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Seguro Agrícola e Desenvolvimento Rural

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Seguro Agrícola e Desenvolvimento Rural
contribuições e desafios o SEAF
Professora: carmem lucia
Disciplina: Sociologia rural
aluno: Egídio neto
1- Introdução
Seguro Agrícola: 
	
	O seguro agrícola é a mais importante e mais comercializada das modalidades de seguro rural no Brasil, oferecendo garantias amplas. Cobre a produção agrícola contra perdas causadas, principalmente, por fenômenos climáticos.
Riscos na produção
Condições climáticas a que está sujeita a agricultura
Chuva excessiva 
Estiagem
Chuva de granizo
Vendavais 
Geada
	Contribuições do seguro agrícola para o desenvolvimento rural
Efeito na estabilidade econômica dos agricultores;
Alavancagem de credito;
Geração e manutenção de empregos no campo;
Indução do usa da tecnologia;
Estímulo à produção agrícola;
2 - A criação do SEAF – Contexto histórico e fatores determinantes 
Decreto da lei 73/1966, Art. 141 – Fim da Companhia Nacional de Seguro Agrícola e Fundação do Sistema Nacional dos Seguros Privados (SNSP);
1975: criação do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), regido pela lei n. 5.969/73 - 
	Da cobertura básica para as lavouras financiadas;
Lei n. 6.685/79: permitiu que o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixasse alíquotas diferenciadas para cada cultura. 
	Ampliou a cobertura admitindo até 100% do valor financiado e incluindo recursos próprios do mutuário
A criação do SEAF – Contexto histórico e fatores determinantes
Constituição de 1988: Seguro agrícola como instrumento de planejamento e execução da política agrícola 
A lei n. 8171/1991 – reordenou a política agrícola, fez um esboço sobre o seguro agrícola e estabeleceu que a apólice de seguro pode constituir garantia em operações de crédito rural.
Limitações do FERS: demora na liberação dos recursos e na impossibilidade de garantir o repasse às seguradoras;
A criação do SEAF – Contexto histórico e fatores determinantes
Constituição de 1988: Seguro agrícola como instrumento de planejamento e execução da política agrícola 
Lei 8171 de 1991: a apólice de seguro como garantia em operações de crédito rural.
	Redefinição das regras do Proagro
	Necessidade de reduzir aportes de recursos do Tesouro Nacional (onde passou a ser chamado Proagro Novo).
Resolução CMN n. 2.103/94: estabeleceu requisitos e controles e reduziu a abrangência do programa. 
Exclusão da cobertura para danos anteriores à emergência das plantas.
A criação do SEAF – Contexto histórico e fatores determinantes
Resolução CMN n. 2.422/97: restringiu a adesão ao Proagro aos empreendimentos conduzidos na área de abrangência e sob as condições do zoneamento
Perda de credibilidade do Proagro pela situação de insegurança sobre a capacidade de honrar os pagamentos dos sinistros.
Drástica queda no volume de operações amparadas pelo Proagro.
2000: criação do Programa Estadual de Seguro Agrícola, regido pelo decreto n. 39.722/99
Operado por seguradoras privadas
Limitações restritas em culturas seguráveis, coberturas e número de hectares
	Condições satisfatórias para lavouras muito pequenas
A criação do SEAF – Contexto histórico e fatores determinantes
2002-Criação da garantia Safra (Seguro Safra) – Lei 10.402/2002
Objetivo de atender os agricultores na linha da pobreza nas horas de emergência 
Decreto n. 5.121, de 19 de junho de 2004: criação do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR)
 
Discussões para elaboração de um projeto de lei criando um novo sistema de seguro agrícola
Aproveitamento da estrutura que operava o crédito do Programa Nacional da Agricultura (Pronaf) e o Proagro
A criação do SEAF – Contexto histórico e fatores determinantes
Decreto n. 5.121, de 19 de junho de 2004: criação do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR)
Reajustes no Proagro para atender algumas características únicas na agricultura familiar
Antes de 2004, o zoneamento só abrangia sete culturas e estava mais nas regiões centro-sul. Onde o principal foco era os grandes produtores do agronegócio. 
