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Gestalt-terapia_04

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Documento não controlado - AN03FREV001 
90 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
Gestalt-terapia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
Gestalt-terapia 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
92 
 
MÓDULO IV 
 
Gestalt na Prática 
 
 
17 RELAÇÃO EU-TU 
 
 
Falar da relação Eu-Tu e da relação Eu-Isso é, inevitavelmente, navegar 
pela construção cognitiva de Martin Buber. Para a Gestalt-terapia estas duas 
relações representam o princípio dialógico em psicoterapia. 
Primeiro, vou apresentar rapidamente este filósofo religioso que nasceu em 
Viena (1878-1965). Embora tenha sofrido a influência de vários pensadores 
contemporâneos com tendências existencialistas, ele se orientou filosoficamente na 
temática da mística judaica. O tema da fé e suas formas era o assunto central que 
norteava seus pensamentos. Associado a este primeiro está a forma como ele 
descreve a experiência e a vivência relacional do ser humano, ou seja, como ficam 
as bases para estas relações. Para ele, era importante discutir e apontar os diversos 
tipos de relações existentes entre homens-homens e entre homens-coisas. Ele 
entende por relacionamento o encontro entre dois seres que dialogam. 
A relação sujeito-sujeito constitui o mundo do “Tu”, e a relação sujeito-objeto 
constitui o mundo do “Isso”. O mundo do Tu pode estar exemplificado na relação Eu-
Tu e é configurado com o ser inteiro, ao contrário da relação Eu-Isso. O Eu-Isso 
envolve a relação entre um ser e uma parte ou elemento do outro, enquanto o Eu-Tu 
consiste no relacionamento pleno entre os dois seres, englobando em sua amplitude 
os sentimentos e ideias de ambos. 
Para Buber, a autenticidade do homem reside em sua inserção na relação 
Eu-Tu e não na relação Eu-Isso. A vida verdadeira está no encontro direto e 
autêntico entre os sujeitos, afinal este encontro capacita-o a tornar-se inteiro. Nesta 
relação direta não pode se interpor nem pensamentos e nem ideias, mantendo 
assim a “pureza” entre estes sujeitos. Porém, não significa que seja fácil, pois, 
muitas vezes, nos relacionamos com o outro despersonalizando e retirando deste 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
93 
encontro o que pode acontecer de imprevisto e inusitado. 
No Eu-Isso embora haja uma relação, ou um relacionar-se, o outro é visto e 
vivenciado como um objeto de manipulação. É negada a ele a chance de ser 
abordado diretamente como pessoa. Não há permissão de se conectar com a 
mesma parte da outra pessoa e nem de buscar o aspecto pessoal e especialmente 
humano desta. O que ocorre é um contatar Eu-Isso congelado, que não flui, e nunca 
poderá caminhar para o Eu-Tu. 
Para entendermos melhor este assunto, vamos pensar nas nossas relações 
diárias e rotineiras. Uma pessoa trabalha num escritório e todo dia, no mesmo 
horário, vem uma pessoa da faxina que limpa o local e retira o lixo. Muitas vezes, a 
pessoa nem percebe este ritual e não há uma interação direta com a pessoa. O 
máximo que acontece é um bom-dia que ocorre de forma automática e mecânica. 
Não há contato visual, e muito menos uma intenção de troca nesta comunicação. 
Embora sejam duas pessoas teoricamente se relacionando, segundo os princípios 
de Buber, a relação que acaba de ocorrer é uma relação Eu-Isso. 
Por outro lado, se quando a moça da limpeza chega, há uma interrupção na 
sua tarefa, uma comunicação sincera e autêntica e até a percepção, por exemplo, 
de que a pessoa não está com a “cara muito boa”, a relação que se estabelece 
muda, e o que ocorre é uma integração relacional baseada no mundo Eu-Tu. Este 
outro, representado na moça da limpeza deixa de ocupar um lugar de “objeto” e 
volta a ocupar o lugar do “sujeito”. 
O Eu está para o Tu, assim como o Tu para o Eu, pois é no olhar do Tu que 
o Eu se reconhece, e vice-versa. Fazendo um paralelo com a Gestalt-terapia, 
podemos dizer que estas são as bases da relação dialógica que se estabelece entre 
o terapeuta e o cliente, ampliando esta ideia, podemos afirmar que este tema é a 
base, o processo e o “objetivo” da terapia. 
Ainda segundo Buber, o homem sente necessidade de criar novos laços e 
personificar essas relações. Por meio do tu, o eu se encontra, e na expressão maior 
de sua identidade, sem a uniformidade, o eu encontra no tu a própria revelação e 
atualização, buscando seu lugar na sociedade. 
De fato, o ser humano é uma substância incompleta, e no outro encontra 
todas as prerrogativas de uma vivência equilibrada. Mas Buber não deixa o 
relacionamento Eu-Tu permanecer na linha horizontal, mas o envereda pela busca 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
94 
do Tu existencial e divino, que vai por sua vez mostrar ao Eu a sua verdadeira face, 
a de permanente ralação. As relações Isso são verticais e as relações Tu são 
horizontais. 
Muitos Gestalt-terapeutas utilizam os termos “Eu-Tu”, “relacionamento Eu-
Tu”, “atitude Eu-Tu” como equivalência para a “atitude dialógica” ou “relacionamento 
dialógico”. Aqui, irei adotar a mesma medida para ficar claro que dentro da Gestalt-
terapia este conceito sustenta uma base tão importante que podemos afirmar que o 
diálogo existencial refere-se ao comportamento que compreende o relacionamento 
Eu-Tu. 
O diálogo na Gestalt-terapia inclui o encontro real entre duas pessoas como 
pessoas, por meio não só das palavras, mas também dos gestos, sensações, 
contexto energético, expressão corporal e sons. É comum alguns casais ou amigos 
muito próximos conseguirem saber exatamente o que o outro está sentindo ou 
pensando apenas com um olhar. 
A relação Eu-Tu também funciona como elemento primordial para um 
contato autêntico entre duas pessoas. O contato humano é estabelecido por meio do 
relacionamento com a figura de interesse. Este processo de contato mútuo entre 
duas pessoas ocorre pelo processo de união e separação, considerando um ritmo e 
uma direção deste encontro. 
O relacionamento dialógico é uma forma especializada de esse contatar 
mútuo. Quando há uma atitude de mutualidade, um fluxo livre de energia afetiva 
ocorre entre elas. Dentro da terapia, os Gestalt-terapeutas se relacionam com uma 
atitude Eu-Tu e com a esperança de que o Tu mútuo e completo se desenvolva. 
Olhe que aspecto interessante pode ocorrer nestas relações! Uma pessoa 
pode estar com uma atitude Eu-Tu e encontrar-se com outra pessoa também por 
meio da atitude Eu-Tu e não tratá-la como um objeto (Eu-Isso) e, mesmo assim, o 
Eu-Tu não ser completado. Quando esta situação ocorre podemos analisar que 
mesmo quando as pessoas estão “dispostas a entregar-se” neste encontro o Tu 
mútuo pode ainda não ter sido desenvolvido. 
Tais aspectos passam por uma questão de confiança entre estas partes que 
ainda não é suficiente, ou então, um suporte inadequado que não permite que o Tu 
entre e não acontece a mutualidade. Esse encontro, então, passa a ser entendido 
como um Eu-Isso em que o Eu-Tu está latente. Dentro da terapia, quando isto 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
95 
ocorre é necessárioreconhecer que é assim e aceitar o limite. Este processo faz 
parte da adesão ao que ocorre no “entre” da relação dialógica. 
Os terapeutas precisam tomar cuidado quando passam a acreditar que eles 
próprios detêm o conhecimento supremo e o domínio da sessão terapêutico mais do 
que os seus clientes. Como, por exemplo, quando sabem até que ponto emocional o 
cliente “precisa” ir, ou que técnica será “inevitável” para ele, assim por diante. 
Assim, quando os terapeutas vão ao encontro do cliente com a crença de 
saberem mais que eles, há uma negação do processo de autorregulação do cliente 
pelo terapeuta. Neste caso, a autorregulação fica subjugada ao conhecimento do 
terapeuta, o que é totalmente inaceitável para um Gestalt-terapeuta. Mais ainda, 
quando isto acontece, não está se tratando do outro, como pessoa e o que se 
estabelece é uma relação Eu-Isso e não uma relação Eu-Tu. 
Segundo Yontef (1993), há cinco características do contatar no 
relacionamento dialógico Eu-Tu da Gestalt-terapia: 
• Inclusão: é necessário incluir-se no mundo do cliente aceitando-o como 
ele é. Pela prática da inclusão, o terapeuta simultaneamente se relaciona com o 
cliente e reúne informações sobre ele. Para honrar o mundo fenomenológico do 
cliente e não desonrá-lo, há uma necessidade de que sejam colocadas de lado as 
perspectivas e as crenças do terapeuta. 
• Presença: quando o terapeuta torna-se realmente presente na relação 
dialógica, ele mostra o seu verdadeiro self. Mostrar sua atenção e respeito ocorre 
mais pela via da honestidade do que por sua constante delicadeza. É permitido a um 
Gestalt-terapeuta mostrar suas dúvidas, expressar limites, raiva, aborrecimento, 
compartilhar percepções, checar hipóteses, etc. 
• Compromisso com o diálogo: é demandado a um Gestalt-terapeuta 
que este esteja verdadeiramente comprometido com o diálogo e permita que o que 
está “entre” controle o encontro. A inclusão e a presença é que permitem este 
diálogo. Isto significa que o terapeuta se permite ser afetado pelo cliente (inclusão) 
e, também, permite que o cliente seja afetado por quem o terapeuta é (presença). 
Cada um precisa expressar seu mundo interior, mas também estar receptivo ao 
resultado que ocorre no “entre” da relação, inclusive o seu controle. 
 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
96 
Para o psicoterapeuta aderir a um compromisso de objetivar o diálogo e o 
processo, exige uma fé no valor inerente de cada pessoa e em sua 
capacidade de se autorregular organismicamente. Entrar em contato sem 
superproteger, negligenciar ou controlar exige ter como valor ou acreditar 
em autodeterminação. Fundamentalmente, mostrar o seu self e permitir o 
que está entre, controlar, são formas de rendição baseadas inicialmente na 
fé, confiando que ela venha a ser reforçada por dados experienciais 
(YONTEF, 1993, p. 256). 
 
