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D.penal MPF

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1) NORMAS PENAIS
1.1)Normas penais incriminadoras: Compreendem aquelas que estabelecem as infrações penais, descrevendo a conduta e cominando a respectiva espécie e quantidade de pena. As normas penais incriminadoras estão presentes na parte especial do CP, bem como na legislação penal especial.
1.2) Normas penais não incriminadoras: Compreendem as disposições que, não estabelecendo delito ou pena, regulam os pressupostos de aplicabilidade, bem assim criam espaços de licitude aptos a afastar a incidência daquelas. Se subdivide em Normas não incriminadoras complementares ou explicativas e normas não incriminadoras permissivas.
As normas penais não incriminadoras permissivas opõem-se ao preceito primário da norma penal incriminadora autorizando a realização de uma conduta proibida (excludentes da antijuridicidade).
Já as normas penais não incriminadoras explicativas e complementares esclarecem, limitam ou complementam as normas penais incriminadoras dispostas na Parte Especial, dessa forma, podem determinar a infração penal, esclarecendo ou complementando o preceito primário, bem como determinar a consequência jurídica esclarecendo, limitando ou complementando o preceito secundário.
Princípio da legalidade: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Significa dizer que nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada, sem que antes desse mesmo fato tenham sido instituídos por lei o tipo delitivo e a pena respectiva.
2) Princípios Fundamentais do Direito Penal
2.1) Princípio da Individualização da pena: A pena não pode passar da pessoa do condenado.
2.2) Princípio da Dignidade humana: O indivíduo não deve ser tratado como coisa e sim como sujeito de direito.
2.3) Princípio da Proporcionalidade: Estabelece que a pena deve ser proporcional a gravidade do crime.
2.4) Princípio da Subsidiariedade: Pune-se pelo crime menos grave quando não for possível punir pelo mais grave.
2.5) Lesividade ou Ofensividade: Conduta apta a expor a risco ou gerar dano ao bem jurídico plenamente relevante.
2.6) Princípio da Fragmentariedade: Nem todo crime é passível de punição, somente os crimes mais graves devem ser punidos.
2.7) Princípio da humanidade das penas: O Estado não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade humana.
2.8) Princípio da Intervenção mínima: Ideia de intervenção só em último caso(última racio) para crimes mais graves ou quando os demais ramos do direito não tiverem se mostrado eficientes.
2.9) Princípio da culpabilidade: Recai sobre o agente autor da conduta reprovável, somente deve ser penalmente reprovável aquele que por sua conduta tenha dado causa a resultado criminoso.
2.9.1)Princípio da adequação social: As condutas socialmente adequadas não são consideradas crimes, pois não atentam contra a Constituição Federal.
2.9.2) Princípio da Insignificância ou bagatela: Lesões ou ameaças de mínima relevância para os bens jurídicos. Não devem ser objeto de consideração do Direito Penal. Não existe bagatela acima de 1 Salário mínimo. Não existe bagatela quanto ao grau de ameaça ou violência.
2.9.3) Analogia: Parte do pressuposto de que a lei não pode prever todas as hipóteses fáticas, havendo, portanto, lacunas no ordenamento jurídico. Dessa forma, visa a analogia suprir a lacuna, solucionando o caso concreto por meio da solução adotada numa hipótese legal assemelhada.
In dubio pro reo: O juiz na dúvida deve decidir a favor do réu.
3) Lei Penal no tempo
* Vacatio Legis: Estabelece que a lei passa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada.
3.1)Conflito de leis penais no tempo.
Situações que ensejam/ princípios que solucionam.
Tempo do crime: Considera-se praticado o crime no momento da conduta, ainda que seja outro o resultado.
O crime pode ser instantâneo e permanente.
Instantâneo: Se exaure em um único momento. Ex: art.155,CP(furto)
Permanente: Se prolonga no tempo. Ex: art.148 (sequestro)
OBS: Não há conflito de leis no tempo enquanto não cessar a permanência.
1) Abolitio Criminis: Princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica. Cessam os efeitos penais mas subsistem os efeitos civis (art.2º, caput, CP)
2) Novatio Legis in Mellius: A lei retroagirá em benefício do réu. Princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica.
3) Novatio Legis Incriminadora: Princípio da irretroatividade da lei penal. A nova lei passa a tipificar as condutas. EX: Art.33 e 37, lei 11343/2006 (lei de drogas)
4) Novatio Legis in Pejus: A conduta já era típica, mas a nova lei de qualquer forma prejudicou a situação do réu. Princípio da irretroatividade da lei penal.