O MDA, Mapa e Embrapa desenvolveram um extenso trabalho e incluíram novas regiões e culturas.
3 - Formulação de um seguro agrícola 
 questões relevantes para o desenvolvimento rural
Foi analisado e discutido um amplo leque de aspectos na formulação do seguro agrícola, envolvendo: 
Papel do Estado 
Modelos de seguro 
Papel do Estado
O que se espera do Estado: promover o levantamento e a disponibilização de dados estatísticos de clima e de produção, criar centros de expertise e equipes de especialistas para fornecer suporte técnico e promover ações de capacitação.
Tipos de modelos de atuação do Estado: 
	a) Seguros Privados com subsídio ao prêmio de seguro. 
	b) Seguros público‑privados – consórcios e parcerias público‑privadas para constituição de empresas ou entidades de seguro. 
	c) Seguros públicos – empresas ou entidades públicas de seguro ou programas públicos administrados pelo Estado e operados por redes de entidades privadas.
Seguro voluntario x Seguro obrigatório
Seguro obrigatório: importância de universalizar a proteção proporcionada pelo seguro agrícola, maximizar a dispersão de riscos e assegurar massa crítica para viabilizar a operacionalização do seguro.
	Pontos negativos do seguro obrigatório: pode acobertar ineficiências na oferta de seguro, favorecer aumento artificial dos prêmios e provocar outras distorções no mercado
O seguro voluntario: Modelo espanhol
	Esquema público-privado: tem a participação do Estado e o direito de o agricultor decidir pela contratação ou não do seguro.
	Se o agricultor não contratar, arcará sozinho com as despesas no caso de um sinistro na plantação, pois o governo não poderá conceder outro tipo de ajuda em lugar do seguro.
 Modelos de seguro agrícola e o desenvolvimento rural
Seguro de Custo;
Seguro de Renda;
Seguro de Produtividade;
Seguro com vistoria;
Seguro paramétricos ou de Índice;
Modelos de seguro agrícola
Seguro de Custo
Seguros de custo: 
	O valor segurado é definido como um percentual do custo de produção (conforme orçamento ou projeto técnico). 
	O valor assegurado costuma ser relativamente baixo em comparação com a receita esperada da lavoura, resultando em baixas perspectivas de recebimento de indenização do seguro em caso de sinistro.
	
Modelos de seguro agrícola
Seguro de Renda
Seguros de renda: 
	Os seguros de renda podem oferecer ao agricultor as soluções mais completas de proteção contra perdas na lavoura.
	O valor segurado é definido como um percentual da receita bruta esperada da lavoura. 
	O seguro garante que, somando a receita da lavoura mais o pagamento do seguro, o agricultor terá uma renda igual ao valor segurado.
	Assim, os investimentos em tecnologia são recompensados com maiores valores de cobertura do seguro.
Modelos de seguro agrícola
Seguro de Produtividade
Seguro de produtividade: 
	 A produtividade segurada é definida com base em um percentual da produtividade esperada da lavoura. 
		O valor da indenização por sinistro costuma ser definido multiplicando o valor segurado pelo percentual de perda. Este é calculado comparando a produtividade esperada e a produtividade obtida. 
	O seguro de produtividade não apresenta sensibilidade para variação de preços – o preço de indenização é o mesmo da contratação. 
	O valor da indenização independe de oscilações de preço após a contratação do seguro.
Modelos de seguro agrícola
Seguros com vistoria
Seguros com vistoria ou tradicionais
	Dependem de um processo de apuração de perdas mediante vistoria na lavoura onde se verifica:
Área plantada, a tecnologia, o manejo, a observância do zoneamento agrícola quanto a locais e períodos de plantio onde o risco situa‑se dentro de limites aceitáveis, para cada cultura, grupo de cultivares e tipo de solo.
	 	Desvantagem: o custo das vistorias nas lavouras.
	Vantagem: possibilitam verificar a perda que de fato ocorreu em cada lavoura.