• Não exploração: a Gestalt-terapia é não exploratória em sua essência. 
O terapeuta considera cada pessoa como uma finalidade em si mesma. Algumas 
formas de exploração podem ser discutidas com a tentativa de eliminar uma relação 
manipulativa e horizontal que pode ocorrer. 
 
a) A pessoa pode ser tratada como meio para um fim. Por exemplo, a pessoa 
pode ser tratada como um objeto a ser salvo, transformando-se num meio 
para satisfazer o ego do terapeuta. A relação estabelecida é Eu-Isso. 
 
b) Desigualdade de linguagem (verticalidade). A relação Eu-Tu é horizontal e 
não abusiva, marcada pelo diálogo e pelo trabalho conjunto, como iguais. 
O encontro é que tem o poder de curar, e não o terapeuta. Por meio dele 
são compartilhados os selves interiores. O relacionamento horizontal 
estrutura-se na crença de que cada pessoa é responsável por si mesma. 
 
c) O terapeuta não está realizando o seu trabalho de forma adequada. 
Segundo Yontef (1993, p. 260) a “boa psicoterapia exige competência 
técnica e bom relacionamento”. O terapeuta deverá incluir um clima 
propício ao diálogo, ser um guia para a experiência fenomenológica e obter 
uma visão holística do cliente. 
Além, é claro, de reconhecer a importância e aplicar na prática todos os 
pontos acima (inclusão, presença, compromisso com o diálogo, não ser 
explorador e viver o relacionamento). É importante lembrar que a terapia 
oferece um desafio dentro dos limites do relacionamento terapêutico. 
Quando falo em desafio estou colocando como um risco para o paciente 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
97 
que precisa estar em aware e para o terapeuta que assume a 
responsabilidade pelo trabalho de crescimento de outra pessoa. 
 
d) Desatenção com os limites apropriados. O diálogo e o trabalho de 
awareness exigem discrição por parte do terapeuta, para não se tornarem 
abusivas, em vez de criativa e libertadora. “O terapeuta é responsável pela 
manutenção de uma atmosfera condutora do Eu-Tu por ser especialista 
nas exigências técnicas do diálogo e do trabalho de awareness” (YONTEF, 
1993, p. 263). 
 
 
• Bem-estar do consumidor: é importante que o terapeuta evite 
relacionamentos duplos com o cliente, assim como envolvimentos pessoais e/ou 
sexuais. Também é importante que sejam evitados relacionamentos em que possam 
diminuir o seu julgamento profissional ou aumentar o risco de exploração dos 
clientes. 
• Vivendo o relacionamento: ter contato e relacionar-se é vida e não 
falar sobre a vida. Por isso, os Gestalt-terapeutas concentram-se mais na 
experiência do que no conceito, mais na forma do que no conteúdo. Mais no como 
do que no por quê. Só se vive na relação e no agora. 
 
