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FABRÍCIO GONÇALVES DE OLIVEIRA IMPACTOS POSITIVOS DAS FERRAMENTAS DA TPM NAS INDÚSTRIAS ENVOLVENDO CUSTOS, PRODUTIVIDADE E LUCRATIVIDADE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TELÊMACO BORBA NOVEMBRO – 2010 FABRICIO GONÇALVES DE OLIVEIRA IMPACTOS POSITIVOS DAS FERRAMENTAS DA TPM NAS INDÚSTRIAS ENVOLVENDO CUSTOS, PRODUTIVIDADE E LUCRATIVIDADE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Administração da Faculdade de Telêmaco Borba. Orientador: Prof. Patrício Henrique Vasconcelos TELÊMACO BORBA NOVEMBRO - 2010 TERMO DE APROVAÇÃO IMPACTOS POSITIVOS DAS FERRAMENTAS DA TPM NAS INDÚSTRIAS ENVOLVENDO CUSTOS, PRODUTIVIDADE E LUCRATIVIDADE por Fabrício Gonçalves de Oliveira Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado às 20 horas e 30 minutos do dia 24 de novembro de 2010 como requisito parcial para a obtenção do título de BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO. O candidato foi argüido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado. ______________________________________ Professora Camila Lopes Ferreira Faculdade de Telêmaco Borba ______________________________________ Professor Patrício Henrique Vasconcelos Faculdade de Telêmaco Borba ______________________________________ Professor Alexandre Augusto Andrade Faculdade de Telêmaco Borba Dedico este trabalho à família, esposa Franciele de Oliveira e minhas filhas Luana, Mariane e Fernanda. AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me dado esta chance de realizar meu sonho, pois sempre diante das dificuldades como angústia e doenças ele abriu portas para que eu conseguisse seguir meu destino e alcançar o sucesso. A minha esposa, Franciele de Jesus Oliveira, pela força, dedicação e compreensão dada em todos os momentos da minha vida. As minhas filhas, Luana Gonçalves de Oliveira, Mariane Gonçalves de Oliveira e Fernanda Gonçalves de Oliveira pelo orgulho de ser pai delas e as quais me dediquei para ser “espelho” da responsabilidade e determinação. Aos meus pais, Sebastião Gonçalves de Oliveira e Silmara de Oliveira pela imagem da segurança e luta em situações diversas da vida. Aos meus amigos de faculdade, em especial a Jovenil Pinto da Silva, a Valtimi Machado, Elon de Oliveira, Marcos e Júlio pela ajuda constante que me prestaram e companheirismo. Aos mestres, em especial aos professores: Patrício Henrique Vasconcelos, Rodolfo Petter e Érich Malinowski, pois mais que excelentes profissionais, demonstraram serem grandes amigos, me motivando e dando direcionamento em todas as etapas deste trabalho. No caminho da sabedoria te ensinei, e por veredas de retidão te fiz andar. Provérbios cap. 4 RESUMO OLIVEIRA, Fabrício Gonçalves de. TPM - Manutenção Produtiva Total: Análise por meio bibliográfico da capacidade de impacto positivo das ferramentas da TPM sobre os aspectos envoltos a redução de perdas em um sistema produtivo envolvendo seus custos, produtividade e lucratividade, 2010. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) – Faculdade de Telêmaco Borba. Este trabalho demonstra a teoria básica da metodologia TPM para as indústrias de processo, pois se trata de uma estratégia competitiva com foco principal em redução de perdas de produção, no que se caracterizam impactos positivos e diretos nos custos das empresas, decorrente do aumento dos níveis de produtividade e conseqüentemente lucratividade. Todas as informações fornecidas nesta pesquisa são de uma revisão bibliográfica sobre o processo produtivo e seus periféricos, baseadas na veracidade e realidade. As ferramentas apresentadas são os oito Pilares do TPM, tendo como foco explicar de forma detalhada os passos do Pilar de Manutenção Planejada. Cada um dos pilares como o próprio nome já diz, são fundamentais e se caracterizam como sustentação desta metodologia, tendo como base a metodologia 5S. Os principais resultados começam a surgir logo após os primeiros meses de implantação do TPM, se apresentando como uma nova cultura na empresa caracterizada pelo “Kaizen” (Melhoria Contínua), conscientizando desde o “chão-de-fábrica” até a Gerência sobre a importância da realização das atividades com qualidade, desenvolvimento de melhorias, motivação, organização e resultados positivos de produção evitando perdas, evidenciando a necessidade constante dos trabalhos