Buscar

introducao financas empresariais 1

Prévia do material em texto

Introdução a 
finanças empresariais
Gilson Rogério Marcomini e 
Cymara A. de Jesus Marcomini
Sumário
CAPÍTULO 1 – Finanças Empresariais ...............................................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
1.1 Introdução à Administração Financeira .......................................................................05
1.1.1 Conceitos Introdutórios ....................................................................................06
1.1.2 Dinâmica das decisões financeiras ....................................................................07
1.1.3 Aplicações da Administração Financeira nas organizações: contas a pagar e contas a 
receber ...................................................................................................................09
1.2 Administração Financeira e os Objetivos da Empresa ...................................................13
1.2.1 Os objetivos das Empresas ...............................................................................13
1.2.2 Medição dos Objetivos das Empresas ................................................................14
1.3 Integração dos Conceitos Contábeis e Financeiros .......................................................16
1.3.1 Elaboração e interpretação de balanços e relatórios contábeis .............................17
1.3.2 Ciclo Operacional e Ciclo de Caixa ..................................................................19
Síntese ..........................................................................................................................22
Referências Bibliográficas ................................................................................................23
03
Capítulo 1 
Introdução
Basicamente, as pessoas definem as finanças como algo diretamente relacionado ao dinheiro. 
No entanto, as ações financeiras são muito maiores. Você consegue expor o que faz a área finan-
ceira em uma empresa? Como os gestores tomam decisões financeiras nas empresas?
A área de finanças é uma das mais importantes dentro do contexto organizacional, e sua impor-
tância se atrela ao fato de que todos os recursos financeiros estão diretamente relacionados ao 
trabalho da área. O trabalho mais importante desse setor é o de gerenciar o capital financeiro 
da empresa.
A administração financeira precisa determinar a forma como serão investidos os recursos da 
empresa, além de analisar a apuração do lucro, dando a correta destinação a esses valores.
Para isso, é preciso que a área financeira desenvolva as seguintes atividades: o planejamento e 
o controle financeiro, bem como a administração de ativos e passivos.
Em atividades operacionais, o setor de finanças é responsável pelo recebimento dos valores 
financeiros provenientes das vendas de produtos e serviços aos clientes, bem como pelo paga-
mento a fornecedores, funcionários e governos (ASSAF NETO, 2012).
No mesmo contexto, a área financeira precisa estar presente na elaboração e no alcance dos 
objetivos empresariais, bem como analisar e mensurar o alcance dos objetivos, que podem ser 
feitos através da apuração do lucro ou do uso de ferramentas que apuram a criação de riqueza 
aos acionistas ou sócios da empresa.
Assim, a área financeira precisa estar integrada ao setor contábil, pois algumas ferramentas 
contábeis são de extrema importância para o setor financeiro, como o Balanço Patrimonial e o 
Demonstrativo do Resultado do Exercício (HOJI, 2014).
Outro contexto importante é entender e analisar os ciclos de caixa e operacional, que mostram as 
lacunas de recursos no caixa da empresa, interpondo ações e decisões de captação de recursos 
externos para a utilização como capital de giro.
Dessa forma, este capítulo descreverá e empregará conceitos introdutórios das finanças empre-
sariais, expondo as formas de aplicá-las às decisões financeiras rotineiras das organizações.
1.1 Introdução à Administração Financeira
A área financeira desempenha o importante trabalho de gerenciar o capital financeiro da em-
presa, tanto em relação às ações operacionais quanto no que se refere às ações gerenciais e 
estratégicas.
As ações operacionais são a análise e execução do recebimento dos recursos financeiros dos 
clientes, bem como os pagamentos das obrigações aos fornecedores, governos, funcionários e 
outros envolvidos no processo empresarial. 
05
Finanças Empresariais
06 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
A administração financeira também deve estudar como serão investidos os recursos da empresa; 
analisar o contexto de apuração do lucro, dando a correta destinação a esses valores, através do 
planejamento e controle financeiros; e gerir os ativos e passivos (HOJI, 2014).
Os principais trabalhos operacionais do setor financeiro são: as Contas a Pagar e as Contas a 
Receber, como você verá detalhadamente à frente. 
Desse modo, neste tópico explicaremos a você os principais conceitos e argumentos que fazem 
parte do contexto da Administração Financeira, identificando as suas aplicações nas organizações.
Figura 1 – O setor de finanças preocupa-se principalmente com a alocação e destinação de recursos financeiros.
Fonte: Shutterstock, 2015.
1.1.1 Conceitos Introdutórios
A área de finanças é uma das mais importantes dentro do contexto organizacional, bem como no 
estudo da administração, sendo um dos quatro pilares da ciência administrativa.
O termo finança provém do francês finance e refere-se ao compromisso que assume um sujeito 
para responder à sua obrigação para com outra pessoa. O conceito também se refere às posses, 
aos bens e aos cofres do Estado (tesouro nacional). (CONCEITO.DE, 23 de jun. 2015).
A sua importância se atrela ao fato de que todos os recursos financeiros estão diretamente rela-
cionados ao trabalho dessa importante área, que basicamente estuda as várias formas de gestão 
do dinheiro nas empresas.
O trabalho mais importante desse setor é o de gerenciar o capital financeiro da empresa em 
todos os seus aspectos, ou seja, tanto em ações operacionais quanto em ações gerenciais e 
estratégicas.
Assim, em ações operacionais o setor de finanças empresariais precisa analisar e executar as 
várias formas de recebimento dos recursos financeiros dos clientes, bem como as formas de 
pagamentos das obrigações devidas aos fornecedores, governos, funcionários e outros agentes 
envolvidos no processo empresarial (ASSAF NETO; LIMA, 2010). 
