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QUESTÃO 1
 
O DIP e interdependência e cooperação entre Estados “Os Estados Unidos desistiram de apelar da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) que deu vitória ao Brasil no processo contra as medidas antidumping aplicadas pelo governo americano na exportação de suco de laranja brasileiro. Com isso, as sobretaxas ao produto nos últimos quatro anos terão de ser retiradas em um prazo máximo de nove meses, tornando o produto novamente competitivo." Essa foi a primeira vez que os EUA desistiram de um processo na OMC antes de esgotar todas as possibilidades de apelação. O fato foi comemorado pelo Itamaraty como uma inclinação do governo americano de rever uma prática comum nas relações comerciais, o chamado "zeroing" ou "zeramento". 
Com base no texto acima, retirado da página da Organização Mundial do Comércio
(http://www.wto.org/spanish/news_s/news11_s/news11s.htm), discorra sobre a vertente do Direito Internacional que se ocupa da relação jurídica apresentada, seu objeto e a relevância da questão na contemporaneidade. 
RESPOSTA:
Ambos os casos concretos visam avaliar se o aluno pode perceber o ponto em comum entre as duas vertentes do D.I e as diferenças na espécie de relação jurídica que regulam. O contexto da globalização traz consequências para cada uma delas, tornando-se indispensável pensar novos instrumentos e novos métodos mais apropriados aos problemas da realidade globalizada. O objeto do Direito Internacional Público são as relações entre as pessoas de direito internacional público. Contemporaneamente as pessoas de DIP mais efetivas são os Estados, as organizações internacionais e a pessoas humanas. O DIP é hoje caracterizado como um Direito de cooperação, dada a realidade da globalização econômica e neste cenário percebe-se que os Estados não só agem de forma a atenderem seu próprio e exclusivo interesse, mas, vislumbrando uma realidade compartilhada, agem com vistas a objetivos comuns.
QUESTÃO 2
O DIPRI e a globalização. 
Convenção de Direito Internacional Privado de Haia Uma organização mundial... Com mais de 60 Estados membros representando todos os continentes, a Conferência de Haia de Direito Internacional Privado é uma organização intergovernamental de caráter global. Mescla de diversas tradições jurídicas, ela desenvolve e oferece instrumentos jurídicos multilaterais que correspondem às necessidades mundiais. Um crescente número de Estados não-membros está aderindo às Convenções da Haia. Assim, mais de 120 países participam hoje nos trabalhos da Conferência. Que estende pontes entre os sistemas jurídicos... As situações pessoais, familiares ou comerciais que estão relacionadas a mais de um país são habituais no mundo moderno. Estas podem ser afetadas pelas diferenças que existem entre os sistemas jurídicos vigentes nesses países (...) (Disponível na íntegra em http://www1.stf.gov.br/convencaohaia/conferenciaDireito/conferenciaDireito.asp>). 
 
Com base no texto acima, retirado do site do STF, discorra sobre a vertente do Direito Internacional que se ocupa da relação jurídica apresentada, seu objeto e a relevância da questão na contemporaneidade. 
 
RESPOSTA:
Ambos os casos concretos visam avaliar se o aluno pode perceber o ponto em comum entre as duas vertentes do D.I e as diferenças na espécie de relação jurídica que regulam. O contexto da globalização traz consequências importantes para cada uma delas, tornando-se indispensável pensar novos instrumentos e novos métodos mais apropriados aos problemas da realidade globalizada. 
O objeto do Direito Internacional Privado são as relações de direito privado vinculadas a mais de um Estado. Como diz o texto “as situações pessoais, familiares ou comerciais que estão relacionadas a mais de um país são habituais no mundo moderno e estas podem ser afetadas pelas diferenças que existem entre os sistemas jurídicos vigentes nesses países”. São cada vez mais comuns relações estabelecidas por pessoas físicas e jurídicas que extrapolam os limites dos Estados e por esta razão, num eventual conflito os limites da soberania dos Estados torna-se um entrave à efetividade do direito. Desta forma, a cooperação entre Estados é cada vez mais indispensável. Se as relações jurídicas estão cada vem mais se globalizando, é necessário que os Poderes Judiciários dos Estados sejam cada vez mais cooperativos e que as ordens jurídicas estatais cada vez mais se harmonizem, para que as diferenças diminuam e assim possamos ter segurança jurídica em nossas relações jurídicas além das fronteiras estatais. 
QUESTÃO 3
 
Sobre o direito internacional privado pode-se afirmar: (XI CONCURSO JUIZ FEDERAL 2006  1ª REGIÃO)
a) Direito internacional privado trata basicamente das relações humanas vinculadas a sistemas jurídicos autônomos e convergentes;
b) Direito uniforme espontâneo resulta de esforço comum de dois ou mais Estados no sentido de uniformizar certas instituições jurídicas;
c) O direito internacional uniformizado é fruto de entendimento entre Estados e que se concentram nas atividades econômicas de natureza internacional;
d) A uniformização de normas disciplinadoras de comércio internacional é realizada por meios de acordos bilaterais, multilaterais, tratados e convenções, até onde isto seja aceitável para os países interessados.
RESPOSTA: letra c. 
O direito uniforme é constituído por regras idênticas e designativas do direito aplicável em mais de um Estado. O Direito Internacional Uniforme tem como instrumento jurídico o Tratado Internacional. 
Os tratados podem ser multilaterais (Convenções) ou bilaterais, estes últimos são minoritários. Na prática proliferam as Convenções Internacionais. 
As convenções internacionais podem ser abertas ou fechadas, conforme possam ou não a ela aderir Estados terceiros não participantes das conferências especializadas que as elaboram.
As Convenções abertas (lois uniformes), com efeito erga omnes, substituem as normas de direito internacional de origem interna e são aplicáveis frente a todos os Estados, inclusive os não vinculados à Convenção, ou seja, aqueles não signatários. 
Ainda nos parece distante a uniformização do DIPRI., pois as diferenças raciais, culturais e religiosas impedem a criação de regras comuns aos Estados que compõe a comunidade internacional, exceto no que concerne às normas de comercio e finanças, matérias passíveis de uniformização pelo direito internacional privado. 
Segundo Jacob Dolinger, enquanto o Direito Uniforme espontâneo é resultante da natural coincidência de legislações influenciadas pelos mesmos fatores ou da iniciativa unilateral de um Estado de seguir as normas do direito positivo de outro, já o Direito Uniforme dirigido resulta de esforço comum de dois ou mais Estados no sentido de uniformizar certas instituições jurídicas, geralmente por causa de sua natureza internacional. Seria tecnicamente mais apropriado denominar esta categoria como Direito Uniformizado, para distingui-la do Direito Uniforme de caráter espontâneo. Mas a Doutrina mantém o mesmo termo para ambos os fenômenos.
QUESTÃO 4
 
