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09/06/2016 1 1 ESCOAMENTO SUPERFICIAL Prof. Filipe Lima Dornelas 2 INTRODUÇÃO Corresponde ao segmento do ciclo hidrológico relacionado ao deslocamento das águas sobre a superfície do solo. ESCOAMENTO SUPERFICIAL �Fundamental importância para o projeto de obras de engenharia; � Aproveitamento da água superficial; � Proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento; � Carreamento de partículas sólidas e assoreamento; � Poluição difusa. 09/06/2016 2 3 FATORES QUE INTERVÊM NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL � Fatores que influenciam a taxa de infiltração da água no solo interferem, também, no escoamento superficial resultante. AGROCLIMÁTICOS � O escoamento superficial tende a crescer com o aumento da intensidade e a duração da precipitação e da área abrangida pela precipitação. � Quanto maior a porcentagem de cobertura vegetal e rugosidade da superfície do solo, menor o escoamento superficial. � O papel da evapotranspiração. 4 FATORES QUE INTERVÊM NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL FISIOGRÁFICOS � Quanto maior a área e a declividade da bacia maior deverá ser a vazão máxima de escoamento. � Quanto mais a forma da bacia aproximar-se do formato circular mais rápida deverá ser a concentração do escoamento superficial e, conseqüentemente, maior será a sua vazão máxima. � Condições de superfície: � Tipo de solo; � Topografia; � Rede de drenagem; � Obras hidráulicas presentes na bacia. 09/06/2016 3 5 GRANDEZAS ASSOCIADAS AO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL Algumas definições � TEMPO DE CONCENTRAÇÃO (tc): tempo que a água que cai no ponto mais remoto da área considerada leva para atingir a seção de deságue; Qmax 1 Qmax 2 A1 = A2 Q = Vol t 6 GRANDEZAS ASSOCIADAS AO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL Algumas definições Itajaí, onde fica o rio Itajaí-Açú, que ficou mais de 10 metros acima do normal, é um dos municípios mais prejudicados pelas tempestades. 09/06/2016 4 7 GRANDEZAS ASSOCIADAS AO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL � VAZÃO: volume de água que atravessa a seção transversal considerada por unidade de tempo. � Importância de se considerar o conhecimento das vazões máximas, médias e mínimas. Algumas definições � COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL (C): Relação entre o volume que escoa sobre a superfície do terreno (ES) e o volume total precipitado (PT). 8 GRANDEZAS ASSOCIADAS AO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL Algumas definições � PERÍODO DE RETORNO (T): período de tempo médio, expresso em anos, em que certo evento é igualado ou superado, pelo menos uma vez. Para T < n, o valor de F fornece uma boa idéia do valor real da probabilidade; Para T > n, a repartição de frequências deve ser ajustada a uma lei probabilística teórica para permitira o cálculo mais correto da probabilidade. T = período de retorno, em anos; P = probabilidade de que a precipitação seja igualada ou superada dentro de um ano. 09/06/2016 5 9 GRANDEZAS ASSOCIADAS AO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL Algumas definições � PERÍODO DE RETORNO (T) ANO 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 198_ 73,2 120,4 89,4 82,5 108,6 83,4 76,0 67,4 107,5 94,3 199_ 79,0 94,3 87,5 107,4 Qual o período de retorno correspondente a cada um dos eventos da série? 10 ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODOS EMPÍRICOS � Método de Burkli-Ziegler � Método de Iszkowski � Método de Kinnison � Método de Kresnik, Ganguillet e Kutter � Método de Creager � Método Racional � Método Racional Modificado 09/06/2016 6 11 ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODOS BASEADOS DA HIDRÓGRAFA UNITÁRIA � Método de Snider � Método de Clark � Método do Soil Conservation Service MÉTODOS PROBABILÍSTICOS � Distribuição Log-Normal Tipo II, Distribuição Log-Normal Tipo III, Distribuição Pearson Tipo III ou Distribuição Gama Tipo II, Distribuição Log-Pearson Tipo III ou Distribuição Log-Gama Tipo III, Método de Gumbel. 