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Vanguardas Europeias: EXPRESSIONISMO

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Introdução
Este trabalho acadêmico irá abordar sobre o Expressionismo, expondo os ideais expressionistas, influências sobre acontecimentos e literatura, chegada ao Brasil, principais autores e inclusão nas artes em um total de sete capítulos e seus respectivos subtemas. 
O conceito de expressionismo foi empregado pela primeira vez em 1901 na revista Der Sturm [A Tempestade]; é a forma de movimento de vanguarda, através de arte e cultura. Surgiu na primeira metade do século XX, na Alemanha, em simultâneo com o Fauvismo francês (pintores não seguidores do impressioinsmo). Em meio ao cenário de destruição, logo após a Primeira Guerra Mundial, serviu como manifesto à política, em prol dos valores humanos. Se desenvolveu após a criação de dois grupos: Die Brücke (A Ponte) e Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul). Como uma reação ao pós-impressionismo, propôs uma arte pessoal e intuitiva, predominando a visão interior do artista – “a expressão” – em oposição à mera observação da realidade – “a impressão”, de características que ressaltam a subjetividade do ser humano e da natureza.
A metodologia utilizada para a realização da pesquisa partiu de sites, blogs e livros sobre o assunto.
Contexto histórico e social
O Expressionismo nasceu na Alemanha no final do século XIX e no inicio do século XX. É a arte da expressão dos sentimentos e emoções, representando a realidade invisível; é o reflexo dos tempos conturbados da Primeira Guerra Mundial e da mudança de mentalidade da sociedade, sendo, o período de transição do feudalismo para o capitalismo.
Em 1911 uma obra de Vicent Van Gogh recebe de um crítico o nome do movimento. Em 1914 a Alemanha sofria os relfexos da Primeira Guerra Mundial e a partir daí, com mais frequência os artistas começaram á retratar o cenário que viam em sua volta, não só na pintura como na literatura, no teatro e no cinema.
A época do surgimento do expressionismo foi marcada pelo medo da sociedade que recentemente havia passado pelo processo de unificação da Alemanha que por esse motivo ainda era atrasada industrialmente.
As mudanças não eram somente políticas e econômicas mas também eram intelectuais e religiosas. A existência de Deus já não era mais incontestável, aumentando o questionamento do mistério que é a vida e a morte. O homem agora era responsável por si próprio e por seu futuro.
Se opondo ao impressionismo que era a herança cultural do século anterior, o expressionismo busca expressar as sensações provocadas no artista tanto por fatos internos quanto externos. 
 
Após o fim da guerra o expressionismo influenciou arte em outras partes do mundo, inclusive no Brasil. 
Pode-se dizer que o expressionismo foi mais do que uma forma de expressão, ele foi uma atitude em prol dos valores humanos num momento onde na política isso era o que menos interessava.
Contexto literário
O Expressionismo tem como principal característica entregar uma resposta ao impressionismo, que foi um movimento que surgiu no século XIX, e teve como ponto histórico, a Belle Époque (período de cultura vivido na Europa).
A partir do momento que o Impressionismo tomou forma, adquiriu conceitos a sua teoria, como dizer que todos seus estilos de arte eram totalmente objetivos e com características relacionadas a obra. Já o Expressionismo, quando começou a vingar na sociedade, dominou a característica de subjetividade, aplicando conceitos como: subjetividades humanas - que foi uma característica dessa vanguarda, por conta de retratar todo o tipo de sentimento que cada pessoa sente, porém no seu “eu” interior.
Características literárias do Expressionismo
Crítica à sociedade burguesa da época
Artistas expressionistas tiveram um aparente rancor de todos os burgueses alienados da época, por conta deles não expressarem nenhum sentimento para fora do seu pessoal.
Ponto de vista interior de cada artista
Cada artista tinha seu ponto de vista, considerado “interior”, pois para as obras literárias, eram colocados tudo no subjetivo, e por isso é considerado características do movimento.
Deforma da realidade
Tinham como característica a deformação da realidade, em todos tipos de arte, seja nas obras literárias, pinturas, esculturas ou música. Deformando a realidade de forma realista e semelhante a uma caricatura de uma pessoa.