Considere o texto abaixo feito a partir da compilação de obras de importantes doutrinadores:
O eminente jurista Celso de Albuquerque Mello via no pensamento de Ignácio Ramonet a melhor descrição da sociedade internacional após a queda do muro de Berlim. Segundo esta descrição:
 
“Após 1989 já houve cerca de 60 conflitos armados com mais de 17 milhões de refugiados. As 225 maiores fortunas do globo representam 1000 bilhões de euros, que é o equivalente à renda anual de 45% dos mais pobres da população mundial (2,5 bilhões de pessoas). As pessoas estão mais ricas que os Estados. As 15 pessoas mais ricas ultrapassam o PIB da África Subsaárica. Em 1960 os 20% da população que vivia nos países mais ricos tinham uma renda 30 vezes superior a dos 20% mais pobres. Em 1995 a renda é 80 vezes superior.
Para atender às necessidades sanitárias e nutricionais fundamentais custaria 12 bilhões de euros, isto é, o que oshabitantes dos EUA e União Européia gastam por ano em perfume e menos do que gastam em sorvete. Morrem anualmente 30 milhões de pessoas por fome. Esta é uma arma política, uma arma de guerra e cria o "charité business". As fusões de empresa têm permitido diminuir o número de empregos. Cada uma das 100 principais empresas globais vende mais do que exporta cada um dos 120 países mais pobres. As 23 empresas mais importantes vendem mais que o Brasil. Elas controlam 70% do comércio mundial.(Cf. MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público. Rio de Janeiro: Renovar, 14 ed, vol I, 2002, p.57).”
 
O texto acima descreve as consequências danosas de uma inserção internacional assimétrica feita a partir de relações verticalizadas com relação aos centros mundiais de poder, representados pelos países desenvolvidos. É melancólica aquela imagem dos gastos com perfumes e sorvetes no mundo desenvolvido em comparação com as necessidades básicas de saúde, educação e alimentação no mundo periférico. Igualmente forte, o registro de que as pessoas estão mais ricas do que os Estados nacionais. Tudo isso a refletir a complexa sociedade internacional contemporânea.
A partir da leitura do texto, disserte acerca das características da sociedade internacional que são idealmente apontadas pela melhor doutrina do direito internacional e que encontram respaldo na Carta na ONU e em outros documentos internacionais. 
RESPOSTA:
Citar as características da sociedade internacional apontadas pelo próprio Professor Celso Albuquerque de Mello e que são as seguintes: universal, paritária, aberta, não possui uma organização institucional com a sociedade interna, o direito que nela se manifesta é originário e tem poucos membros.
E assim é que a sociedade internacional é universal porque abrange todos os entes do globo terrestre; é paritária, porque existe a igualdade jurídica; é aberta, pois todo ente ao reunir determinados elementos se torna um membro da sociedade internacional sem que haja necessidade de os membros já existentes se manifestarem sobre o seu ingresso. Já a falta de uma organização institucional significa que a sociedade internacional não consubstancia um superestado com os três poderes (legislativo, executivo e judiciário) por cima dos Estados nacionais (nesse sentido a sociedade internacional é descentralizada). Finalmente, como bem salienta o autor, o DIP é originário exatamente porque não se fundamenta em nenhum outro ordenamento.
Comandos normativos pertinentes ao caso:
1.      Carta da ONU (art 1º inciso 2 );
ARTIGO 1 - Os propósitos das Nações unidas são:
“2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal”;
Carta da OEA (art 3º alínea b);
 
