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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS-UFMG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA-DEMEC ESCOLA DE ENGENHARIA Aula Prática nº 01: VIBRAÇÕES LIVRES PARA SISTEMAS COM UM GRAU-DE-LIBERDADE: MOVIMENTO HARMÔNICO Luiz Paulo Rodrigues Miranda – 2009019118 (turma N1) Marcus Paulo de Faria Naback – 2010430098 (turma N3) Belo Horizonte, 23 de fevereiro de 2014 OBJETIVOS Realizar experimentos com sistema massa-mola e pêndulo em laboratório e aplicar os conceitos físicos de movimento harmônico simples, de forma a responder às seguintes perguntas e solicitações para cada um dos sistemas: Pêndulo mecânico Obter a equação de movimento para vibração livre do pêndulo; Calcular as freqüências naturais do sistema utilizando comprimentos diferentes e mesma massa e massas diferentes e mesmo comprimento; Estimar experimentalmente os coeficientes de rigidez para todo o sistema; Obter os valores da constante de rigidez do sistema, analiticamente (utilizando a equação de movimento obtida anteriormente) e experimentalmente (a partir da freqüência natural do sistema); Analisar as possíveis fontes de imprecisão do experimento. Sistema massa-mola Obter a equação de movimento para vibração livre para os dois sistemas massa-mola utilizados (em série e individual); Calcular as freqüências naturais do sistema e verificar qual o efeito que a mudança de rigidez tem no valor obtido e como se poderia aumentar a freqüência natural do sistema em 10%. Estimar experimentalmente os coeficientes de rigidez para todos os sistemas; Determinar a rigidez equivalente para a associação em série considerando os valores obtidos individualmente e comparar com o valor experimental obtido para o conjunto. Explicar se houve diferença e por quê; Analisar as possíveis fontes de erro no ensaio e nos cálculos; INTRODUÇÃO O movimento harmônico pode ser representado como a projeção numa linha reta de um ponto que se move numa circunferência a velocidade constante (freqüência angular ω). A velocidade e aceleração do movimento harmônico podem ser determinadas pela diferenciação da expressão do deslocamento: (1a) (1b) (1c) Assim, a velocidade, e a aceleração são também harmônicas, com a mesma freqüência de oscilação, porém à frente do deslocamento com diferenças de fase de π/2 e π radianos, respectivamente. Pêndulo mecânico Para o pêndulo representado na Figura 1, tem-se as seguintes equações: Figura 1 – (a) Pêndulo simples; (b) componentes da força Para componente tangencial da força: (2) Para a aceleração tangencial: (3) Da segunda Lei de Newton: (4) Para pequenas oscilações, pequenos ângulos, a equação de movimento para um pêndulo simples: (5) Cálculo da freqüência natural do sistema Utilizando as seguintes equações para o movimento harmônico, tem-se: (6a) (6b) (6c) Substituindo a equação (6a) em (6c), tem-se: (7) Por comparação com a equação (5), obtem-se: (8) Para calcular a freqüência natural experimentalmente, utiliza-se: ωexp = 2π/T, onde T é o período (9) O erro, que é a diferença entre a frequência angular teórica e experimental, é dado pela equação: (10) Cálculo constante de rigidez do sistema A constante de rigidez do sistema é o coeficiente da equação de movimento associada à amplitude de movimento. Reorganizando a equação (4), tem-se: (11) Sendo que a constante de rigidez do sistema é: (12) Para o cálculo experimental, sabe-se que a constante de rigidez do sistema pode ser obtida a partir da freqüência natural do sistema, utilizando a equação (9). O erro, que é a diferença entre a rigidez teórica e experimental é dado pela equação: (13) Sistema massa-mola Para o sistema massa-mola ilustrado na Figura 2, tem-se as seguintes equações: Figura 2 – Sistema massa-mola A força é dada por: (15) Da segunda Lei de Newton, obtem-se a equação de movimento para um sistema massa-mola sem amortecimento: (16) Utilizando as seguintes equações para o movimento harmônico, tem-se: (17a) (17b) (17c) Substituindo a equação (12ª) em (12c), tem-se: (18) Por comparação com a equação (6), obtem-se: (19) Para duas molas em série deve-se calcular o keq, dado por: (20) Para calcular a freqüência natural experimentalmente, utiliza-se: ωexp = 2π/T, onde T é o período (21) Substituindo os valores de ω para uma mola e para duas molas em série, obtem-se