boa-fé e da probidade - Enunciados Jornadas de Direito Civil
24 - Art. 422: em virtude do princípio da boa-fé, 
positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação 
dos deveres anexos constitui espécie de 
inadimplemento, independentemente de culpa.
25 - Art. 422: o art. 422 do Código Civil não inviabiliza a 
aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé nas fases 
pré-contratual e pós -contratual.
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
h) Boa-fé e da probidade - Enunciados Jornadas de Direito Civil
26 - Art. 422: a cláusula geral contida no art. 422 do 
novo Código Civil impõe ao juiz interpretar e, quando 
necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-
fé objetiva, entendida como a exigência de 
comportamento leal dos contratantes.
27 - Art. 422: na interpretação da cláusula geral da 
boa-fé, deve-se levar em conta o sistema do Código 
Civil e as conexões sistemáticas com outros estatutos 
normativos e fatores metajurídicos.
23/02/2017
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1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
h) Boa-fé e da probidade
Funções da boa-fé objetiva:
- função interpretativa (boa-fé enquanto cânone 
interpretativo-integrativo): as relações jurídicas 
decorrentes do contrato devem ser interpretadas à luz 
da boa-fé. Tal mandamento se direciona tanto às 
partes envolvidas no contrato quanto ao magistrado. A 
função interpretativa está contida no art. 113, CC. 
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
h) Boa-fé e da probidade
Funções da boa-fé objetiva:
- função criadora de deveres jurídicos (boa-fé enquanto 
norma criadora de deveres jurídicos): a boa-fé objetiva 
é fonte dos deveres de conduta (deveres anexos, 
deveres secundários, deveres laterais). Nesse sentido, 
v. Clóvis Couto e Silva (A Obrigação como Processo)
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
h) Boa-fé e da probidade
Funções da boa-fé objetiva:
- função de controle (boa-fé enquanto norma de 
limitação ao exercício de direitos subjetivos): a boa-fé 
objetiva, combinada com a disciplina jurídica do abuso 
de direito (art. 187, CC/2002) é utilizada para 
considerar ilícitos os atos atentatórios à boa-fé objetiva 
e, por isso, proibir sua execução. Ex: teoria dos atos 
próprios (venire contra factum proprium, tu quoque, 
supressio, surrectio e duty to mitigate the loss).
23/02/2017
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1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.3 Princípios fundamentais do direito contratual
h) Boa-fé e da probidade
Venire contra 
factum proprium
Protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma posição 
jurídica em contradição com o comportamento assumido 
anteriormente
Suppressio Um direito não exercido durante determinado lapso de tempo não 
poderá mais sê-lo, por contrariar a boa-fé
Surrectio É a outra face da suppressio. Acarreta o nascimento de um direito em 
razão da continuada prática de certos atos
Tu quoque Proíbe que uma pessoa faça contra outra o que não faria contra si 
mesmo.
Turpitudinem 
suam allegans 
non auditor
Reprime a malícia e a má-fé. Não se pode alegar a própria torpeza. 
Obs.: Carlos R. Gonçalves cita esse mesmo princípio como nemo
auditur propriam turpitudinem allegans
Duty to mitigate
the loss
O credor tem o dever de mitigar os prejuízos que serão reparados 
posteriormente pelo devedor
Caso Concreto Semana aula 1
Lei atentamente a assertiva adiante:
À luz do Código Civil de 1916, afirmou Caio Mário da Silva Pereira: "a ordem 
jurídica oferece a cada um a possibilidade de contratar, e dá-lhe a liberdade de 
escolher os termos da avença. Segundo as suas preferências. Concluída a 
convenção, recebe da ordem jurídica o condão de sujeitar, em definitivo, os 
agentes. Uma vez celebrado o contrato, com observância dos requisitos de 
validade, tem plena eficácia, no sentido de que se impõe a cada um dos 
participantes, que não têm mais a liberdade de se forrarem às suas 
consequências, a não ser com a cooperação anuente do outro. Foram as partes 
que acolheram os temor de sua vinculação, e assumiram todos os riscos. A elas 
não cabe reclamar, e ao juiz não é dado preocupar-se com a severidade das 
cláusulas aceitas, que não podem ser atacadas sob a invocação de princípio de 
equidade". 
À luz das novas disposições do Código Civil/2002:
a) A assertiva acima ainda guarda alguma validade face à nova ordem 
jurídica civil e constitucional? Fundamente a sua resposta.
b) Elabore um conceito de função social do contrato, indicando se a função 
social do contrato pode justificar inadimplemento contratual.
Caso Concreto Semana aula 1
Questão objetiva 1
(TJMS - Juiz Substituto - 2009) A propósito dos contratos, examine as 
assertivas abaixo e indique a alternativa correta:
a) Obrigação e contrato se confundem porque deste advém o 
acordo de vontades que visa a constituição, modificação ou extinção 
de direitos; em suma, um conjunto de obrigações a serem cumpridas 
pelas partes.
b) Nem toda relação jurídica contratual possui, além das partes e 
do consensualismo, um objeto.
c) O objeto da relação jurídica patrimonial pode ser imediato ou 
mediato, sendo o primeiro o contrato propriamente dito e o último, o 
bem da visa suscetível de apreciação econômica
d) O objeto mediato se limita ao seu aspecto econômico e ao fato 
de ser corpóreo.
e) Vale, em regra, o contrato que implique transmissão de direitos 
autorais.
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Caso Concreto Semana aula 1
Questão objetiva 2
(MPRS - 2001) A superação do paradigma voluntarista do contrato 
encontra-se justificada pela:
I. Utilidade social do contrato.
II. Objetivação do vínculo contratual.
III. Concepção da causa como função econômico-social do contrato.
IV. Justiça da relação contratual no caso concreto.
V. Expansão das hipóteses de vícios do consentimento.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as alternativas I e III estão corretas.
b) Somente as alternativas II e III estão corretas.
c) Somente as alternativas I, II, III e IV estão corretas.
d) Somente as alternativas I, II, IV e V estão corretas.
e) Somente as alternativas I e IV estão corretas.
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
– Quando ocorre necessidade de interpretação de um 
contrato?
– Quais as possíveis consequências de uma dúvida 
sobre a interpretação de uma cláusula contratual 
após a celebração de um contrato?
1.4.1 Espécies de interpretação
– Declarativa – para cláusulas existentes
– Integrativa ou construtiva – para omissões e lacunas
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.2 Fontes deinterpretação
– Lei (Em especial Arts. 112, 113 e 114 do C.C.)
– Analogia
– Equidade
– Costumes
– Princípios Gerais do Direito
23/02/2017
11
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.3 Princípios para interpretação contratual
– Princípio da boa-fé
– Princípio da conservação do contrato (ou princípio 
do aproveitamento do contrato)
na medida do possível é preferível conservar o 
contrato defeituoso naquilo que for aproveitável do 
que anulá-lo.
Ex.: Compra e venda de imóveis sem as devidas 
formalidades, aproveita-se como promessa de 
compra e venda
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.4 Regras esparsas relacionadas à interpretação 
contratual
 Art. 423. Quando houver no contrato de adesão 
cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á 
adotar a interpretação mais favorável ao 
aderente.
 Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a 
herança de pessoa viva.
 Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não 
admite interpretação extensiva.
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.4 Regras esparsas relacionadas à interpretação 
contratual
 Art. 843. A transação (ver art. 840) interpreta-se 
restritivamente, e por ela não se transmitem, 
apenas se declaram ou reconhecem direitos.
 Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for 
suscetível de interpretações diferentes, 
prevalecerá a que melhor assegure a observância 
da vontade do testador.