dos times de melhoria, destacando a importância das atividades em equipe. A aplicação do TPM na prática deve ser realizada de forma seqüencial e assumindo um compromisso de cumprimento de todas as etapas de forma satisfatória, pois a partir da iniciativa de implantar esta metodologia a empresa deve estar ciente das dificuldades que irá encontrar, porém o resultado final compensará os esforços. Palavras-chave: Redução de Custos, Qualidade na Manutenção, Melhoria Contínua. ABSTRACT OLIVEIRA, Fabricio Gonçalves. TPM – Total Productive Maintenance: Analysis of capacity through bibliographic tools to impact positively on aspects of PMS wrapped to reduce looses in a system involving production costs, productivity and profitability by 2010. TCC (Working End of Course) - University of Telêmaco Borba. This study demonstrates the basic theory of TPM for the process industries, because it is a competitive strategy with primary focus on reducing production losses, which are characterized in positive impacts and direct costs of businesses, due to increased levels productivity and therefore profitability. Al information provided in this research are from a literature review of available on the production process and its peripherals, based on truth and reality. The tools are the eight pil ars of TPM, with a focus on explaining in detail the steps of the Planned MaintenancePil ar. Each of the pil ars as its name implies, are fundamental and are characterized as support of this methodology, based on the 5S methodology. The main results begin to emerge soon after the first month of implementation of TPM, introducing himself as a new company culture characterized by "Kaizen" (Continuous Improvement), aware from the "factory-floor" to the management about the importance carrying out the activities with quality, development of improvements, motivation, organization and positive without loss of production, highlighting the continuing need of the work improvement teams, highlighting the importance of team activities. The implementation of TPM in practice in a satisfactory manner, because the initiative to implement this methodology the company should be aware of the difficulties we wil encounter, but the end result outweigh the efforts. Keywords: Cost reduction, Quality Maintenance, Continuous Improvement. . LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Manutenção Produtiva Total .................................................................... 18 Figura 2 – Histórico do TPM ..................................................................................... 21 Figura 3 – Objetivos do TPM .................................................................................... 22 Figura 4 – Resultados do TPM ................................................................................. 23 Figura 6 – Oito Pilares básicos do TPM ................................................................... 26 Figura 7 – Pilar de Melhoria Focada ......................................................................... 26 Figura 8 – Eliminação de Perdas .............................................................................. 27 Figura 9 – Pilar de Manutenção Autônoma .............................................................. 28 Figura 10 – Manutenção Autônoma ......................................................................... 29 Figura 11 – Pilar Educação e Treinamento .............................................................. 30 Figura 12 – Níveis de Habilidades ............................................................................ 31 Figura 13 – Pilar de Melhoria dos Processos Administrativos .................................. 32 Figura 14 – Processos Administrativos..................................................................... 33 Figura 15 – As cinco atividades núcleo para a Gestão da Produtividade Total Administrativa. .......................................................................................................... 34 Figura 16 – Gestão Antecipada ................................................................................ 35 Figura 17 – Controle Inicial ....................................................................................... 37 Figura 18 – Manutenção da Qualidade..................................................................... 