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Revisão de direito civil III

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Civil 3
Os contratos quanto as vantagens podem ser gratuitos ou onerosos
Quanto as obrigações reciprocas: unilaterais, bilaterais ou plurilaterais
Quanto a tipicidade podem ser típicos ou atípicos
Quanto ao momento do aperfeiçoamento: consensuais e reais
Quanto a forma: solene ou formais ou não solene ou informais
Quanto ao modo porque existem: contratos princípios e contratos acessórios
As garantias locatícias são exemplos de contratos acessórios ex: caução, fiança e seguro fiança.
Alienação fiduciária = compra e venda com financiamento de valor.
O contrato acessório para produzir efeitos, precisa do contrato principal ex: contrato de seguro fiança precisa do contrato de aluguel.
No contrato de adesão apena uma das partes adere. Qualquer obscuridade será interpretada de forma mais favorável ao aderente.
Estipulação em favor de terceiros:
É quando, num contrato entre duas pessoas, pactua-se que a vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de terceiro, estranho à convenção e nela não representado.
Sujeitos da estipulação em favor de terceiros: ESTIPULANTE, PROMITENTE E BENEFICIÁRIO (TERCEIRO).
O promitente é aquele que vai realizar o contrato com o estipulante. Exemplo: um pai permite que o banco retire dinheiro da sua conta para por na conta do filho mensalmente.
A capacidade das partes só é exigida ao promitente e ao estipulante. O beneficiário, qualquer pessoa, inclusive crianças.
O beneficiário pode ser substituído a qualquer hora pelo estipulante, através de ato inter- vivos ou testamento. 
Vantagem patrimonial de forma gratuita contrato consensual e de forma livre.
Promessa de fato terceiro
É quando uma pessoa se compromete com outra para que um terceiro assuma um compromisso, por ter este, bom relacionamento com essa pessoa. A falta do terceiro em questão resultará consequências de acordo com os arts 439 e 440.
Contrato aleatório
É um contrato bilateral e oneroso no qual um dos contratantes não pode antevir a vantagem da prestação fornecida
Ex: contrato de jogo ou aposta e contrato de seguro.
Vícios redibitórios
Vícios redibitórios são defeitos ocultos [recônditos ou não aparentes] existentes na coisa alienada, objeto de contrato comutativo, não comuns às congêneres, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem o valor
Ação redibitória – art. 443, CC – destina-se a rejeitar o bem e restitui-lo ao alienante, e pode ser cumulada com perdas e danos;
Ação quanti minoris ou estima tória – destina-se a requerer o abatimento proporcional do preço, levando-se em conta a extensão do defeito.
Evicção é a perda da coisa em virtude de sentença judicial ou ato administrativo que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato.
Personagens: Alienante: quem transfere o bem; evicto: adquirente vencido; evictor: terceiro reivindicante.
Caso os bens sejam vendidos de má fé eles voltam a integrar o patrimônio do devedor para o pagamento da divida.
Contrato preliminar
É o instrumento pelo qual as partes se obrigam reciprocamente a concluir um contrato com conteúdo determinado.
O Contrato preliminar no plano material pode ser:
Unilateral: quando apenas uma parte promete a realização do contrato definitivo;
Bilateral: quando ambas as partes se comprometem à realização do contrato definitivo
Oneroso: quando fixa uma contraprestação;
Gratuito: quando não fixa nenhum tipo de contraprestação.
Extinção dos contratos
Em regra, os contratos se extinguem pelo cumprimento das prestações contratadas. No entanto, excepecionalmente, a extinção decorrerá de outros fatores que podem ser:
Anteriores ou contemporâneos à celebração do contrato;
Posteriores (supervenientes) à celebração do contrato
A extinção por fatos anteriores ou contemporâneos à extinção dos contratos decorre de:
Invalidades e Inexistência:
Nulidades absolutas – arts. 166 e 167, CC – efeitos ex tunc;
Nulidades relativas – art. 171, CC – efeitos ex nunc;
Inexistência do negócio jurídico (falta de elementos essenciais).
Cláusula resolutiva ou resolutória: uma parte não pode exigir o adimplemento contratual da outra sem ter cumprido a própria prestação (art. 474, CC).
Presente apenas em contratos bilaterais;
Pode ser expressa (pacto comissório, gera efeitos automáticos e ex tunc) ou tácita (legal ou implícita, depende de interpelação judicial);
A parte lesada pode requerer: resolução do contrato ou execução específica da prestação, em ambos os casos cumulando com perdas e danos (art. 475, CC).