* Lei temporária: São aquelas que vigoram por um determinado tempo, por elas próprias fixado.
Lei excepcional: Visam atender a situações anormais da vida social (epidemia, guerra, revolução, etc).
Ex: art.53, Decreto lei 4.766/1942.
Outro exemplo seria em razão de uma calamidade(grave estiagem assolando o país) sobrevém a hipotética lei criminalizando o desperdício de água potável. Cessada a situação excepcional, com chuvas abundantes, essa lei perde sua vigência.
Lei penal em branco: É aquela cujo preceito primário da norma é formulado de maneira genérica, necessitando ser complementado por outra norma, geralmente de hierarquia.
Ex: arts.268 e 269, CP dependem esses dispositivos de resoluções editadas pela Anvisa. 
4) AÇÃO PENAL: A ação penal é o meio pelo qual se inicia o processo penal, com o fito de ser aplicada a pena contra determinado infrator. Sob o enfoque penal, tem-se que o magistério punitivo pertence à sociedade, por intermédio do Estado, uma vez que foram abolidas as formas de vingança privada. Conquanto monopólio estatal, é possível que, por razões de política criminal, a lei condicione a ação do órgão acusador à prévia manifestação de vontade do lesado ou de outro órgão público.
Espécies de ação penal: Divide-se em dois grandes grupos: ação penal pública e ação penal privada
A ação penal pública se subdivide em: ação penal pública incondicionada, condicionada à representação da vítima e condicionada à requisição do ministro da justiça.
A ação penal privada se subdivide em: Exclusiva(crimes contra a honra), personalíssima e subsidiária da pública.
Princípios aplicados a ação penal pública
1) Obrigatoriedade: Havendo justa causa, o MP é obrigado a denunciar.
OBS: Transação penal(art.76, lei 9099/95), há justa causa, porém o MP não oferece a denúncia, exceção ao princípio supracitado.
2) Indisponibilidade: O MP, uma vez oferecida a denúncia é obrigado a cumprir todos os atos processuais até a resolução do mérito.
OBS: Exceções ao princípio da indisponibilidade.
Art.76, lei 9099/95, transação penal em AIJ, oferecida após denúncia e não resolvido o mérito, uma vez que a transação penal exclui a punibilidade.
Sursis Processual: Extinção da punibilidade, antes da resolução do mérito, após o recebimento da denúncia.
3) Princípio da (in)divisibilidade: De acordo com o princípio da indivisibilidade, o processo criminal de um obriga ao de todos. Havendo elementos probatórios quanto a coautores e partícipes, o MP está obrigado a oferecer a denúncia em relação a todos.
Ação penal pública incondicionada: Sem condição o MP oferece a denúncia independentemente da vontade da vítima. Prazo 5 dias (preso), 15 dias (solto)
* Prazo decadencial não existe para o ministério público, apenas prazo prescricional.
Ação penal condicionada à representação da vítima
Natureza jurídica: Condição de procedibilidade.
Data de 6 meses a contar da data que vier a saber quem é o autor do crime. Decadência→Extinção da punibilidade.
Até a denúncia é retratável.
Retratação da retratação
1º entendimento: Não pode, pois o processo e o inquérito não podem ser vistos como forma de vingança.
2º entendimento: No prazo de 6 meses, a vítima
pode representar e se retratar quantas vezes for necessário.
Ação penal condicionada à requisição do ministro da justiça.
Natureza Jurídica da requisição: Condição de procedibilidade.
Art.145,CP: Crimes contra a honra do presidente da república.
Não há prazo decadencial, a requisição pode ser feita até que ocorra a prescrição.
Ação penal privada
Princípios aplicados
1) Princípio da oportunidade: A vítima, mesmo havendo justa causa, é ela quem vai decidir se vai oferecer a queixa-crime.
- MP atua como fiscal da lei.
A vítima se submete a prazo decadencial (6 meses a contar da data do conhecimento do autor do crime) passados 6 meses e a vítima não oferece a queixa-crime, decai o direito de queixa.
2) Princípio da disponibilidade: A todo tempo a vítima pode abrir mão do processo, encerrando-o sem julgamento de mérito.
Ex: Perdão
O perdão é ato bilateral, o perdão só gera a extinção da punibilidade se ele for aceito.
Art.60,CPP, Perempção: A perempção resulta da inércia do querelante no curso da ação penal privada, impedindo a demanda de prosseguir, acarretando a extinção da punibilidade do Querelado.