37 Figura 19 – Sete Etapa do Looping Infinito da Qualidade ........................................ 39 Figura 20 – Pilar da Segurança, Saúde e Meio Ambiente. ....................................... 41 Figura 21 – Produtividade, Segurança e Atividades do TPM. .................................. 42 Figura 22 – Manutenção Planejada .......................................................................... 46 Figura 23 – Gestão Antecipada ................................................................................ 47 Figura 24 – Falhas em Equipamentos ...................................................................... 49 Figura 25 – Eficácia na Manutenção em Indústrias Japonesas. ............................... 52 Figura 26 – Identificação de Falhas .......................................................................... 53 Figura 27 – Quebra Zero .......................................................................................... 54 Figura 28 – Os seis passos para a Manutenção Planejada ...................................... 56 Figura 29 – Os seis passos e atividades do Pilar MP ............................................... 56 Figura 30 – Manutenção Planejada Passo 1 ............................................................ 57 Figura 31 – Classificação ABC ................................................................................. 59 Figura 32 – Indicadores Básicos .............................................................................. 60 Figura 33 – Indicadores de Manutenção Planejada ................................................. 60 Figura 34 – Passo 2 – Restabelecer os estados de deterioração ............................ 61 Figura 35 – Passo 2 – Suporte aos Passos 1 e 2 ..................................................... 62 Figura 36 – Passo 2 – Inspeções e Eliminação de Quebras .................................... 63 Figura 37 – Passo 2 – FMEA dos Equipamentos ..................................................... 64 Figura 38 – TPM ....................................................................................................... 66 Figura 39 – Passo 3 – Gestão das Informações ....................................................... 67 Figura 40 – Passo 3 – Sistema de Informação da Manutenção ............................... 69 Figura 41 – Passo 3 – Custo Benefício do Sistema Informativo na Manutenção ..... 69 Figura 43 – Estrutura de Quebra de Trabalho .......................................................... 73 Figura 44 – Passo 5 – Tipos de Manutenção ........................................................... 76 Figura 45 – Capítulo 4 Identificação de pontos de Medição de Vibração ................. 77 Figura 46 – Passo 5 – Teoria Básica das Vibrações ................................................ 77 Figura 47 – Passo 5 – Tendência dos níveis de vibrações ....................................... 78 Figura 48 – Exemplo de Espectro de Vibração ........................................................ 78 Figura 49 – Desgaste na pista interna do rolamento devido a carga excessiva com equipamento parado ................................................................................................. 79 Figura 50 – Passo 6 – Otimizando o Sistema de Manutenção Planejada ................ 82 LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Os Novos Doze Passos do Programa de Desenvolvimento de TPM .... 22 Tabela 02 – Modos de Defeitos de Qualidade .......................................................... 38 Tabela 03 – Procedimentos para Implementar a Manutenção de Qualidade ........... 40 Tabela 04 – Características dos equipamentos em indústrias de processo ............. 48 Tabela 05 – Quatro fases para Zero Paradas para o Equipamento Estático ............ 54 Tabela 06 – Critérios para a Avaliação das Características do Equipamento .......... 58 Tabela 07 – Prevenção de Recorrência de Falha Inesperada e Formulário de Relatório de Ação ..................................................................................................... 65 Tabela 08 – Amostra do Relatório de Manutenção de Parada Semanal .................. 75 Tabela 09 – Técnicas de Diagnóstico para Equipamento Estático ........................... 