 
18 TRABALHANDO COM SITUAÇÕES INACABADAS 
 
 
Antes de falarmos propriamente sobre situações inacabadas, é importante 
criarmos o campo em que este conceito se desenvolveu. Quando a Gestalt-terapia 
ainda sofria influência da psicologia da Gestalt, uma de suas leis era a lei do 
fechamento. A percepção do indivíduo ocorre na direção do fechamento, da 
finalização, ou seja, há uma necessidade de fechar figuras que se apresentam de 
forma aberta. Em alguns casos, há uma necessidade de compensar visualmente as 
falhas. Na figura abaixo nós enxergamos um círculo. 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
98 
 
FIGURA 61 
 
 
Quando nos referimos à vida de um modo geral, podemos encarar este 
reflexo perceptual como um reflexo pessoal básico no qual, muitas vezes, há um 
impedimento pelos acontecimentos sociais da vida, ou seja, fica a impossibilidade de 
se fechar determinada situação. Há uma interrupção no processo de viver a vida e, 
ocorre, a insatisfação ou uma frustração diante de coisas que as pessoas gostariam 
de fazer. 
Perls percebeu que a maioria dos problemas humanos podia ser encarada 
como figuras incompletas ou necessidades do passado, interrompidas, 
intrometendo-se no presente sempre de novo, numa tentativa de serem resolvidas 
ou completadas. 
As atividades não completadas tendem a ser lembradas com mais clareza e 
urgência do que as atividades completadas. Por outro lado, Polster também afirma 
que a maioria dos indivíduos tem uma grande capacidade para situações 
inacabadas – “felizmente, porque no curso da vida estamos condenados a ficar com 
muitas delas” (POLSTER, 1979, p. 49). 
Situações inacabadas também podem ser encontradas com a nomenclatura 
de gestalten incompletas ou gestalten abertas. Quando ocorrem tais eventos, elas 
ficam como formas fixas no presente, obstruindo o fluxo livre e criativo de percepção 
e resposta às situações novas. Essas ações que “recusando-se” a serem 
completadas são “forçadas” a ficar em um fundo, onde permanecem inacabadas e 
incômodas tomando a energia do indivíduo e distraindo-o do aqui-agora. 
Tentando organizarum pouco mais este conceito, podemos dizer que uma 
situação inacabada é toda experiência que fica suspensa até que a pessoa a 
conclua, ou seja, feche-a. 
 
1 FONTE: Acervo pessoal. 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
99 
Entretanto, estes movimentos que não são completados buscam 
naturalmente um complemento e, quando se tornam suficientemente poderosos, o 
indivíduo é envolvido por preocupações, comportamentos compulsivos, cuidados, 
energia opressiva e muitas atividades autofrustrantes. 
Quanto mais ocorrerem comportamentos derivados destas situações 
inacabadas mais haverá uma repetição automática, e a consequência é colocar o 
organismo em permanente estado de prontidão, obstruindo o fluxo de sentir e 
distorcendo o processo de awareness. Quando a awareness é distorcida, o 
organismo todo funciona de forma desregulada e irá responder a uma necessidade 
que não é genuína. 
Uma esposa, pela manhã, teve uma necessidade de discutir com o marido, 
mas não o fez. Pode ocorrer que durante o caminho para o trabalho, ela participe de 
uma confusão no trânsito. O que ocorreu foi uma tentativa do organismo de dissipar 
a raiva que está por trás da situação que ficou inacabada. Provavelmente, esta 
alternativa não irá funcionar, pois é uma tentativa fraca ou parcial de terminar algo 
que ainda está aberto ou inacabado. 
Algumas situações inacabadas podem atingir uma dimensão tão grande 
dentro da vida da pessoa que o indivíduo nunca estará satisfeito por mais que seja 
bem-sucedido em outras direções, até que haja o fechamento. 
Quando uma situação inacabada forma o centro da existência da pessoa, o 
agitamento mental dela fica impedido e outros problemas aparecerão em 
decorrência desta Gestalt aberta. Para ocorrer o fechamento, e a volta da fluidez 
energética e mental, o fechamento precisa acontecer ou por um retorno à antiga 
questão, a questão original que gerou a situação inacabada ou as questões 
paralelas do presente que podem ser consideradas consequências desta primeira. 
O cliente que nos procura vem, muitas vezes, sentindo-se angustiado, 
ansioso, com uma sensação de vazio e falta de graça em sua vida, mas na maioria 
das vezes, não tem realmente contato com o que lhe faz sentir-se assim. Ou se tem, 
não consegue mobilizar-se para agir de forma a atender às suas necessidades. Por 
exemplo, a pessoa pode sentir-se solitária, mas não conseguir ir à busca de um 
contato humano que lhe seja acalentador. Quando isto acontece, a energia está 
provavelmente presa em situações inacabadas do passado. 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
100 
 