as seguintes equações de movimento para vibração livre do sistema massa-mola: ,para uma mola (22) ,para duas molas em série (23) METODOLOGIA Pêndulo mecânico Instrumentos: Balança, trena e cronômetro. Aparato: 2 pesos metálicos e 2 fios de nylon de comprimentos diferentes. Procedimentos: Pesar as massas metálicas. Montar o pêndulo mecânico, prendendo o(s) peso(s) no fio de nylon. Medir o comprimento final do fio, do seu ponto de fixação até a ponta onde a massa está presa, após a montagem. Colocar a massa em movimento através de uma excitação lateral e de forma que a sua trajetória seja em apenas um plano, para medir sua vibração em um grau de liberdade. Esperar o transiente passar e começar a medir o tempo gasto para a esfera completar 10 ciclos de vibração (i.e., 10 períodos de oscilação). Fazer cinco medições. Utilizou-se as seguintes montagens: 1º sistema: L1 + m1; 2º sistema: L2 + m1; 3º sistema: L2 + m2. Sistema massa-mola Instrumentos: balança e cronômetro Aparato: 2 pesos metálicos e 2 molas metálicas. Procedimentos: Pesar a massa de cada “bloco” utilizado. Montar o 1º sistema utilizando 2 molas e um bloco. Excitar verticalmente o movimento do bloco. Esperar o transiente passar e medir o período de oscilação; Repetir as medições para os seguintes sistemas: 1º sistema: K1 + K2 e m1; 2º sistema: K1 e m1; 3º sistema: K2 e m1; 4º sistema: K2 e m2. RESULTADOS Para cada experimento foram realizadas 5 medições do período de oscilação. Para a coleta de dados na prática do pêndulo mecânico e para o sistema massa-mola considerou-se a gravidade igual a 9,78m/s². Pendulo Mecânico A Tabela I apresenta os dados colhidos na prática para o pêndulo mecânico e a Tabela II mostra as medições de período realizadas. Tabela I - Dados coletados para o pêndulo mecânico L1(cm) L2(cm) m1(g) m2(g) Nº de ciclos Dados 77,8 43,6 262,9 83,0 10 Tabela II - Dados das medições do período para o pêndulo Medições do Período em 10 ciclos (s) L1+m1 L2+m1 L2+m2 1º 17,88 13,44 12,58 2º 17,90 13,31 12,54 3º 18,16 13,30 12,45 4º 17,77 13,34 12,52 5º 18,15 13,36 12,54 Média 17,97 13,35 12,53 Período médio (Média/10ciclos) 1,797 1,335 1,253 Sistema massa-mola A Tabela III apresenta os dados coletados para a prática do sistema massa-mola e a Tabela IV mostra as medições de período realizadas. Tabela III- Dados coletados para o sistema massa-mola P87(g) E48(g) M1(g) M2(g) Nº de ciclos Dados 2006,1 423 2006,1 2491,1 10 ciclos Tabela IV - Dados das medições do período para o sistema massa-mola Medições do Período (s) K1+m1 K1+K2+m1 K2+m1 K2+m2 1º 8,60 11,23 7,92 8,77 2º 7,81 11,09 7,89 8,61 3º 7,99 11,12 7,91 8,70 4º 7,87 11,12 7,90 8,62 5º 7,78 11,15 7,81 8,62 Média 8,01 11,14 7,89 8,66 Período médio(Média/10 ciclos) 0,801 1,114 0,789 0,866 Cálculos do Pêndulo Mecânico Cálculo das freqüências naturais De acordo com os dados das Tabelas I e II têm-se: Para o 1º sistema Sabendo-se que g = 9,78m/s2 e e usando-se a equação (8), acha-se a freqüência natural teoricamente como ωteo = 3,546rad/s. Para a determinação da freqüência natural experimental, utiliza-se a equação (9), substituindo T = 1,797s, obtém-se ωexp = 3,496rad/s. Pela equação(10) acha-se o . Para o 2º sistema Sabendo-se que g = 9,78m/s2 e e usando-se a equação (8), acha-se a freqüência natural teoricamente como . Para a determinação da freqüência natural experimental, utiliza-se a equação (9), substituindo T = 1,335s, obtém-se . Pela equação (10) acha-se o Para o 3º sistema Sabendo-se que g = 9,78m/s2 e e usando-se a equação (8),acha-se a frequência natural teoricamente como . Para a determinação da freqüência natural experimental, utiliza-se a equação (9), substituindo T = 1,253s, obtém-se . Pela equação (10) acha-se o . Análise dos resultados: Como era de se esperar pela equação teórica (8), a massa não modifica a freqüência natural do sistema, enquanto uma modificação no comprimento do pêndulo ocasionou uma alteração na freqüência natural do sistema. Houve uma pequena variação no do 2º e 3º, mas isso se deu apenas devidos a erros ocasionados pelos métodos de medição. Possíveis fontes de incerteza Existem duas principais fontes de incertezas, as fontes devido aos métodos de medições e as fontes devido as aproximações que foram consideradas. Sobre os métodos de medições, temos as incertezas devido a resolução e aferimento