2.      Artigo 3 - Os Estados americanos reafirmam os seguintes princípios:
 
“A ordem internacional é constituída essencialmente pelo respeito à personalidade, soberania e independência dos Estados e pelo cumprimento fiel das obrigações emanadas dos tratados e de outras fontes do direito internacional”;
3.      Constituição de 1988 (art 4º inciso V);
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
        V -  igualdade entre os Estados.                                                         
Devemos salientar que as assimetrias econômicas, sociais e geopolíticas não afastam, pelo menos no plano teórico, a igualdade dos Estados nacionais perante a sociedade internacional. Com efeito, dentro da atual sociedade internacional, como bem demonstra a leitura do texto, a idéia de paridade e de igualdade soberana entre os Estados deve ser interpretada de forma progressista que projete as diferenças reais no plano econômico-social, porém sempre fundada na idéia de igualdade soberana e jurídica, ou seja, direitos e deveres iguais para todos os membros da sociedade internacional (os Estados nacionais são juridicamente iguais). Cada Estado nacional desfruta dos direitos à plena soberania, integridade territorial e independência política. Não se pode negar, no entanto, que o processo de globalização tende a reduzir o conceito de soberania estatal pela desconstrução do Estado interventor (Welfare State) em prol do fortalecimento das estruturas internacionais mediante a consolidação de organismos multilaterais de cooperação internacional, o que evidentemente conduz à revalorização da concepção de Estado Mínimo.
Observação: Ambos os casos concretos visam que o aluno possa perceber o ponto em comum entre as duas vertentes do D.I e as diferenças na espécie de relação jurídica que regulam. O contexto da globalização traz consequências importantes para cada uma delas, tornando-se indispensável pensar novos instrumentos e novos métodos mais apropriados aos problemas da realidade globalizada. 
O objeto do Direito Internacional Privado são as relações de direito privado vinculadas a mais de um Estado. Como diz o texto “as situações pessoais, familiares ou comerciais que estão relacionadas a mais de um país são habituais no mundo moderno e estas podem ser afetadas pelas diferenças que existem entre os sistemas jurídicos vigentes nesses países”. São cada vez mais comuns relações estabelecidas por pessoas físicas e jurídicas que extrapolam os limites dos Estados e por esta razão, num eventual conflito os limites da soberania dos Estados torna-se um entrave à efetividade do direito. Desta forma, a cooperação entre Estados é cada vez mais indispensável. Se as relações jurídicas estão cada vem mais se globalizando, é necessário que os Poderes Judiciários dos Estados sejam cada vez mais cooperativos e que as ordens jurídicas estatais cada vez mais se harmonizem, para que as diferenças diminuam e assim possamos ter segurança jurídica em nossas relações jurídicas além das fronteiras estatais. 
QUESTÃO 5
 “...Precisamos nos assegurar de estarmos oferecendo às nossas forças militares e de segurança os meios para realizarem suas missões, nos locais aos quais são enviadas. É nesse aspecto que a França e o Reino Unido trabalham em parceria por intermédio de um conjunto de sistemas, o que é útil não só para nossas forças, mas também para nossas indústrias, nossas economias e nossas populações. Uma etapa importante será vencida hoje, com a assinatura de um protocolo de acordo que lança nossa cooperação sobre nossos futuros porta-aviões pelos próximos 12 meses. Mas existem também numerosos programas importantes como, por exemplo, o sistema PAAMS (Principal Anti Air Missile System), o míssil ar-ar Meteor e o avião de transporte A 400M..” (Artigo da ministra francesa da defesa,  Michèle Alliot-Marie, e do ministro britânico da defesa, John Reid, publicado no jornal “Le figaro”(Paris, 6 de março de 2006). 
Analise o texto e os aspectos que destaca,  dissertando sobre as forças que atuam na relação entre as pessoas de Direito Internacional e sua importância na modelagem da sociedade internacional, em especial sobre os três sentidos de Fred Halliday para o termo “sociedade internacional” - realismo, transnacionalismo e homogeneidade.
RESPOSTA:
O aluno deverá analisar o texto sob dois vieses: 1) quais forças que atuam nas relações entre Pessoas de DIP (Econômicas, políticas, culturais e religiosas, segundo Celso Mello) 2) os três sentidos de Fred Halliday: 
o         “realismo”, usando por Martin Wight e Hedley Bull, dentro do qual a sociedade Internacional refere-se à relação entre Estados, baseada em normas compartilhadas e entendimentos.
o         “transnacionalismo”, desenvolvido por Evan Luard e John Michael Featherstone, e que se refere à emergência de laços não estatais de economia, de política, de associação, de cultura e de ideologia que transcendem as fronteiras dos Estados e constituem, em maior ou menor medida, uma sociedade que vai além destas mesmas fronteiras.
o         “homogeneidade”,utilizado por Karl Max e Francis Fukuyama, e que indica uma relação entre a estrutura interna das sociedades e da sociedade internacional, investigando de que maneira, como resultado das pressões internacionais, os Estados são compelidos a conformarem seus arranjos interno aos demais. È um conceito que se refere tanto ao desenvolvimento interno quanto ás relações internacionais, já que o funcionamento interno dos Estados tanto influencia como é influenciado pelos processos internacionais.
                        
        Martin Wight e Hedley Bull
Martin Wight (1960)
Realismo: “Em um mundo constituído por potências soberanas e independentes, a guerra é o único meio pelo qual cada uma delas pode, em última instância, defender seus interesses vitais.”
As RI vivem uma espécie de ordem anárquica, pois não há poder superior. Esta ordem  vem da idéia de que cada Estado é soberano e sempre procuram manter este status. Desta forma sem mantém o equilíbrio de poder entre eles. Para Wight, o “cenário internacional pode ser corretamente definido como uma anarquia – uma multiplicidade de potências sem governo.” A Guerra com resultado da falta de governo internacional, ou seja, a anarquia dos Estados soberanos.
Segundo Wight, seria o DIP que estabeleceria o equilíbrio entre os Estados.
 “Medo Hobbesiano”: nenhum Estado pode entregar a outro Estado qualquer parte de sua segurança e de sua liberdade”, pois tal como os homens, em seu Estado natural, no qual encontram-se em estado de ciúme constante, de desconfiança, os Estados estão sempre em guerra uns contra os outros, por força de sua independência.
Wight conclui seu trabalho, indagando o que seria sociedade internacional.
Para Wight, seria a existência do DI um indício da existência de uma sociedade e que este DI seria um tipo peculiar de Direito, pois é o Direito de uma sociedade politicamente dividida em um grande número de Estados soberanos.
Wight afirma que “dificilmente pode ser negada a existência de um sistema de Estados, e admitir que tal sistema existe acarreta admitir em parte a existência de uma sociedade, pois uma sociedade seria um certo número de indivíduos ligados por um sistema de relacionamentos com certos objetivos comuns.”
 