80 LISTA DE SIGLAS TPM -Total Productive Maintenance; Manutenção Produtiva Total OEE - Overal Equipment Effectiveness; Eficiência global da planta MA - Manutenção Autônoma MP - Manutenção Planejada 5S’s - Seiri (organização), Seiton (arrumação), Seiso, (limpeza), Seiketsu (limpeza pessoal ou padronização) e Shitsuke (disciplina) MTBF - Mean Time Between Failures, traduzido como TempoMédio entre Falhas MTTR - Mean Time to Repair, traduzido como Tempo Médio de Reparo MDT - Mean Down Time; Tempo Médio de parada da máquina JIPE - Japanese Institute of Plant Engineering, traduzido como Instituto Japonês de Engenharia de Planta. JIPM - Japanese Institute of Plant Maintenance, traduzido como Instituto Japonês de Manutenção de Planta. LPU - Lição de Ponto Único. BBT - Manutenção baseada no Tempo BDM - Manutenção baseada nas condições 1 2 3 4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14 PROBLEMA....................................................................................................15 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 16 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 16 4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 16 5 6 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 17 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 17 6.1 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL ........................................................... 17 6.1.1 Definições e Características ....................................................................... 18 6.1.2 Histórico da TPM ........................................................................................ 19 6.1.3 Objetivos da TPM ....................................................................................... 21 6.1.4 Etapas de Implementação da TPM..............................................................22 6.1.5 Resultados do TPM .................................................................................... 23 6.1.6 Prêmio TPM ............................................................................................... 24 6.2 PILARES DO TPM ......................................................................................... 24 6.2.1 Definições e Objetivos ................................................................................ 24 6.2.2 Pilar da Melhoria Focada ........................................................................... 26 6.2.3 Pilar da Manutenção Autônoma ................................................................. 28 6.2.4 Pilar de Educação e Treinamento .............................................................. 30 6.2.5 Pilar de Melhoria dos Processos Administrativos ....................................... 32 6.2.6 Pilar da Gestão Antecipada ........................................................................ 35 6.2.7 Pilar da Qualidade ...................................................................................... 37 6.2.8 Pilar da Segurança, Saúde e Meio Ambiente ............................................. 41 7 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................. 44 7.1 MÉTODO CIENTIFICO .................................................................................. 45 8 MANUTENÇÃO PLANEJADA (PILAR FOCO) ............................................. 46 8.1 A MANUTENÇÃO PLANEJADA .................................................................... 46 8.1.1 A Gestão do Equipamento e Características.............................................. 47 8.1.1.1 As falhas nos Equipamentos e os problemas de Processo ........................ 48 8.1.2 A Manutenção Planejada para Indústrias de Processo .............................. 49 8.1.2.1 Regimes de Manutenção ........................................................................... 49 8.1.2.2 O papel da Manutenção Planejada na Gestão do Equipamento ................ 50 8.1.3 O Sistema de Manutenção Planejada ........................................................ 51 8.1.4 Melhoria na Eficácia da Manutenção ......................................................... 51 8.1.5 Construindo um Sistema de Manutenção Planejada .................................. 52 8.1.5.1 Atingindo Nível Zero de Paradas ................................................................ 53 8.1.5.2 Implementando as atividades de manutenção passo-a-passo ................... 54 8.1.6 Implementação Passo-a-Passo da Manutenção Planejada ....................... 