Após Primeira Guerra Mundial - Comoção literária
Depois da Primeira Guerra, a arte em si mudou todos seus conceitos e obras para um triste sentimento, por ser considerado “comoção literária”
	
Características do Expressionismo
4.1. Expressionismo alemão e suas características
Como foi dito durante o desenvolvimento da pesquisa, o Movimento Expressionista resgatou os valores humanos, que possuíam menos interesse em relação aos ideais tradicionais e demonstrava o quê havia no interior. As principais características do Expressionismo envolvem o modelar dos sentimentos e o predomínio da emoção sobre os valores intelectuais.
Nas obras de arte, além de repassar essas características e transmitir as mensagens do íntimo, o Expressionismo possuía também “técnicas próprias” (é importante ressaltar que as técnicas partiam das exigências da sensibilidade do artista, portanto, quando é dito ‘técnicas próprias do Expressionismo’, trata-se de um modo geral). Os artistas utilizavam as cores resplandecentes, vibrantes, fundidas e separadas. Em geral, eram apresentados como algo improvisado, a textura da tinta era empregada de forma grosseira e áspera e muitas das imagens visuais eram deformadas.
Ocasionalmente, outras técnicas mais violentas apareciam em algumas obras do Movimento Expressionista. As mais utilizadas, além das que já foram citadas, estavam as técnicas de empastamento (aplicar grande quantia de tinta ou submetê-la em camadas usando o pincel ou espátula) e as técnicas de explosão com tinta. Por serem técnicas consideradas “violentas”, as obras nas quais eram utilizadas, tinham preferência em expressar o patético, o trágico e o sombrio, que não deixava de ser uma obra expressionista mesmo explorando os sentimentos negativos.
Nas obras do Expressionismo Europeu, muitos dos artistas retratavam as sociedades primitivas (já que queriam distinguir-se da cidade urbana), o folclóre alemão, o ponto de vista de Friedrich Nietzsche, denúncias sociais, as guerras e os bombardeios.
Expressionismo no Brasil e suas características
Após exprimir sobre as características gerais trazidas do continente europeu, é importante destacar as principais características do Expressionismo no Brasil, ressaltando-os também de um modo geral.
No Parnasianismo (desenvolvimento realizado por este mesmo círculo), quando se tratava do Brasil, seus autores e artistas buscavam ter maior enfoque em assuntos voltados ao país, enfoque esse que também é retratado no Expressionismo. As características das obras seguiam as mesmas leis do Expressionismo na Europa, entretanto, as questões sociais eram bastante associadas.
Em algumas das questões, eram empregadas as cidades grandes, a vida dos agricultores nos campos, migração dos povos desfavorecidos em busca de melhores condições de vida, condições dos operários que trabalhavam nas cidades, adultério, morte (muitas das vezes em relação ao homicídio ou suicídio) e o preconceito.
Principais autores
Kasimir Edschmid
Kasimir Edschmid: Nasceu dia 5 de outubro de 1890 em Darmstadt, na Alemanha. Morreu dia 31 de agosto de 1966 em Tarasp, na Suíça. Estudou em Munique, Paris, Gießen e Estrasburgo. Foi um escritor expressionista alemão as suas obras foram primordiais para o desenvolvimento deste estilo, tanto os seus romances como os seus escritos teóricos.
Parte das suas numerosas publicações foram proibidas pelo nazismo, ele procurou estabelecer os rumos que a nova visão impunha à literatura.
Mário de Andrade
Nasceu dia 9 de outubro de 1893 em São Paulo. Morreu dia 25 de fevereiro de 1945 em São Paulo. Se formou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. (1911–1917). Mario RaulMorais de Andrade foi um poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista, ensaísta brasileiro. Ele foi um dos pioneiros da poesia moderna brasileira (movimento literário que faz críticas ao anterior, o parnasianismo) com a publicação de seu livro Pauliceia Desvairada em 1922. Nas primeiras obras de Andrade é possível perceber a influência do que acontecia na Europa, como o futurismo, o dadaísmo e o expressionismo. Foi um dos que participou de mais de uma vanguarda. Sendo ele um dos principais nomes da Semana de Arte Moderna de 1922. Integrava, junto com Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia o Grupo dos Cinco. Ajudou a organizar o evento, que aconteceu entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo.
Oswald de Andrade
Foi um dos escritores mais importantes do modernismo brasileiro. Nasceu dia 11 de janeiro de 1890 em São Paulo. Morreu dia 22 de outubro de 1954 em São Paulo. Se formou na universidade de São Paulo em 1912. No expressionismo ele teve grande influencia no teatro.