Outro ponto importante é entender que a situação inacabada é um evento 
que originalmente pode ter acontecido no passado, mas em razão de sua força ela 
ainda é presente e só pode ser completada se trabalhada dentro da 
contextualização no presente. 
Segundo Polster (1979, p. 53) “uma vez que o fechamento tenha sido 
alcançado e possa ser plenamente experimentado no presente, a preocupação com 
a antiga situação incompleta é resolvida, e a pessoa pode passar para as 
possibilidades atuais”. 
Os neuróticos são incapazes de viver no presente, pois carregam 
cronicamente consigo situações inacabadas do passado. Sua atenção é, ao menos 
em parte, absorvida por essas situações e eles não têm nem consciência nem 
energia para lidar plenamente com o presente e sentem-se incapazes de viver com 
sucesso. À medida que estas situações aparecem, pede-se ao cliente que as 
represente e experimente de novo, a fim de completá-las e assimilá-las no presente. 
Podemos dizer que, grosso modo, o objetivo terapêutico da Gestalt-terapia 
seria a ampliação do processo de awareness, pela relação terapêutica (dialógica), 
liberando energias retidas em situações inacabadas, para a criação de novas 
configurações ou gestalten. 
É necessário trabalhar um continuum de conscientização para que as 
situações inacabadas mais importantes possam emergir para serem elaboradas e 
acabadas. Nós funcionaremos mal, ao carregar muitas situações inacabadas que 
sempre exigem complemento (fechamento/Gestalt). A conscientização por si só 
pode ser terapêutica. 
A terapia vem, então, para ajudar a expandir o fluxo de energia e awareness, 
liberar a energia retida em situações antigas e inacabadas, trazendo-a para o aqui-
agora, facilitando assim, por meio do suporte da relação terapêutica, a elaboração 
interna daquilo que antes não pôde ser bem-elaborado, novas experiências, e a 
compreensão e eventual transformação dos padrões de relacionamento do indivíduo 
com ele mesmo, com os outros e com o mundo. 
Quando a pessoa se relaciona de forma em que os impedimentos não 
ocorrem, ela fica livre para se envolver de forma espontânea, intensa e inteira com 
qualquer coisa de seu interesse. Este é o processo natural, que capacita a pessoa a 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
101 
ficar especialista em si mesma, ou seja, esse ritmo organísmico faz com que ela 
experiencie a si mesmo de forma flexível, clara e efetiva. 
Entender este processo é uma arte, afinal as situações ou nossas 
necessidades (físicas, emocionais, espirituais, etc.) não se configuram de forma 
clara. Muitas vezes, o contato da pessoa com sua interioridade, com os outros e 
com a situação presente é pobre. Outras vezes, a pessoa não sabe experimentar 
esta inteireza e, mesmo quando o fechamento já ocorreu, o indivíduo não consegue 
perceber. É sempre necessário que haja um movimento de atualização de 
comportamentos e de necessidades com o indivíduo. Assim, ele poderá viver a 
intensidade de cada situação e não correrá o risco de estar vivendo uma situação 
cristalizada que atribui uma avaliação arcaica às situações atuais. 
 
 
19 O CORPO 
 
 
A Gestalt-terapia concede um lugar privilegiado para o corpo dentro do 
processo terapêutico. Quando falamos em corpo, estamos nos referindo a um corpo 
metafórico e real que estabelece um diálogo multidirecional entre o corpo e a palavra 
e entre a palavra e o corpo, tanto do cliente quanto do terapeuta. O corpo constitui 
uma poderosa alavanca terapêutica e, para um Gestalt-terapeuta, exige uma 
atenção grande e permanente. 
Na verdade, o corpo representa uma dimensão vital dentro das relações 
interpessoais. Ginger (1995, p. 161) afirma que “em Gestalt, o sintoma corporal é 
deliberadamente utilizado como ‘porta de entrada’ que permite um contato direto 
com o cliente”. 
O que vocês acham que é percebido no corpo, por um Gestalt-terapeuta? 
Na verdade, tudo. São observadas a respiração, seu ritmo e seus bloqueios, a 
disposição energética das partes do corpo do cliente e sua energia de forma geral, 
posturas e movimentos aparentes (que podem ser voluntários ou involuntários), 
gestos ou microgestos, “manias ou vícios corporais” (mexer o cabelo, balançar o pé, 
franzir a testa, levantar a sobrancelha, etc.), a voz (tom, intensidade, fluência), 
palidez ou ruboração, e assim por diante. 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
102 
Enfim, qualquer indício de que o corpo possa estar querendo se comunicar e 
que está difícil ou inacessível por meio das palavras. Ouvir o corpo e “dar-lhe a 
palavra” é uma forma de amplificar o que está sentindo ou mesmo, perceber mais 
claramente um sintoma. É dar a devida atenção ao fenômeno corporal que surge 
antes mesmo de lhe atribuir um significado. 
O corpo é uma linguagem profunda, rica e matizada que ajuda a fazer com 
que a mente entre na mesma ressonância dele. Os sentimentos evocados 
repercutem neste canal corporal ampliando um feedback mútuo. Por exemplo, se 
você está falando que está com raiva, sua respiraçãopode ficar alterada, seu rosto 
pode ficar energizado e suas veias sobressaltadas. Além disso, o corpo está sempre 
enraizado no aqui-agora enquanto as palavras podem se extraviar e se perder nos 
“o quês” em detrimento dos “comos”. 
Nivelar as palavras ao corpo é, mesmo para os dias atuais, uma quebra de 
paradigma. Primeiro, porque em nossa cultura as expressões do corpo e das 
emoções são censuradas e estritamente filtradas. Muitos sentimentos foram 
negados, como sendo algo não “digno” de se ter. Raiva, inveja, ciúmes, expressões 
efusivas de alegria, tudo isso, foi proibido desde a infância. Segundo, porque o 
pensamento cartesiano corpo-mente ainda prevalece como modelo vigente entre 
estas partes. 
A Gestalt-terapia tenta quebrar esta dicotomia e esta barreira acessando os 
sentimentos por meio, também, do corpo e de suas expressões. É muito importante 
não tentar dominar as emoções, mas sim, reconhecê-las, conhecê-las, domá-las e 
integrá-las evitando tanto o transbordamento quanto o seu ressecamento. Isto vai 
garantir uma boa saúde emocional às pessoas. 
 