07
No tocante às ações estratégicas, o setor financeiro precisa buscar recursos e estudar as ações 
de captação de recursos junto a outras organizações, tanto nacionais quanto internacionais, e 
analisar as relações de risco e retorno existentes, fornecendo subsídios para a tomada de deci-
sões dos gestores nos vários aspectos concernentes aos recursos.
A administração financeira também precisa determinar como serão investidos os recursos da 
empresa e analisar o contexto de apuração do lucro, dando a correta destinação a esses valores.
Desse modo, a administração financeira em uma organização deve determinar qual o melhor e 
mais eficiente processo de captação e utilização dos recursos financeiros (ASSAF NETO, 2012).
Essas decisões são muito abrangentes por conta das variáveis externas, principalmente no tocan-
te ao mercado, que passou a ser mais exigente e mais competitivo após a década de 1990. As-
sim, exige-se que as organizações sejam cada vez mais eficientes, buscando a redução de custos 
e a agregação de valor, o que envolve uma precisa e adequada gestão de recursos financeiros.
É válido salientar que os recursos supramencionados são economicamente escassos, em virtude 
da acirrada competição por crédito no mercado, o que, por conseguinte, encarece seu custode 
captação. Deve o setor financeiro analisar qual a forma menos onerosa de captação de tais recur-
sos, levando em consideração as necessidades internas de redução de custos das operações e as 
inúmeras possibilidades ofertadas nesse mercado. Os melhores resultados e benefícios para a or-
ganização surgem da sinergia da eficiência entre a captação e aplicação dos recursos no negócio.
1.1.2 Dinâmica das decisões financeiras
Nas organizações, a administração financeira desempenha algumas atividades importantes, e elas 
possuem uma dinâmica, visto que acontecem de forma integrada com outras várias ações empre-
sariais que a organização desenvolve em sua rotina de produção e comercialização, e acontecem 
de forma continuada, sendo executadas ao longo de todo período de atuação empresarial.
Assim, conforme expõe Assaf Neto (2012), basicamente existem algumas atividades que são 
desenvolvidas pela administração financeira, como forma de embasar as demais decisões da 
empresa. A seguir, apresentaremos essas atividades a você.
1. Planejamento financeiro: é realizado como forma de prever antecipadamente todas as 
ações financeiras que irão ocorrer tanto no curto como no longo prazo. Entre essas ações 
estão o levantamento de necessidade de recursos financeiros totais para cada ano e a 
alocação desses recursos em cada setor e departamento da organização. 
Também é feito o levantamento de necessidades de recursos financeiros para os respectivos in-
vestimentos que a empresa desempenhará, assim como a alocação de recursos para os setores 
de contas a pagar. 
O entendimento das necessidades de recursos mencionadas acarretará na elaboração de uma 
projeção financeira, considerando as diversas fontes possíveis, por exemplo, a comercialização 
de produtos, mercadorias e serviços. Também é possível considerar a possibilidade de aporte via 
investidores ou através de outras modalidades de ganhos financeiros.
2. Controle financeiro: é uma atividade essencial que, aliada ao planejamento financeiro, 
consegue acompanhar as ações que são desempenhadas com os recursos dessa área. As 
ações de controle são fundamentais para o processo financeiro, pois diversas situações 
de erros, desvios de recursos, não realização de ações previstas, falta de congruência 
com as ações do planejamento, entre outras, podem acontecer em virtude da complexa 
rotina da empresa e de todos os envolvidos no processo, tanto no aspecto das pessoas da 
organização, que exercem as mais diversas funções, como também dos agentes externos. 
08 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Assim, para conseguir alcançar os objetivos desejados, se faz necessário ter um controle finan-
ceiro tecnicamente funcional e livre de erros, de modo a ser realizado em consonância com o 
planejamento. Consequentemente, as ações que foram pretendidas serão acompanhadas pela 
etapa de controle com vistas ao seu efetivo desempenho, possibilitando que a empresa alcance 
o que estava previsto inicialmente.
3. Administração de Ativos: essa função é muito importante, pois além de a organização ter 
o controle de seus ativos físicos, também precisa verificar a situação dos ativos financeiros 
em relação aos riscos e retornos esperados. Dessa forma, duas vertentes são estudadas: 
 » a vertente que expõe os ativos físicos, ou seja, os vários bens físicos existentes, como 
máquinas, equipamentos, imóveis, veículos, estoques e os imobilizados, bem como os 
chamados bens intangíveis, a gestão da marca, por exemplo; 
 » a outra linha de análise diz respeito aos ativos financeiros, como investimentos em 
ações em Bolsa de Valores ou aplicações de longo prazo. 
Nesse aspecto, é importante analisar a relação entre o risco e o retorno previsto para cada um 
desses investimentos e determinar em qual deles a empresa deve apostar suas fichas.
4. Administração de Passivos: aqui o setor de administração financeira deve analisar as 
melhores formas de captação de recursos, principalmente no tocante aos financiamentos. 
Isso mostra que é preciso buscar as várias possibilidades existentes no mercado, como 
financiamentos bancários, empréstimos, abertura de capital em bolsa de valores, recursos 
subsidiados pelos governos, fontes externas, entre outras, e analisar quais trarão os 
melhores resultados para a organização. 
Figura 2 – A área de finanças empresariais desempenha diversas ações e aná-
lises, visando atingir os objetivos empresariais.