Georg Trakl
Foi um proeminente poeta expressionista austríaco do início do século XX. Nasceu no dia 3 de fevereiro de 1887, Salzburgo, Áustria. Morreu dia 3 de novembro de 1914, Cracóvia, Polônia. Se formou na Universidade de Viena.
Principais obras
De Kasimir Edschmid
Verse (Versos); Hymnen (Hinos); Gesänge (Cânticos); Frauen (Mulheres); Afrika (África): Nackt und angezogen (Nu e vestido); Wenn es Rosen sind, werden sie blühen (Se são rosas, florescerão); Über den Expressionismus in der Literatur und die neue Dichtung (Sobre o Expressionismo na Literatura e a Nova Poesia).
De Mário de Andrade
Amar, Verbo Intransitivo; Macunaíma; Paulicéia Desvairada.
De Oswald de Andrade
Romances: Os Condenados; Memórias Sentimentais de João Miramar; Revolução Melancólica. Poesia: Pau-Brasil; Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade. Teatro: O Homem e o Cavalo.
De Georg Trakl
Sebastian Im Traum; Lamento; Poems and Prose; Autumn sonata; A alma e o caos; Outono transfigurado.
Obra analisada
Manifesto Expressionista – Kasimir Edschmid
Manifesto Expressionismo
Assim o universo total do artista expressionista torna-se visão. Ele não vê, mas percebe. Ele não descreve, acumula vivências. Ele não reproduz, ele estrutura. Ele não colhe, ele procura. Agora não existe mais a cadeia de fatos: fábricas, casas, doenças, prostitutas, gritaria e fome. Agora existe a visão disso. Os fatos tem significado somente até o ponto em que a mão do artista o atravessa para agarrar o que se encontra além deles. Esse tipo de expressão não é alemão nem francês. Ele é supre nacional. Ele não é somente assunto da arte. É exigência do espírito. Não é um programa de estilo. É uma exigência da alma. Uma coisa da humanidade.
Análise 
Podemos perceber que na poesia de Kasimir Edschmid chamada “O Manifesto do Expressionismo”, o autor retrata todas características possíveis do próprio Expressionismo, no trecho “Ele não vê, mas percebe. Ele não descreve, acumula vivências. Ele não reproduz, ele estrutura. Ele não colhe, ele procura.”, refere-se diretamente ao autor expressionista, realizando assim todos seus objetivos e suas técnicas Expressionistas. No trecho “Ele é supre nacional. Ele não é somente assunto da arte. É exigência do espírito. Não é um programa de estilo. É uma exigência da alma. Uma coisa da humanidade.” Ele analisa todas suas qualidades aprovadas pela própria Vanguarda Europeia.
 Expressionismo nas artes
Pintura
Tanto o movimento Fauvismo (1905-1907) quanto o Expressionismo, foram responsáveis para abrir ao mundo as correntes vanguardistas, rompendo com a natureza impressionista de sensações visuais imediatas e à favor da arte subjetiva, onde o semblante responderia a visão que o autor pretende passar, essencialmente o estado psíquico.
Um dos principais precursores do expressionismo na pintura foi o holandês Vicent Van Gogh, onde destacou-se pela intensidade com que cria objetos e cenas, assim como o registro da emoção subjetiva em cores e linhas. E de caráter influenciador, Van Gogh marca fortemente os trabalhos de um dos maiores pintores à referência ao expressionismo alemão, o chamado Edward Munch.
 
Edward Munch - O Grito
“Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza.” – Edvard Much
Pintado pelo norueguês Edward Munch (1863 - 1944), a pintura é um dos maiores marcos para o Expressionismo pois além de ter sido feita durante esse movimento ela foi construída pela expressão da figura andrógina e, assim, arrastando (entortando) o cenário em sua volta, a doca de Oslofjord, em Oslo.
A obra contém cores frias e fortes, onde a figura está sob um estado de profunda angústia e pavor, podendo estar adoecendo por conta da falta de cabelo demonstrada. O céu está em cores quentes e, de acordo com alguns historiadores de arte, acreditam ser uma reprodução da atmosfera após a erupção vulcânica da Indonésia Cracatoa, que ocorreu em 1883. Quase todos os elementos presentes na obra estão distorcidos, menos a ponte e as duas figuras à esquerda, que não se abalaram com o grito.