55 8.1.6.1 Passo 1: Avaliar o equipamento e entender as condições atuais .............. 56 8.1.6.2 Passo 2: Restaurar a deterioração e corrigir as fraquezas ........................ 61 8.1.6.3 Passo 3: Construir um sistema de gerenciamento de informações ............ 67 8.1.6.4 Passo 4: Construa um sistema de manutenção periódica ......................... 69 8.1.6.5 Passo 5: Construa um sistema de manutenção Preditiva .......................... 75 8.1.6.6 Passo 6: Avalie o sistema de manutenção planejada ................................ 81 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 83 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 85 1 INTRODUÇÃO 14 Diante da característica econômica global onde se destacam no mercado somente as empresas que atendem de forma sustentável a demanda, pode-se observar a necessidade da busca de modelos de gerenciamento onde se destacam o foco na redução de desperdícios e melhoria constante da qualidade de seus produtos,TPM (Manutenção Produtiva Total) do inglês Total Productive Maintenance, surgiu na década de 70 no Japão com novas técnicas de corretiva, preventiva e produção, onde tem se tornado uma importante e necessária ferramenta aos sistemas de produção industrial. A TPM teve seu início nas indústrias automobilísticas se tornando cultura de conceituadas empresas do ramo, conseqüentemente esta ferramenta se difundiu para outras empresas de diferentes processos e tecnologias de produção, a rapidez dessa expansão se deu graças à melhoria da produtividade e metodologias que de forma visível modificou o cenário da gestão da produção e manutenção. (COELHO, 2008). Portanto, após a implantação desta metodologia, se faz possível perceber que a primeira diferença se dá na aparência do novo ambiente, ficando este mais limpo, organizado, agradável, refletindo também na motivação e envolvimento dos funcionários e principalmente no ganho de produção. As exigências do mercado vêm se tornando cada vez maiores, exigindo das empresas padrões de qualidade mais rígidos resultando em rejeição de qualquer produto defeituoso. Diante deste novo cenário, as empresas se vêem obrigadas a realizarem trabalhos específicos em redução de perdas provenientes de paradas de produção e desperdícios relacionados a produtos defeituosos, a eliminação destes desperdícios se traduzem em “Redução de Custos”, conseqüentemente um dos objetivos do TPM segundo Suzuki (1992), é otimizar o ciclo de vida dos equipamentos e monitorá-los para evitar paradas de produção por “quebras”. Ao destacar perdas no processo produtivo, sejam estas por paradas de máquinas ou produtos irregulares, automaticamente nos referimos à geração de Custos Diretos relativo a falhas em equipamentos, custos com perdas por SET-UP, custos com retrabalhos, estoque exagerado de materiais de reposição, podemos 15 também destacar os Custos relativo à perda de tempo produtivo referentesà desorganização nas linhas de produção, onde uma pessoa opera mais de um equipamento ao mesmo tempo, demora de logística e tempo exagerado de ajustes e medições. Conseqüentemente diante disso é necessário um controle rígido destas perdas e custos, pois tais impactos na produtividade geram “baixa” nos índices de lucratividade da empresa relativa à redução dos níveis de saída de produtos acabados com queda dos investimentos. 2 PROBLEMA O principal desafio estabelecido por este trabalho é demonstrar de forma criteriosa e direta os passos de implantação do TPM nas indústrias, tendo como foco principal o pilar de Manutenção Planejada. Atualmente o TPM é uma ferramenta que gera grandes resultados frente à sua adequada aplicação e administração, porém existem alguns obstáculos para algumas empresas, dos quais impedem o acesso a essa metodologia, tais como: o acesso a consultorias especializadas no assunto e a recursos humanos qualificados para a gestão da mesma. As dificuldades se caracterizam principalmente em estabelecer um modelo eficaz de melhoria contínua da ferramenta em questão, e aplicá-la de forma que se desenvolvam estratégias que causem impacto positivo na qualidade da produção e manutenção, servindo então como diferencial diante da concorrência. Partindo deste pressuposto tem-se a seguinte pergunta de pesquisa: Como analisar por meio bibliográfico os impactos positivos das ferramentas da TPM nas indústrias envolvendo seus custos, produtividade e lucratividade? 