Fonte: Shutterstock, 2015.
09
1.1.3 Aplicações da Administração Financeira nas organizações: contas a 
pagar e contas a receber
Praticamente todas as organizações desempenham a atividade de Contas a Pagar, pois precisam 
adquirir produtos e serviços de outras empresas, que são os fornecedores. 
Desse modo, para que haja um bom relacionamento das empresas com os seus fornecedores, é 
necessário que aconteça uma perfeita gestão do pagamento das obrigações financeiras (GRO-
PPELLI; NIKBAKHT, 2011). 
Assim, em qualquer organização, a atividade de Contas a Pagar torna-se uma das mais im-
portantes, em virtude do fato de que a empresa necessita desempenhar todas as atividades 
pertinentes ao cumprimento de suas obrigações financeiras. É importante que a instituição seja 
sempre pontual nos pagamentos, além de gerenciar todas as formas devidas de comprovação 
dos pagamentos. 
De acordo com Sebrae (2000, p. 59), o controle das Contas a Pagar: 
[...] serve para avaliar as melhores oportunidades de assumir novos compromissos, de maneira 
a não centralizar muitos pagamentos em determinadas datas. O controle deve ser preenchido 
de acordo com o vencimento, sendo que o ideal é que a organização dos compromissos seja 
feita mês a mês, ou seja, compras com vencimento em janeiro devem ser registradas em um 
controle, compras em fevereiro em outro, e assim, respectivamente. Este controle possibilita que 
o empresário fique permanentemente informado sobre vencimento dos compromissos, como 
estabelecer prioridades de pagamento e o montante dos valores a pagar. 
Dessa maneira, o setor de Contas a Pagar deve realizar três atividades principais. Acompanhe! 
1. Programação de pagamentos de contas fixas mensais: o complexo processo de 
Contas a Pagar inicia-se com uma boa e correta programação dos pagamentos, com 
o objetivo de garantir à empresa ter um adequado controle financeiro. Assim, torna-se 
essencial que a organização tenha algum tipo de programação de pagamentos como 
forma de gerenciar esse delicado processo. 
Nesse contexto, a empresa pode adotar o uso de softwares de gestão, os chamados Enterprise 
Resource Planning (ERPs), que desempenham automaticamente a função de Contas a Pagar. Isso 
acontece de forma totalmente integrada com as demais funções da empresa, como Compras, 
Estoques e Vendas.
Nesse tipo de ferramenta, os gestores financeiros podem realizar o adequado acompanhamento 
dos pagamentos de fornecedores através de relatórios específicos que são elaborados pelos 
sistemas ERP. Porém, muitas organizações não conseguem implementar um software ERP, princi-
palmente por conta da necessidade de pagamento das licenças, como também por conta dos 
treinamentos e de outras necessidades exigidas para uma boa operação de tais programas.
Mas isso não impede a empresa de desempenhar adequadamente as ações de controle finan-
ceiro, principalmente no aspecto de Contas a Pagar, que pode ser feito com o uso de outras 
ferramentas mais simples, como planilhas eletrônicas, ou até mesmo em controles manuais em 
agendas e cadernos.
Dessa forma, quando da escolha do meio utilizado para o controle, é preciso determinar a rotina 
de pagamentos, ou seja, em que momento a empresa pagará os fornecedores e com que frequ-
ência. As instituições costumam adotar datas para a realização de pagamentos, que podem ser 
semanais, quinzenais, mensais etc. Após a escolha, tal política adotadaé desempenhada pelo 
controle financeiro.
10 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Assim, suponha que a empresa decida realizar pagamentos quinzenais, sempre nos dias 15 e 
30 de cada mês. A organização dessa programação seguirá aspectos pertinentes ao período, e 
todas as faturas entregues ao setor de contas a pagar até dia 13, por exemplo, são pagas no dia 
15, e aquelas entregues até o dia 27 são pagos no dia 30, e assim por diante.
Então, conforme a empresa vai comprando produtos e serviços de seus fornecedores, as faturas 
vão sendo entregues ao setor financeiro para o devido pagamento e torna-se necessário que todas 
essas faturas sejam lançadas na programação para que nenhuma fique sem a devida quitação.
Essa é uma importante função da administração financeira da organização, pois a falta de pa-
gamentos pode ocasionar grandes custos e despesas financeiras para a empresa, como o paga-
mento de juros, bem como afetar a imagem da organização.
Assim, quando todas as obrigações financeiras são programadas para os respectivos paga-
mentos, é emitido um relatório geral, que fornece as corretas informações para que os gestores 
possam tomar as decisões adequadas, bem como determinar como conseguir os recursos para 
que se efetuem esses pagamentos.
2. Alinhamento com o planejamento estratégico: aqui ocorrem as ações estratégicas 
da função Contas a Pagar, pois é através dessa integração que a empresa consegue 
desempenhar as suas funções de produção e vendas, principalmente, e todas as demais 
funções auxiliares, como marketing, estoques, logísticas etc. Essa integração e esse 
alinhamento acontecem através da elaboração do orçamento anual da empresa, no qual 
são aprovados pelos diretores todos os valores que serão utilizados pela empresa em suas 
atividades empresariais de cada ano. 
Dessa forma, cada pagamento realizado pela organização deve estar previsto no orçamento, de 
forma a desenvolver o adequado controle financeiro com o planejamento orçamentário anual, 
fazendo-se com que imprevistos financeiros e situações emergenciais de aperto financeiros sejam 
evitados.