Por meio destas distorções, Munch colocando “dor” pretende explicar que por vezes todos os sentimentos negativos que armazenamos, atingem igualmente a nós e tudo à nossa volta.
O Grito, de Edward Munch (1893). Extraído de:<http://www.allposters.com.br/-sp/O-Grito-cerca-de-1893-posters_i1287150_.htm>.
 Die Brucke (1905 - 1913)
Em contemporâneo fauvismo francês, em 1905 é criado o grupo Die Brucke (A Ponte), em Dresden, Alemanha, composto por Fritz Bleyl, Erich Heckel, Ernest Ludwig Kirchner e Karl Schmidt-Rottluff justamente a fim de organizar uma “ponte” entre o passado germânico e o presente moderno. Artistas como Emil Nolde e Otto Muller aderiram ao grupo. Esse grupo se instalou em um ateliê e dedicaram somente a pintura, crendo que é por meio dela que a criação de um mundo melhor surgiria. Não tinham teorias, nem intenções estilísticas, nem deveres de obediência ou filiações, eram anti-impressionistas. Seu desejo era agir energicamente e assim vislumbravam conquistar um público avesso à arte dos acadêmicos.
Atributos do grupo Die Brucke
Arte pura e instintiva; retratando a alma humana em forma e contornadas por linhas a negro, traços angulosos; cores intensas, violentas e contrastadas aplicadas com pinceladas bruscas, por vezes matéricas e texturadas; de execução espontânea e temperamental, originando por vezes obras inacabadas.
Temas retirados da realidade e com fortes conotações sociais e políticas, como a sexualidade e erotismo, cenas de rua, prostituição e miséria urbana, retratos e auto-retratos, vida burguesa e marginalidade.
Der Blaue Reiter (1911 - 1914)
Criado em Munique em 1911, Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul) foi um almanaque grupo fundado por Wassily Kandinsky junto de Franz Marc, August Macke, Marianne von Werefkin, Gabriele Munter e Paul Klee. Todos estes pintores tinham como necessidade testar seus meios e impulsos, unindo um mesmo ideal artístico de várias nacionalidades e de diferentes expressões, ultrapassando barreiras culturais e ideológicas da época. De sentido não-figurativo, se engaja na problemática social da sociedade alemã, após-guerra.
Visavam a criação de uma arte livre, não dirigida a um público específico, que nascesse da meditação e da “necessidade interior” de cada artista, na procura da harmonia espiritual. 
Atributos do grupo Der Blaue Reiter
Abstracionismo em forma-cor; retorno à pureza da natureza - filosofia panteísta (animais e lugares sagrados); claridade e luminosidade nas telas; dimensão lírica da cor; 
Nova Objetividade
 Após 1914, a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918) provocou a dispersão do grupo A Ponte e odesaparecimento de alguns artistas. E em seguida, esse grupo ressurgiu num novo movimento expressionista refletindo a situação da população alemã, a Nova Objetividade (Neue Sachlichkeit).
Tal arte sai das obras abstratas e se acentua em fortes cenas realistas, marcadas pelo pessimismo existencial, caracterizou-se pelo tom de denuncia e sátira social, crítica mordaz à sociedade burguesa e à guerra. Admitiam que, para abordar esses problemas, a arte não deveria se dissociar da experiência da vida quotidiana, perseguir ideais filosóficos abstratos ou investigar a psicologia de seu criador porque os problemas estavam além de si mesmos. 
Muitos artistas tiveram suas obras retiradas de exposição ou queimadas, e perseguidos pelo Estado nazista como “arte degenerada”. 
Pintores expressionistas brasileiros
No Brasil, a produção dos anos 1915 e 1916 de Anita Malfatti (1889-1964), em trabalhos como O Japonês, A Estudante Russa e A Boba, são reveladores de seu aprendizado expressionista, assim como nas obras de Oswaldo Goeldi (1895-1961), de Flávio de Carvalho (1899-1973) e Iberê Camargo (1914-1994). Candido Portinari retratou as desigualdades da sociedade brasileira, retirantes nordestinos, cangaceiros e temas de conteúdo histórico brasileiro, como Tiradentes localizado no Memorial da América Latina, em São Paulo, e o painel A Guerra e a Paz (1957) para a sede da ONU. Ficou conhecido internacionalmente Ainda no contexto modernista, é possível lembrar a forte dicção expressionista de parte da obra Lasar Segall (1891-1957), com personagens mulatas, prostitutas e marinheiros nas favelas e bananeiras.