Hedley Bull (1977)
Continua o trabalho de Wight. Segundo Bull, os Estados têm interesses e querem que estes interesses sejam protegidos. Seria o DIP que iriam proteger estes interesses.
Para Bull, o conceito de sociedade internacional remonta ao final do séc. XV, organiza-se como única estrutura baseada em relações econômicas no séc. XIX e consolida-se como sociedade internacional global logo após o final da 2ª Guerra, em conseqüência da expansão dos Estados Europeus pelo mundo, cujo instrumento seria a estrutura jurídico-político do Estado soberano que começou a ganhar corpo no fim do século XIII e início do século XIX. Ainda segundo Bull, “Existe uma ‘sociedade de estados’ (ou sociedade internacional) quando um grupo de estados, conscientes de certos valores e interesses comum, formam uma sociedade, no sentido de se considerarem ligados, por um conjunto comum de regras, e participam de instituições comuns.” 
Considera o autor que os Estados, reconhecendo certos valores e interesses comuns, se consideram vinculados a determinadas regras no seu inter-relacionamento, tais como a de respeitar a independência da cada um, honrar os acordos e limitar o uso recíproco da força.
Sociedade internacional pressupõe um sistema internacional, mas a recíproca pode não ser verdadeira, já que poderia faltar a consciência dos interesses e valores comuns, existindo apenas interação de forma que uma represente um fator nos cálculos dos outros.
QUESTÃO 6
O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte Internacional de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a certos direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses (militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume [internacional] local que concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças armadas até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes dois territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os indianos sustentam que, segundo o Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o governante de Maratha e posteriores decretos exarados por este governante, os direitos portugueses não consistiam na soberania sobre os mencionados encraves, para os quais o direito de passagem é agora reclamado, mas apenas num "imposto sobre o rendimento".
 
Quando o Reino Unido se tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, encontraram os portugueses ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal posição, não reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram um reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi aceita de forma tácita e subseqüentemente reconhecida pelo Estado indiano, portanto as vilas Dadra e Nagar-Aveli foram tidas como territórios encravados portugueses, em território indiano.
A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós-britânico. Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos encraves, e que exerceram seu soberano poder de regulamentação impedindo qualquer tipo de passagem, desde a derrubada do governo português em ditos encraves. (Pereira, L. C. R. Costume Internacional: Gênese do Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado).
 
Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda:
1)      De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio?
2)      Como ela é definida?
3)      Qual o elemento que a torna norma jurídica?
 
RESPOSTA:
Os costumes apresentam essencialmente dois elementos. O elemento material (ou objetivo) que se constitui na repetição de atos, também chamados precedentes; e o elemento psicológico (ou subjetivo), identificado pela expressão latina opinio juris sive necessitatis.    O primeiro elemento pode ser analisado em várias dimensões (tempo de repetição do ato; número de Estado que o praticam etc). Aqui convém perceber que o ato costumeiro é praticado por dois Estados: Índia e Portugal, ainda que o primeiro tenha estado sob o jugo colonial da Grã-Bretanha. Dessa forma identifica-se a localidade do precedente, de modo tal a sustentar a existência de um Costume Internacional local (e não de caráter geral), caso entenda-se que contemporaneamente exista também o elemento subjetivo. Este representa a idéia de necessidade, obrigatoriedade e consentimento entre os Estados praticantes dos precedentes. No caso citado, a prática adotada pelos Estados leva a crer que existe um costume internacional local. Entretanto o direito de passagem deve se limitar ao trânsito de mercadorias e indivíduos civis e não de forças armadas, polícia militarizada, armas e munições.
QUESTÃO 7
Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte Interamericana de Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa versus Paraguay:
“...No universo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega ter seus direitos violados, quem alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o requisito do prévio esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da eventual solução amistosa, e quem é o beneficiário(ele ou seus familiares) de eventuais reparações e indenizações.
Em nosso sistema regional de proteção, o espectro da persistente denegação da capacidade processual do indivíduo peticionário ante a Corte Interamericana (....) emanou de considerações dogmáticas próprias de outra época histórica tendentes a evitar seu acesso direto à instância judicial internacional, - considerações estas que, em nossos dias, ao meu modo de ver, carecem de sustentação e sentido, ainda mais tratando-se de um tribunal internacional de direito humanos.
(...). No presente domínio de proteção, todo jusinternacionalista, fiel às origens históricas de sua disciplina, saberá contribuir para o resgate da posição do ser humano como sujeito de direito das gentes dotado de personalidade e plena capacidade jurídicas internacionais".
Responda a pergunta abaixo: 
No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado Trindade, responda:
- Com base no conceito de sujeito de direito internacional e no de uma sociedade internacional aberta, como defende Celso Mello, discorra sobre a posição do ser humano como sujeito de Direitos, refletindo sobre sua personalidade e sobre sua capacidade para agir no plano internacional. 
RESPOSTA:
A sociedade internacional segundo Celso Mello é aberta, significa dizer que todo ente ao reunir determinados elementos, se torna membro de Sociedade Internacional, sem que haja necessidade da manifestação de outros membros. No caso da pessoa humana, o reconhecimento de direitos na ordem internacional tornou todo e cada ser humano sujeito de direitos humanos, dotando-o de personalidade jurídica. Até a proclamação da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 – reiterada pela Declaração de Direitos Humanos de Viena de 1993 – surgida após o fim da segunda guerra mundial em resposta às atrocidades cometidas durante o período de guerra, a pessoa humana não tinha direitos reconhecidos formalmente pela ordem internacional, formada até então por Estados, Organizações Internacionais e outras pessoas internacionais. O reconhecimento destes direitos inseriu o ser humano no rol das pessoas internacionais, embora muito ainda se discuta sobre sua efetiva capacidade de agir no plano internacional para fazer valer suas reivindicações morais. É certo que a Declaração Universal e todo o sistema de proteção dos direitos humanos se tornaram paradigma ético da contemporaneidade, como bem salienta Flavia Piovesan, embora ainda confinado em uma perspectiva meramente formal. 
QUESTÃO 8
 