3. Programação de contas a pagar através das compras: essa atividade é básica e 
de fundamental importância para a gestão financeira das organizações, visto que todos 
os bens e serviços adquiridos de fornecedores devem ser lançados nos controles de 
programação de pagamentos. Dessa maneira, no momento em que a empresa realiza as 
suas compras, ela deve fazer a integração dessas informações no ato da compra com a 
programação financeira. 
Tal medida evita transtornos como informações desviadas, atrasos na emissão de notas fiscais, 
falta de lançamentos adequados e atraso nos pagamentos a fornecedores. Além disso, também 
é importante que a empresa, através do setor de Contas a Pagar, tenha um adequado processo 
de arquivamento dos comprovantes de pagamentos, visando reunir provas que podem vir a ser 
necessárias em momentos futuros.
11
Figura 3 – As funções de contas a pagar e contas a receber são aspec-
tos importantes no contexto operacional da área financeira.
Fonte: Shutterstock, 2015.
O setor de Contas a Receber desempenha atividades essenciais para que as empresas consigam 
atingir os seus objetivos organizacionais, pois a empresa recebe os seus recursos financeiros 
através dessas ações, ou seja, os clientes irão pagar à empresa através das atitudes do setor de 
Contas a Receber. 
As formas de pagamentos que os clientes podem adotar quando adquirem os produtos e serviços 
das organizações devem ser atentamente observadas, visto que o pagamento pode ser realizado 
à vista ou a prazo.
Desse modo, o setor de Contas a Receber precisa desempenhar grandes esforços e dar maior 
atenção sobre os pagamentos a prazo, pois serão fontes de recursos que a empresa terá em 
momento futuro, com a existência de riscos, pois o cliente pode não pagar sua compra, gerando 
transtornos para a organização nos aspectos de cobrança, por exemplo, dessa inadimplência. Já 
nos pagamentos à vista, a empresa apenas desenvolve as ações e os procedimentos naturais de 
compensação financeira ou contábil, visto que o dinheiro já está em seu domínio. 
Assim, quando acontece uma venda com pagamento a prazo, algumas ações necessitam ser de-
sempenhadas pelo setor, pois geralmente são emitidos títulos de cobrança no momento da venda 
para que o cliente possa fazer o pagamento nos prazos contratados.
Nesse contexto, o setor precisa acompanhar os vários vencimentos desses títulos para poder 
receber os recursos financeiros no prazo correto e no caso de o cliente desejar antecipar o pa-
gamento, procedimento em que se pode disponibilizar ao pagador algum desconto financeiro.
Outra atividade desempenhada pelo setor diz respeito ao desconto de duplicatas, que é feito 
com bancos, instituições financeiras e atividades comerciais, mistas e atípicas como aquelas 
desempenhadas por factorings, em que a empresa entrega as suas duplicatas ao banco e este 
realiza o pagamento à empresa, de forma antecipada. Assim, a empresa consegue liquidez nes-
ses títulos pelo fato de não ter de aguardar o seu vencimento.
Outra atividade importante do setor de Contas a Receber diz respeito à cobrança, visto que em 
muitos casos os pagamentos não são feitos no prazo combinado e a empresa precisa utilizar-se 
de alguns mecanismos para poder receber esses recursos. As cobranças podem ser feitas de duas 
formas. Acompanhe a seguir.
12 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
•	 Forma direta: a empresa usa suas próprias estratégias para fazer as cobranças, 
utilizando-se dos próprios vendedores que fazem contato com os clientes e desempenham 
os procedimentos adequados para que o pagamento aconteça. Outra forma é utilizar 
o próprio departamento de cobrança, que tem à disposição recursos diversos, como o 
contato telefônico, e-mails, entre outros, para efetuar a cobrança.
•	 Forma indireta: é a forma que pode trazer mais desgastes para a empresa, pois geralmente 
acontece quando a forma direta de cobrança não surte efeito. Então, é preciso recorrer aos 
meios judiciais para receber os recursos financeiros relacionados ao processo de venda.
Por fim, outra ação que o setor de Contas a Receber precisa desenvolver é fazer o correto con-
trole dos pagamentos recebidos dos clientes, tendo em vista a adequada destinação dos docu-
mentos que comprovem esses pagamentos.
Figura 4 – A função de contas a receber é que consegue auferir os recursos fi-
nanceiros necessários para a execução das ações empresariais.
Fonte: Shutterstock, 2015.
ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
O livro aborda os principais aspectos financeiros do Brasil após a estabilização da 
moeda, a partir de 1995, detalhando características do mercado brasileiro, tanto no 
curto como no longo prazo. A obra aborda especialmente a criação de valor para o 
acionista, além de descrever as ideias básicas do estudo de finanças empresariais.
NÃO DEIXE DE LER...
13
1.2 Administração Financeira e os Objetivos 
da Empresa
Você consegue explicar o que são objetivos? Por que as empresas definem objetivos em seu con-
texto empresarial de negócios?
As empresas buscam alcançar objetivos, pois eles servem para direcionar as atividades empresa-
riais em todo o complexo contexto de produção e venda de produtos ou serviços. Assim, os ob-
jetivos podem ser variados, sendo, geralmente, definidos pelos sócios ou gestores das empresas 
(ASSAF NETO, 2012). 
Desse modo, para alcançar suas metas, as empresas entregam ao mercado os seus produtos e 
recebem os recursos financeiros necessários para o cumprimento de seus objetivos empresariais.
Na definição dos objetivos, é importante levar em conta a busca pela maximização da riqueza 
dos acionistas, através da minimizaçãodos riscos e do uso eficiente dos recursos disponíveis e 
captados pela organização.