Arquitetura
Agora, partiremos para mais um tópico considerado importante para o Movimento Expressionista. Embora talvez não hajam representações diversas em relação a esse movimento por parte da arquitetura, os serviços de seus artistas nessa área possuem grande valor histórico.
A Arquitetura Expressionista surgiu no pós-guerra Alemão, quando haviam duas tendências artísticas principais pelo desenvolvimento da tecnologia e materiais modernos. Ainda sim, mesmo sendo inclusos na zona da arquitetura, essas tendências estavam ligadas em sua maioria a parte decorativa e não na parte estrutural, porém, foram consideradas Expressionistas, pois para realizar o design, os arquitetos idealizavam algo fantasioso e expressavam essa ideologia no resultado final.
Umas das principais obras da Arquitetura Expressionista é o “Pavilhão de Vidro” de Bruno Julius Florian Taut. Tal autor, possuía o grande fascínio pelos materiais modernos que vieram com a guerra e o mais idolatrado por ele era o vidro. Por isso, executou a criação do Pavilhão, elaborando-o em forma de uma colmeia circular de telhas de vidro coloridas que são iluminadas com feixes de luz rotativas (também coloridas) sobre sua superfície. Por dentro, o Pavilhão é recordado por ser considerado uma caverna subterrânea com estalactites penduradas no teto, que ocasiona a suspensão dos visitantes.
Pavilhão de Vidro (1914), de Bruno Taut. Exposição Werkbund em Colônia. Extraído de: < https://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/helo1.png>.
Além da obra de Bruno Taut, há também a obra que foi a chave para o Expressionismo na arquitetura, que retrata um observatório astrofísico armado com superfícies.
A “Torre de Einstein” por Erich Mendelsohn, também conhecida por ser uma “Espaçonave desajeitada”, inicialmente fora construída com a utilização de concreto, mas por conta de impedimentos durante a realização das obras, o concreto foi substituído por tijolos e finalizado com estuque, um material moderno de argamassa também trazido pela guerra com o desenvolvimento tecnológico (é importante ressaltar que o estuque é uma mistura de pó de mármore, cal fina, gesso e areia).
Erich Mendelsohn construiu a torre com o objetivo de facilitar o estudo Teoria Radical da Relatividade de Albert Eistein e representa um teorema inovador de movimento, iluminação e espaço em seu interior. A torre é uma estrutura dinâmica e que dá forma as revoluções de Einstein e é unida por anéis de janela erguidas em cima de uma plataforma ondulada onde iriam localizar-se os laboratórios.
Torre de Einstein (1920-1921), de Erich Mendelsohn. Parque Científico Albert Einstein, Potsdam. Extraído de: <https://images.adsttc.com/media/images/537b/3546/c07a/8094/6d00/0079/large_jpg/2.jpg?1400583459>.
Escultura
A escultura expressionista não teve um selo estilístico comum, sendo o produto individual de vários artistas que refletiram na sua obra quer a temática quer a distorção formal próprias do expressionismo.
 
Na década de 1920, a escultura derivou para a abstração, seguindo o rumo das últimas obras de Lehmbruck, de marcada estilização geométrica tendente à abstração. Assim, a obra de escultores como Rudolf Belling, Oskar Schlemmer e Otto Freundlich caracterizou-se pelo abandono da figuração para uma libertação formal e temática da escultura.
Ernst Barlach tem obras caricaturescas e utiliza do volume, profundeza e movimento, em cenas ou cotidianas ou pós-guerra, mostrando terror, angústia e medo. Procurava uma nova realidade à construir, e não a que já temos.
O Espírito Guerreiro (1928), de Ernst Barlach. Gethsemanekirch, Berlim. Extraído de: <http://essaseoutras.xpg.uol.com.br/wp-content/uploads/2011/10/escultura-expressionista.jpg>.
Música
Como as outras artes, a música também sofreu mudanças, expulsando as composições românticas e se tornando cada vez mais complexa e estruturada, sempre no mesmo padrão desta vanguarda: o artista expõe suas sensações mais internas, quase retratando o próprio psicológico. De forma intensificada, com distorções e pela pungência sonora, a música expressionista é caracterizado por harmonias dissonantes e polifonia cerrada. Há instrumentos tocados ao extremo, melodias ásperas e angulosas, contrastes violentos e expressivos, emoções intensas e profundas.