Minha experiência é que quando eu focalizo totalmente qualquer lugar de 
um corpo, o meu pensamento para lá... Quando alguma dor ou tensão não 
desaparece com facilidade, eu sugiro: veja se consegue explorá-la – 
suavemente, sem força, como se tivesse fazendo amizade com ela – e veja 
se consegue descobrir o que está querendo acontecer ali e deixe acontecer. 
Veja se surge algum movimento da dor ou da tensão. Pode ser algum 
movimentozinho que você tenha no presente e que não é visível para mim. 
Pode ser um movimento grande, que eu possa ver. Deixe acontecer aquilo 
que está querendo acontecer (PERLS, 1977, p. 213-214). 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
103 
O trabalho corporal da Gestalt consiste em descontrolar o próprio corpo. O 
corpo atua inconvencionalmente, por algum tempo, até a pessoa se tornar o seu 
próprio corpo. As pessoas não precisam procurar, vasculhar um significado para o 
que está acontecendo, pois este significado aparecerá, fechando uma Gestalt aberta 
e significando uma situação geral. 
Um erro comum é buscar este significado enquanto o corpo ainda não está 
preparado para a integração total. Procurar este significado é um movimento da 
cognição, do pensamento que ocorre na mente, no intelecto, e lá não há esta 
resposta. O resultado desta busca incessante pode ser a frustração, o desânimo e a 
confusão, ou até se pegar a um significado falso apenas para satisfazer a razão. 
Quando os significados aparecem sozinhos não existe a procura, eles são 
simplesmente aceitos, sem confusão. 
A Gestalt-terapia, inspira-se no psicodrama para conseguir percorrer o 
percurso da palavra ao corpo. Para isso, ela utiliza-se das técnicas de dramatização. 
É bastante comum um Gestalt-terapeuta sugerir a dramatização corporal simbólica 
de um sentimento que tenha aparecido dentro da terapia. Técnicas de grupos como 
jogos ou exercícios favorecem a utilização do corpo, e multiplicam as suas 
possibilidades de utilização. 
Outra possibilidade que não pode ser descartada é a utilização do corpo do 
próprio terapeuta como uma ótima possibilidade para desencadear emoções 
profundas. Mesmo sendo um forte recurso de mobilização de emoção, este contato 
ainda é pouco usado e envolve muitos tabus e várias discussões teóricas. Por 
exemplo, uma cliente que sempre teve uma relação pouco íntima com a mãe e 
nunca recebeu um colo aconchegante pode experienciar tal situação junto ao 
terapeuta. Ele dará um colo confortável e protetor e ela ampliará sua awareness 
dentro de uma relação de confiança e segurança. 
Todo corpo tem um limite de aproximação. Estas barreiras representam as 
“fronteiras da bolha” e existem para proteger, dar segurança e permitir um contato 
satisfatório. Estes fatores envolvem aspectos individuais, sociais e culturais para 
cada pessoa. 
É normal na cultura norte-americana amigos de sexo diferentes, quando têm 
muita intimidade, cumprimentarem-se com um “selinho” na boca. Já no Brasil, onde 
as pessoas são geralmente mais abertas para o toque, este comportamento, em 
 
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especial, não é aceitável com naturalidade. Esta distância adequada é um elemento 
essencial para o ciclo completo do contato. 
Vivemos muito tempo na era da razão, da racionalidade, do pensamento 
lógico. Atualmente, o corpo tem conquistado o seu lugar, incluindo toda a dimensão 
de suas exigências e beleza (estou falando dos rígidos padrões de beleza da 
sociedade contemporânea). Podemos dizer que este corpo vive com um sinal e um 
reflexo desta complexa totalidade. Diante de tal cenário, o corpo não pode ser mais 
ignorado! Ele precisa fazer parte da busca pela emocionalidade de cada indivíduo 
por meio de uma linguagem mais clara, compondo todos os mistérios e as 
grandezas deste contexto. 
 
 
20 EXPERIMENTOS 
 
 
O experimento é o método que a Gestalt-terapia utiliza para alcançar o 
processo de awareness do paciente. A experimentação entra numa dimensão 
estética e ética (mais adiante irei retornar a este assunto). 
Neste contexto, “experimentação” não compartilha a concepção científica do 
termo. Aqui, a experimentação passa a ser um recurso fenomenológico para emergir 
as circunstâncias existenciais presentes. Voltamos aos primórdios do sentido do 
termo, nos quais a experimentação, derivado do perire grego, significava arriscar, 
tentar... Ou seja, certa arte de perigar. Perigo, perigação, que também derivam do 
verbo perire. No seu sentido científico, a experimentação está ligada à reprodução 
controlada, frequentemente laboratorial, de uma dada realidade. 
Embora a Gestalt-terapia tenha se aproximado muito da Psicologia da 
Gestalt, neste ponto estas linhas de pensamento se distanciam. Perls, com sua 
atitude eminentemente visceral e experimental critica a dificuldade da Psicologia da 
Gestalt de se afastar do conceito da experimentação com o olhar científico. 
Lembramos que a Psicologia da Gestalt é experimental no sentido de ocorrerem 
experimentos em laboratórios com todo o rigor e a preocupação científica. 
Perls criticava a monotonia, a falta de interesse e falta de excitação dos 
experimentos laboratoriais. Para ele, o experimento só faz sentido se tiver sendo 
 
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usado com o seu devido risco, como algo novo. Por este motivo, ele afiliava-se a 
uma concepção artística, estética, compreensiva, existencial, da experimentação. 
Perls define experimento como: 
 
(...) um ensaio ou observação especial feitos para provar ou descartar algo 
duvidoso, especialmente sobre condições determinadas pelo observador; 
um ato ou operação realizado a fim de descobrir algum princípio ou efeito 
desconhecidos, ou, para testar, estabelecer ou ilustrar alguma verdade 
conhecida ou sugerida; teste prático; prova (PERLS et al., 1951, p. 14). 
 
Fazendo um paralelo com as artes, podemos dizer que a Gestalt-terapia é o 
expressionismo em terapia. Esta frase vem da ideia de que a utilização da 
experimentação neste contexto não é nova. 
Os orientais já entendiam desta forma e, no ocidente, o próprio movimento 
artístico do Expressionismo também a compreendia assim. O Expressionismo era 
consonante com a observação de que a possibilidade é mais importante do que a 
realidade. Esta posição advinha de uma contraposição ao positivismo do real. 
É muito comum as pessoas criaram o hábito de “falar sobre” determinado 
assunto ou problema. Geralmente, o processo ocorre da seguinte forma: as pessoas 
conversam com os outros sobre o que as incomoda até chegarem a posição que se 
sintam confortáveis, chegam auma solução. Caso não tenha passado o momento 
de agir, elas partem para ação. O problema ocorre, pois, na maioria das vezes, esta 
ação está ligada a uma forma já conhecida de funcionamento, a um padrão de 
comportamento. 
Ao falar sobre, as pessoas não incluem nenhum elemento novo, sufocam a 
inovação e a improvisação indutiva. O grande risco destas intervenções baseadas 
no passado é de que tais atitudes tornem-se mecânicas e sem vida. Além disso, ao 
ficar preso ao passado, as ações tornam-se congeladas e o processo de mudança 
fica apenas na possibilidade. 
A Gestalt-terapia tenta recuperar a conexão entre o discurso (“falar sobre”) e 
a mudança (a ação propriamente dita), integrando estas partes por meio do 
experimento e libertando as pessoas das influências das ruminações 
empobrecedoras sobre os temas existenciais. 
Uma relação experimental entre terapeuta e cliente permite um privilégio da 
 