23/02/2017
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1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.4 Regras esparsas relacionadas à interpretação 
contratual
 STF, Súmula 454. Simples interpretação de 
cláusulas contratuais não dá lugar a recurso 
extraordinário.
 STJ, Súmula 181. É admissível ação declaratória, 
visando a obter certeza quanto a exata 
interpretação de clausula contratual.
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.5 Critérios práticos para interpretação dos 
contratos – Maria Helena Diniz
– a melhor maneira de apurar a intenção dos 
contratantes é verificar o modo como vinham 
executando o contrato, de comum acordo;
– deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da 
maneira menos onerosa para o devedor;
– as cláusulas contratuais não devem ser interpretadas 
isoladamente, mas em conjunto com as demais;
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.5 Critérios práticos para interpretação dos 
contratos – Maria Helena Diniz
– qualquer obscuridade é imputada a quem redigiu a 
estipulação, pois, podendo ser claro, não o foi;
– na cláusula suscetível de dois significados, 
interpretar-se-á em atenção ao que pode ser 
exequível (princípio da conservação do contrato);
– no contrato de locação que apresentar dúvidas, 
resolver-se-á contra o locador;
23/02/2017
13
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.5 Critérios práticos para interpretação dos 
contratos – Maria Helena Diniz
– em relação aos termos do contrato, considerar-se-á 
que, por mais genéricos que sejam, só abrangem os 
bens sobre os quais os interessados contratarem e 
não os de que não cogitaram;
– nas cláusulas duvidosas, prevalecerá o entendimento 
de que se deve favorecer quem se obriga;
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.5 Critérios práticos para interpretação dos 
contratos – Maria Helena Diniz
– nos contratos gratuitos, a interpretação deve 
proceder-se no sentido de fazê-lo o menos pesado 
possível para o devedor; nos onerosos, deve-se 
buscar interpretar de modo a alcançar um equilíbrio 
equitativo entre os interesses das partes;
– na dúvida entre a gratuidade e a onerosidade do 
contrato, presumir-se-á esta e não aquela;
1-Teoria Geral dos Contratos
• 1.4 Interpretação dos Contratos
1.4.5 Critérios práticos para interpretação dos 
contratos – Maria Helena Diniz
– nas convenções que tiverem por objeto uma 
universalidade de coisas, compreendem-se nela 
todos os bens particulares que a compõem, mesmo 
aqueles de que os contraentes não tiverem 
conhecimento;
– no contrato seguido de outro, que o modifica 
parcialmente, a interpretação deverá considerar 
ambos como um todo orgânico.
23/02/2017
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2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
a) Negociações preliminares (puntuação);
Pode haver responsabilidade civil nessa fase 
contratual?
R.: Apenas excepcionalmente, se houver, por exemplo, 
uma legítima expectativa de celebração contratual 
frustrada por violação da boa-fé objetiva.
2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
b) Proposta (policitação ou oblação);
- É uma declaração unilateral de vontade receptícia, 
estando sujeita à aceitação da outra parte para que 
produza seus efeitos.
- Sujeitos da proposta: 
- proponente, policitante ou solicitante: aquele que 
faz a oferta.
- solicitado, policitado ou oblato: aquele para quem 
a proposta é direcionada.
2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
b) Proposta (policitação ou oblação);
- Requisitos da proposta:
- Séria
- Completa
- Clara
- Dirigida à pessoa que se destina
23/02/2017
15
2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
b) Proposta (policitação ou oblação);
- Classificação das propostas:
I – Quanto à presença dos contratantes
- Entre presentes (inter praesentes) – o aceite pode 
ser dado imediatamente
- Entre ausentes (inter absentes) – o aceite não 
pode ser dado imediatamente
- Obs.: trata-se de presença jurídica e não presença 
física – Art. 428 inc. I
2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
b) Proposta (policitação ou oblação);
- Classificação das propostas:
II – Quanto à validade
- Com prazo
- Sem prazo
- Obs.: Princípio da vinculação ou da 
obrigatoriedade da proposta – Art. 427
2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
b) Proposta (policitação ou oblação);
- Hipóteses em que a vinculação da proposta é afastada
a) quando na proposta estiver facultado ao policitante o 
direito de retratação. Esta hipótese não é admitida nos 
contratos de consumo.
b) quando for da natureza da proposta ou quando as 
circunstâncias do caso assim determinarem. Obscuridade 
da legislação.
23/02/2017
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2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
b) Proposta (policitação ou oblação);
- Hipóteses em que a vinculação da proposta é afastada
c) se a retratação chegar antes ou ao mesmo tempo que a 
proposta.
d) nas propostas entre presentes feitas sem prazo, quando 
o oblato não aceita imediatamente (contratos com 
declaração consecutiva).
2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
b) Proposta (policitação ou oblação);
- Hipóteses em que a vinculação da proposta é afastada
e) nas propostas entre ausentes, quando há tempo 
razoável (prazo moral) para a chegada da resposta do 
oblato (contratos com declaração intervalada).
f) quando a proposta é feita com prazo (proposta entre 
ausentes) e a aceitação não é expedida em tempo hábil.
Obs.: Art. 428 e incisos
2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
b) Proposta (policitação ou oblação);
- Oferta ao público – Art. 429 e parágrafo
- Contraproposta – nova proposta que inverte a 
polaridade da relação inicial
23/02/2017
17
2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos2.1.1 Fases da formação do contrato
c) Conclusão do contrato (aceitação)
Via de regra aplica-se teoria da agnição (ou declaração) 
na modalidade expedição.
- O contrato se forma com a expedição do aceite, mesmo 
que o proponente não tenha ciência imediata disto
Exceções (modalidade recepção):
- Art. 431 e 433;
- Quando pactuado na proposta.
2-Formação e Classificação
• 2.1 A Formação dos Contratos
2.1.1 Fases da formação do contrato
c) Conclusão do contrato (aceitação)
Obs. 1: Aceitação tácita é possível – Art. 432
Obs. 2: Aceitação tardia – Art. 430 X Art. 431
Obs. 3: Nos contratos reais, o momento da formação 
do contrato é o da tradição da coisa (entrega nas coisas 
móveis e registro no cartório nas coisas imóveis).
Obs. 4: Lugar da formação do contrato – Art. 435
Caso Concreto Semana aula 2
Jovenal, prestador de serviços em Curitiba, após troca de e-mails com 
informações sobre o serviço (via Internet) com Maria (residente em 
Colombo, região metropolitana de Curitiba) apresenta-lhe on-line 
(também via Internet/Messenger) proposta para realizar pintura de 
sua residência, indicando o preço que cobraria pela empreitada e o 
material necessário. Responda as questões abaixo:
i. Pode-se afirmar que houve negociação preliminar? Se afirmativa 
a resposta, de que forma? 
ii. A proposta feita on-line por Jovenal vincula? Justifique sua 
resposta e destaque, em caso afirmativo, o que significaria a 
obrigatoriedade da oferta. 
iii. Qual o prazo de validade da oferta feita por Jovenal?
iv. Em que momento poderia ser considerada aceita a proposta e 
formado finalmente o contrato?
v. Identifique o lugar da celebração do contrato.
23/02/2017
18
Caso Concreto Semana aula 2
Questão objetiva 1
(TJSC - Juiz Substituto - 2010) Assinale a alternativa correta:
I. A liberdade de contratar é exercida em razão e nos limites da função social do 
contrato. No sistema do Código Civil, quando há no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, nem sempre adota-se a interpretação mais favorável ao aderente. Contudo, nos 
contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a 
direito resultante da natureza do negócio.