da balança, trena e até do cronometro. Na medição do tempo temos o tempo de reação do operador e ainda a dificuldade de visualizar com exatidão o momento certo de para o cronometro, esse erro foi minimizado pela contagem de 10 ciclos, mas ainda assim se mostrou existente. Outra fonte de incerteza estava na definição do comprimento L. Pois o comprimento L deveria ser o comprimento do fio de nylon até o cento de gravidade da massa, porem com a metodologia utilizada não era possível saber o ponto certo do centro de gravidade da massa, adicionando um erro no comprimento L. Nas aproximações incluímos outros erros, consideramos que não há amortecimento, mas sabemos que na verdade o ar amortece o sistema, consideramos a orbita do sistema em apenas um plano, quando na verdade a massa se move em uma orbita elípticas. E ainda para facilitar os caçulos, pela pequeno ângulo de movimentação consideramos que a massa se movia linearmente enquanto na verdade faz um arco. Sistema massa-mola Cálculo das freqüências naturais Para o 1º sistema Para o cálculo da frequência natural experimental foi usada a equação (21), substituindo T = 1,114 s, obteve-se . Para o 2º sistema Para o cálculo da freqüência natural experimental, foi usada a equação (21), substituindo T = 0,801s, obteve-se. Para o 3º sistema Para o cálculo da frequência natural experimental, foi usada a equação (21), substituindo T = 0,789s, obteve-se . Para o 4º sistema Para o cálculo da frequência natural experimental, foi usada a equação (21), substituindo T = 0,866s, obteve-se . Análise dos resultados: De acordo com a equação (21) percebe-se que a frequência natural varia inversamente proporcional ao período, sistemas que apresentaram menor período como o 2º e o 3º apresentaram uma frequência natural maior. Não é possível fazer inferências sobre a relação entre a massa e a frequência natural uma vez que ainda não foram calculados os coeficientes de rigidez do sistema. No entanto, é possível perceber que a frequência natural aumenta com o aumento da massa, o que indica que a constante de rigidez também aumenta. Estimativa dos coeficientes de rigidez Para o 1º sistema A fim de se estimar o coeficiente de rigidez do sistema, foi usada a equação (13), substituindo os valores da frequência natural experimental e da massaobteve-se . Para o 2º sistema A fim de se estimar o coeficiente de rigidez do sistema, foi usada a equação (13), substituindo os valores da frequência natural experimental e da massaobteve-se . Para o 3º sistema A fim de se estimar o coeficiente de rigidez do sistema, foi usada a equação (13), substituindo os valores da frequência natural experimental e da massaobteve-se . Para o 4º sistema A fim de se estimar o coeficiente de rigidez do sistema, foi usada a equação (13), substituindo os valores da frequência natural experimental e da massaobteve-se . Análise dos resultados: Pode-se comparar o valor da rigidez do 1º sistema (molas 1 e 2 em série) com o valor da rigidez equivalente calculado a partir dos valores individuais dos 2º e 3ºsistemas,molas 1 e 2, respectivamente. À partir da equação (20), obtem-se . Ao analisar os valores obtidos para as freqüências naturais e para os coeficientes de rigidez, observa-se que, mantida a massa constante(como ocorrido nos 1º e 2º sistemas),a freqüência natural aumenta com o aumento do coeficiente de rigidez, o que está de acordo com o comportamento esperado pela equação (19). Possíveis fontes de incerteza As fontes de incerteza são resultantes de simplificações feitas para o experimento. Considerou-se que o sistema massa-mola oscilava em uma única direção, o que, na prática, não ocorre. Percebe-se que o sistema não se movimenta em um só grau de liberdade. Além disso, não considerou-se as forças dissipativas, como o atrito com o ar, por exemplo. Outras fontes de incerteza se devem ao processo de medição. Ao observar a oscilação há dificuldades em se perceber o momento exato que o sistema completa um ciclo e há também o tempo de reação do observador para parar o cronômetro. Além disso, há incertezas dos instrumentos de medição, como, por exemplo, a menor divisão de escala. Bibliografia [1] THONSON, Willian T. Teoria da Vibração com aplicações, Editora Interciência Ltda. Rio de Janeiro, Brasil, 1978
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