12 ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Determinação da vazão máxima a partir de dados de chuvas para pequenas bacias (50 a 500 ha). � Qmax = vazão máxima de escoamento superficial, m³ s-1; � C = coeficiente de escoamento superficial, adimensional; � im = intensidade máxima média de precipitação para uma duração igual ao tempo de concentração da bacia, mm h-1; � A = Área da bacia de drenagem, há. 09/06/2016 7 13 ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � As precipitações deverão ter alta intensidade e curta duração; � Vazão máxima de escoamento superficial quando a duração da chuva for igual ao tempo de concentração (tc); � A precipitação com duração igual a tc ocorre, uniformemente, ao longo de toda bacia; � Dentro de um curto espaço de tempo, a variação na taxa de infiltração não deverá ser grande; � Utilização de um único coeficiente de escoamento superficial estimado com base nas características da bacia. Princípios básicos 14 ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Desconsideração de fatores importantes para a ocorrência do processo de escoamento superficial: armazenamento de água, variações de precipitação; � Não permite a caracterização do volume de escoamento superficial produzido; � Não evidencia a distribuição temporal das vazões; � Caracteriza apenas a vazão de pico ou vazão máxima de escoamento superficial. Limitações do método 09/06/2016 8 15 ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Parâmetro determinado com maior precisão, através de mapas ou fotografias aéreas. ÁREA DE DRENAGEM (A) COEFICIENTE DE ESCOAMENTO (C) � Relação existente entre o volume escoada e o volume precipitado; � Variação do coeficiente de acordo com a variação de quantidades precipitação interceptadas, armazenadas na superfície, infiltradas e escoadas; � Obtenção dos valores de C a partir de tabelas remetendo às condições típicas da área analisada. 16 ESCOAMENTO SUPERFICIAL COEFICIENTE DE ESCOAMENTO (C) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL Valores de C recomendados por Willians, citado por Goldenfum e Tucci (1996), para áreas agrícolas 09/06/2016 9 17 ESCOAMENTO SUPERFICIAL COEFICIENTE DE ESCOAMENTO (C) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL Valores de C segundo adaptação do critério de Fruhling, adotados pela Prefeitura de São Paulo (Wilken, 1978) 18 ESCOAMENTO SUPERFICIAL COEFICIENTE DE ESCOAMENTO (C) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL Valores de C recomendados proposto pelo Colorado Highway Department 09/06/2016 10 19 ESCOAMENTO SUPERFICIAL COEFICIENTE DE ESCOAMENTO (C) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL Valores de C recomendados proposto pelo Soil Conservation Service - USDA 20 ESCOAMENTO SUPERFICIAL COEFICIENTE DE ESCOAMENTO (C) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Quando há variação do coeficiente de escoamento superficial ao longo da área analisada, este poderá ser determinado pela seguinte equação: � C = Coeficiente de escoamento superficial para a área de interesse, adimensional; � Ci = coeficiente de escoamento superficial para a subárea i, adimensional; � Ai = subárea considerada, L²; � A = área total considerada, L². 09/06/2016 11 21 ESCOAMENTO SUPERFICIAL COEFICIENTE DE ESCOAMENTO (C) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL 22 ESCOAMENTO SUPERFICIAL INTENSIDADEMÁXIMA MÉDIA DA PRECIPITAÇÃO (im) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Observada para a duração de precipitação correspondente ao tempo de concentração (tc) e para o período de retorno (T) estabelecido pelo projetista; � Obtida pela equação de intensidade – duração – frequência. � im = intensidade máxima média de precipitação, mm h-1; � T = período de retorno, anos; � t = duração da precipitação, min; � K, a, b, c = parâmetros de ajuste relativos à estação pluviométrica estudada. 09/06/2016 12 23 ESCOAMENTO SUPERFICIAL INTENSIDADE MÁXIMA MÉDIA DA PRECIPITAÇÃO (im) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL 24 ESCOAMENTO SUPERFICIAL INTENSIDADE MÁXIMA MÉDIA DA PRECIPITAÇÃO (im) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL 09/06/2016 13 25 ESCOAMENTO SUPERFICIAL PERÍODO DE RETORNO (T) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Período de tempo, em anos, no qual um evento poderá ser igualado ou superado; � Período de retorno de 5 a 10 anos para projeto de sistemas de drenagem agrícola de superfície; � Projetos de conservação de solos, T igual a 1 anos (Schwab et al., 1966); � Dimensionamento de projetos de saneamento agrícola, T igual a 10 anos (Euclydes, 1987); � Períodos de retorno > 500 anos para barragens com potenciais riscos para a vida humana. 26 ESCOAMENTO SUPERFICIAL PERÍODO DE RETORNO (T) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL Períodos de retorno (T) proposto por DAEE – CETESB, citados por Porto et al. (2000), em virtude do tipo de ocupação da área 09/06/2016 14 27 ESCOAMENTO SUPERFICIAL DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO (t) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Fatores que influenciam o tempo de concentração: área da bacia, declividade média do terreno, declividade e comprimento dos afluentes, rugosidade do canal, tipo de cobertura vegetal, características da precipitação; � Obtenção do tempo de concentração a partir de características físicas da bacia por meio de equações empíricas e ábacos. 