Direito de arrependimento: quando expressamente previsto autoriza a resilição unilateral (direito potestativo). É direito que deve ser exercido antes da execução do contrato.
A extinção por fato superveniente à celebração do contrato pode decorrer de:
Perecimento do objeto;
Por exigir esforço extraordinário e injustificável de uma das partes contratantes;
Em razão de impedimentos físicos ou jurídicos.
Como são causas supervenientes, serão caracterizadas como causas de inadimplemento contratual.
Entre as causas de extinção temos a resolução, a resilição e a rescisão contratual.
Resilição é forma de extinção dos contratos por simples declaração de vontade e pode ser:
Unilateral e bilateral
Rescisão: é causa de extinção dos contratos por ineficácia ou invalidade.
Resolução: é a extinção do contrato por:
Inadimplemento fortuito (involuntário): decorre de caso fortuito ou força maior conforme as regras dos arts. 393 e 399, CC. Em regra gera, efeitos ex tunc. 
Inadimplemento voluntário: decorre de ato voluntário e uma ou de ambas as partes contratantes
Extinção dos Contratos (arts. 472 a 480, CC) – Fatos Supervenientes à Celebração do Contrato
Inadimplemento antecipado (quebra antecipada do contrato): ocorre quando “as partes avençaram o momento para o adimplemento de suas respectivas obrigações, porém, em instante anterior ao termo pactuado, um dos contratantes já demonstra inequívoca intenção de não cumprir a sua prestação, pois pratica uma conduta concludente no sentido do inadimplemento
onersosidade excessiva: reconhece que fatos supervenientes à celebração do contrato, qualquer que seja sua natureza, podem interferir diretamente no equilíbrio contratual
frustração do fim do contrato é hipótese que também decorre do reconhecimento da função social dos contratos e que se caracterizará quando a parte, por fatos alheios à sua esfera de atuação, teve sua pretensão fática frustrada, não podendo ser lhe imposto o cumprimento do contrato pelo inesperado desaparecimento da causa do negócio jurídico
Morte de um dos contratantes.
Contrato de Compra e venda:
Denomina-se compra e venda o contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa a outra pessoa (comprador), mediante remuneração de certo preço em dinheiro
É contrato:
Bilateral ;Oneroso; Consensual; Típico e Nominado.
Elementos essências da compra e venda:
Objeto: bens corpóreos ou incorpóreos (embora para esses o mais correto seja usar o termo cessão); fungíveis ou infungíveis; consumíveis ou inconsumíveis; móveis ou imóveis:
A coisa deve ser existente, individuada ou determinável e disponível; não poderá o comprador reclamar pela evicção se tinha conhecimento de que a coisa era alheia ou litigiosa.
Forma: a forma via de regra é livre, exceto quando a lei exigir forma especial como é o caso da alienação de bens imóveis com valor superior a trinta vezes o maios salário mínimo vigente no país
Consentimento livre e espontâneo – art 497 cc
Preço:
Deve ser determinado ou determinável. A ausência de fixação do preço torna a venda nula.
O preço deve ser sério e real.
Art. 492, CC: até a tradição os riscos sobre a coisa são do vendedor e os riscos sobre o preço são do comprador:
O comprador responde pelos riscos da coisa se estiver em mora de as receber.
Art. 493, CC: a tradição da coisa deve ocorrer no lugar onde ela se encontra ao tempo da venda, salvo estipulação expressa em contrário.
Limitaçõesa compra e venda:
	Venda de ascendente a descendente – art. 496, CC:
Venda de parte indivisa de coisa em condomínio: art. 504, CC:
III. Venda entre cônjuges – é lícita a compra e venda entre os cônjuges de bens excluídos da comunhão (art. 499, CC)
Aquisição de bens por pessoa encarregada de zelar pelos interesses do vendedor,
art. 497.
Na venda de ascendente a descendente é obrigatório consentimento expresso dos demais descendentes e do cônjuge do vendedor.
Na venda do avô ao neto aplica-se a mesma necessidade de consentimento;
Vendas especiais:
Venda mediante amostra – art. 484, CC:
Venda ad corpus – art. 500, § 3º., CC: Na venda ad corpus, o imóvel é adqurido como um todo, um corpo certo e determinado;
Venda ad mensuram – art. 500, CC: Trata-se de venda de bem imóvel em que o preço é estabelecido levando em consideração as dimensões do imóvel.