Arnold Schoenberg
Sendo uma das figuras mais importantes e influentes do século XX, compositor e pintor austríaco, teve destaque em ambas manifestações artísticas. Na pintura, chegou a pertencer ao grupo expressionista Blauer Reiter (O Cavalerio Azul) e fez diversos auto-retratos, porém volta ao ramo musical para retirar o sistema tonal da organização sonora. Para isso, criou a técnica dodecafonismo, de escrita musical, em que nenhum dos 12 sons da escala cromática tem maior importância do que os outros, fazendo que a tónica e dominante não tenham sentido – música atonal ou pantonal.
Sua produção musical pode ser dividida em quatro períodos: período tonal, onde aplicou e expandiu os conceitos musicais do pós-romantismo (como Noite Transfigurada op. 4, 1899), Gurrelieder; período atonal (1908), aplicando a própria técnica na elaboração de composições expressionistas (6 Peças Para Piano op. 19); período de descoberta do dodecafônica e serial (1920-1936), como Variações para orquestra op. 31; período entre tonalidade e serialismo, Sinfonia de Câmara nº 2.
Cinema
Os filmes expressionistas tinham temas sombrios e personagens bizarros e assustadores com maquiagens distorcidas, acentuavam a excessiva dramaticidade. O chamado expressionismo alemão, de meados de 1920, tinha como marcas características a utilização de uma coreografia (mise-en-scène) exagerada – os olhos arregalados, a interpretação caricata e bastante teatral; os cenários distorcidos, de modo a criar sensações de inquietude; o recorrente uso de temas folclóricos, literários, sombrios e fantasiosos, que garantiram o desenvolvimento do terror; Havia um forte apelo para temas sobre a ambiguidade humana – o fascínio pelo mal e uma busca pelo bom; é do expressionismo alemão que nascem marcos do gênero terror como em O Gabinete do Dr. Caligari (1919). A maioria tinha afinidade em causar reações psíquicas no espectador, sejam elas de medo, terror ou até mesmo empatia.
 
O Gabinete do Dr. Caligari 
Considerado o marco inicial do expressionismo no cinema, “O Gabinete do Dr. Caligari” conta a história de um hipnotizador (WernerKraus) que chega ao circo de uma pequena cidade para apresentar um sonâmbulo (Conrad Veidt) que, misteriosamente, faz profecias macabras, que acabam sendo concretizadas posteriormente. Simultaneamente a sua chegada, crimes começam a acontecer na cidade, e a dupla passa a ser a principal suspeita dos crimes.
Em 1919, o cinema estava apenas começando a mudar, com os filmes de Griffith, o primeiro a contar de forma diferente, alternando planos abertos com closes, mas o diretor Robert Wiene preferiu manter a câmera fixa num ponto, com os atores encenando na frente dela, como era costume na época. Em compensação, investiu pesado no tom obscuro, com o forte contraste entre luzes e sombras, cenários distorcidos e muita maquiagem, criando um visual bastante sombrio. Auxiliado pela fotografia (direção de Willy Hameister) também sombria e pelos cenários distorcidos, o diretor conseguiu criar um clima fantasmagórico, conferindo uma atmosfera de pesadelo ao longa. Além disso, a fenomenal direção de arte representa com precisão a principal característica do expressionismo alemão, que é a distorção de imagens buscando representar visualmente os sentimentos dos personagens. 
Vale observar também como as formas geométricas ajudam a expressar os sentimentos dos personagens, como os triângulos maquiados nos olhos que garantem um ar ainda mais mórbido ao sonâmbulo Cesar e as linhas suaves do quarto da bela Jane Olsen (Lil Dagover), que exprimem a paz de espírito da moça. A própria casa do Dr. Caligari parece pequena e apertada por fora, dando uma sensação de incomodo em quem vê, refletindo o distanciamento do espectador com as práticas do doutor. Entre as atuações, vale destacar Conrad Veidt como o assustador Cesar e o próprio Werner Kraus como o macabro Dr. Caligari. Numa época em que os atores não tinham o recurso do diálogo devido à inexistência do som, a expressão facial e corporal era fundamental para provocar o medo e ambos se saem bem nesta tarefa. Além disso, é importante ressaltar que o exagero nas expressões buscando externar os sentimentos dos personagens era uma das marcas do expressionismo.