II. É nulo o negócio jurídico quando: celebrado por pessoa absolutamente incapaz; for 
ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; o motivo determinante, comum a ambas as 
partes, for ilícito; tiver por objetivo fraudar lei imperativa; derivar de erro, dolo, coação, estado 
de perigo, lesão ou fraude contra credores. O negócio jurídico nulo não é suscetível de 
confirmação, nem convalesce pelo decurso de tempo.
III. É lícito aos interessados prevenir ou terminar o litígio mediante concessões mútuas. A 
transação, se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura pública ou por 
termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz
IV. O texto do Código Civil contempla, sempre que necessário, cláusulas gerais. As 
cláusulas gerais conferem ao sistema jurídico flexibilidade e capacidade de adaptação à 
evolução do pensamento e do comportamento social e importam em avançada técnica 
legislativa de enunciar, através de expressões semânticas relativamente vagas, princípios e 
máximas que compreendem e recepcionam a mais variada sorte de hipóteses concretas de 
condutas tipificáveis, já ocorrentes no presente ou ainda por realizarem no futuro
Caso Concreto Semana aula 2
Questão objetiva 1
a) Somente as proposições I e II estão incorretas
b) Somente as proposições III e IV estão incorretas.
c) Somente as proposições I e III estão incorretas.
d) Somente as proposições I , II e IV estão incorretas.
e) Todas as proposições estão incorretas.
Caso Concreto Semana aula 2
Questão objetiva 2
(MPE-PR - 2009 - adaptada) Sobre a formação e interpretação dos 
contratos, podemos afirmar:
a) A função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva não 
constituem limitadores da liberdade de contratar, quando presentes na 
relação jurídica, como partes, pessoas capazes agindo no exercício de 
sua atividade profissional.
b) Pode-se revogar a oferta ao público, pela mesma via da sua 
divulgação, desde que ressalvada essa faculdade no instrumento que 
contemple a oferta realizada
c) Somente quando evidenciada uma relação de consumo, é possível 
sustentar o princípio da interpretação mais favorável ao aderente, em 
sede de contrato de adesão.
d) No caso de contrato de adesão firmado tendo como partes duas 
pessoas capazes, agindo no exercício de sua atividade profissional, é 
válida a cláusula de renúncia antecipada do aderente, mesmo quando 
se trate de direito resultante da natureza do negócio.
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2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.1 Quanto à qualidade dos sujeitos contratantes
a) Contratos de direito comum
- Regulados pelo Direito Civil
- Considerados contratos paritários
b) Contratos de consumo
- Regulados pelo CDC
- contratos cuja polarização se dá entre 
consumidor e fornecedor (Arts. 2° e 3° do CDC)
2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.2 Quanto ao momento de aperfeiçoamento do 
contrato
a) Contratos consensuais
- Aperfeiçoados pela declaração de vontade
- Não dependem da entrega da coisa
- Ex.: compra e venda de bem móvel (Art. 482)
b) Contratos reais
- Precisam da efetiva entrega da coisa
- Ex.: contrato de comodato (Art. 579)
2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.3 Quanto à maneira de aperfeiçoamento do contrato
a) Contratos solenes
- Forma determinada por lei
- Inobservância da forma acarreta invalidade
- Ex.: compra e venda de bem imóvel (Art. 108)
b) Contratos não solenes
- Não há forma especial para sua celebração
- Seguem o princípio da liberdade das formas
23/02/2017
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2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.4 Quanto à tipicidade
a) Contratos típicos
- Regulamentados por lei
- Ex.: Contrato de aluguel
b) Contratos atípicos
- Não regulamentados por lei
- Ex.: Contrato de estacionamento oneroso em 
shopping center
2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.5 Quanto à presença da Administração Pública 
a) Contratos de Direito Público
- A Administração Pública figura em um dos polos
- São regidos pelas normas de direito público e, 
subsidiariamente, por normas de direito privado, no 
que não lhe for incompatível (Ex.: Licitação)
b) Contratos de Direito Privado
- Travados entre particulares e regidos pelas normas 
de direito privado
- Podem ser de direito comum, mercantis ou de 
consumo.
2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.6 Quanto à reciprocidade
a) Contratos unilaterais
- Impõem deveres apenas a uma parte
- Ex.: doação pura
b) Contratos bilaterais (ou sinalagmáticos)
- Impõem deveres recíprocos às partes
- Ex.: compra e venda
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2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.6 Quanto à reciprocidade
c) Contratos plurilaterais (ou plúrimos)
- Há direitos e deveres recíprocos entre todos os 
sujeitos envolvidos no contrato.
- Ex.: contrato de sociedade
d) Contratos bilaterais imperfeitos
- Contrato unilateral que, por circunstância 
acidental, gera obrigação para o contratante que 
não se comprometera.
- Ex.: Art. 643
2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.7 Quanto às vantagens patrimoniais das partes
a) Contratos gratuitos ou benéficos
- Há vantagem ou benefício de uma das partes
- Há uma prestação sem que haja uma 
contraprestação a ela correlata e proporcional.
- Ex.: Comodato (Art. 579)
b) Contratos onerosos
- Há vantagem e sacrifício patrimonial de ambas partes
- Ex.: Troca 
2-Formação e Classificação• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.8 Quanto à determinação do objeto contratual
a) Contratos comutativos
- As partes sabem com exatidão suas prestações e 
contraprestações. O objeto é determinado.
b) Contratos aleatórios
- há a presença do risco, que pode recair na própria 
existência da coisa (contrato emptio spei - de 
esperança), quanto na quantidade da coisa 
(contrato emptio rei speratae – de coisa esperada). 
O objeto é determinável.
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2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.9 Quanto às relações intercontratuais
a) Contratos principais
- são independentes, existindo por si só.
b) Contratos acessórios
- são aqueles que guardam uma relação de 
dependência com outro contrato, existindo em função 
dele. Ex.: Fiança (princípio da gravitação jurídica)
c) Contratos coligados
- contratos principais por natureza, mas que, por 
vontade das partes, estão unidos por um nexo funcional 
(compra e venda de dois terrenos para único fim).
2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.10 Quanto ao momento do seu cumprimento
a) Contratos de execução imediata (instantâneos)
- O vencimento ocorre concomitantemente com o 
aperfeiçoamento do contrato.
b) Contratos de execução diferida
- São contratos a termo, que deverão ser adimplidos 
em sua totalidade na data do vencimento ajustada.
c) Contratos de execução continuada (execução 
sucessiva ou trato sucessivo)
- aqueles cuja execução se dará de forma periódica.
2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.11 Quanto ao agente
a) Contratos personalíssimos (intuitu personae)
- Apenas pode ser celebrado pela pessoa constante 
no contrato.
b) Contratos impessoais
- São contratos cuja prestação pode ser cumprida 
indiferentemente por qualquer pessoa.
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2-Formação e Classificação
• 2.2 Classificação dos Contratos
2.2.12 Contrato de adesão (Art. 54 do CDC)
- Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham 
sido aprovadas pela autoridade competente ou 
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de 
produtos ou serviços, sem que o consumidor possa 
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
- Sujeitos: predisponente (ou estipulante) e aderente.
- Artigos do C. Civil: 423 e 424
- Cláusulas abusivas são nulas (nulidade absoluta).
2-Formação e Classificação
• 2.3 Estipulação em favor de terceiros (Arts. 436 a 438)
- Princípio da relatividade dos efeitos dos contratos
- Sujeitos: 
• Estipulante – aquele que cede seu benefício 
contratual a terceiro
• Promitente – o outro contratante, devedor da 
obrigação em favor do beneficiário
• Beneficiário – terceiro beneficiado que não 
participou do pacto contratual
2-Formação e Classificação
• 2.3 Estipulação em favor de terceiros (Arts. 436 a 438)
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir 
o cumprimento da obrigação.