Retrovenda – arts. 505 a 509, CC:
Constitui pacto acessório pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel, em certo prazo, restituindo o preço, mais as despesas feitas pelo comprador, inclusive as que durante o período de resgate efetuou com a sua autorização escrita ou com a realização de benfeitorias necessárias.
Venda a contento e sujeita à prova
 Art. 509, CC – trata da venda a contento em que a conclusão do contrato está sujeita à satisfação do comprador;
Art. 501, CC – trata da venda sujeita à prova em que a conclusão do contrato está sujeita à circunstância da coisa ter ou não as qualidades asseguradas pelo vendedor ou ser idônea para os fins a que se destina.
Preempção ou preferência:
É pacto acessório (expresso) pelo qual o comprador de uma coisa, móvel ou imóvel, se obriga a oferecê-la ao vendedor na hipótese de futuramente vendê-la ou dá-la em pagamento – art. 513, CC.
O prazo para o exercício do direito de prefência não poderá exceder 180 dias para bens móveis e 2 anos para bens imóveis (art. 513, parágrafo único, CC);
Inexistindo prazo estipulado entre as partes o exercício do direito caduca em 3 dias para bens móveis e 60 dias para bens imóveis, contados da data em que o comprador notificar o vendedor (art. 516, CC)
Venda com reserva de domínio - arts. 521 a 526, CC:
É forma especial de compra e venda de bem móvel em que o vendedor tem a própria coisa vendida como garantia de recebimento do preço (art. 521, CC). Por isso, o objeto deve estar individualizado (art. 523, CC)
Troca ou permuta:
define-se troca ou permuta como o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro.
É contrato:
Bilateral;
Oneroso;
Comutativo;
Consensual
Doação:
Doação, segundo o art. 538, CC, é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. É, portanto ato inter vivos.
A doação é contrato:
Consensual;
Em regra gratuito, mas excepcionalmente admite a onerosidade;
Unilateral;
Formal (exige forma escrita, art. 541, CC; exceto as doações de bens móveis de pequeno valor que podem ser verbais)
Inter vivos.
Podem ser objeto do contrato de doação: bens móveis ou imóveis; fungíveis ou infungíveis; corpóreos ou incorpóreos.
A aceitação exige aceitação do donatário
A aceitação da doação pode ser:
Expressa: pode ser escrita, verbal ou gestual;
Tácita: revela-se a partir de um comportamento do donatário;
Presumida: decorre de presunções estabelecidas pela lei – ex. arts. 539 e 546,CC;.
Ficta: decorre da doação feita a incapaz, conforme art. 543, CC.
Espécies de doação:
Doação pura e simples :Ocorre quando o ato não está subordinado a nenhum elemento eficacial (termo, condição ou encargo).
Doação onerosa: Ocorre quando o doador impõe ao beneficiário um dever que pode decorrer de um encargo ou de uma condição suspensiva.
Doação remuneratória: Ocorre quando a liberalidade é realizada em retribuição de serviços prestados e cujo pagamento não pode ser exigido pelo donatário.
São causas de revogação da doação:
As causas comuns da todos os contratos, como os vícios do consentimento (art. 541, CC);
Por descumprimento de encargo (art. 555, CC);
Por ingratidão do donatário (art. 555, CC).
Locação de coisas
Segundo o art. 565, CC, na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.
É contrato:
Oneroso;
Comutativo;
Bilateral;
Consensual;
Não solene;
Impessoal (em regra);
De trato sucessivo ou de execução continuada.
Elementos da locação:
Objeto: coisa móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo, mas infungível e inconsumível
Preço, renda ou aluguel: fixado pelas partes ou por arbitramento administrativo ou judicial, ou ainda determinado por ato governamental.
Consentimento: pode ser expresso ou tácito
O Código Civil não estabeleceu limite temporal para o contrato de locação, podendo ser por tempo determinado ou indeterminado.
O locatário notificado que não restitui o bem pagará, enquanto o tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar e responderá pelos danos que ele venha a sofrer, mesmo que decorrentes de caso fortuito e força maior (art. 575, CC).
Obrigacoes do locador:
Entregar ao locatário a coisa alugada – art. 566, CC. 
Manter a coisa no mesmo estado, pelo tempo do contrato, salvo convenção expressa em contrário – art. 566, CC.
Garantir o uso pacífico da coisa – art. 566, CC.