Segundo o Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do direito internacional as convenções internacionais,
 
a. o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar.
b. o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as resoluções das organizações internacionais.
c. o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organizações internacionais, decisões judiciárias e a doutrina.
d. o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias e a doutrina, de forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono, se as partes concordarem.
 
RESPOSTA: 32 Exame da OAB/RJ. Letra d.
QUESTÃO 9
 Inimiga natural do bom senso, a intolerância costuma fazer entre inocentes a maior parte de suas vítimas. O atentado terrorista contra a missão diplomática da Organização das Nações Unidas no Iraque, na terça-feira passada (19 de Agosto de 2003), não foge desse padrão: atingiu um organismo internacional que trabalhava pela paz, pela ordem e para mitigar os males das pessoas. A explosão matou 23 pessoas, de diversas nacionalidades, todas elas empenhadas em pavimentar o caminho para a consolidação de um governo capaz de colocar o país de pé. Uma das vítimas era a força motora desse esforço – o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, de 55 anos, chefe da representação da ONU no Iraque, que desde junho vinha desempenhando, com a peculiar competência, justamente o papel que se espera das Nações Unidas, qual seja, o de promover um mínimo de entendimento entre partes aparentemente incompatíveis. Eram 4 e meia da tarde quando uma betoneira amarela parou debaixo da janela de seu escritório em Bagdá. Detonada por um fanático suicida, a carga de 700 quilos de explosivos derrubou parte do prédio. Sob os escombros, imobilizado por uma viga que lhe esmagou as pernas, Vieira de Mello chegou a fazer ligações de seu telefone celular, mas não resistiu e sangrou até a morte antes que o resgate chegasse, já no começo da noite. "Um grande defensor da paz e da reconciliação assassinado em um ato de niilismo", descreveu com precisão o editorial do jornal The New York Times..  
No que se refere ao tema Responsabilidade Internacionais, responda:
a) A Organização das Nações Unidas teria o dever de reparar os danos causados, já que o diplomata estava a serviços da ONU? Explique.
b) O Brasil teria o dever de reparar os danos causados, já que o diplomata representava o País no exterior? Explique
RESPOSTA:
A ONU, entendida como Pessoa de Direito Internacional, classificada como Sujeito de Direito Internacional por Charles Rousseau em sua classificação dos mesmos é provida, portanto, de Personalidade Jurídica Internacional. 
Sua Capacidade Jurídica encontra-se referida nos Arts. 104 e 105, §1º, da Carta de S. Francisco (Carta da ONU). Considera-se, inclusive, que a comprovação disto encontra-se no PARECER CONSULTIVO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA, de 11 de abril de 1949: Em circunstâncias semelhantes à da morte de Sérgio Vieira de Mello manifestou-se pela Responsabilidade da Organização em indenizar as famílias das vítimas de então. 
Conclusão: sendo a ONU provida de Personalidade e Capacidade Jurídica Internacional, como especificam os Arts. 104 e 105, §1º, da Carta de São Francisco, é perfeitamente cabível o entendimento que cabe à ONU o encargo de reparar a perda sofrida pelos familiares de Sérgio Vieira de Mello. Conforme o texto da notícia publicada pelo New York Times, o mesmo encontrava-se a serviço da ONU, no Iraque, quando foi vitimado pelo ataque terrorista, aí se encontrando o nexo da Responsabilidade da Organização. Já no que tange ao Brasil, seu envolvimento é fortuito e indireto: o Brasil somente entra nesta estória pelo fato de a vítima ser de nacionalidade brasileira. Ademais, já há precedente jurisprudencial no sentido da Responsabilidade da Organização, consubstanciado no Parecer Consultivo da Corte Internacional de Justiça, de 11 de abril de 1949. Acórdão que suporta a conclusão: REPARATION FOR INJURIES SUFFERED IN THE SERVICE OF THE UNITED NATIONS Advisory Opinion of 11 April 1949
 
QUESTÃO 10
Paolo, italiano, líder de uma organização extremista que fazia oposição ao governo da Itália na década de 70, foi condenado por quatro homicídios ocorridos entre 1978 e 1979 e condenado à prisão perpétua. O julgamento terminou em 1993, mas o ex-ativista nunca cumpriu a pena que lhe foi imposta, fugindo para a França, onde viveu até 2004, quando o então presidente francês, Jacques Chirac, se posicionou favorável à extradição. Paolo, fugindo novamente e desta vez para o Brasil, foi preso a pedido do governo Italiano que solicita ao governo brasileiro a “entrega” de Paolo para que possa ele cumprir a pena que lhe foi imposta. Neste ínterim, Paolo solicita a concessão do status de refugiado, o que foi negado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), sob o argumento que não é possível comprovar a alegada perseguição política, mas concedido unilateralmente pelo Ministro da Justiça.   
Neste contexto, responda: 
1)      Qual seria a medida de saída compulsória cabível à hipótese? Justifique.
2)      A medida poderia ser concedida? Justifique com base nos requisitos para sua concessão.
3)      Se concedida a extradição, pode o Presidente da República se negar a efetivar a entrega de Paolo?
 