Tradução: Quem estipula em favor de terceiro pode exigir 
o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se 
estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, 
ficando, todavia, sujeito às condições e normas do 
contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos 
termos do art. 438.
Tradução: o terceiro beneficiado também pode exigir.
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2-Formação e Classificação
• 2.3 Estipulação em favor de terceiros (Arts. 436 a 438)
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o 
contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, 
não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Tradução: Se for estipulado no contrato que o beneficiário 
pode exigir a obrigação, o estipulante não poderá perdoar 
o devedor.
2-Formação e Classificação
• 2.3 Estipulação em favor de terceiros (Arts. 436 a 438)
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de 
substituir o terceiro designado no contrato, 
independentemente da sua anuência e da do outro 
contratante.
Tradução: Se não for previsto no contrato o direito 
apontado no Art. 437, o estipulante poderá exonerar o 
devedor e substituir o terceiro beneficiado.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato 
entre vivos ou por disposição de última vontade.
2-Formação e Classificação
• 2.4 Promessa de fato de terceiro (Arts. 439 e 440)
- Também chamado de contrato por outrem
- Não se confunde com mandato, pois não existe 
representação (procuração)
- Sujeitos: 
• Credor – aquele que se beneficia com a obrigação
• Promitente – o outro contratante, que promete a 
obrigação de terceiro em favor do credor
• Terceiro – estranho ao contrato “obrigado” pelo 
promitente ao cumprimento da obrigação
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2-Formação e Classificação
• 2.4 Promessa de fato de terceiro (Arts. 439 e 440)
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro 
responderá por perdas e danos, quando este o não 
executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o 
terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua 
anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime 
do casamento, a indenização, de algum modo, venha a 
recair sobre os seus bens.
Tradução: Se a promessa for feita por cônjuge, casado em 
regime que não seja de separação de bens e o terceiro 
não anuir, não caberá perdas e danos.
2-Formação e Classificação
• 2.4 Promessa de fato de terceiro (Arts. 439 e 440)
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se 
comprometer por outrem, se este, depois de se ter 
obrigado, faltar à prestação.
Tradução: se depois que o promitente pactuar, o terceiro 
ratificar (confirmar) o contrato, o promitente está isento 
das perdas e danos caso a promessa não se concretize. O 
terceiro que confirmou será o responsável pelas perdas e 
danos.
Caso Concreto Semana aula 3
Lúcia promete à sua Comissão de Formatura que trará para cantar em uma festa, 
destinada a arrecadar fundos para a Comissão, sua tia, Ivete Sangalo. Os membros da 
Comissão, conhecedores do relacionamento próximo que Lúcia possui com sua tia, 
com razões concretas e objetivas para acreditar na promessa, não contratam nenhuma 
banda e iniciam os preparativos de divulgação do evento que, então, terá como uma 
das principais atrações a mencionada cantora. Ocorre que um dia antes do início da 
festa, Lúcia telefona para o presidente da Comissão e o comunica que embora tenha 
realizado inúmeros esforços não conseguirá trazer a tia para cantar na festa. Diante 
dessa situação, responda:
a) Qual é o tipo de obrigação (utilize pelo menos duas classificações) assumida por 
Lúcia em face da Comissão de formatura e que espécie contratual pode ser 
identificada?
b) Lúcia poderá ser de alguma forma responsabilizada, mesmo tendo empreendido 
todos os seus esforços para que a tia cumprisse promessa por ela feita?
c) Suponha que por intermédio de Lúcia, a representante da cantora entrou em 
contato com o Presidente da Comissão e, anuindo com a indicação do promitente, 
combina que a cantora cantará na festa no dia e horários marcados. No entanto, no dia 
do evento a cantora é convidada a receber um prêmio e não comparece ao evento. 
Quem responderá pelos prejuízos causados por essa ausência? Fundamente sua 
resposta.
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Caso Concreto Semana aula 3
Questão objetiva 1
(TJMA - Juiz substituto - 2008) Assinale a proposição correta, em 
se considerando o atual Código Civil:
a) Qualquer que seja o valor do imóvel, a escritura pública é 
essencial à validade do contrato de compra e venda.
b) Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o 
contratante a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a 
quem não favoreça
c) Nos contratos unilaterais, nenhum dos contratantes, antes de 
cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do 
outro.
d) A parte lesada pelo inadimplemento pode pedira resolução 
do contrato ou o seu cumprimento; mas apenas na primeira 
hipótese será possível cumular o pedido com o de indenização 
por perdas e danos.
Caso Concreto Semana aula 3
Questão objetiva 2
(TRT 8a. Região - 2009) Marque a alternativa correta:
a) Se o contrato for aleatório em virtude de fatos futuros, cujo risco de inexistirem 
for assumido por um dos contratantes, terá o outro direito de receber 
integralmente o que foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido 
culpa ou dolo, ainda que nada do avençado venha a existir.
b) No contrato aleatório, o alienante terá direito ao preço integral em qualquer 
situação, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
c) Concluído o contrato preliminar poderá a parte exigir seu cumprimento. A 
existência e a utilização da cláusula de arrependimento não inibe a exigência de 
perdas e danos.
d) Se a promessa de contrato for unilateral, pode o credor manifestar-se a 
qualquer tempo pela sua aceitação.
e) A resilição unilateral do contrato, em qualquer caso, só se opera mediante 
denúncia.
2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.1 - Conceito
São defeitos ocultos que tornam a coisa imprópria 
para o uso a que é destinada ou que, se fossem 
conhecidos, impediriam a realização do contrato. 
Autorizam o comprador a rejeitar a coisa recebida e 
redibir o contrato (ação redibitória) ou a pedir o 
abatimento do preço pago (ação estimatória ou quanti
minoris). As ações destinadas a combater os vícios 
redibitórios são também chamadas de ações edilícias 
(redibitória ou estimatória) (Art. 441, 442 e 444). 
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2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.1 - Conceito
Pergunta: Qual a diferença do vício redibitório para o erro 
ou o dolo?
O erro e o dolo são vícios de consentimento diretamente 
ligados à coisa ou a uma característica essencial da coisa. 
Não existe, a princípio, defeito.
Exemplo: Comprou bijuteria achando que era joia. 
Já o vício redibitório é um defeito não aparente da coisa, 
mas não existe, a princípio, dúvida em relação à coisa 
propriamente dita.
Exemplo: Comprou bijuteria, sabendo que era bijuteria, 
mas o fecho não funcionava.
2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.1 - Conceito
Pergunta: Uma doação pura de um automóvel, tido 
como perfeito pelo donatário, mas que possui diversos 
defeitos ocultos, pode ser enjeitada quando os vícios 
forem descobertos?
NÃO. Apenas doações onerosas (com encargos) 
podem ser enjeitadas (Art. 441 parágrafo único).
Pergunta: Defeitos de fácil constatação ensejam 
redibição?
NÃO. O vício deve ser oculto.
2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.2 – Prazo para propositura da ação (Art. 445)
1 – Sem posse prévia
a) Bem móvel – 30 dias a partir da tradição
b) Bem imóvel – Um ano a partir da tradição
2 – Se o adquirente já tinha posse do bem antes da 
tradição
a) Bem móvel – 15 dias a partir da tradição
b) Bem imóvel – Seis meses a partir da tradição
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2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.2 – Prazo para propositura da ação (Art. 445)
3 – Se o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido 
mais tarde (Art. 445 §1°).