 Conclusão
A estética expressionista procurou exprimir, em uma época de profundas transformações culturais, sociais e políticas, a inquietude do homem em sentimentos e características da personalidade no campo da pintura, da literatura, do cinema, da música, arquitetura e escultura. Ela marcou uma época e uma forma de ver o “mundo”.
O expressionismo tentava transferir os sentimentos humanos através de cores fortes e movimentos despretensiosos da irrealidade, mesmo sabendo que cada pessoa possui o próprio sentir, principalmente da angústia existencial. Ou seja, a obra de arte é o reflexo direto do mundo interior do artista expressionista. Sua intenção manifestante é relacionada ao lado adverso da modernização, alienação e isolamento da sociedade.
Não querendo discutir qual o tipo de pintura mais “bonita”, todos têm importância, porque tem formas diferentes de sentir e de pensar. Assim, pensamos que não é correto, destruir uma obra de arte, mesmo sem gostarmos dela. Haverá sempre alguém que gosta e ao olhar para ela, vai conseguir identificar-se com os sentimentos que o pintor quis expressar.
Bibliografia
AD CLASSICS: THE EINSTEIN TOWER. In: ARCH DAILY. Gili Merin, 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com/402033/ad-classics-the-einstein-tower-erich-mendelsohn/>.
EXPRESSIONISMO. In: BRASIL ESCOLA. Tiago Dantas, 2017. Disponível em: < http://brasilescola.uol.com.br/artes/expressionismo.htm>.
VANGUARDAS EUROPÉIAS: EXPRESSIONISMO. In: BRASIL ESCOLA. Nádia Cristina da Silva Pedro, 2017. Disponível em: < http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/literatura/vanguardas-europeias-expressionismo.htm>.
EXPRESSIONISMO. In: MUNDO EDUCAÇÃO. Cláudio Fernandes, 2017. Disponível em: < http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/artes/o-expressionismo.htm/>.
PINTORES BRASILEIROS - AS INFLUÊNCIAS NAS OBRAS DE ANITA MALFATTI. In: OBVIOUS. Rejane Borges, 2010. Disponível em: < http://obviousmag.org/pintores-brasileiros/anita_malfatti/as-influencias-nas-obras-de-anita-malfatti.html>.
PAISAGEM. In: OBRAS DE ANITA MALFATTI. 2010. Disponível em: < https://obrasanitamalfatti.wordpress.com/about/>.
NELSON RODRIGUES. In: GLOBO EDUCAÇÃO. Disponível em: < http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/nelson-rodrigues.html>.
EXPRESSIONISMO NAS ARTES PLÁSTICAS. In: SUA PESQUISA. Maria H. Martins. Disponível em: <http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-literarios/parnasianismo.html>.
CÂNDIDO PORTINARI. In: SUA PESQUISA. Rosa Nereide S. S. Disponível em: < https://www.suapesquisa.com/biografias/portinari.htm>.
LASAR SEGALL. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: < http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8580/lasar-segall >.
EXPRESSIONISMO. In: PORTAL SÃO FRANCISCO. Encyclopaedia Britannica do Brasil, 2017. Disponível em: < http://www.portalsaofrancisco.com.br/arte/expressionismo>.
EXPRESSIONISMO:. In: VANGUARDA EUROPÉIA. 2008. Disponível em: < https://vanguardaeuropeia.wordpress.com/2008/05/26/expressionismo/>.
EXPRESSIONISMO:. In: THAA. Nathália Gomes Paschoalini, 2009. Disponível em: <https://vanguardaeuropeia.wordpress.com/2008/05/26/expressionismo/>.
ARQUITETURA EXPRESSIONISTA. In: COISAS DA ARQUITETURA. Silvio Colin, 2010. Disponível em: <https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/sobre-o-blog/>.
ESCRITORES DO EXPRESSIONISMO. In: INFO ESCOLA. Ana Lucia Santana, 2017. Disponível em: <https://www.infoescola.com/literatura/escritores-do-expressionismo/>.
AUTORES E OBRAS DO MODERNISMO. In: RECANTO DAS LETRAS. Ricardo Sérgio, 2012. Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3629725/>.
EXPRESSIONISMO NA LITERATURA. In: CALEIDOSCOPIO. Cristina Tolentino. Disponível em: <http://www.caleidoscopio.art.br/cultural/artes-plasticas/vanguardas-artisticas/expressionismo-literatura.html>.

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