Assim, torna-se necessário que sejam criados mecanismos para descobrir como as metas serão 
alcançadas e se estão adequadas ao que desejam os acionistas. A maioria das empresas mede 
isso através da apuração do lucro, que não é uma ferramenta totalmente abrangente (ASSAF 
NETO, 2012). Você é capaz de expor por que a apuração do lucro não é ideal para medir o 
alcance dos objetivos de uma empresa?
É isso que será mostrado no tópico seguinte, que reconhecerá a relação entre a administração 
financeira e os objetivos empresariais, descrevendo as possíveis inter-relações existentes entre 
esses aspectos e o mercado.
1.2.1 Os objetivos das Empresas
A maioria das empresas está no mercado com o intuito de alcançar objetivos, que podem ser 
variados, pois eles são definidos pelos seus sócios ou gestores de cada instituição. 
Para alcançar seus objetivos, as empresas entregam ao mercado os seus produtos ou serviços, 
buscando a obtenção dos recursos financeiros necessários. 
Assim, podemos dizer que as organizações empresariais desejam ganhos financeiros, ou seja, 
querem obter lucro. Nesse contexto, é possível afirmar que o objetivo principal de qualquer or-
ganização, independentemente de qual setor, ramo ou mercado em que atua, é alcançar o lucro 
(ASSAF NETO, 2012). 
Para que isso ocorra, é essencial que haja um esforço imenso, pois para conseguir produzir um 
produto ou serviço, colocá-lo no mercado, obter a fidelização dos clientes, ser melhor do que os 
concorrentes, realizar as vendas e receber o dinheiro (recursos), faz-se necessário o envolvimento 
de todos os setores da empresa, como marketing, vendas, produção etc.
Nesse contexto, ao definir seus objetivos, a organização precisa ter em mente que determinada 
definição deve permitir a avaliação dos seus resultados financeiros obtidos, como forma de con-
trole das ações executadas, com o intuito de alcançar o objetivo empresarial desejado. Isso não 
é uma tarefa muito simples, pois envolve uma série de atitudes e ações, visto que os objetivos 
devem estar voltados para a satisfação dos acionistas (ASSAF NETO, 2012).
14 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Assim, os objetivos da administração financeira se atrelam à maximização da riqueza dos acio-
nistas, através da minimização dos riscos e do uso eficiente dos recursos disponíveis e captados 
pela organização.
Em empresas de capital aberto, a criação de riqueza pode ser mensurada através do valor de 
suas ações no mercado, o que pode expor as decisões dos gestores financeiros, mostrando o 
quanto as decisões de uso dos recursos financeiros são eficientes (HOJI, 2014).
Figura 5 – Os objetivos empresariais são sempre financeiros, tendo des-
taque a criação e maximização da riqueza dos sócios.
Fonte: Shutterstock, 2015.
1.2.2 Medição dos Objetivos das Empresas
Diante do exposto, surge uma discussão pertinente sobre a medição do alcance dos objetivos 
empresariais. Por apresentar maior amplitude de informação, a forma como as organizações 
podem medir seu desempenho, neste material, serão abordados superficialmente, mas sem com-
prometer aspectos essenciais do assunto.
Como exposto, as organizações existem para buscar o lucro e, ao longo dos anos, a apuração 
do lucro tem sido a forma mais casual de medição de alcance de objetivos.
No entanto, o valor do lucro pode oscilar, o que implica dizer que aquilo que é planejado em 
termos de performance empresarial não necessariamente se torna realizado. Por exemplo: su-
ponha que uma empresa determine como objetivo o lucro anual de R$1 milhão em 2015, e ao 
final do ano em comento seja apurado o lucro de R$800 mil, ou então de R$1,5 milhão. Nas 
duas situações, a medição do lucro é diferente daquele estipulado no planejamento financeiro 
da organização. Na primeira hipótese, o objetivo do lucro não é alcançado, e no segundo caso 
o objetivo é extrapolado. Isso implicar em dizer que a medição dos objetivos não ficou como fora 
planejado, ocorrendo resultados diferentes daquilo que a empresa esperava. É lógico que lucro 
maior é desejado, mas a sua medição é imprecisa.
É válido salientar que a apuração do lucro como medida de alcance de objetivos não é uma 
forma totalmente adequada para esse fim, visto que não são considerados outros fatores, como 
a tecnologia utilizada pela organização, o grau de inovação adotado, as estratégias financeiras 
usadas pela organização nos diferentes métodos de obtenção do lucro, a participação de merca-
15
do da empresa, a fidelização dos clientes, o uso da marca, a qualidade dos produtos, entre outros 
vários aspectos que são usados na determinação dos objetivos da empresa (ASSAF NETO, 2012).
Em cada ano, as organizações podem ter desempenhos excelentes em todos esses aspectos e não 
obter o lucro esperado, ou então o lucro será recebido pela empresa em momentos futuros, em 
virtude do tempo necessário para que aconteça o retorno dos investimentos.
Assim, torna-se necessário que se adote, em conjunto com a apuração do lucro, outra medida de 
objetivos, e a mais adequada é a análise de valor de mercado de uma empresa, que é apurada 
como sendo a riqueza dos acionistas ou proprietários (ASSAF NETO; LIMA, 2010).
De forma bem simples, esse índice é apurado através dos recursos recebidos pela empresa, seja 
através das vendas dos produtos e serviços, ou através de outras fontes de receitas, como inves-
timentos financeiros, por exemplo. 