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atualização da experiência do cliente, potencializando a vivência ativa pelo cliente 
dos elementos que constituem o presente desta pessoa, e não padrões 
desatualizados de ação. Vive-se o problema, sente-se o problema, para então, 
resolvê-lo. 
Por meio do experimento o cliente se mobiliza na direção da confrontação de 
suas emergências, dentro de uma segurança relativa propiciada na relação 
terapêutica. 
Essa segurança baseia-se em dois pontos importantes: primeiro, o suporte 
oferecido pela relação dialógica; depois, a possibilidade de se correr um risco 
“calculado” dentro de um ambiente seguro e privado. 
Por outro lado, o experimento não deve se transformar num paliativo ou num 
substituto para o envolvimento válido. Muito pelo contrário, ele tem a possibilidade 
de interligar a experiência do mundo (lá fora) com a sua experiência emocional 
interior, e por esta nova configuração, há uma descoberta, uma nova síntese que 
permite que surja algo novo e que pode ser devidamente aplicado em sua vida. O 
que não o impede de que ao chegar ao mundo exterior, ele também, possa fazer 
diferente do que experimentou na relação terapêutica. Isso depende de sua 
sensibilidade para entender e sentir o ritmo de seu próprio movimento existencial. 
Afinal, o experimento não é nem um ensaio, nem um ato póstumo. 
O objetivo do experimento sugerido dentro do processo terapêutico é para 
que o cliente descubra qual o mecanismo que está alienando parte dos processos 
de seu self, evitando o fluxo natural em direção a awareness. 
Segundo Yontef (1993, p. 79), em seu livro Processo, Diálogo e Awareness: 
 
(...) um experimento típico é pedir que os participantes formem uma série de 
sentenças começando com as palavras “aqui-e-agora eu estou consciente 
(aware) de...”. O terapeuta continuamente devolve o relato daquilo que o 
paciente está percebendo (experienciando) e encoraja a continuação do 
experimento perguntando: “Onde você está agora?”, “O que você está 
experienciando agora?”. As questões do paciente são transformadas em: 
“agora você está consciente (aware) de imaginar...”. Quando o paciente 
começa a evitar a instruções, isto também é transformando num relato de 
awareness: “Agora estou consciente (aware) de querer parar”. 
 
 
 
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A partir deste experimento básico, muitos outros podem ser criados. A 
necessidade que o terapeuta tem de criar e de ousar é uma premissa importante da 
Gestalt-terapia. Os experimentos podem ser arranjados em forma de séries 
graduais. Afinal, o desafio do cliente precisa ser alcançado segundo o seu tempo e 
ritmo. 
É importante lembrar que embora o terapeuta elabore e proponha o 
experimento, tudo pode acontecer. É sempre um resultado imprevisível e autêntico, 
inclusive para o cliente. Este resultado pode indicar direções para novos 
experimentos, e todo o controle sobre este processo também é dividido entre o 
terapeuta e o cliente, incluindo sua observação. 
Um experimento pode ser algo bem simples ou algo extremamente 
complexo. Para entender melhor, vou apresentar um exemplo desta forma mais 
simplificada de experimento. Podemos estar com um cliente que está falando sobre 
a constante sensação que tem tido em sua vida de estar sempre “correndo atrás do 
rabo”. Note que toda vez que o cliente já traz uma metáfora, uma imagem ou uma 
cena pronta, isso é material precioso que precisa ser trabalhado pelo terapeuta. 
Voltando ao caso, um experimento simples, porém bem apropriado para este 
contexto, seria o de pedir para o cliente levantar e representar com um gesto 
corporal o que seria para ele, literalmente, “correr atrás do rabo”. A partir daí, poderá 
ser explorada as sensações, os sentimentos, as ideias (introjeções, por exemplo), 
padrões de comportamento, o “para que” desta situação, etc. Isto é um experimento! 
Muitas vezes, o terapeuta acredita que o experimento é sempre algo muito complexo 
e elaborado e não é verdade. Um impacto emocional deste exemplo relatado é 
imprevisível e poderá ajudar muito o cliente na direção da ampliação do seu 
processo de awareness. 
A Gestalt-terapia apresenta quatro possibilidades ou formas de se sugerir 
um experimento: pela representação, pela fantasia, pelo comportamento dirigido ou 
por meio de lições de casa. 
A representação é uma dramatização de algum aspecto da existência do 
paciente dentro do ambiente terapêutico e demanda uma ação. Esta seria uma 
primeira possibilidade de ação de um cliente, e talvez seja, naquele momento, a 
única via de expressão aberta. Uma pessoa que está representando ou atuando 
trabalha com o que gostaria de ser, e não o que realmente é. Mas, para isso, 
 
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mantêm viva a necessidade de fazer coisas novas e muitas vezes, mostra um novo 
lado de si mesmo, abrindo novas direções. 
Segundo Polster, podemos representar quatro tipos de situações: uma 
situação inacabada do passado distante, uma situação inacabada do presente, uma 
característica ou mesmo uma polaridade. 
O comportamento dirigido, muitas vezes, é negado e quase um tabu em 
algumas abordagens psicológicas. Na Gestalt-terapia é usado, com propósitos 
exploratórios e de forma seletiva. Algumas vezes, o comportamento dirigido se 
confunde com a representação, o que tem de diferente é o fato de que é mais 
prático, mais limitado, em relação a comportamentos específicos e ter instruções 
mais diretas. 
A intenção não é a criação de um cenário dramático, mas de colocar um 
novo comportamento em ação. Uma aplicação clara e usual desta técnica ocorre 
quando o terapeuta quer mobilizar a autossustentação do cliente. 
Outra aplicação ocorre quando o terapeuta quer recuperar a sensação 
perdida pelo cliente. Às vezes, durante uma sessão, podemos pedir para o cliente 
parar sua narrativa e, simplesmente, contar tudo de novo, usando toda a emoção 
contida na cena e na situação vivida, como se ele próprio fosse um ator, e que 
precisasse colocar uma onda de paixão e envolvimento nos fatos. É comum os 
clientes se surpreenderem com a intensidade e com o poder de sua energia presa. 
A fantasia pode ser considerada a alavanca mestre do processo terapêutico. 
Por meio da fantasia as pessoas podem se relacionar expansivamente em suas 
vidas. Em várias sessões utilizando a fantasia (como, por exemplo, depois de uma 
viagem fantasia), a intensidade e a força da experiência chega a níveis tão elevados 
que podem ser mais significantes do que algumas situações da vida real. Em alguns 
momentos, a terapia pode tomar outro rumo e tornar-se mais produtiva, a partir de 
uma experiência com a fantasia. 
Segundo Polster (1979), há alguns propósitos principais a que se destina afantasia: contato com um acontecimento, sentimento ou característica pessoal que 
encontra resistência; contato com uma pessoa não disponível ou com uma situação 
inacabada; exploração do desconhecido; exploração de aspectos novos ou não 
habituais de si mesmos. 
Ainda segundo este autor (1979, p. 25), “embora a fantasia seja 
 
