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AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia FARMACOEPIDEMIOLOGIA Aula 12: Estudo de intervenção AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Introdução Explicar o Estudo de Intervenção, suas características e objetivos 1 PRÓXIMOS PASSOS Reconhecer a importância e os problemas dos Estudo de Intervenção 2 AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Introdução Os estudo de Intervenção envolve aqueles estudos em que o pesquisador manipula o fator de exposição (a intervenção). Ocorre uma manipulação intencional em algum aspecto do estado de saúde, através de um esquema profilático ou terapêutico. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Introdução Estudos experimentais (intervenção) Profilático Terapêuticos AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Introdução • A intervenção pode ser uma ação profilática ou terapêutica; • O objetivo é investigar os efeitos dessa intervenção; • São também denominados ESTUDOS EXPERIMENTAIS; • O termo “experimento verdadeiro” é reservado para os ensaios clínicos randomizados controlados. Randomização = alocação realizada de forma aleatória AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Introdução/Técnicas de randomização Randomização simples •Mais utilizada. Os pacientes são alocados diretamente nos grupos de estudo e controles. Pode-se usar programas de computador para gerar uma sequência aleatória de nú Randomização em blocos •Formação de blocos de números fixo de indivíduo. Randomização pareada •Inicialmente são formados pares de participantes e a alocação é feita no interior do par. Randomização estratificada •São formados estratos segundo características que possam interferir no desfecho em estudo (idade sexo...). A alocação aleatória é feita dentro de cada estrato. Randomização por minimização •Inicia com a randomização simples e após algumas alocações, as características do grupo são analisadas, novos participantes são alocados. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Introdução Estudos Quase Experimentais – são estudos que tem a manipulação do pesquisador, porém a alocação não é randômica. Grupo único de comparação - antes/depois; Múltiplos grupos de comparação. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Introdução Estudos Experimentais - alocação randômica Ensaios clínicos: • Testa a eficácia terapêutica ou preventiva de uma intervenção; • Têm como unidade de análise, os indivíduos doentes; • Eminentemente terapêuticos. Ensaio de campo: • A diferença básica em relação ao ensaio clínico é que a intervenção ocorre em uma população saudável (unidade de análise – indivíduo). AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Introdução Estudos Experimentais - alocação randômica Ensaio comunitário: Implementação ou avaliação de intervenções dirigidas à prevenção primária através da modificação de fatores de risco em uma população bem definida (unidade de análise é grupo). Predominantemente profiláticos. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia PLANEJADOS (objetivos definidos e hipótese considerando os resultados desejados, tempo, custos e possíveis dificuldades). PROSPECTIVOS (equivalente a estudos de coorte) - Envolvem pacientes com uma condição de interesse (DOENTES). Subdivididos em dois ou mais grupos: a) Submetidos a um determinado tipo de intervenção: (Drogas novas, outras modalidade terapêuticas, técnicas cirúrgicas etc.). b) Um grupo controle: (Placebo ou intervenção clássica ou nenhuma intervenção). Avalia-se o DESFECHO da doença, elucidando-se qual modalidade de tratamento é mais eficaz. Utilidade do estudo: benefício para futuros pacientes com uma mesma condição de saúde. Introdução AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Placebo = preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição de um medicamento. A técnica de mascaramento, avaliação (blinding) ou ocultamento tem como objetivo evitar que os participantes do ensaio saibam o tratamento que é administrado. Quando não há tentativa de mascaramento, o estudo é chamado de aberto (Open ou Opens label). É o caso de cirurgias, radioterapia ou dietas. Eticamente – se há um tratamento padrão alternativo de eficácia estabelecida, o indivíduo não irá usar o placebo, mas, sim, o tratamento padrão. Estudos de intervenção/Mascaramento ou uso do placebo AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Duplo-cego = São ensaios em que nem o paciente nem aqueles responsáveis pela assistência e avaliação conhecem qual o tratamento que ele está recebendo (considerando que o responsável pela assistência e pela avaliação é a mesma pessoa). Triplo-cego = três grupos de participantes estão cegos (paciente, investigador que administra a intervenção e aquele que avalia o efeito). Quádruplo –cego = haveria quatro categorias de participantes cegos. Estudos de intervenção/Mascaramento ou uso do placebo AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Delineamento dos ensaios clínicos Indivíduos doentes Grupo de intervenção Melhora no estado de saúde Não observou-se a melhora no estado de saúde Grupo controle Melhora no estado de saúde Não observou-se a melhora no estado de saúde AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Delineamento dos ensaios clínicos randomizados Indivíduos doentes Randomização Grupo de intervenção Melhora no estado de saúde Não observou-se a melhora no estado de saúde Grupo controle Melhora no estado de saúde Não observou-se a melhora no estado de saúde AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Seleção dos participantes Alocação Estudos sem comparação; Estudos com comparação; Controles históricos; Controles simultâneos não randomizados; Randomização. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/População de estudo: Indivíduos doentes (é necessário ter certeza da presença da doença, ter o diagnóstico fechado); Definição da fase de evolução da doença (a doença pode ter fases de evolução, todos os participantes necessitam estar na mesma fase de evolução). AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Seleção da população de estudo: Tamanho da amostra depende: Do objetivo do estudo; Desfecho (tipo de resultado e qual a frequência); Dos resultados esperados (diferença nos resultados em relação ao tratamento padrão); Parâmetro utilizado para minimizar o erro tipo I (ou alfa)= probabilidade de detectar uma diferença que na realidade não existe (utiliza-se em geral o nível de significância de 0,05); Parâmetro para minimizar o erro tipo II (ou beta) = probabilidade de não detectar uma diferença quando ela realmente existe (utiliza-se em geral o poder do estudo de 80%). AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Desenvolvimento Alocação ao tratamento: Randomização: objetivo de reduzir o viés de seleção e redução de confundimento. (tipos: simples, em bloco, pareada, estratificada); Cego ou duplo-cego (até triplo-cego): objetivo de reduzir viés de aferição; Uso de placebo: também reduzir o viés de aferição; Ensaios tipo cruzados (crossover trials): o mesmo indivíduo participa do grupo de intervenção e do grupo controle em momentos diferentes. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃOFarmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Desenvolvimento Acompanhamento: Critérios de avaliação precisos e reprodutíveis são aplicados a todos os grupos de tratamento. Aderência ao tratamento e perdas de seguimento podem introduzir viés se diferentemente distribuídas entre o grupo tratado e controle. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Questões éticas Os protocolos científicos não podem ser conflitantes aos interesses dos pacientes; Todos os tratamentos devem ser igualmente aceitáveis, considerando-se o conhecimento atual; Nenhum indivíduo pode ser restringido ao acesso de qualquer outro tratamento. Possíveis erros na aplicação do protocolo: Planejamento da análise estatística; Responsabilidades administrativas. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Principais medidas Risco relativo (RR= R1/R2) R1= Incidência do resultado entre o grupo de intervenção R2 = Incidência do resultado no grupo controle Redução relativa do risco (RRR = 1 – RR) Redução absoluta do risco (RAR = R2-R1) R1= Incidência do resultado entre o grupo de intervenção R2 = Incidência do resultado no grupo controle Número de indivíduos que necessitam ser tratados (NNT = 1/RAR) AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Resultados EVENTOS DE INTERESSE SIM NÃO TOTAL TR A TA M EN TO SIM Tratados e com o eventos de interesse Tratados e SEM o eventos de interesse Total dos Tratados NÃO NÃO Tratados e com o eventos de interesse Não Tratados e SEM o eventos de interesse Total dos NÃO Tratados TOTAL Total dos eventos de interesse Total dos Sem eventos