	Os modelos
mais completos de seguro tradicional envolvem mecanismos indutores de tecnologia e tem um potencial de contribuição para o desenvolvimento rural incomparavelmente maior que o dos seguros de índice.
Modelos de seguro agrícola
Seguros
Os seguros paramétricos:
	São recentes, utilizam métodos de estimativas de perdas sem a realização de vistorias em cada uma das lavouras que ocorreu a perda, tomando como base dados de estações meteorológicas, imagens de satélite ou médias de perda obtidas de vistorias feitas por amostragem, se esse índice passa de um certo nível, dispara o gatilho para o pagamento das indenizações do seguro. 
	Mesmo que o agricultor não tenha tido nenhum cuidado com a lavoura, ou tendo ou não feito o plantio, se índice dispara o gatilho, irá receber a indenização do seguro e com o mesmo valor padrão.
	 A principal desvantagem é que tendem a ter um elevado risco de base, que é o risco de distanciamento entre a perda apurada pelo índice e a perda real na lavoura segurada. 
	
4 - Soluções desenvolvidas na formulação do SEAF
O SEAF opera com o Pronaf por meio de articulações com os créditos de custeio agrícola, onde os valores assegurados correspondem a soma do valor financiado e mais uma parcela da renda liquida.
Considerado multirrisco por cobrir perdas por seca, chuva excessiva, granizo, geada, ventos fortes, variação excessiva de temperatura, bem como pragas e doenças sem método de controle exequível e difundido.
Cobertura condicionada a Embrapa, onde são feitas observações do Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos e os indicativos de plantio são publicados pelo Mapa.
Soluções desenvolvidas na formulação do SEAF
A regulação em caso de sinistro é realizada um procedimento tradicional de vistoria, onde é possível uma indenização justa à realidade das perdas, além de ser necessária para viabilizar um seguro de renda multirrisco.
O plantio deve ser amparado por algum seguro agrícola, público ou privado, onde tenham garantias adequadas, só assim para ter acesso ao credito de custeio agrícola do Pronaf.
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA): desenvolve ações e formulações políticas, monitoramento, orientação de agricultores e agentes do programa e supervisão da comprovação de perdas.
Soluções desenvolvidas na formulação do SEAF
Mapa: Zoneamento Agrícola e a Comissão Especial de Recursos do Proagro (CER), que é responsável em analisar e julgar os processos movidos pelos agricultores que discordam com indeferimento ou o valor da indenização do seguro;
Banco Central: faz a administração dos fluxos financeiros e processuais, divulgam as normas do Manual do Crédito Rural (MCR) e fiscalizam os agentes financeiros;
5 - Evolução, resultados e desafios
Quando foi criado o SEAF, não existia experiência com seguro de renda no pais fazendo com que o valor ficasse limitado ao financiamento mais R$ 1.800 de renda líquida;
O limite do valor foi elevado em 2008 para R$ 2.500, em 2010 foi para 3.500, em 2012 foi para 7.000 e futuramente serão necessários novos reajustes;
Em 2010 foi criada uma cobertura adicional, de até R$ 5.000, onde amortiza a prestação de financiamento de investimento do Pronaf previsto de ser pago com a renda da lavoura segurada;
Evolução, resultados e desafios
A adesão é opcional e formalizada no crédito de custeio da lavoura;
Antes de 2004, o zoneamento só abrangia sete culturas e estava mais nas regiões centro-sul. Onde o principal foco era os grandes produtores do agronegócio;
O MDA, Mapa e Embrapa desenvolveram um extenso trabalho e incluíram novas regiões e culturas. Apenas na região nordeste foram mais de mil municípios incluídos. Chegando a ultrapassar mais de 40 culturas em 2012;
Culturas seguráveis e prêmio de custo 
Evolução, resultados e desafios
A agroecologia sofreu vedação no Proagro tradicional e nos seguros privados. De início foi admitido no SEAF a inclusão de lavouras consorciadas;
Logo depois foi autorizado a utilização de insumos de produção própria e de cultivares crioulas. Onde só foi consolidada por meio da Portaria MDA n. 51/2007, que criou o Cadastro Nacional de Cultivares Locais, Tradicionais ou Crioulas na Secretaria da Agricultura Familiar (SAF).