3 JUSTIFICATIVA 16 O trabalho em questão tem a importância de disponibilizar a teoria de implantação da metodologia TPM e suas ferramentas da qualidade, destacando com detalhes os passos da Manutenção Planejada e os impactos positivos relativo à redução de perdas no processo produtivo com foco em custos, produtividade e lucratividade. A elaboração deste é devido à necessidade de expansão da cultura TPM para empresas interessadas nesta metodologia, em conseqüência dos resultados positivos que demonstrou nos países orientais e também servir de base para estudos de pesquisadores e interessados. Os dados relevantes que se pode identificar nesta pesquisa são informações baseadas em perdas no processo produtivo com suas conseqüências e contramedidas, evidenciando a manutenção planejada com a responsabilidade de restabelecer e manter as condições normais garantindo a disponibilidade das máquinas. 4 OBJETIVO GERAL Analisar por meio bibliográfico, a capacidade de impacto positivo das ferramentas da TPM sobre os aspectos envoltos à redução de perdas em um sistema produtivo, envolvendo seus custos, produtividade e lucratividade. 1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ü Realizar um levantamento e revisão bibliográfica em torno das ferramentas e pilares componentes da TPM; ü produtivos e de manutenção; ü Desdobrar mais profundamente o Pilar de Manutenção Planejada, gestão de equipamentos, responsabilidades e implantação deste em indústrias de processos. 5 ESTRUTURA DO TRABALHO 17 O capítulo I apresenta a introdução do trabalho, destacando breve histórico do TPM. O capítulo II destaca o problema, apresentando os principais desafios, dificuldades e a pergunta da pesquisa. O capítulo III apresenta à justificativa, destacando a importância, a finalidade e os dados relevantes do trabalho. O capítulo IV apresenta o objetivo geral: analisar os impactos positivos das ferramentas do TPM no sistema produtivo envolvendo custos, produtividade e lucratividade. O capítulo V exibe a estrutura do trabalho, com breve comentário de cada capítulo. 6 REFERENCIAL TEÓRICO 6.1 MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL A manutenção Produtiva Total (TPM) tem contribuído de forma significativa para o desenvolvimento da melhoria contínua e tem sido uma ferramenta fundamental para garantir a disponibilidade de máquinas com melhor utilização dos recursos de produção e manutenção. Figura 1 – Manutenção Produtiva Total Fonte: Adaptado de CGE Consulting (2001, p. 2) 18 A figura 1 mostra de forma simples três importantes fatores na implantação do TPM em uma indústria de processo, otimizando os recursos de produção com a utilização de um sistema produtivo eficaz, mudança de cultura relativo a participação de todos os colaboradores com foco em resultados positivos, maximização na utilização de recursos humanos, de processos e equipamentos, e a maior eliminação de desperdícios e perdas possíveis, favorecendo o sistema produtivo e contribuindo com a redução de custos de processo e manutenção. (CGE Companhias que praticam o TPM invariavelmente alcançam resultados positivos, particularmente na redução de paradas de equipamento, minimizando perdas de tempo e pequenas paradas (indispensável em plantas que funcionam somente com máquinas programadas/automáticas), diminuindo defeitos de qualidade e reclamações, impulsionando a produtividade, reduzindo trabalho e custos, inventários, eliminando acidentes, e promovendo o envolvimento dos empregados.(SUZUKI, 1994, p. 12). 6.1.1 Definições e Características O TPM representa-se por sua denominação onde a letra T significa qualidade total, produção total e disponibilidade total de máquinas para a produção, a letra P representa produtividade com o mínimo de custos e o máximo de resultados e lucros, a letra M representa manutenção com melhoria contínua e quebra zero de equipamentos destacando também redução de custos com mão-de- obra e materiais em estoques. 