Princípio da indivisibilidade: A causa é indivisível.
Exemplo: Se Joaquim e José me difamaram, ou eu ofereço a queixa-crime em face dos dois, ou eu não ofereço.
	O MP poderá aditar essa queixa e incluir a outra parte no caso de ter sido oferecida a queixa a uma só das partes.(1º entendimento).
	É o MP que verifica o cumprimento da indivisibilidade, mas não aditando a queixa, ele vai velar pelo pedido de renúncia de um dos agentes que se estenderá aos demais.
	3º entendimento: primeiro o querelante tem que ter a oportunidade de aditar essa queixa e incluir a outra parte, nesse caso silenciando-se em relação a uma das partes, a querelante deverá ser notificada(Afrânio Silva Jardim).
Ação penal privada exclusiva: Crimes contra a honra.
Ação penal privada personalíssima: Não tenho a sucessão processual, falecendo a vítima, ocorrerá a extinção da punibilidade.
Ação penal privada subsidiária da pública: O processo é de ação penal pública, mas na ausência do Ministério Público, a vítima pode apresentar a queixa, sendo assistida pelo MP.
* Queixa-crime-art.38,CPP.
Ação penal no crime complexo
Art. 101-Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.
O crime complexo é aquele que agrega, em seus elementos constitutivos ou circunstâncias, fatos que, isoladamente considerados, por si só, já são crimes.
A norma quer dar a entender que só se processará mediante ação penal pública o crime que, contendo elementos típicos de crimes de ação penal privada, tenha também outros advindos de delitos que se processam mediante ação penal pública. A contrário sensu, se todos os elementos fossem correlatos apenas aos delitos de ação penal privada, o Ministério Público não poderia ajuizar a ação penal pública.
Teoria da Pena
Considera-se sanção penal o gênero do qual a pena e a medida de segurança são espécies existentes no ordenamento jurídico brasileiro. Pena e medida de segurança pressupõe a prática de uma conduta típica e antijurídica, variando, contudo, a incidência, de uma ou outra, conforme constatada ou ausente a culpabilidade do agente. A imposição da pena enquanto consequência jurídica do fato, legitima-se diante da culpabilidade. Sem culpabilidade ou com a responsabilidade penal diminuída, a pena cede ou pode vir a ceder para a medida de segurança.
Conceito de pena: Perda de um direito imposta pelo Estado em razão da prática de uma infração penal.
Medidas de segurança são medidas terapêuticas aplicadas aos inimputáveis e aos semi-imputáveis, no caso da prática de uma conduta que corresponda a um crime, por lhes faltar sanidade.
Princípios constitucionais e penas admitidas.
O primeiro dos princípios é o princípio da personalidade da pena(art.5º,XLV, CF/88): A pena não pode passar da pessoa do condenado.
O princípio da individualização da pena(art.5º,XLVI, CF/88): Todo indivíduo tem o direito de ter a pena a ele aplicada individualmente, consideradas todas as características e condições pessoais, além de se valorar o que efetivamente fez.
A seu turno, as penas que são permitidas no Brasil estão discriminadas no art.5º,XLVI, CF, bem como no art.32, CP. As penas admitidas no ordenamento jurídico brasileiro são: (1) pena restritiva de liberdade, (2) pena restritiva de direitos; e (3) multa. As penas restritivas de liberdade de subdividem em reclusão e detenção(art.33, CP). A pena de multa adota o sistema dos dias-multa(art.49,CP). As penas restritivas de direito são: (1) prestação pecuniária, (2) perda de bens e valores, (3) prestação de serviços à comunidade, (4)interdição temporária de direitos; e (5) limitação dos fins de semana. A interdição temporária de direitos se subdivide em quatro modalidades: (a) proibição do exercício do cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (b) proibição do exercício da profissão, atividade ou ofício que dependa de autorização ou habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(c) suspensão da autorização ou habilitação para dirigir veículo; e(d) proibição de frequentar determinados lugares.
Penas proibidas
a) Pena de trabalho forçado, de banimento e cruéis
A pena de trabalhos forçados, existente no passado, pressupunha o emprego de coação física ou moral para que o apenado realizasse as tarefas que lhes eram impostas. Em geral aplicavam-se torturas e açoites contra o condenado.
Já a pena de banimento, consistia na perda definitiva dos direitos da cidadania brasileira. Como consequência, o banido ficava proibido de morar no território nacional e, se aqui retornasse seria condenado à prisão perpétua.