RESPOSTA:
A medida adequada seriaa extradição, já que Paolo está sendo perseguido por autoridade italiana pela prática de crimes praticados na Itália (art. 81 e seguintes da Lei 13.445 de 2017).
2)     (VERIFICAR A LEGISLAÇÃO ATUAL. NESTE CASO, FOI APLICADA A LEGISLAÇÃO DO ESTATUTO DO ESTRANGEIRO). Quando aos requisitos do art. 76 e 77 da lei 6815/80: a) há tratado de extradição entre Brasil e Itália; b) Paolo não é brasileiro; c) há identidade de crimes, mas não há identidade de penas, razão pela qual se deve aplica o art. 91,III da lei 6815/80; o Brasil não é competente para julgar o crime; d) deve-se analisar se houve a prescrição dos crimes segundo a lei brasileira ou a italiana; e) quanto ao impedimento de crime político, deve-se analisar se os atos praticados por Paolo teriam como objetivo turbar a ordem política instituída na Itália ou se é caso de terrorismo. No caso de se trata de terrorismo, a exceção do art. 77, VII da lei 6815/80 e do art. 5º, LII da CRFB não é aplicável. 
“STF: O repúdio ao terrorismo: um compromisso ético-jurídico assumido pelo Brasil, quer em face de sua própria Constituição, quer perante a comunidade internacional. Os atos delituosos de natureza terrorista, considerados os parâmetros consagrados pela vigente CF, não se subsumem à noção de criminalidade política, pois a Lei Fundamental proclamou o repúdio ao terrorismo como um dos princípios essenciais que devem reger o Estado brasileiro em suas relações internacionais (CF, art. 4º, VIII), além de haver qualificado o terrorismo, para efeito de repressão interna, como crime equiparável aos delitos hediondos, o que o expõe, sob tal perspectiva, a tratamento jurídico impregnado de máximo rigor, tornando-o inafiançável e insuscetível da clemência soberana do Estado e reduzindo-o, ainda, à dimensão ordinária dos crimes meramente comuns (CF, art. 5º, XLIII). A CF, presentes tais vetores interpretativos (CF, art. 4º, VIII, e art. 5º, XLIII), não autoriza que se outorgue, às práticas delituosas de caráter terrorista, o mesmo tratamento benigno dispensado ao autor de crimes políticos ou de opinião, impedindo, desse modo, que se venha a estabelecer, em torno do terrorista, um inadmissível círculo de proteção que o faça imune ao poder extradicional do Estado brasileiro, notadamente se se tiver em consideração a relevantíssima circunstância de que a Assembléia Nacional Constituinte formulou um claro e inequívoco juízo de desvalor em relação a quaisquer atos delituosos revestidos de índole terrorista, a estes não reconhecendo a dignidade de que muitas vezes se acha impregnada a prática da criminalidade política." (Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-8-2004, Plenário, DJ de 1º-7-2005. 
 
3) Sim, pois se trata de medida de soberania e assim, em última instância, é atribuição do chefe de Estado.
QUESTÃO 11
 
No que concerne à perda e à reaquisição da nacionalidade brasileira, assinale a opção correta.
a) Eventual pedido de reaquisição de nacionalidade feito por brasileiro naturalizado será processado no Ministério das Relações Exteriores.
b) A reaquisição de nacionalidade brasileira é conferida por lei de iniciativa do presidente da República.
c) Em nenhuma hipótese, brasileiro nato perde a nacionalidade brasileira.
d) Brasileiro naturalizado que, em virtude de atividade nociva ao Estado, tiver sua naturalização cancelada por sentença judicial só poderá readquiri-la mediante ação rescisória.
RESPOSTA:
Letra D. 38º Exame da OAB/RJ. Art. 12, 4º, I da CRFB. Se a perda dá-se por sentença judicial, após todos os recursos cabíveis, pode o réu, com fundamento no art. 485 do CPC e no prazo, propor ação rescisória.
QUESTÃO 12
 
No âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional, significa a possibilidade de:
 
a)      Igualdade entre países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial.
b)      Um estado impor-se sobre o outro.
c)       A ONU dominar a legislação dos Estados participantes.
d)      Celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal Permanente.
RESPOSTA:
Letra A. 40º Exame da OAB. Princípio da igualdade de auto-determinação, de soberania.  
Artigo 2 da Carta da ONU: “...A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princípios: 1. A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus Membros.
QUESTÃO 13
O País GAMA celebra com os países BETA e DELTA tratado sobre pesquisa genética em seres humanos, com o objetivo de desenvolver novos medicamentos contra a AIDS. O tratado dispõe que as pesquisas serão realizadas na região da África subsaariana, onde há grande incidência da doença. A comunidade internacional, condenando o tratado celebrado, pugna por sua nulidade, exigindo sua revogação. Com base no conceito de norma internacional e nas teorias que discutem seus fundamentos, explique o fundamento para a nulidade da norma internacional em questão, discorrendo sobre suas características e sua relevância para o Direito Internacional Contemporâneo. Responda fundamentando na doutrina e na Convenção de Viena sobre Tratados.
 