19 Segundo Suzuki (1992), diante do objetivo de desenvolvimento de uma metodologia adequada a departamentos de produção e administrativos em 1989 o JIPM (Japan Institute of Plant Maintenance), elaborou os seguintes tópicos estratégicos: Ø A introdução de uma instituição incorporada que desenvolverá de forma considerável os sistemas de produção; Ø Aplicação de uma metodologia de base que auxiliará na construção de uma organização especializada na prevenção de qualquer tipo de perda, evitando: acidentes, defeitos e falhas contribuindo para o ciclo de processo no sistema de produção; Ø O envolvimento de todos os departamentos na implementação do TPM, incluindo desenvolvimento, vendas e administração; Ø O envolvimento de todos os colaboradores, desde os gerentes até os empregados de chão de fábrica; Ø Direcionamento de atividades focadas em perdas zero através de trabalhos realizados pelos “Times de melhoria,” determinados por pequenas equipes. 6.1.2 Histórico da TPM Segundo Furtado (2001) a manutenção se apresenta como um conjunto de fatores determinantes para manter ou restabelecer as condições normais de um equipamento ou instalação garantindo sua funcionalidade de operação. Segundo Suzuki (1992) a história nos revela que no século X a manutenção já se caracterizava como garantia de segurança para osVikings em suas navegações, construindo diques onde levavam seus navios e realizavam a manutenção relativo a reparos. A manutenção tem sua história e evolução acompanhadas pela revolução industrial onde se caracterizou pelo; “Salto da Tecnologia”, desenvolvimento de novas técnicas e equipamentos com o objetivo de facilitar a produção. 20 Para Osada (1993) até 1914 a manutenção não apresentava a mesma importância que tem nos dias atuais, e a mesma era executada pelos operadores das máquinas, após a primeira guerra mundial, o processo produtivo se caracterizou pelo pelas linhas de montagem em série implantadas por Henry Ford, houve então a necessidade da criação de equipes de manutenção e o desenvolvimento de novas estratégias para atender as necessidades de um novo cenário no processo produtivo, surgindo então a manutenção corretiva BM, (Breakdown Maintenance) se estendendo até 1930, onde os manutentores somente realizavam intervenções diante de falhas nas máquinas. Segundo Suzuki (1992) entre os anos de 1930 e 1947 se apresentou a manutenção preventiva PM, (Preventive Maintenance) onde a intervenção ocorria diante a identificação antecipada de pontos de falhas em potencial realizado numa periodicidade de tempo pré-estabelecida esta mais tarde em 1951 seria adotada pelo Japão e adaptada. Entre 1947 e 1960, diante da falta de mão de obra (pós- guerra), e focado em conseqüência disso na mecanização, criou-se a Engenharia de Manutenção, com o intuito de restabelecer a estrutura da manutenção que além de controle desta também tinha a finalidade de realizar análises de defeitos de máquinas e causas. Palmeira e Tenório (2002) afirmam: Nos anos 60, os japoneses reuniram todos os métodos de manutenção existentes e agregaram o enfoque de engenharia de confiabilidade, engenharia de manutenibilidade e engenharia econômica obtendo a manutenção produtiva PM, (Productive Maintenance), que proporcionaria plena garantia, produtividade máxima, menor custo e rentabilidade. Como isso, ainda não atingiram o zero defeito, assim, a manutenção evoluiu mais uma vez, agora para a Manutenção Produtiva Total TPM, (Total Productive Maintenance), que é baseada na atividade de pequenos grupos de operadores e apoiada por todos os demais colaboradores. Após o surgimento do TPM, e principalmente o reconhecimento desta como uma revolucionária metodologia nas indústrias de processo, nota-se que é uma ferramenta que atingiu de forma globalizada todas as indústrias do mundo interessadas em qualidade e produtividade. Na figura 2 a seguir, pode-se observar a evolução da manutenção desde o início de seu surgimento com a manutenção corretiva até o ano de 2010. Figura 2 – Histórico do TPM Fonte: Adaptado de Coelho - TPM (2009, p. 2) 6.1.3 Objetivos da TPM 21 TPM: Para Martins & Laugeni (2005) os três princípios fundamentais de TPM são: Melhoria das pessoas; sem o desenvolvimento, preparação e motivação das pessoas, é praticamente impossível atingir um nível adequado de aplicação da filosofia TPM. Melhoria dos equipamentos; depois das pessoas, os equipamentos constituem o maior recurso de uma empresa, a teoria TPM advoga que todos os equipamentos podem e devem ser melhorados, conseguindo-se a partir daí, grandes ganhos de produtividade. Qualidade Total; A TPM é parte integrante dos conceitos de qualidade total, já tão difundidos entre nós, a implantação de um programa de TPM deve caminhar paralelamente à implantação de um programa de melhoria da qualidade e da produtividade. Com base na citação anterior pode-se destacar na figura 3 seis objetivos da Figura 3 – Objetivos do TPM Fonte: Adaptado de Coelho - TPM (2009, p. 4) 22 De acordo com Suzuki (1992) o TPM ajuda os operadores a entender seus equipamentos e amplia o alcance da manutenção e outras tarefas que eles podem tomar conta. 