Assim, após apurar-se todas as “receitas financeiras”, faz-se a adequada atualização monetária 
ao valor presente, ou seja, atualiza-se os valores recebidos ao longo do ano em data futura, 
considerando-se as perdas ocasionadas pela inflação.
Isso é necessário porque os valores das receitas financeiras no mês de janeiro não possuem o 
mesmo “poder de compra” daqueles recebidos em dezembro. Assim, é preciso considerar a des-
capitalização, ou perda de valor ocasionado pela inflação do país.
Feito isso, é preciso adotar uma taxa de atratividade que o acionista entende como sendo ade-
quada para a manutenção de sua atividade empresarial, contemplando o custo de oportunidade 
do seu capital em outras atividades, como o mercado financeiro, por exemplo.
De posse disso, é possível mensurar a riqueza auferida aos sócios e como esse valor se encaixa 
na determinação dos objetivos organizacionais.
Geralmente, essa análise considera aspectos de longo prazo, bem como o desempenho espera-
do no futuro.
Assim, para mensurar os objetivos, é necessária a utilização das ferramentas de apuração do 
lucro, feitas tradicionalmente por ferramentas contábeis, como o balanço patrimonial e o de-
monstrativo do resultado do exercício, em conjunto com a apuração da riqueza produzida a acio-
nistas, atualizando-se os valores de modo presente e levando em conta as taxas de atratividade 
desejada pelos sócios (GROPPELLI; NIKBAKHT, 2011).
Por que a apuração do lucro de uma organização não é uma forma adequada de me-
dição dos objetivos empresariais? Porque a apuração do lucro não considera outros 
aspectos do contexto empresarial, como a participação de mercado da empresa, a 
fidelização dos clientes, o uso da marca, a qualidade dos produtos, entre outros vários 
aspectos que são usados na determinação dos objetivos da empresa, e a empresa pode 
ter desempenhos excelentes em todos esses aspectos e não obter o lucro esperado.
NÓS QUEREMOS SABER!
16 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
1.3 Integração dos Conceitos Contábeis e 
Financeiros
Você consegue apontar como a ferramenta da contabilidade é utilizada nas finanças empresa-
riais? Por que as informações contábeis podem ajudar os gestores financeiros?
O setor financeiro necessita estar integrado ao setor contábil, pois utiliza-se de váriasferramen-
tas da contabilidade para poder fornecer subsídios para a tomada de decisões.
Assim, de posse dessas informações, é possível citar as duas principais formas de relatórios con-
tábeis utilizados para as decisões dos gestores financeiros ou acionistas e proprietários, que são 
o Balanço Patrimonial (BP) e o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE). 
O Balanço Patrimonial é muito utilizado para verificar a situação financeira das empresas e é 
constituído por um relatório no qual são mostrados os componentes do patrimônio da empresa 
e o resultado final gerado em cada um desses componentes, sendo divididos para cada item do 
ativo, do passivo e do patrimônio liquido. 
O Demonstrativo do Resultado do Exercício é uma ferramenta complementar ao Balanço Patri-
monial e serve para detalhar o resultado final das empresas em cada ano fiscal, sendo possível 
analisar o desempenho financeiro das instituições. 
Além dessas importantes ferramentas, também existe a análise dos chamados Ciclo de Caixa e 
Ciclo Operacional. 
Desse modo, o tópico a seguir pretende identificar como é possível realizar a integração dos 
principais conceitos contábeis com as definições financeiras, examinando o entendimento mais 
adequado ao estudo de finanças.
NÃO DEIXE DE VER...
Com o dinheiro do outros (Other People’s Money), 1991. Direção de Norman Jewison 
com Gregory Peck e Danny DeVito.
O filme aborda os objetivos financeiros das organizações dentro do contexto da gestão 
financeira, dando especial destaque aos conflitos e jogos de interesse nesse contexto 
financeiro.
17
1.3.1 Elaboração e interpretação de balanços e relatórios contábeis
Figura 6 – As ferramentas contábeis são importantes na tomada de decisões financeiras.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Todas as empresas precisam ser geridas, e esse processo de gestão acontece em função de uma 
série de tomadas de decisões pelos seus donos ou gestores. Desse modo, para que aconteçam 
as adequadas e corretas tomadas de decisões, os gestores devem utilizar ferramentas administra-
tivas que fundamentem as suas decisões. 
No contexto das finanças, uma das ferramentas importantes para a correta tomada de decisões é 
a contabilidade, que possui funções importantes e interligadas ao escopo financeiro, por exem-
plo, desempenhar o registro de todos os fatos que acontecem na empresa e que são necessárias 
para a tomada de decisão (HOJI, 2014).
Além desses registros, a contabilidade também organiza as informações que envolvem uma série 
de conceitos, como os conceitos de bens, direitos e obrigações. 
Os bens envolvem equipamentos, máquinas, produtos, embalagens, construções, veículos, sen-
do tanto bens tangíveis quanto os bens intangíveis, como as marcas, patentes etc.
Já os direitos correspondem aos componentes que influenciam o processo empresarial, modifi-
cando o patrimônio das organizações, transformando-o em bens no curto ou no longo prazo. 
Portanto, os direitos são todos os benefícios financeiros que uma organização utiliza no seu 
processo empresarial, mas que ainda não são bens e poderão ser utilizados em algum período 
futuro. 
As obrigações são os compromissos financeiros que as organizações devem pagar no seu con-
texto empresarial de negócios para conseguir alcançar os seus objetivos. Isso acontece com os 
pagamentos de salários, encargos e benefícios, impostos, taxas, juros etc. (GROPPELLI; NIK-
BAKHT, 2011).