Com relação à pena cruel, igualmente verdade, consistia na aplicação de açoites, da marca, de ferros, os tormentos, a execração, a maldição e o abandono do condenado.
B) Pena de morte: Existe desde a antiguidade, e sua origem, possivelmente, se relaciona com os sacrifícios humanos.
Atualmente, cerca de uma centena de países aboliram a pena de morte de seus ordenamentos jurídicos ou, embora mantenham formalmente, não aplicam mais aos casos concretos. No entanto, muitos ainda a mantém e executam cotidianamente, mas prepondera o movimento internacional por sua abolição em todo o mundo.
C) Pena perpétua: Quanto a pena de caráter perpétuo, ela não é admitida por duas razões fundamentais. Primeiramente, a prisão para toda a vida, antagoniza-se com o princípio da reinserção social do condenado e, portanto, viola frontalmente o postulado do cumprimento progressivo da pena. Em segundo lugar, tem-se que a duração da pena guarda relação com a culpabilidade do agente e, tal sanção, significaria uma absolutização do juízo de culpabilidade, inaceitável no Estado Democrático de Direito.
Tipos de penas
Penas privativas de liberdade
Há no Brasil três modalidades punitivas de prisão: detenção, reclusão e prisão simples.
Espécies de pena de prisão
A prisão- pena significa a legítima privação do direito de liberdade do condenado. O ordenamento jurídico brasileiro prevê três espécies dessa forma de punição: reclusão, detenção e prisão simples.
Reclusão: destina-se a crimes ou delitos ,de forma isolada, alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. É a pena mais severa, destina-se às infrações penais consideradas mais graves. É a pena cujo cumprimento pode ser iniciado em qualquer um dos três regimes prisionais: fechado, aberto, semiaberto. 
Detenção: destina-se a crimes ou delitos, de forma isolada, alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. Pressupõe que o início de seu cumprimento se dê no regime aberto ou semiaberto.
Prisão
simples: Cominada para as contravenções penais, também isoladamente, alternativa ou cumulativamente com as sanções pecuniárias.
As medidas de segurança tem um paralelo com essas penas. Os delitos apenados com reclusão, determinam a imposição, no caso de inimputáveis, da internação em hospitais de tratamento e custódia. Para as infrações apenadas com a detenção, em regra, a medida de segurança será cumprida em liberdade, ou seja, tratamento ambulatorial.
Estabelecimentos penais
A) Penitenciária: Cuida-se de estabelecimento destinado aos condenados à pena de reclusão em regime fechado. O condenado deverá ser alojado em cela individual, com área mínima de 6 m², que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório, além da salubridade do ambiente, pela concorrência de fatores como a aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana.
B) Colônia agrícola, industrial ou similar: Trata-se de estabelecimento penal destinado a abrigar pessoas presas que cumprem pena em regime semiaberto. Tem um menor aparato de segurança e admite a possibilidade de alojar os apenados em alojamentos coletivos.
C) Casa de albergado: Estabelecimento penal destinado a abrigar pessoas presas que cumprem pena privativa de liberdade em regime aberto, ou pena de limitação de fins de semana. O prédio deve estar localizado no centro das cidades, não apresenta obstáculos à fuga e contém espaço físico adequado para palestras e cursos.
D) Cadeia pública: A cadeia pública, que existe desde o Brasil colônia, destina-se na atualidade ao recolhimento de pessoas presas em caráter provisório, sempre de segurança máxima.
E) Centro de observação: Estabelecimento onde devem ser realizados os exames gerais e criminológicos, cujos resultados serão encaminhados às Comissões Técnicas de Classificação, as quais indicarão o tipo de estabelecimento e o tratamento adequado para cada pessoa.
F) Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico: Destina-se a abrigar as pessoas submetidas à medida de segurança(inimputáveis).
REGIME PRISIONAL
Os regimes em espécies
Regime fechado: Se executa em penitenciária, em estabelecimento de segurança máxima ou média. Os estabelecimentos de segurança máxima caracterizam-se por possuírem muralhas elevadas, grades e fossos. Os presos ficam recolhidos à noite em celas individuais, trancadas e encerradas em galerias fechadas. Existem sistemas de alarmes contra fugas e guardas armados. A atenuação dos elementos que impedem a fuga permite classificar o estabelecimento como de segurança média. Aquele que ingressa nesse regime deverá ser submetido a exame criminológico de classificação para a individualização da sua pena. O regime fechado pressupõe o trabalho diurno e o isolamento noturno(art.34 e §§, CP). O trabalho deve ser realizado, em regra , dentro do estabelecimento, podendo, excepcionalmente, ocorrer externamente, desde que voltado à execução de serviços ou obras públicas.