RESPOSTA:
O aluno deverá demonstrar conhecimento sobre a noção de norma imperativa de direito internacional, suas características, fundamento e previsão legal.
Revisionismo jurídico
Ordem pública para a satisfação do interesse comum dos integrantes da SI
Princípios da Carta da ONU
Art. 53 da Conv. de Viena sobre Tratados
Não admite derrogação (*), a não ser por nova norma imperativa
Para sua aceitação basta uma ampla maioria abrangendo os diferentes ?tipos? de Estados (diversidade)
Antipositivista, pois aniquila os tratados ?injustos?, mesmo que formalmente válidos
Criam obrigações internacionais erga omnes
Problema da identificação
Ragazzi: a matéria a qual ela se relaciona contém considerações de ordem moral e não apenas legal. (valores)
 
QUESTÃO 14
 
Após os atentados do 11/09 os EUA adotaram uma postura peculiar no tratamento das questões envolvendo o terrorismo mundial, culminando com a prisão de supostos envolvidos, os quais eram detidos em prisões controladas pelos EUA, dentre as quais aquela situada em Guantánamo, em Cuba. Os EUA celebram então com a Inglaterra, sua aliada na luta contra o terrorismo, tratado prevendo a cooperação entre os dois Estados para desenvolvimento de métodos não ortodoxos para obtenção de informações secretas junto aos supostos terroristas presos. Alegam os EUA que o tratado, que prevê medidas de combate ao terrorismo islâmico, seria uma forma de proteger seus cidadãos de violações aos Direitos Humanos. A França, sendo contraria a tais medidas, leva o caso à Corte Internacional de Justiça. Com relação a situação hipotética acima, responda: 
O tratado internacional é válido nos termos descritos? Explique e fundamente sua resposta.
 
RESPOSTA:
O aluno deverá responder com base no conceito de jus cogens, tendo como norte as características destas normas e com fundamento nos art. 53 e 64 da CVT.
QUESTÃO 15
 
Com relação à chamada ?norma imperativa de Direito Internacional geral?, ou jus cogens, é correto afirmar que é a norma (IV Exame Unificado da OAB/RJ, questão 17)
(A) prevista no corpo de um tratado que tenha sido ratificado por todos os signatários, segundo o direito interno de cada um.
(B) reconhecida pela comunidade internacional como aplicável a todos os Estados, da qual nenhuma derrogação é permitida.
(C) aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas e aplicável a todos os Estados membros, salvo os que apresentarem reserva expressa.
(D) de direito humanitário, expressamente reconhecida pela Corte Internacional de Justiça, aplicável a todo e qualquer Estado em situação de conflito.
RESPOSTA:
A letra (B) é a correta, segundo o conceito de norma imperativa. A letra (A), a norma internacional é oponível a todos, não precisa ter cláusula expressa e nem ratificação. A letra(C) está errada, pois não precisa de aprovação, é obrigatório pois seu conteúdo é de ordem pública. A letra (D) está errada, pois a norma internacional não é necessariamente de direito humanitário.
QUESTÃO 16
 
Hungria e Checoslováquia (atual República Checa) celebraram em 1977 um tratado internacional para construção e funcionamento do sistema de esclusas Gabcikovo-Nagymaros que estava destinado a ampla utilização dos recursos do ramo Bratislava-Budapeste do Rio Danúbio, para exploração de recursos hídricos, energia, transporte, agricultura e outros setores da economia nacional das partes contratantes. No tratado, as partes comprometeram-se a garantir a preservação da qualidade da água do Rio Danúbio e do meio ambiente vinculado a construção do sistema.
Em 1989 a Hungria suspendeu e depois abandonou as obras por conta das intensas criticas que o projeto sofreu no país e, em 1991, a Checoslováquia adotou a variante C, colocando em prática uma solução provisória que consistia no desvio unilateral do curso do Danúbio em seu território e a construção de um dique. Por conta da realização dos planos da variante C a Hungria emitiu uma nota verbal através da qual rescindia o Tratado de 1977.
Com base no tema da execução, suspensão e extinção dos tratados, analise o caso acima e responda fundamentadamente:
1)      Pode a Hungria suspender e depois descumprir o tratado pactuado? Qual seria o efeito da nota verbal de rescisão?
2)      O ato unilateral da Checoslováquia viola o tratado?
3)      Qual(ais) o(s) princípio(s) internacional(ais) violado(s)? Explique-o(os) e fundamente-o (os)
RESPOSTA:
Caso nº 970925 - Gabcikovo-Nagymaros (1997)
?... Ao meu ver a regra pacta sunt servanda significa que o tratado cria direitos recíprocos entre as partes na base da convergência de interesses, da integração de vontades soberanas que provavelmente prosseguirão convergindo ao longo do tempo...Quando de ambos os lados do processo convencionai advém a falta de rigor ma execução do que foi acordado, o compromisso enfraquece, tornando-se vulnerável ao repúdio formal de uma das partes...?(Rezek) 
??114. Finally, Hungary maintained that by their conduct both parties had repudiated the Treaty and that a bilateral treaty repudiated by both parties cannot survive. The Court is of the view, however, that although it has found that both Hungary and Czechoslovakia failed to comply with their obligations under the 1977 Treaty, this reciprocal wrongful conduct did not bring the Treaty to an end nor justify itstermination. The Court would set a precedent with disturbing implications for treaty relations and the integrity of the rule pacta sunt servanda if it were to conclude that a treaty in force between States, which the parties have implemented in considerable measure and at great cost over a period of years, might be unilaterally set aside on grounds of reciprocal non-compliance. It would be otherwise, of course, if the parties decided to terminate the Treaty by mutual consent. But in this case, while Hungary purported to terminate the Treaty, Czechoslovakia consistently resisted this act and declared it to be without legal effect.
.. 142. What is required in the present case by the rule pacta sunt servanda, as reflectedin Article 26 of the Vienna Convention of 1969 on the Law of Treaties, is that theParties find an agreed solution within the co-operative context of the Treaty.
Article 26 combines two elements, which are of equal importance. It provides that "Every treaty in force is binding upon the parties to it and must be performed by them in good faith". This latter element, in the Court's view, implies that, in this case, it is the purpose of the Treaty, and the intentions of the parties in concluding it, which should prevail over its literal application. The principle of good faith obliges the Parties to apply it in a reasonable way and in such a manner that its purpose can be realized??
QUESTÃO 17
O País Alfa não-membro da União Européia (UE) celebra tratado com a República Tcheca, membro da referida Organização, cujo objeto, dentre outros, é o desenvolvimento econômico e social da região. No entanto, o tratado, negociado sob a condução ardilosa de Alfa, induzindo à assinatura nas mesmas circunstâncias pelo plenipotenciário Tcheco, é ratificado por seu chefe de Estado, que desconhecia o ambiente das negociações e da conseqüente assinatura. Quando da execução do Tratado, a República Tcheca percebe a existência de uma cláusula na qual o Estado Tcheco se submeteria à nova cooperação, abdicando de qualquer compromisso internacional anterior. O Tratado celebrado é válido? Pode Alfa ser responsabilizado pelos prejuízos causados? Explique justificadamente, fundamentando ainda sua resposta na norma jurídica pertinente.
RESPOSTA:
O aluno deve apresentar as condições de validade dos tratados, concluindo pela existência do vício de consentimento, dolo. Deve fundamentar sua resposta no art. 49 da CVT. Deve ainda tratar da responsabilidade do país alfa pelos prejuízos causados, de modo a conjugar com a aula de responsabilidade estatal.
 