18 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
Dessa maneira, para a contabilidade, os bens e direitos são classificados como ativos, e as 
obrigações são chamadas de passivo (HOJI, 2014).
Ainda há outro componente, que é o patrimônio líquido, constituído por alguns valores específi-
cos, como o capital subscrito, que é o capital inicial do empreendimento, os lucros ou prejuízos 
acumulados, reservas de capital etc. São valores e fatos que demonstram a riqueza da empresa 
(HOJI, 2014).
Dessa maneira, para a elaboração de relatórios contábeis que envolvem os aspectos financeiros 
e que serão analisados pelos gestores financeiros na tomada de decisões, são importantes alguns 
conceitos, como os listados a seguir (ASSAF NETO; LIMA, 2010). Acompanhe. 
•	 Ativo circulante: parte do ativo que é utilizado no curto prazo e que é transformado 
em dinheiro, podendo ser subdividido em ativo circulante disponível (como o caixa da 
empresa e as contas em bancos), realizável em curto prazo (duplicatas e cheques pré-
datados) e estoques.
•	 Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio 
que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação 
financeira da companhia.
•	 § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos 
elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
 » I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
 » II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, 
imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
Veja também:
•	 § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
 » I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
 » II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). 
 » III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de 
avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
Assim, de posse dessas informações, é possível citar as duas principais formas de relatórios con-
tábeis utilizadas para as decisões dos gestores financeiros ou acionistas e proprietários, que são 
o Balanço patrimonial e o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE). 
O Balanço Patrimonial é um relatório no qual são expostos os componentes do patrimônio da 
empresa e o resultado final gerado em cada um desses componentes, sendo divididos para cada 
item do ativo, do passivo e do patrimônio liquido. 
Já o Demonstrativo do Resultado do Exercício é uma ferramenta complementar ao balanço patri-
monial que serve para detalhar o resultado final das empresas em cada ano fiscal, sendo possível 
analisar o desempenho financeiro das instituições. 
Assim, com essas ferramentas é possível verificar o que aconteceu com a empresa em relação 
ao alcance de seus objetivos. Para um melhor entendimento, acompanhe a seguir (ASSAF NETO; 
LIMA, 2010). 
19
•	 Se o resultado expor que o ativo é maior que o passivo: isso significa que o patrimônio 
líquido se tornou maior do que zero, indicando a criação e existência de riqueza.
•	 Se o resultado expor que o ativo é maior do que o passivo, mas com o passivo igual 
a zero: ocorre nessa situação que o patrimônio líquido é maior do que zero e que a 
empresa não possui dívidas.
•	 Se o resultado expor que o ativo é igual ao passivo: o patrimônio líquido é igual a 
zero, caracterizando inexistência de riqueza própria da empresa.
•	 Se o resultado expor que o passivo é maior do que o ativo: nessa situação, o 
patrimônio líquido da empresa é menor do que zero, mostrando que existe uma situação 
financeira ruim.
•	 Se o resultado expor que o passivo é maior do que o ativo, com o ativo sendo igual 
a zero: essa situação demonstra que o patrimônio líquido é menor que zero, mostrando 
que a empresa vivencia uma situação financeira terrível, com a inexistência de bens e 
direitos e a existência de obrigações.
Como o uso de ferramentas contábeis pode auxiliar os gestores na tomada de decisões 
financeiras? Esse uso se dá principalmente na análise dos grupos contábeis e suas inter-
-relações. Assim, o gestor financeiro analisará o Balanço Patrimonial e verificará como 
está o Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido da empresa em valores reais e financeiros, 
para depois analisar a relação entreeles, ou seja, como está a relação entre o Ativo e 
o Passivo, entre o Ativo e o Patrimônio Líquido e entre o Passivo e o Patrimônio Líquido. 
Dependendo dessas relações, o gestor irá tomar diferentes decisões.
NÓS QUEREMOS SABER!
1.3.2 Ciclo Operacional e Ciclo de Caixa
Figura 7 – A elaboração e análise dos ciclos financeiros e operacionais possi-
bilitam a melhor tomada de decisões gerenciais nas empresas.
Fonte: Shutterstock, 2015.
20 Laureate- International Universities
Introdução a finanças empresariais
HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
O livro aborda aspectos da gestão financeira em empresas, integrando várias áreas do 
conhecimento como contabilidade, economia, matemática, política, marketing, entre 
outras, além de expor aplicações práticas desses conceitos teóricos, possibilitando uma 
melhora na tomada de decisões por parte dos gestores. Além disso, traz vários casos 
de empresas brasileiras.
NÃO DEIXE DE LER...
Uma importante análise financeira realizada com o auxílio da contabilidade é constituída pelos 
chamados Ciclo de Caixa e Ciclo Operacional (ASSAF NETO; LIMA, 2010), que são duas análi-
ses financeiras desenvolvidas em relação à gestão de fluxo de caixa.
O Ciclo Operacional é alcançado considerando-se o prazo médio de estocagem das mercado-
rias pela empresa e o prazo médio de recebimento dos clientes. 
Ciclo Operacional = Prazo Médio de Estocagem (PME) + Prazo Médio de Recebimento (PMR)
Assim, para se calcular o ciclo operacional, é preciso que se some o tempo médio que as mer-
cadorias ficam em estoque, considerando o tempo entre a aquisição das mercadorias e a sua 
venda e o prazo médio de recebimentos financeiros, que compreende o tempo médio utilizado 
pelos clientes para o pagamento de suas compras.