1° Entendimento – Enunciado 174 (Gustavo Tepedino, 
Marcos Jorge Catalan, Leonardo Roscoe Bessa).
a) Bem móvel – 30 dias, que começa a contar a partir 
da ciência do vício, dentro de um prazo de 180 dias
b) Bem imóvel – Um ano, que começa a contar a 
partir da ciência do vício, dentro de um prazo de 
um ano
Obs.: Não se aplica redução relativa à posse prévia
2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.2 – Prazo para propositura da ação (Art. 445)
3 – Se o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido 
mais tarde
2° Entendimento (Caio Mário da Silva Pereira).
a) Bem móvel – 30 dias, que começa a contar a partir 
da ciência do vício, dentro de um prazo de 180 dias
b) Bem imóvel – Um ano, que começa a contar a 
partir da ciência do vício, dentro de um prazo de 
um ano
Obs.: Se aplica redução relativa à posse prévia
2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.2 – Prazo para propositura da ação (Art. 445)
3 – Se o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido 
mais tarde
3° Entendimento (Flávio Tartuce e Maria Helena Diniz).
a) Bem móvel – 180 dias, que começa a contar a partir 
da ciência do vício
b) Bem imóvel – Um ano, que começa a contar a 
partir da ciência do vício
Obs.: Não se aplica redução relativa à posse prévia
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2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.2 – Prazo para propositura da ação (Art. 445)
4 – Se o vício for encontrado em animais (Art. 445 §2°)
a) De acordo com o estabelecido em lei especial
b) Na falta de lei especial, pelos usos locais
c) Na ausência de lei especial e uso local, utilizam-se 
as normas do Art. 445 caput e §1°.
2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.2 – Prazo para propositura da ação (Art. 445)
5 – Se houver cláusula de garantia (Art. 446)
a) Não existe necessidade de propositura de ação, 
uma vez que existe a garantia. No entanto, o 
adquirente deve denunciar o defeito em 30 dias do 
respectivo descobrimento sob pena de perder o 
direito à garantia.
2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.3 – Observações 
a) Todos os prazos são decadenciais.
b) Se o alienante sabia do defeito, o adquirente 
também terá direito a indenização por perdas e 
danos (Art. 443).
Pergunta: O prazo para ajuizar ação reivindicando as 
perdas e danos é prescricional ou decadencial? 
Qual o prazo?
Resp.: Art. 206 §3° inc. V do Cód. Civil.
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2-Formação e Classificação
• 2.5 Dos vícios redibitórios (Arts. 441 a 446)
2.5.3 – Observações 
c) Vícios redibitórios no CDC – Art. 18
Pergunta: Qual o prazo para redibição de bens 
imóveis de acordo com o CDC? Pode ser aplicado o 
prazo de 1 ano do Código Civil na relação de 
consumo?
1° entendimento – Não. Lei especial prevalece sobre 
lei geral, na relação de consumo aplica-se o CDC.
2° entendimento – Sim. Aplica-se o Princípio da 
Norma Jurídica mais Benéfica ao hipossuficiente.
2-Formação e Classificação
• 2.6 Da evicção (Arts. 447 a 457)
2.6.1 – Conceito 
A evicção é a perda total ou parcial de um bem em 
razão de sentença que o atribui a outrem por direito 
anterior ao contrato. A garantia contra a evicção é 
obrigação do alienante que deriva automaticamente 
do contrato. Assim, nos contratos onerosos pelos quais 
se transfere o domínio, posse ou uso, o alienante deve 
garantir o adquirente dos riscos da evicção e indenizá-
lo na eventualidade de vir a perder o bem por força de 
sentença que reconheceu direito de outrem.
2-Formação e Classificação
• 2.6 Da evicção (Arts. 447 a 457)
2.6.2 – Requisitos
a) a onerosidade da aquisição do bem, o que afasta a 
figura nos contratos gratuitos; 
b) a perda, total ou parcial, da propriedade ou da posse 
da coisa alienada pelo adquirente; 
c) ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa;
d) anterioridade do direito do evictor;
e) sentença judicial reconhecendo a evicção; 
apreensão policial de coisa furtada ou roubada em 
momento anterior à aquisição ou pela privação da 
coisa por ato inequívoco de qualquer autoridade
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2-Formação e Classificação
• 2.6 Da evicção (Arts. 447 a 457)
2.6.4 – Consequências da evicção (Art. 450 e 449)
a) Restituição integral do preço (em qualquer caso); 
b) Indenização dos frutos que tiver que restituir; 
c) Despesasdos contratos;
d) Custas processuais e honorários advocatícios;
e) Indenização dos prejuízos que resultem diretamente 
da evicção.
Obs.: Se houver deterioração da coisa aplicam-se os 
Arts. 451 e 452.
2-Formação e Classificação
• 2.6 Da evicção (Arts. 447 a 457)
2.6.5 – Renúncia da garantia da evicção (Art. 449 e 457)
A garantia da evicção pode ser renunciada pelo 
adquirente. Contudo, a eficácia da cláusula que exclui a 
evicção varia, conforme o adquirente tenha ou não real 
conhecimento do risco da evicção (CC, 449). Se o 
adquirente tinha conhecimento dos riscos da evicção e 
concordou com a cláusula exonerando a 
responsabilidade (cláusula de irresponsabilidade pela 
evicção ou cláusula non praestenda evictione), deve 
suportar os riscos (CC, 457).
Caso Concreto Semana aula 4
Caso Concreto 1
(OAB 2010.1) Edson vendeu veículo de sua propriedade a Bruna, 
estipulando que o pagamento deveria ser feito a Tânia. Trinta 
dias depois da aquisição, o motor do referido veículo fundiu. 
Edson, embora conhecesse o vício, não o informou a Bruna e, 
ainda, vendeu o veículo pelo preço de mercado. Desejando 
resolver a situação, Bruna, que depende do automóvel para o 
desenvolvimento de suas atividades comerciais, procurou 
auxílio de profissional da advocacia, para informar-se a respeito 
de seus direitos. Em face dessa situação hipotética, indique, 
com a devida fundamentação legal, a(s) medida(s) judicial(is) 
cabível(is) e a(s) pretensão(ões) que pode(m) ser(em) 
deduzida(s), a parte legítima para figurar no polo passivo da 
demanda e o prazo para ajuizamento.
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Caso Concreto Semana aula 4
Questão Objetiva 1
(TJMS - Juiz Substituto - 2008) A ação de indenização, 
relativamente aos prejuízos causados em razão da 
entrega de sementes, para plantação, de qualidade 
inferior à contratada, deve observar o prazo:
a) Prescricional de 3 anos.
b) Decadencial de 3 anos.
c) Decadencial de 90 dias.
d) Decadencial de 30 dias.
e) Prescricional de 5 anos.
Caso Concreto Semana aula 4
Questão Objetiva 1
(TJMG - Juiz Substituto - 2008) Nos contratos onerosos, o 
alienante responde pela evicção. Assim, de acordo com o 
Código Civil, é correto dizer que:
a) A garantia não subsiste quando a aquisição se tenha 
realizado em hasta pública.
b) A garantia ou responsabilidade pela evicção independe 
de culpa
c) A garantia opera-se com a perda da coisa por ato 
administrativo de política sanitária ou de segurança 
pública.
d) A garantia ou responsabilidade pela evicção não pode 
ser objeto das disposições de vontade dos contratantes.
2-Formação e Classificação
• 2.7 Do contrato preliminar (Arts. 462 a 466)
2.7.1 – Conceito
- Contrato preliminar (ou contrato-promessa ou pactum
in contrahendo) é aquele provisório, preparatório, no 
qual as partes prometem, em data futura, 
complementar o ajuste, celebrando o contrato 
definitivo. O objeto do contrato preliminar é sempre a 
efetivação de um contrato definitivo.
- Mesmos requisitos objetivos e subjetivos dos 
contratos de uma forma geral (Art. 104).