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essencialmente não ação, ela pode ser acompanhada por ação ou é capaz de 
produzir ação que pode formar um núcleo dinâmico para a experiência”. 
O que Polster está colocando na frase acima é que quando o cliente fantasia 
uma situação, há uma liberação de energia que pode sustentar a ação, que, na 
maioria das vezes, só ocorre após uma reação real, mas que é possível ser 
acessada por meio da fantasia. 
Por outro lado, a fantasia permite o reconhecimento e o retorno dos 
sentimentos muito importantes para o processo de awareness do cliente. Esta 
assimilação de suas próprias emoções é importante independentemente de 
acontecer a resolução real da situação na vida. Ocorre, também, que muitas 
situações da vida real não estão mais disponíveis para serem vividas e a fantasia 
torna-se o único recurso possível. Nestes casos, a fantasia recria a situação 
angustiante, e de uma forma segura, permite a inserção de elementos novos e 
reestruturantes, indo além da fofoca ou da especulação ruminativa. 
Mas a fantasia demanda esforço. Não é suficiente apenas imitar a fantasia, a 
pessoa tem que se esforçar para descobrir suas próprias fontes de criatividade 
dentro da fantasia. A partir daí, direcionar estas fontes para as exigências básicas da 
tarefa. Neste caso, a espontaneidade é substituída pela dedicação necessária para 
o contato autêntico, respeitando as exigências da vida. 
Os sonhos também são considerados experimentos básicos. Para a Gestalt-
terapia, é necessário que o sonho seja trazido para a experiência de vida do cliente 
e para o aqui-agora. 
Por este motivo, Perls solicitava que o sonhador recontasse seu sonho no 
presente, como se estivesse acontecendo naquele momento. Depois, o sonhador 
iria representar partes do seu sonho como aspectos de sua própria existência. 
Podemos considerar que a partir do sonho há um ponto de partida para uma 
experiência completamente nova. O sonho sempre representa uma projeção. 
Então, tudo que vier do sonho, todos os elementos, todos os personagens, 
todas as emoções, não importando o tamanho ou a intensidade, são representantes 
de quem está sonhando. Quando o sonhador representa todos os papéis ele está na 
direção da total identificação, e pode, gradativamente, rejeitar a alienação. 
A Gestalt-terapia é uma abordagem que prevê em seu modelo prático, 
apenas uma sessão semanal (no geral, é claro, que há exceções e pedidos de 
 
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110 
emergência e sessões extras). A intensidade das experiências vividas é forte e exige 
um tempo para a sua absorção. Em contrapartida, algumas situações demandam 
uma necessidade de que o cliente fique mais tempo em contato com suas 
dificuldades ou necessidades. 
Quando o terapeuta percebe esta necessidade de continuar algum contato, 
para garantir um nível intenso de impacto, está na hora de incluir as “lições de casa” 
dentro do processo terapêutico. Neste ponto, há uma troca direta entre a vida e 
terapia, entre o real e o imaginário. Só quando há uma vivência da própria vida que 
novas possibilidades são reveladas na terapia. É um processo de retroalimentação 
entre terapia e sensação de realidade. 
As lições de casa precisam ser feitas em conformidade com a área de 
conflito do cliente e, esta, não pode mobilizar algo que ele ainda não possa dar 
conta. O envolvimento terapêutico é ampliado, porém ele mesmo explora e comanda 
suas próprias ações e awareness, aumenta seu autossuporte e sua autonomia, 
afinal ele fez “tudo” sozinho. Mas, ao mesmo tempo, sabe que está sob a supervisão 
de seu terapeuta, e por isso, “protegido”. Este cliente não só está trabalhando em 
direção de sua awareness, como vai rumando para a autoterapia. 
 
 
21 CASAIS, FAMÍLIAS, GRUPOS 
 
 
Quando se executa o trabalho de Gestalt-terapia com casais utilizam-se os 
mesmos princípios para o trabalho com famílias. Uma das diferenças, porém, é que 
o trabalho com famílias é mais complicado do que com casais, em razão da maior 
quantidade de informações e número de pessoas criando uma maior complexidade 
nos arranjos. Esta articulação com família demanda do terapeuta mais atenção à 
estrutura das intervenções, mais ação e agilidade de compreensão dos fatos. 
Quando se trabalha com casais ou família, o primeiro passo é fazer com que 
todos os participantes façam um contato inicial uns com outros. Muitas vezes, esse 
canal de comunicação precisa ser resgatado, outras, precisa ser criado. 
Neste momento, o terapeuta deve apenas prestar atenção a tudo que 
acontece, tudo que ouve, vê e experiencia. A partir de um dado momento, algo vira 
 
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111 
figura e poderá ser pedido para a família conversar sobre o que foi observado, ou 
então, sugerir um experimento para expandir sua observação, ou até, ensiná-los um 
novo comportamento. 
No final, é preciso fechar o trabalho que foi feito no sentido de uma 
compreensão dos familiares/casal ou mesmo apontar algo que foi aprendido por um 
ou por todos. 
Existem alguns princípios orientadores que norteiam o trabalho de Gestalt-
terapia com casais e famílias. O primeiro princípio é: esclarecer ou ressaltar para as 
famílias/casais o que eles fazem bem. Descobrir como estão agindo dá um suporte 
importante para descobrir como estão, para aceitar melhor o processo terapêutico e 
fortalecer o potencial de mudança. 
É necessário entender que os limites de uma família são fluidos. O conceito 
de família é variável dentro de cada estrutura, cada família tem sua própria 
configuração. 
O terapeuta deverá entender quem e o que constitui aquela família. 
Lembrando que os “agregados” têm um papel importante dentro desta organização. 
Uma estrutura familiar pode mudar conforme determinada situação ou evento 
ocorrido. Por exemplo, o filho que se casa e sai de casa, ou o filho que se casa e 
fica em casa com a esposa, etc. 
A capacidade de mudança é uma referência para a saúde da família. Porém, 
as mudanças não ocorrem na terapia, mas sim, na vida. Elas acontecem porque as 
situações também são novas, exigem novas soluções. Cada família tem ciclos 
distintos que representam o estágio de desenvolvimento de cada grupo ou até de 
cada componente familiar. 
Como as famílias lidam com cada fase também é uma articulação única e 
variável. É necessário que se inclua, também, os aspectos sociais, econômicos e 
culturais dentro das intervenções terapêuticas. É mais comum a família trazer para a 
terapia as influências culturais do que os casais. A família é uma transmissora de 
cultura, por este motivo, a importância de se conhecer os valores religiosos, crenças, 
preconceitos, valores sociais, etc. Segundo Zinker (2001, p. 230): 
 
Um bom terapeuta familiar, competente, é parte sociólogo, parte 
antropólogo, parte filósofo e, mais importante, um observador confiável que 
 
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112 
está verdadeiramente no modo como esta família funciona dentro de sua 
própria vizinhança e de seu meio social. 
 