28 ESCOAMENTO SUPERFICIAL DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO (t) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Desenvolvida a partir de informações de sete pequenas bacias agrícolas do Tennessee; � Declividades variando entre 3 a 10% e áreas de, no máximo, 0,5 km². Equação de Kirpich � tc = Tempo de concentração, min; � L = comprimento do talvegue, km; � H = diferença de nível entre o ponto mais remoto da bacia e a seção de deságue, m. 09/06/2016 15 29 ESCOAMENTO SUPERFICIAL DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO (t) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Obtida para pequenas bacias hidrográficas em Illinois, EUA; � Área de até 24,28 km². Equação de Ven Te Chow (Freitas, 1984) � tc = Tempo de concentração, min; � L = comprimento do talvegue, km; � S0 = declividade média do talvegue, m km-1. 30 ESCOAMENTO SUPERFICIAL DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO (t) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL Equação de Picking (Freitas, 1984) � tc = Tempo de concentração, min; � L = comprimento do talvegue, km; � S0 = declividade média do talvegue, m km-1. 09/06/2016 16 31 ESCOAMENTO SUPERFICIAL DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO (t) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL Equação de Giandotti � tc = Tempo de concentração, min; � L = comprimento horizontal, desde a saída até o ponto mais afastado da bacia, km; � A = área da bacia, km²; � H = diferença de cotas entre a saída, m km-1. 32 ESCOAMENTO SUPERFICIAL DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO (t) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL � Desenvolvida para bacias rurais com áreas de drenagem de até 8 km²; � Reflete, fundamentalmente, o escoamento sobre a superfície do terreno; � Aplicação em bacias urbanas através de procedimentos de ajustes de acordo com a área impermeabilizada. Equação SCS Lag � tc = Tempo de concentração, min; � L = comprimento do talvegue, km; � S0 = declividade média do talvegue, m km-1; � CN = número da curva. 09/06/2016 17 33 ESCOAMENTO SUPERFICIAL DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO (t) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL Equação SCS – método cinemático � Obtenção do tempo de concentração através do cociente entre a distância percorrida pelo escoamento superficial e a velocidade do escoamento. � tc = Tempo de concentração, min; � L = comprimento do talvegue, km; � S0 = diferença média do talvegue, m km-1. 34 ESCOAMENTO SUPERFICIAL DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO (t) ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL MÉTODO RACIONAL Equação SCS – método cinemático � Tempo de concentração como o somatório dos tempos de deslocamento nos diversos trechos que compõe o comprimento do talvegue. Velocidades médias de escoamento superficial (ms-1) para cálculo de tc 09/06/2016 18 35 ESCOAMENTO SUPERFICIAL Velocidade de escoamento (m s-1) em função da declividade (%) e do tipo de cobertura � Em canais com seção transversal bem definida, deve-se utilizar a equação de Manning. DURAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO (t) MÉTODO RACIONAL ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL 36 ESCOAMENTO SUPERFICIAL � Determine o tempo de concentração, empregando as diferentes equações apresentadas, considerando-se as condições de precipitação típicas de Patos de Minas, MG, e os seguintes parâmetros: ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL EXERCÍCIO 1 � Área da bacia: 100 ha – 1 km²; � Período de retorno: 100 anos; � Comprimento do talvegue: 2000 m – 2 km; � Diferença de elevação entre a seção de deságue e o ponto mais remoto da bacia: 35 m; � Cobertura: 30% cultura de milho (cultivo em fileiras retas); 20% cultura de soja (cultivo em fileiras retas); 25% floresta; 25% pastagem; � Condição hidrológica boa; � Solo muito argiloso (Tie = 1 mm h-1); � Declividade média da bacia: 5 – 10%, e 09/06/2016 19 37 ESCOAMENTO SUPERFICIAL � O perfil do talvegue foi dividido segundo os trechos descritos abaixo: ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL EXERCÍCIO 1 38 ESCOAMENTO SUPERFICIAL � Determine a vazão máxima de escoamento superficial pelo Método Racional, considerando as condições de precipitação típicas de Patos de Minas, MG, do exercício 1 e o valor de tempo de concentração obtidos também no exercício 1. ESTIMATIVA DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL EXERCÍCIO 2
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