Cumpre ao locatário afastar, por seus próprios meios, as perturbações decorrentes de atos de vizinhos, colocatários ou terceiros, salvo, quanto a estes, se a pretensão estiver fundada em direito sobre a coisa alugada.
O locador responde pelos vícios e defeitos ocultos da coisa locada anteriores à locação (art. 568, CC).
Obrigações do locatário:
Servir-se da coisa para os usos convencionados – art. 569, CC
Tratar a coisa como se sua fosse.
Pagar o aluguel no prazo ajustado e não havendo prazo conforme os usos e costumes do lugar
Restituir o bem, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvo as deteriorações naturais.
Levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiro fundados em direito – art. 568, CC.
Contrato de fiança:
A fiança é contrato acessório (art. 824, CC) e subsidiário que expressa uma garantia fidejussória ou pessoal (espécie do gênero caução.
È contrato:
Consensual;
Unilateral;
Formal (art. 819, CC);
Gratuito ou benéfico (em regra);
Sendo interpretada restritivamente não se pode aumentar as obrigações do fiador sem sua expressa anuência (Súmula n. 214, STJ); 
Intuitu personae
Espécies de fiança:
Convencional: resulta de acordo de vontades (art. 820, CC);
Legal: resulta de determinação legal (ex.: art. 1.400, CC);
Judicial: resulta de determinação do juiz (ex.: art. 559, CPC);
O fiador que paga a dívida sub-roga-se nos direitos do credor na medida de seu desembolso (art. 849, CC);
O devedor responderá ao fiador que solveu a dívida por todas as perdas e danos decorrentes da fiança (art. 832, CC);
O fiador que pagou a dívida terá direito ao juros do desembolso (art. 833, CC).
Contrato de empréstimo:
 Empréstimo é o contrato pelo qual uma das partes entrega uma coisa à outra, para ser devolvida em espécie ou em gênero.
São espécies de empréstimo previstas no Código Civil:
Comodato (artes. 579 a 585, CC);
Mútuo (artes. 586 a 592, CC).
Comodato: “contrato unilateral gratuito por meio do qual o comodante entrega bem não fungível para uso ao comodatário, o qual deve devolvê-lo após certo tempo” (art. 579, CC).
O comodato é contrato:
Real;
Unilateral;
Gratuito;
Não solene
Mútuo (arts. 586 a 592, CC)
“Mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis (art. 586, CC), isto é, o contrato pelo qual uma das partes transfere uma coisa fungível a outra, obrigando-se esta a restituir-lhe coisa do mesmo gênero, da mesma qualidade e na mesma quantidade”.
O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização de seu responsável, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores, exceto (artes. 588 e 589, CC):
Contrato de depósitoÉ contrato segundo o qual uma pessoa confia a outra a guarda de objeto móvel, obrigando-se a segunda à restituição quando reclamado
Classificação do contrato de depósito:
. Depósito gratuito: o depositário realiza o ato de guarda independente de remuneração (contrato de favor).
Depósito oneroso: decorre de expressa convenção entre as partes
Depósito irregular: tem por objeto coisas fungíveis ou consumíveis. O depositário deve restituir mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Ao depósito irregular aplicam-se às regras do mútuo (art. 645, CC).
Depósito regular ou ordinário: tem por objeto coisas infungíveis ou inconsumíveis.
O depositário poderá reter o depósito até que lhe seja paga a retribuição devida, as despesas líquidas ou prejuízos devidamente demonstrados.
Prestação de serviço (arts. 593 a 609, CC)
Prestação de serviço é toda espécie de serviço ou trabalho, lícito, material ou imaterial, contratada mediante remuneração (art. 594, CC). 
É contrato:
Oneroso (remuneração pecuniária);
Bilateral;
Consensual;
Não solene – mas se qualquer das partes não souber ler, nem escrever, havendo instrumento de contrato este deverá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas (art. 595, CC).
Mandato (Arts. 653 a 692, CC)
Designa: o poder conferido pelo mandante; o contrato celebrado; o nome desse contrato ou a procuração. 
O contrato de mandato é:
Consensual
Não solene (art. 656, CC);
Gratuito, em regra (art. 658, CC). Inexistindo acordo sobre a remuneração a ser paga, será ela determinada pelos usos do luar, ou, na falta destes, por arbitramento pelo juiz, que levará em conta a natureza, a complexidade e a duração do serviço(art. 658, parágrafo único, CC);
Intuitu personae.

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