Muitas vezes, o terapeuta é um mediador dos conflitos transgeracionais, 
principalmente relacionados com o choque cultural entre pais e filhos. Cada geração 
tem seus próprios comportamentos, jogos, linguagem, música, moda, arte e 
objetivos. Uma alternativa para trabalhar os conflitos transgeracionaisé a utilização 
da técnica do sonho (pode, inclusive, estar combinada com as técnicas sistêmicas 
de famílias). 
Tudo o que já foi dito deixa claro que o papel do terapeuta familiar é muito 
complexo. É preciso que a atenção esteja aguçada a todo o momento. Algumas 
atitudes ou reações são indícios de que algo está acontecendo com este terapeuta. 
Reagir rapidamente a um comentário ou opinião é um destes sinais. 
Sentimentos fortes como amor ou ódio por uma família, casal ou pessoa, 
também exige um foco especial. “Tomar partido” de um membro ou subsistema em 
detrimento de outro, demanda atenção. É saudável querer saber sobre as 
competências, dificuldades e a história passada de cada família. A maioria das 
famílias conhece mais seus defeitos e fracassos do que seus talentos e sucessos. 
Dentro das famílias há subsistemas dinâmicos e flexíveis. Quanto maior é o 
número de subsistemas mais saudável é esta família. Outra função do terapeuta é 
clarificar a estrutura e as qualidades dinâmicas desses subsistemas. Chamamos de 
subsistemas as identificações e as alianças que vão se entrelaçando conforme os 
conflitos e as situações difíceis vão se apresentando. 
Quando os subsistemas se apresentam como na forma de gestalten fixadas, 
ou seja, as pessoas se enrijecem numa posição e tem dificuldade de entrar e sair 
dos diversos subsistemas, então o terapeuta precisa ficar atento a estas 
triangulações. 
Um agrupamento muito comum é a aliança entre um dos pais e um filho, por 
exemplo, a mãe e o filho caçula. Isto pode ser disfuncional e impede que os adultos 
interajam entre si e, também, que o filho saia livremente. Caso isto aconteça, a mãe 
provavelmente terá um sentimento de traição deste filho. 
As relações pais e filhos denotam um capítulo extenso e à parte. Porém, 
uma coisa é evidente. O controle e o poder da família têm que estar nas mãos dos 
 
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113 
pais e quanto mais claro isso ficar, mais favorável será a dinâmica familiar. Famílias 
desorganizadas exigem que os terapeutas assumam mais poder e liderança até que 
possam assumir comportamentos mais adaptativos e coesos. 
As crianças não conseguem sustentar todo o medo (de crescer, de encarar o 
mundo, etc.) sem a segurança de pais responsáveis. Quanto menor é a criança mais 
proteção ela exigirá. Um bebê morrerá se não for alimentado. Só que à medida que 
as famílias crescem, os filhos precisam cada vez menos desta proteção. Proteger 
demais é tão prejudicial quanto proteger de menos. Isso não significa que as famílias 
não errem esta medida. Pais saudáveis e atentos estão sempre reavaliando estas 
posições intermediárias na busca de uma construção mais correta. 
Em relação ao trabalho de Gestalt-terapia com grupos, encontramos alguns 
modelos propostos, tais como: John Brinley, Joen Fagan, Erving Polster, Irma 
Shepherd, etc. Perls em seus últimos anos de profissão criou um novo modelo. Irei 
me concentrar neste modelo em especial. 
Diante do grupo, Perls não tinha um tempo determinado para trabalhar. 
Podia trabalhar diretamente com um voluntário (nunca esta escolha é solicitada) por 
dez minutos ou por horas, dependendo da necessidade do paciente. O resto do 
grupo observa principalmente e se mantinha em silêncio. 
Entretanto, num determinado ponto, ele entra com o grupo em jogo de um 
modo original, “método do coro grego”. O “coro grego” sublima e consolida os 
esforços e realizações do paciente operante, de modo que combina o 
condicionamento com uma forma muito efetiva de integração grupal. Por exemplo, o 
paciente chegou num ponto que diz que não pode viver conforme as expectativas do 
outro. O terapeuta solicita que percorra todos os membros do grupo, reformulando 
esta frase e acrescentando algo pessoal. “Eu não estou aqui para responder às suas 
expectativas”. Os membros do grupo respondem brevemente conforme suas 
percepções e reações, por exemplo: “Sinto-me mais aliviado de ouvir isso, você tem 
toda a razão.” São permitidas as expressões de afeições e rejeição entre os 
participantes. 
Perls focava-se nas discrepâncias óbvias e sutis das expressões físicas e 
verbais. Desafia o paciente a entrar num diálogo representado (role-play) entre as 
facetas discrepantes da sua personalidade. Outra forma muito usada por ele era o 
pedido de representar um sonho e, depois, cada parte do sonho fala por si mesmo. 
 
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Ficam proibidas as referências do tipo: se, mas, não posso, sinto-me 
culpada durante a sessão terapêutica. “Se” e “mas” tornam-se “e”, “não posso” é 
substituído por “não quero” e “sinto-me culpada” por “ressinto-me de”. Estas 
alternativas evidenciam o conflito emocional que há na pessoa. Fica mais claro o 
padrão de dominação existente e os “deverias” que foram introjetados durante a vida 
da pessoa. 
 
A habilidosa separação de conflito em sua dualidade e subsequência 
reencenação leva, após uma série de diálogos, a sentimentos de vacuidade, 
confusão, desamparo, etc. Essa experiência é o impasse: a expressão 
fundamental de duas formas puxando em direções opostas (FAGAN, 1971, 
p. 191) 
 
O grupo é apoiado por múltiplas projeções entre a cena ou o diálogo e eles 
próprios. Suas reações, associações e interpretações ajudam o paciente a ampliar e 
aprofundar sua compreensão. Os membros de um coro grego parecem, de fato, 
experimentar os sentimentos das respostas do paciente dentro deles próprios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
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115 
 
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FIM DO CURSO!