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Malinowski kula

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O método de Malinowski implica em um convívio direto com a cultura a ser estudada. Consiste em observar a vida diária dos habitantes da localidade, seus costumes, crenças e valores. Demanda um contato íntimo com as pessoas e a cultura, por isso o pesquisador costuma permanecer por muito tempo em uma mesma tribo ou sociedade. O antropólogo deveria aprender a língua local, para facilitar o contato com os habitantes e para alcançar um melhor entendimento dos costumes locais. Logo após a observação o pesquisador deve escrever diários detalhados sobre aquilo que foi observado, incluindo conversas, perguntas, dúvidas, curiosidades que tenham surgido durante o estudo. Esse método foi chamado de observação participante. Os antecessores de Malinowski não se inseriam nas sociedades que queriam estudar, mantendo uma distância dos habitantes e de seus costumes. Eles se mantinham em suas “varandas”, de onde podiam ver tudo e anotar, sem participar Ou seja: eles observavam as tribos sem se misturar com elas. Isso fazia com que as conclusões alcançadas não tivessem a mesma proximidade nem os mesmos resultados das pesquisas de Malinowski.
Para Malinowski, cada indivíduo de uma sociedade apresenta uma função para com ela e suas instituições. A satisfação de necessidades biológicas desenvolve um sistema de exigências derivadas. A cooperação e a troca entre os indivíduos é um fator cultural de grande relevância para as sociedades. A magia possui uma grande importância pois busca explicar os anseios dos homens e traz sabedoria. É uma crença nas possibilidades misteriosas do ser humano. Nas Ilhas Trobriand existem rituais para o plantio do inhame, produto indispensável para a manutenção da vida dos habitantes. Essa magia é considerada essencial para a boa produção e para ajudar no “controle” das condições climáticas. Jerome, um morador das ilhas, compara a magia dos nativos aos fertilizantes utilizados no cultivo de outros produtos agrícolas no resto do mundo. Ele ainda diz que magia e ciência são coisas distintas. O mago da aldeia é responsável pela sorte e infortúnio de todos os habitantes da vila. Durante as expedições do Kula, todos os artefatos recebidos devem ser entregues ao chefe (ou superior), pois aquele que guardar algum artefato será envenenado por magia.
Malinowski aborda o tema sexo em várias de suas obras, sempre entendendo que “sexo” deve ser entendido de uma maneira muito mais ampla, muito além da atração física entre homens e meulheres. Quando esteve nas ilhas Trobriand, o pesquisador via o tema como muito mais que hábito e costumes referentes ao ato sexual. Ele entendia que o tópico implicava diversas consequência sociais que se originavam da atração entre homens e mulheres. Nas ilhas, a relação sexual entre pessoas solteiras acontecia facilmente, o que fez com que ele reconhecesse que, em nossa sociedade, as relações deveriam ocorrer da mesma forma. Malinowski começou a ser visto como um defensor da “sociedade permissiva”, que pregava uma vida desapegada e possuía uma visão libertária das relações sexuais.
Na sua época, os títulos dos livros de Malinowski eram considerados “pornográficos”, pois faziam apologia as relações sexuais dos “selvagens” com quem ele convivera em suas pesquisas. Para algumas pessoas, o autor queria chamar a atenção da população para o tema discutidos em suas obras. E parece ter alcançado tal façanha, uma vez que alguns temas, como relações sexuais e casamentos, passaram a ser discutidos por leigos, dentro do ambiente familiar. Para Helena Wayne, sua filha, Malinowski queria trazer os holofotes para a antropologia e torna-la conhecida de todos. Ele tomou para si a missão de fazer com que a antropologia fosse reconhecida de um modo que até então era incomum.

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