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2-Formação e Classificação
• 2.7 Do contrato preliminar (Arts. 462 a 466)
2.7.2 – Particularidades
- As formalidades exigidas para o contrato definitivo 
não precisam ser seguidas. Ex.: se o contrato definitivo 
exige escritura pública, isso não se aplica ao contrato 
preliminar (Art. 462).
- Cláusula de arrependimento é possível, com ou sem 
previsão de multa (Art. 463).
- Registro no cartório (Art. 463 parágrafo único). 
Trata-se de exigência ou faculdade? Se não for 
registrado em cartório, poderá ser exigido pelo 
contratante?
2-Formação e Classificação
• 2.7 Do contrato preliminar (Arts. 462 a 466)
2.7.2 – Particularidades
• Jones Figueirêdo Alves e Carlos Alberto Dabus Maluf
(atualizador do Washington de Barros Monteiro): NÃO. 
Trata-se de exigência legal que se não for observada 
não produzirá efeitos entre as partes.
• Silvio Venosa, Caio Mário, Ruy Rosado de Aguiar, 
Orlando Gomes e C.R.Gonçalves: SIM. O registro em 
cartório só é necessário para estender efeitos perante 
terceiros. Sem o registro gera efeitos entre as partes. 
2-Formação e Classificação
• 2.7 Do contrato preliminar (Arts. 462 a 466)
2.7.2 – Particularidades
- Sendo possível, ou seja, se não for contrária à 
natureza da obrigação, o juiz pode suprir a vontade do 
contratante que não celebrou o contrato definitivo 
conforme o previsto no preliminar (Art. 464).
- Além do suprimento contratual por parte do juiz, a 
parte prejudicada poderá ser indenizada (Art. 465).
- Contrato preliminar unilateral (Ex. promessa de 
doação) depende de manifestação do credor para se 
concretizar (Art. 466).
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2-Formação e Classificação
• 2.8 Do contrato com pessoa a declarar (Arts. 467 a 471)
2.8.1 – Conceito
- Contrato em que um dos contraentes pode reservar-se 
o direito de indicar outra pessoa para, em seu lugar, 
adquirir os direitos e assumir as obrigações dele 
decorrentes (GONÇALVES, 2013, p. 170) Arts. 467 a 469.
2.8.2 – Sujeitos 
• Estipulante – aquele que cede o contrato a terceiro
• Promitente – o outro contratante, que assume o 
compromisso de reconhecer o amicus
• Eligendo (ou electus) – quem aceita a indicação após 
ter sido validamente comunicado ao promitente
2-Formação e Classificação
• 2.8 Do contrato com pessoa a declarar (Arts. 467 a 471)
2.8.3 – Particularidades
- Natureza jurídica de contrato com cláusula condicional 
suspensiva.
- Permite que um contratante que não deseja aparecer 
no momento da celebração do contrato possa 
contratar ou que um imóvel, por exemplo, possa ser 
comprado e passado a terceiro com menos encargos.
- A nomeação será ineficaz se o electus não aceitar a 
substituição ou se for insolvente e o promitente o 
desconhecia no momento da indicação (Art. 470). 
Nesse caso, o contrato NÃO se extingue (Art. 471).
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.1 – Modo normal de extinção do contrato
-A extinção do contrato se dá, via de regra, pela 
execução, seja instantânea (imediata ou diferida) ou 
continuada. O cumprimento da prestação libera o 
devedor e satisfaz o credor. Este é o meio normal de 
extinção do contrato.
-Sobre a prova do cumprimento (ou pagamento, como 
quer a lei civil), consulte o art. 320 do CC, que trata da 
quitação.
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2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
a) Nulidade absoluta
-resulta da ausência de elemento essencial do ato, 
com transgressão a preceito de ordem pública, 
impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua 
formação (ex tunc). (Arts. 166 e 167).
- Não precisa de confirmação e não convalesce com o 
tempo.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
a) Nulidade absoluta
- pode ser requerido em juízo a qualquer tempo, por 
qualquer interessado, podendo ser declarada de ofício 
pelo juiz ou sob provocação do Ministério Público (CC, 
168).
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
a) Nulidade absoluta
- Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver 
os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a 
que visavam as partes permitir supor que o teriam 
querido, se houvessem previsto a nulidade.
Tradução: aplica-se o princípiodo aproveitamento do 
contrato, se possível, nos casos de nulidade.
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2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
b) Nulidade relativa (ou anulabilidade)
-resulta da imperfeição da vontade: ou porque 
emanada de um relativamente incapaz não assistido, 
ou porque contém algum dos vícios do consentimento 
(Art. 171). Como pode ser sanada (Art. 172) e até 
mesmo não arguida no prazo (Art. 178 e 179), não 
extinguirá o contrato enquanto não se mover a ação 
que a decrete, com efeitos ex nunc.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
b) Nulidade relativa (ou anulabilidade)
- não pode ser arguida por qualquer das partes da 
relação contratual, nem declarada de ofício pelo juiz. 
Legitimado a pleitear a anulação é somente o 
contraente em cujo interesse foi estabelecida a regra, 
ou seja, a parte prejudicada (CC, 177).
- resguarda o interesse das partes (normas de ordem 
privada).
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
c) Cláusula Resolutiva
- cada contraente pode pedir a resolução do acordo, se 
o outro não cumpre as obrigações avençadas. Pode 
resultar de estipulação ou de presunção legal. 
- convenção das partes: cláusula resolutiva expressa ou 
pacto comissório expresso.
- Presunção legal: cláusula resolutiva implícita ou tácita.
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2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
c) Cláusula Resolutiva
Obs.: Em todo contrato bilateral ou sinalagmático 
presume-se a existência de uma cláusula resolutiva 
tácita, autorizando o lesado pelo inadimplemento a 
pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos. 
(Arts. 475).
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
c) Cláusula Resolutiva
Obs. 2: Art. 474 - Em ambos os casos, (expressa ou 
tácita), a resolução deve ser judicial, ou seja, precisa 
ser pronunciada pelo juiz. A sentença que reconhecer a 
cláusula expressa e o direito à resolução terá efeito 
meramente declaratório, ex tunc, portanto. Sendo a 
cláusula tácita, a sentença tem efeito desconstitutivo, 
dependendo de interpelação judicial, ou seja, a 
cláusula só produz efeitos após a interpelação.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
d) Direito de arrependimento
-Desde que expressamente previsto no contrato, o 
arrependimento autoriza qualquer das partes a 
rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral da 
vontade, sujeitando-se à perda do sinal, ou à sua 
devolução em dobro, sem, no entanto, pagar 
indenização suplementar. Estamos diante das arras 
penitenciais (Art. 420 CC e Súmula 412 do STF).
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2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à 
formação do contrato.
d) Direito de arrependimento
-O direito de arrependimento deve ser exercido no 
prazo convencionado ou antes da execução do 
contrato, se nada foi estipulado a respeito. O CDC 
prevê hipótese especial de direito de arrependimento 
em seu art. 49, para os casos de contratação fora do 
estabelecimento comercial (por telefone, internet). O 
prazo para o consumidor se arrepender é de 7 dias.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
a) Resolução
- Tem como causa a inexecução ou incumprimento por 
um dos contratantes, que não conseguiu cumprir com 
aquilo que foi avençado, em razão de situações 
supervenientes, que impedem ou prejudicam a 
execução do contrato.
- Resolução é um remédio concedido à parte para 
romper o vínculo contratual mediante ação judicial. O 
inadimplemento pode ser voluntário (culposo) ou 
involuntário (sem culpa) (Orlando Gomes).