O SEAF é um grande programa de seguro, que no mesmo ano que foi criado atingiu mais de 500mil adesões e mais de R$ 2,5 bilhões de valor segurado
Evolução, resultados e desafios
Conforme no Quadro 1, podemos ver a evolução do SEAF em seus nove primeiros anos de operação, que o valor segurado cresceu rapidamente, atingindo R$ 7 bilhões na safra 2012‑2013, onde houve mais de 440 mil adesões.
Conforme o Quadro 2, podemos ver as contribuições do SEAF para o desenvolvimento rural, nesses nove anos de operação, foram atendidos mais de 673 mil pedidos de cobertura, com um valor total de R$ 2,9 bilhões
Evolução, resultados e desafios
Com bons indicadores técnico-financeiros, a modelagem em que o SEAF se desenvolveu foi possível viabilizar um seguro de renda, com procedimentos completos de apuração de perdas, um baixo custo operacional, além do pagamento ser efetuado diretamente ao agricultor onde a parcela de renda vai para a conta corrente e a parcela do financiamento vai para a conta do crédito. 
O SEAF opera em todo o país. A grande expansão que já foi feita no zoneamento agrícola contribuiu para que 95% do crédito de custeio agrícola do Pronaf já estejam amparados pelo seguro.
A observância dos prazos pelos agentes do programa e a liberação de recursos pelo Bacen vem tendo uma boa evolução, mas é preciso avançar nessa área, sobretudo nas situações de recursos enviados à CER
Evolução, resultados e desafios
A produção e a comercialização de sementes no Brasil são reguladas basicamente por duas leis: a Lei de Sementes e Mudas (Lei 10.711/03) e a Lei de Proteção de Cultivares (Lei 9.456/97).
A primeira lei objetiva garantir a identidade e a qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comercializado e utilizado em todo o território nacional. A segunda institui o direito a proteção (propriedade intelectual) sobre cultivares, regulamentando a utilização de plantas e protegendo o direito dos seus obtentores.
Evolução, resultados e desafios
A lei n° 10.771, de 05 de agosto de 2003, conhecida como “nova lei de sementes e mudas” apresenta diversos aspectos de reconhecimento das “sementes crioulas”. Embora a versão original submetida ao Congresso Nacional não previsse nenhuma abertura legal para o emprego das variedades crioulas nos programas governamentais, os movimentos sociais e as ONGs, mobilizadas em torno da Articulação Nacional da Agroecologia (ANA), conseguiram influenciar o conteúdo da legislação, o que incluiu, pela primeira vez, o reconhecimento oficial dessas sementes, permitindo sua produção, comércio e uso.
Evolução, resultados e desafios
No Art. 2º, inciso XVI, da lei no 10.771, as cultivares locais, tradicionais ou crioulas são reconhecidas como sendo “variedade desenvolvida, adaptada ou produzida por agricultores familiares, assentados da reforma agrária ou indígenas, com características fenotípicas bem determinadas e reconhecidas pelas respectivas comunidades e que, a critério do MAPA, considerados também os descritores socioculturais e ambientais, não se caracterizam como substancialmente semelhantes às cultivares comerciais”.
Evolução, resultados e desafios
Os Artigos 11 e 48 estabelecem respectivamente, que “as variedades crioulas são isentas da inscrição no Registro Nacional de Cultivares (RNC)” e que, é proibida a restrição à inclusão de sementes e mudas em programas de financiamento ou programas públicos de distribuição ou troca de sementes.
Entretanto, apesar de alguns avanços, há uma série de dificuldades a serem superadas pelos agricultores familiares, como os casos do Seguro da Agricultura Familiar, da comercialização de sementes crioulas pelas organizações de agricultores familiares e a iminência de uma nova lei de proteção de cultivares mais restritiva aos direitos
de uso próprio de sementes e mudas (Projeto de Lei 2.327/2007 em discussão na Câmara de Deputados).

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