de interesse AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Resultados EVENTOS DE INTERESSE SIM NÃO INCIDÊNCIA DOS EVENTOS TR A TA M EN TO SIM A B R1 = A/(A+B) NÃO C D R2 = C/(C+D) AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Exemplo Foi avaliado do efeito do tratamento de trombólise em pacientes que apresentavam arritmias cardíacas até seis horas após o início dos sintomas de Infarto Agudo do Miocárdio. EVENTOS DE INTERESSE Morte Sobreviveu Total TR A TA M EN TO SIM (tratado) 1352 13086 14438 NÃO (controle) 1773 12613 14386 AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Exemplo Foi avaliado do efeito do tratamento de trombólise em pacientes que apresentavam arritmias cardíacas até seis horas após o início dos sintomas de Infarto Agudo do Miocárdio. EVENTOS DE INTERESSE Morte Sobreviveu Total TR A TA M EN TO SIM (tratado) 1352 13086 14438 NÃO (controle) 1773 12613 14386 Calcule: Risco relativo (RR= R1/R2) Redução relativa do risco (RRR = 1 – RR) Redução absoluta do risco (RAR = R2-R1) Número de pacientes que necessitam ser tratados (NNT = 1/RAR) AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Exemplo Foi avaliado do efeito do tratamento de trombólise em pacientes que apresentavam arritmias cardíacas até seis horas após o início dos sintomas de Infarto Agudo do Miocárdio. EVENTOS DE INTERESSE Morte Sobreviveu Total INCIDÊNCIA (letalidade) TR A TA M EN TO SIM (tratado) 1352 13086 14438 0,094 ou 9,4% NÃO (controle) 1773 12613 14386 0,123 ou 12,3% AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Estudos de intervenção/Exemplo Foi avaliado do efeito do tratamento de trombólise em pacientes que apresentavam arritmias cardíacas até seis horas após o início dos sintomas de Infarto Agudo do Miocárdio. EVENTOS DE INTERESSE Morte Sobreviveu Total INCIDÊNCIA (letalidade) TR AT A M EN TO SIM (tratado) 1352 13086 14438 0,094 ou 9,4% NÃO (controle) 1773 12613 14386 0,123 ou 12,3% Resultados Risco relativo (RR= 0,094/0,123=0,764) Redução relativa do risco (RRR = 1 –0,76=0,24 ou 24%) Redução absoluta do risco (RAR = 0,123-0,094 = 0,029 ou 2,9%) Número de pacientes que necessitam ser tratados (NNT = 1/0,029 = 34,4) AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Ensaios clínicos randomizados Randomização = Todos os participantes têm a mesma chance de serem alocados para cada grupo de estudo. A alocação não é determinada pelos investigadores, pelos clínicos ou pelos participantes do estudo, com isso reduz viés de seleção; Comparabilidade – tem uma distribuição balanceada dos possíveis fatores de confundimento; Imprevisibilidade da alocação; Reprodutibilidade da alocação. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Ensaios clínicos randomizados/Informações necessárias Tratamento - drogas, doses, mudança de grupo de tratamento, outras drogas; Desfecho - comparabilidade da mensuração, efeito desejado (melhora) e efeitos colaterais – precisam de critérios predefinidos; Perfil de risco - são as variáveis que influenciam o prognóstico; Mascaramento (cegamento) – terá o uso do placebo; Perdas - não adesão do paciente. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Desenho dos ensaios clínicos Desenho paralelo = cada grupo de participante é exposto a apenas uma das intervenções; Desenho fatorial = vários fatores são verificados em um único ensaio; Exemplo: Grupo 1 = droga A; Grupo 2 = droga B; Grupo 3 = drogas A + B; Grupo 4 = controle (sem nenhuma droga); Desenho tipo crossover ou sequencial = cada paciente receberá mais de um tratamento de forma alterada; Grupo 1 = começa usando a droga A e depois usa a droga B; Grupo 2 – começa usando a droga B e depois usa a droga A. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia Referências bibliográficas BONITA, R. Epidemiologia básica. 2. ed. São Paulo: Editora Santos, 2010. MEDRONHO R. A. et al. Epidemiologia. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. ROUQUAYROL, M. Z. e ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia & Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003. YANG YI. Compreendendo a Farmacoepidemiologia. Porto Alegre: AMGH Editora Ltda, 2013. AULA 12: ESTUDO DE INTERVENÇÃO Farmacoepidemiologia VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? Introdução à farmacoepidemiologia: conceitos e aplicações. AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO.
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