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
a.1) Resolução por inexecução voluntária
- Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi 
executado e obrigando a restituições recíprocas (salvo 
em contratos de trato sucessivo, como locação, cujos 
efeitos produzidos pela resolução serão ex nunc).
- Sujeita o inadimplente ao pagamento de perdas e 
danos e da cláusula penal.
- Não é admitida em casos de incumprimento 
irrelevante ou em venire contra factum proprium.
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2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
Obs.: Exceção do contrato não cumprido (exceptio non 
adimpleti contractus) – Art. 476 CC
- Aplicável a contratos bilaterais ou sinalagmáticos, que 
envolvem prestações recíprocas, atreladas umas às 
outras. Se uma das prestações não é cumprida, deixa 
de existir causa para o cumprimento da outra.
- Para que possa ser alegada depende que as 
prestações das partes sejam simultâneas ou 
sucessivas.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
Obs.2: Exceção do contrato parcialmente cumprido 
(exceptio non rite adimpleti contractus)
- Apesar de não previsto em lei, é aplicável utilizando-se 
a mesma lógica da exceção anterior, quando um dos 
contraentes cumpriu apenas em parte, ou de forma 
defeituosa, a sua obrigação, quando se comprometera 
a cumpri-la integral e corretamente.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
Obs.3: Exceção de inseguridade – Art. 477
- Aplicável nas obrigações a prazo (execução diferida)
- Enunciado 438 da V Jornada de Direito Civil: A 
exceção de inseguridade, prevista no art. 477, também 
pode ser oposta à parte cuja conduta põe 
manifestamente em risco a execução do
programa contratual.
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2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
a.2) Resolução por inexecução involuntária
- Decorre de fato não imputável às partes (caso 
fortuito, força maior ou ato de terceiro).
- Há de ser objetiva, ou seja, não dizer respeito à 
própria pessoa do devedor, pois deixa de ser 
involuntária se dealguma forma este concorre para 
que a prestação se torne impossível.
- Deve ser total e definitiva, pois se for parcial ou 
temporária poderá não extinguir o contrato.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
a.2) Resolução por inexecução involuntária
- Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi 
executado e obrigando a restituições recíprocas (salvo 
em contratos de trato sucessivo, como locação, cujos 
efeitos produzidos pela resolução serão ex nunc).
- NÃO sujeita o inadimplente ao pagamento de perdas 
e danos e da cláusula penal (Art. 393) salvo se 
expressamente se obrigou a ressarcir os prejuízos 
resultantes de caso fortuito ou força maior, ou se 
estiver em mora (Art. 399).
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
a.3) Resolução por onerosidade excessiva
- Decretada por sentença utilizando o princípio da 
revisão dos contratos (também conhecido como 
princípio da onerosidade excessiva) e da teoria rebus 
sic stantibus, que presume a existência implícita de 
uma cláusula contratual, pela qual a obrigatoriedade 
de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da 
situação de fato dos contratantes.
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2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
a.3) Resolução por onerosidade excessiva. Requisitos:
- Contrato comutativo de execução continuada ou 
diferida;
- fato extraordinário e imprevisível; 
- considerável alteração da situação de fato existente 
no momento da execução, em confronto com a que 
existia por ocasião da celebração do contrato;
- nexo de causalidade entre o evento superveniente e 
a consequente onerosidade excessiva.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
a.3) Resolução por onerosidade excessiva.
- O contratante que estiver em mora quando da 
ocorrência dos fatos não pode invocar, em defesa, a 
onerosidade excessiva, pois, estando naquela 
situação, responde pelos riscos supervenientes, 
ainda que decorrentes de caso fortuito ou força 
maior (Art. 399).
- A parte beneficiada pelo evento imprevisível pode 
evitar a resolução propondo alternativas (Art. 479).
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
a.3) Resolução por onerosidade excessiva.
- A mesma revisão contratual prevista no Art. 478 
pode ser realizada sem os requisitos apontados 
anteriormente se, no contrato, as obrigações 
couberem a apenas uma das partes (Art. 480). 
Exs.:Por exemplo, pagamento de multa em contrato de 
locação (Art. 572), pagamento a vista em contrato de 
fiança.
23/02/2017
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2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
b) Resilição (resilire, voltar atrás)
- Tem como causa manifestação de vontade, que pode 
ser bilateral ou unilateral. 
- A resilição bilateral é denominada distrato, que é o 
acordo de vontades que tem por fim extinguir um 
acordo de vontades anteriormente celebrado. 
- A unilateral pode ocorrer somente em determinados 
contratos, pois a regra é a impossibilidade de um 
contraente romper o vínculo contratual por sua 
exclusiva vontade.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
b.1) Distrato (Art. 472).
- Qualquer contrato pode cessar pelo distrato. É 
necessário, todavia, que os efeitos não estejam 
exauridos, pois o cumprimento é a via normal de 
extinção. Contrato extinto não precisa ser dissolvido.
- A sua eficácia é ex nunc, operando sem necessidade 
de pronunciamento judicial. 
- o distrato deve obedecer à mesma forma do contrato 
a ser desfeito quando este tiver forma especial, mas 
não quando esta for livre
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
b.2) Denúncia (ou revogação, ou renúncia) (Art. 473).
- Ocorre nas obrigações duradouras, contra a sua 
renovação ou continuação, independentemente do 
não-cumprimento da outra parte, nos casos 
permitidos na lei (p.ex., a denúncia do Art. 46, §2º da 
Lei 8.245/91 - Lei do Inquilinato), ou no contrato, 
quando as partes tenham pactuado a possibilidade de 
resilição unilateral.
- A resilição unilateral independe de pronunciamento 
judicial e produz efeitos ex nunc, não retroagindo.
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2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
b.2) Denúncia (ou revogação, ou renúncia) (Art. 473).
- No contrato de mandato, a resilição unilateral 
denomina-se revogação ou renúncia, conforme a 
iniciativa seja do mandante ou do mandatário.
- Para valer, precisa ser notificada à outra parte, 
produzindo efeitos a partir do momento em que chega 
ao seu conhecimento.
- Não precisa ser justificada, mas em certos contratos 
exige-se justa causa. Na hipótese, a ausência de justa 
causa não impede a resilição, mas obriga a parte a 
indenizar perdas e danos.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
c) Morte de um dos contratantes.
- A morte de um dos contratantes só acarreta a 
dissolução dos contratos personalíssimos, que não 
poderão ser executados pela morte daquele em 
consideração do qual foi ajustado. Subsistem as 
prestações cumpridas, pois seu efeito é ex nunc.
2-Formação e Classificação
• 2.9 Da extinção do contrato (Arts. 472 a 480)
2.9.2 – Modos anormais de extinção do contrato. 
Extinção do contrato sem cumprimento.
2.9.2.2 Causas supervenientes à formação do contrato.
d) Rescisão.
- Existe o hábito no meio negocial de utilizar a 
expressão rescisão englobando as figuras da resolução 
e da resilição. Contudo, tecnicamente falando, a 
rescisão ocorre nas hipóteses de dissolução de 
determinados contratos, como aqueles em que 
ocorreu lesão (Art. 157) ou que foram celebrados em 
estado de perigo (Art. 156).