QUESTÃO 18
 
Um tratado em vigor elaborado na língua portuguesa (lusitana), entre o Brasil e Portugal utilizou termos e expressões que não revelavam a intenção real com a vontade declarada pelo plenipotenciário da República Federativa do Brasil. Alegou-se, pois, que a redação de alguns dispositivos do tratado, dava sentido diverso daquele esperado pelo plenipotenciário. Os termos foram introduzidos por Portugal, através do seu plenipotenciário, que desconhecia a diferença lingüística apontada como vício.  Todavia, o representante, plenipotenciário da República Federativa do Brasil tinha previamente conhecimento da questão, e mesmo assim alegou estar o tratado eivado de vício, o que gera a sua nulidade.  O Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil, solicita uma análise sobre o caso supra mencionado, para que possa se posicionar perante o Presidente da República sobre o ocorrido. Com relação a situação acima responda fundamentadamente:
O tratado é Válido? 
 
RESPOSTA:
O aluno deverá responder com base no artigo 48, parágrafo 1 e 2, da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados: ?Um Estado pode invocar um erro no tratado como tendo viciado seu consentimento em obrigar-se pelo tratado, se o erro referir-se a fato ou situação que esse Estado supunha existir no momento em que o tratado foi concluído e que constituía a base essencial de seu consentimento em obrigar-se pelo tratado.?   ?O parágrafo 1 não se aplica se o referido Estado contribuiu para tal erro com sua conduta, ou se as circunstâncias foram tais que o Estado devia ter-se apercebido da possibilidade de um erro.? (grifo nosso)
QUESTÃO 19
 
Julgue os itens abaixo, relativos aos tratados internacionais.
 
A) Considerando que o consentimento mútuo constitui condição de validade dos tratados internacionais, terá plena validade o tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com norma imperativa de direito internacional geral, de conformidade com o que estabelece a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados.
B) Não é juridicamente possível a exclusão, do âmbito de aplicação territorial de tratado internacional, de parte do território de um ou de ambos os Estados pactuantes.
C) Segundo a Convenção de Viena sobre Tratados de 1969 é vício de consentimento o erro de direito.
 
RESPOSTA:
A letra A está errada, pois normas imperativas são de observação obrigatória (Art. 53 da CVT); A letra B está errada de acordo com o artigo 62 da CVT; A letra C está errada, pois só é admitido erro de fato (art. 49 da CVT)
QUESTÃO 20
 
O direito dos tratados, até meados do século XX, sempre foi regulado, via de regra, pelo costume internacional. Porém, o trabalho desenvolvido pela Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas, resultou na elaboração e conclusão da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, celebrada em 22 de maiode 1969, tendo entrado em vigor em 27 de janeiro de 1980. Tal instrumento internacional se justificava pelo fundamental papel que os tratados significaram e significam na história das relações internacionais, bem como pela importância, cada vez maior, dos tratados como fonte do Direito Internacional e como meio de desenvolver a cooperação pacífica entre as Nações. Sob o prisma da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, é correto afirmar, quanto a elaboração, conclusão e entrada em vigor dos tratados internacionais, EXCETO:
(A) Nem todos os Estados têm capacidade para concluir tratados.
(B) Uma pessoa é considerada representante de um Estado para a adoção ou autenticação do texto de um tratado ou para expressar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado se apresentar plenos poderes apropriados ou a prática dos Estados interessados ou outras circunstâncias indicarem que a intenção do Estado era considerar essa pessoa seu representante para esses fins e dispensar os plenos poderes.
(C) Em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenos poderes, são, dentre outros, considerados representantes do seu Estado: os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das Relações Exteriores, para a realização de todos os atos relativos à conclusão de um tratado.
(D) Um ato relativo à conclusão de um tratado praticado por uma pessoa que, nas formas ordinárias e expressas de representação estatal previstas pela da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, não pode ser considerada representante de um Estado para esse fim, não produz efeitos jurídicos, a não ser que seja confirmado, posteriormente, por esse Estado.
 
RESPOSTA: letra A está correta, já que todos os Estados têm direito de convenção. As letras B, C e D estão previstas no art. 7º da CVT.

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