Do mesmo modo, o ciclo de caixa é obtido pelo tempo do ciclo operacional subtraído pelo prazo 
médio de pagamentos a fornecedores.
Ciclo de Caixa = Ciclo Operacional - Prazo Médio de Pagamento (PMP)
Imagine o seguinte exemplo: a empresa Super SS tem prazo médio de estocagem de suas merca-
dorias de 60 dias e o prazo médio de recebimento de 45 dias. O prazo médio de pagamentos é 
de 15 dias. Veja agora o cálculo do Ciclo Operacional e do Ciclo de Caixa:
Ciclo Operacional = Prazo Médio de Estocagem (PME) + Prazo Médio de Recebimento 
(PMR)
Ciclo Operacional = 60 + 45
Ciclo Operacional = 105 dias
Ciclo de Caixa = Ciclo Operacional - Prazo Médio de Pagamento (PMP)
Ciclo de Caixa = 105 – 15
Ciclo de Caixa = 90 dias
Quadro 1 – Cálculo do ciclo operacional e o ciclo de caixa.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Assaf, 2012.
Os resultados mostram que a empresa pagará os seus fornecedores em 15 dias e receberá de 
seus clientes em um prazo médio de 105 dias, o que gerará uma lacuna no caixa da empresa de 
90 dias, ou seja, a empresa utilizará capital de giro por 90 dias.
21
Qual a definição e a utilidade do ciclo operacional e do ciclo de caixa? O ciclo opera-
cional é uma ferramenta contábil e financeira que mostra o tempo necessário de opera-
cionalização dos produtos da empresa. Compreende desde a entrada de matéria-prima 
na empresa até o recebimento pelos clientes. 
Serve para mostrar quanto tempo a empresa utiliza para a produção de seus produtos, 
bem como para a venda e para o recebimento dos valores financeiros pagos pelos 
clientes. Também demonstra quando a empresa precisa desembolsar valores e quando 
irá receber o retorno.
O Ciclo de Caixa serve para mostrar quanto tempo do Ciclo Operacional é devido 
para os pagamentos da empresa, ou seja, quando a empresa precisa pagar os forne-
cedores dentro do ciclo operacional.
NÓS QUEREMOS SABER!
Patinhas McPato, conhecido como Tio Patinhas, foi criado por Carl Basrks, em 1947, 
baseado no avarento Ebenezer Scrooge e é um personagem de histórias infantis, sen-
do caracterizado com um rico e bem-sucedido empresário que busca aumentar sua 
fortuna cada vez mais. A revista Forbes avaliou a fortuna do Tio Patinhas em cerca de 
US$65,4 bilhões.
VOCÊ O CONHECE?
22 Laureate- International Universities
Síntese
•	 A área de finanças é uma das mais importantes dentro do contexto organizacional, pelo 
fato de todos os recursos financeiros estarem diretamente relacionados ao seu trabalho, 
que consiste basicamente em gerenciar o capital financeiro da empresa em todos os seus 
aspectos, tanto em ações operacionais quanto em ações gerenciais e estratégicas.
•	 Existem atividades desenvolvidas pela administração financeira que embasam as demais 
decisões da empresa, como o Planejamento Financeiro (previsão das ações financeiras 
que irão acontecer a curto e longo prazo), Controle Financeiro (acompanhamento das 
ações que são desempenhadas com os recursos financeiros), Administração de Ativos 
(controle dos ativos físicos e financeiros), Administração de Passivos (avaliação das 
melhores formas de captação de recursos).
•	 O setor de Contas a Pagar é um dos mais importantes pelo fato de que a empresa precisa 
cumprir suas obrigações financeiras, sendo sempre pontual nos pagamentos.
•	 O setor de Contas a Receber é o responsável pelo recebimento dos recursos financeiros 
da empresa, por meio dos pagamentos realizados pelos clientes.
•	 As empresas buscam cumprir objetivos, e para que a organização defina seus objetivos, é 
necessário que se permita a avaliação dos seus resultados financeiros obtidos. Assim, os 
objetivos da administração financeira se atrelam à maximização da riqueza dos acionistas, 
através da minimização dos riscos e do uso eficiente dos recursos disponíveis e captados 
pela organização.
•	 A mensuração dos objetivos das empresas pode ser feita através da apuração do lucro ou 
da criação de valor para o acionista.
•	 Para mensurar os objetivos, faz-se necessária a utilização das ferramentas de apuração do 
lucro, geralmente contábeis, como o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo do Resultado 
do Exercício.
•	 O Ciclo Operacional considera o prazo médio de estocagem das mercadorias pela 
empresa e o prazo médio de recebimento por parte dos clientes, enquanto o Ciclo de Caixa 
é obtido pelo tempo do ciclo operacional subtraído pelo prazo médio de pagamentos a 
fornecedores.
Síntese
23
Referências
ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Fundamentos de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 
2010.
CHING, H. Y.; MARQUES, F.; PRADO, L. Contabilidade e Finanças para não especialistas. 
São Paulo: Pearson, 2010.
GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E. Administração Financeira. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MATHIAS, W. F.; GOMES, J. M. Matemática Financeira com mais de 600 exercícios resol-
vidos e propostos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
SEBRAE. Quais são os impostos que incidem sobre as atividades operacionais das 
empresas? Disponível em: <http://antigo.sp.sebrae.com.br/principal/melhorando%20seu%20
neg%C3%B3cio/orienta%C3%A7%C3%B5es/finan%C3%A7as/legislacao/impostos.aspx>. Aces-
so em: 20 mai. 2015.
Bibliográficas

Continue navegando