Regime semiaberto: É a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. O regime semiaberto se cumpre em estabelecimentos de segurança média, nos quais as precauções contra a fuga são atenuadas, podendo os presos serem colocados em alojamentos coletivos. Há previsão da realização do exame criminológico de classificação e individualização. O trabalho, interno ou externo, bem como a frequência a cursos profissionalizantes também compõe as regras gerais desse regime intermediário (art.35, e §§, CP).
Regime aberto: É a execução da pena em casa de albergado ou outro estabelecimento de segurança mínima, em que não existam obstáculos para a fuga, mantendo-se a disciplina com base na palavra do preso e em seu deliberado propósito de se submeter às condições de sua prisão e o apenado deve se recolher no período noturno, no horário fixado, e nos dias de folga, saindo, no curso do dia, para trabalhar sem qualquer tipo de vigilância(art.36, CP e art.115, LEP).
O regime aberto possui uma subespécie: O regime domiciliar(art.117, da LEP). Segundo o artigo 117, poderão cumprir a pena na sua própria residência sem necessidade de recolhimento noturno e nos dias de folga na casa de albergado, os apenados maiores de 70 anos, acometidos de grave doença. A mulher apena pode, ainda usufruir do regime domiciliar quando tiver filho menor, deficiente físico ou mental, ou durante o período de gravidez.
* RDD (REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO)
Constitui uma alteração na Lei de Execuções Penais(incluída pela lei nº 10.792/2003). É aplicado o RDD aos presos, condenados ou provisórios nos seguintes casos: (1) prática de crime doloso que determine subversão da ordem ou da disciplina interna; (2) Situação de alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal e da sociedade; (3) situações de fundadas suspeitas de envolvimento ou participação em organizações criminosas, quadrilha ou bando. O RDD tem duração máxima de 360 (trezentos e sessenta) dias, sem prejuízo de repetição da sanção disciplinar, no caso de falta grave da mesma espécie, até o limite de 1/6 ( um sexto) da pena aplicada. Deve ser cumprido em cela individual, admitindo-se a visita de até 2(duas) pessoas, além de crianças, com duração de até 2 (duas) horas e com saída para banho de sol, por duas horas diárias. O procedimento para a imposição do RDD se inicia por requerimento do diretor do estabelecimento prisional, com manifestação do Ministério Público e respeito ao direito de defesa, mediante decisão prévia e fundamentada do juiz da execução, por prazo de 15(quinze) dias. Excepcionalmente, a autoridade administrativa pode decretar o isolamento do preso por até 10(dez) dias, sendo certo que a inclusão no RDD dependerá, necessariamente, de decisão judicial. Esse isolamento preventivo será detraído no período de cumprimento da sanção disciplinar (art.60, parágrafo único, da LEP).
Fixação do regime prisional
A fixação do regime prisional inicial deve ser feita na sentença condenatória(art.59,III, CP). Cuida-se de uma operação com certo grau de dificuldade, uma vez que consoante o art.33,e §§, CP, devem ser analisados além da espécie de pena (detenção ou reclusão), três fatores: (1) quantidade de pena; (2) primariedade ou reincidência, e (3) circunstâncias judiciais.
Para a pena de detenção, o processo de fixação do regime inicial é um pouco mais simples, pois só a previsão de dois(semiaberto ou aberto). Quando não puder ser aplicado o regime aberto, o condenado necessariamente ficará no regime semiaberto. Dessa forma, se a quantidade de pena for inferior a quatro anos, se o apenado for primário e se as circunstâncias judiciais lhes forem favoráveis, ele poderá iniciar o cumprimento da pena no regime aberto. Entretanto, ausente alguns desses requisitos, remanesce o semiaberto.
A pena de reclusão, por sua vez, é um pouco mais complexa, pois envolve os três regimes (aberto, semiaberto, fechado). Se não for reincidente, mas a pena imposta for maior do que oito anos, será também imposto o regime fechado. Não reincidente, com pena inferior a oito anos, permite-se a fixação do regime semiaberto, conforme indicarem as circunstâncias judiciais. Por fim, não sendo reincidente, com pena abaixo de 4 anos poderá ser estipulado o regime aberto, desde que favoráveis as circunstâncias judiciais.

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