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Caso Concreto Semana aula 5
Caso Concreto 1
(MPDFT - 27o. Concurso - adaptada) Considere que foi firmado um 
contrato particular de promessa de compra de um bem imóvel, 
financiado em 60 parcelas mensais, entre Pedro e João, figurando 
como intermediária a Imobiliária Morar Bem, no qual foi inserida 
cláusula resolutiva expressa, restando ajustado que enquanto o 
financiamento permanecer em nome do cedente, o cessionário 
compromete-se a efetuar o pagamento das prestações do imóvel, 
junto à instituição financeira, nos seus respectivos vencimentos, 
sob pena de perder o valor do ágio e ser obrigadoa devolver o 
imóvel ao cedente, sem direito a qualquer indenização, ou 
restituição, independentemente de interpelação judicial. Ficou 
acordado, também, que o contrato não era sujeito à revisão. A 
posse do imóvel foi transferida ao comprador no ato da assinatura 
do mencionado contrato. Diante dessa situação hipotética, quais 
seriam os efeitos da resolução deste contrato? Explique sua 
resposta.
Caso Concreto Semana aula 5
Caso Objetivo 1
(MPDFT - 2009 ) Ainda a respeito dos contratos, assinale a alternativa correta:
a) Ocorrendo a evicção parcial, sendo esta considerável, o evicto poderá optar entre 
a rescisão contratual e a retenção da coisa com o abatimento proporcional do preço
b) A teoria da imprevisão também se aplica nas relações de consumo, onde são 
nulas as cláusulas que estabeleçam prestações desproporcionais, para o consumidor, 
decorrente de fatos supervenientes, desde que imprevistos pelas partes.
c) Se, depois de concluído o contrato, com prestações sucessivas, ocorrer a 
diminuição patrimonial de uma das partes, capaz de tornar duvidoso o cumprimento 
da prestação assumida, não pode a outra parte cessar ou reter a sua prestação até que 
o segundo efetue a sua ou preste garantia suficiente.
d) O contrato por prazo indeterminado admite a resilição unilateral, que é exercida 
mediante declaração de vontade emanada da parte a quem não mais interessa a 
manutenção do vínculo negocial. A resilição unilateral é um direito potestativo e 
opera-se mediante denúncia, independente de notificação da outra parte.
e) No contrato com pessoa a declarar é possível aos contratantes inserir estipulação 
segundo a qual um deles se reserva a faculdade de indicar uma pessoa, diversa da 
relação originária, que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações decorrentes 
do negócio, caso o contratante originário não cumpra as obrigações assumidas.
Caso Concreto Semana aula 5
Caso Objetivo 2
(TRF 4a. Região - 2010) Assinale a alternativa correta. 
A "exceptio non adimpleti contractus" pode ser 
aplicada:
a) Apenas nos contratos unilaterais.
b) Apenas nos contratos bilaterais
c) Nos contratos unilaterais e bilaterais.
d) Somente nos contratos escritos.
e) Todas as alternativas anteriores são incorretas.
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3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
• Art. 481 C. Civil.: Pelo contrato de compra e 
venda, um dos contratantes se obriga a 
transferir o domínio de certa coisa, e o outro, 
a pagar-lhe o preço.
 Transferência de coisa corpórea = alienação
Ex.: Alienação de imóveis, alienação de veículos
 Transferência de coisa incorpórea = cessão
Ex.: Cessão de crédito, cessão de direitos autorais
3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
- Transferência de domínio de coisa MÓVEL = tradição = 
entrega da coisa vendida (Art. 1226)
- Transferência de domínio de coisa IMÓVEL = registro = 
inscrição no cartório de registro de imóveis (Art. 1227)
- Art. 481 C. Civil.: Pelo contrato de compra e venda, um 
dos contratantes se obriga a transferir o DOMÍNIO de 
certa coisa, e o outro, a pagar-lhe o preço.
- Domínio – é o direito que vincula e legalmente 
submete a coisa ao poder absoluto de nossa vontade.
Em outras palavras, o domínio é a condição necessária 
para se poder exercer a propriedade.
3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
- Art. 1228 C. Civil: O proprietário tem a faculdade de 
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do 
poder de quem quer que injustamente a possua ou 
detenha.
– Usar – servir-se da coisa e de utilizar da maneira que 
entender mais conveniente.
– Gozar – usufruir, poder perceber os frutos naturais e 
civis da coisa e de aproveitar economicamente os 
seus produtos
– Dispor – poder de transferir, gravar de ônus e alienar 
a outrem
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3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
• 3.1.1 Conceito e características
- É o contrato por meio do qual o adquirente 
(comprador) paga determinado preço em dinheiro com 
o fim de obter para si a transferência definitiva do bem 
do alienante (vendedor) (Roberto Lisboa).
- Contrato oneroso, bilateral, típico, não solene, 
consensual e comutativo.
– Oneroso – ambos contratantes obtêm proveito, ao 
qual corresponde um sacrifício.
– Bilateral perfeito ou sinalagmático – gera obrigações 
recíprocas (art. 491 CC).
3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
• 3.1.1 Conceito e características
- Contrato oneroso, bilateral, típico, não solene, 
consensual e comutativo.
– Típico – previsto em lei.
– Não solene – pois via de regra, não se exige por lei 
uma forma para sua celebração. Exceção: compra e 
venda de imóveis – pois exige-se escritura pública e 
registro em cartório.
– Consensual – se aperfeiçoa com o acordo de 
vontades dos contratantes (art. 482 CC).
3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
• 3.1.1 Conceito e características
- Contrato oneroso, bilateral, típico, não solene, 
consensual e comutativo.
– Comutativo – via de regra porque de imediato se 
apresenta certo o conteúdo das prestações 
recíprocas. As prestações são certas e as partes 
podem antever as vantagens e os sacrifícios. 
Exceção: quando for compra e venda aleatória, que 
tem por objeto coisas futuras ou coisas existentes 
sujeitas a risco.
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3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
• 3.1.2 Elementos da Compra e Venda
1. Coisa – objeto idôneo da obrigação do vendedor para 
com o comprador (art. 104, II, CC - A validade do 
negócio jurídico requer: objeto lícito, possível, 
determinado ou determinável).
– Própria – vedada a venda a non domino
– De coisa atual ou futura
• Atual – contrato comutativo.
• Futura – contrato aleatório.
3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
• 3.1.2 Elementos da Compra e Venda
– Coisa futura – contrato aleatório – aplica-se 
atualmente a venda de safras, resultados de 
pescarias, granjas, rebanhos, etc...
• Venda de uma esperança (emptio spei) – o negócio 
jurídico é válido e o preço é devido mesmo que 
nada venha a existir (art. 458 CC).
• Venda de coisa esperada (emptio rei speratate) – o 
negócio jurídico se resolve se não vier a existir 
nenhuma quantidade (art. 459 CC).
3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
• 3.1.2 Elementos da Compra e Venda
2. Preço – contraprestação do comprador. Caracteriza o 
sinalagma do contrato. Deve ser:
– Em dinheiro (ou expressão fiduciária 
correspondente – cheque ou nota promissória).
– Em moeda corrente – Real
– Sério e certo – deve guardar equivalência com o 
valor da coisa.
• Preço muito baixo – desnatura para doação
• Preço muito alto – pode caracterizar lesão
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3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
• 3.1.2 Elementos da Compra e Venda
2. Preço – Pode ser fixado:
– Livremente pelas partes
– Por terceiro designado pelos contratantes
• Ex.: mecânico de confiança, especialista, etc.
– Conforme a taxa de mercado ou da bolsa em certo 
dia e lugar
• Ex.: Cotação do café
– Por tabelamento ou tarifamento
• Ex.: Tabela Fipe
3-Contratos Nominados
• 3.1 Contrato de Compra e Venda (Arts. 481 a 532)
• 3.1.2 Elementos da Compra e Venda
3. Consentimento – É o acordo de vontades entre 
comprador e vendedor com relação à coisa e o preço. Em 
conformidade com o art. 482, CC/02, o contrato de 
compra e venda é concluído com o simples 
consentimento (contrato consensual).
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á 
obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no 
objeto e no preço.
23/02/2017

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