6.1.4 Etapas de Implementação da TPM Para Suzuki (1992) a implantação da TPM nas indústrias pode ser realizada a partir dos seguintes passos: Tabela 01 - Os Novos Doze Passos do Programa de Desenvolvimento de TPM Fonte: Suzuki, (1992, p. 16) 23 Outro passo importante para alcançar bons resultados com o TPM é também à implantação do programa dos oito S: 1-Seiri= organização; implica eliminar o supérfluo. 2-Seiton= arrumação; implica identificar e colocar tudo em ordem. 3-Seiso = limpeza; implica limpar sempre e não sujar. 4-Seiketsu= padronização; implica manter a arrumação, limpeza e ordem em tudo. 5-Shitsuki= disciplina; implica a autodisciplina para fazer tudo espontaneamente. 6.Shido= treinar; implica a busca constante de capacitação pessoal. 7.Seison= eliminar as perdas. 8.Shikaro yaro= realizar coma determinação e união. (SAMPAIO, 1993). Todos os funcionários precisam saber o porquê está sendo introduzida esta metodologia, e a resposta é evidente, que esta será desenvolvida para que ocorra controle de custos com matéria prima e intermediários, maior disponibilidade de equipamentos e produtividade. A partir da decisão de implementação pela gerência, deve ficar explícito que no decorrer desse processo, poderá haver dificuldades e que para alcançar os objetivos é indispensável organização e suporte. 6.1.5 Resultados do TPM Diante da implantação e reconhecimento dos resultados se tornam visíveis as vantagens da metodologia em questão, pode-se observar na figura 4 principalmente a maximização da disponibilidade dos equipamentos e o aumento da produção. Figura 4 – Resultados do TPM Fonte: Adaptado de Yamaguchi, ICAP- TPM (2005, p. 11) Smal ey (2006) afirma: 24 6.1.6 Prêmio TPM A busca total da eficiência da produção relaciona-se com o objetivo de eliminação de todas as perdas de produção associadas com qualquer parte do equipamento. Diferentes situações e tipos de equipamentos precisam de diferentes atividades de melhorias. Todos os anos o JIPM (Japan Institute of Plant Maintenance) premia as empresas que alcançaram as metas exigidas ao reconhecimento de excelência, sendo estas na implantação e desenvolvimento de atividades relativas ao TPM com apresentação de resultados. O sistema de Prêmio Eminente para Plantas PM (Prêmio PM) foi estabelecido no Japão em 1964. Nos anos 60, o sistema foi usado para conferir honraria a plantas que tinham alcançado resultados notáveis através de manutenção preventiva e produtiva.Desde 1971, o sistema tem sido usado para examinar e reconhecer plantas que têm divulgado resultados excelentes através das atividades de TPM. Onúmero de companhias no Japão tomando o desafio do prêmio PM aumentou regularmente nos últimos anos, e ganhar um destes prêmios agora é a melhor maneira para uma planta demonstrar sua excelência na fabricação. (SUZUKI, 1992). 6.2 PILARES DO TPM 6.2.1 Definições e Objetivos Podemos definir pilar como um grupo inter-funcional, com o objetivo de sustentar a organização para esta alcançar os objetivos desejados. Os pilares têm como principal objetivo eliminar um conjunto de perdas através de metodologias de melhorias e sistemas de gestão, onde se pode identificar um Plano Mestre de ação (Master Plan), divididos por estratificação em planos menores e detalhados que são implementados pelos grupos de melhorias. Para Efeso Colsulting (1999) as principais atividades de um Pilar são: v Análise de Perdas (Estratificação); Sustentar e desenvolver a análise relevante das perdas; Compartilhar com o grupo diretivo e a gerência da área a análise das oportunidades e os projetos de melhoria identificados; 25 v Suporte aos grupos de Melhorias; Sustentar o treinamento e desenvolve projetos de melhoria; Audita os grupos e reporta os pontos críticos; Desenvolve o material de treinamento necessário; Monitora a re-aplicação; v Desenvolvimento de sistemas para prevenir as perdas (Manutenção Preventiva e Planejamento). Na figura 5 pode-se observar o ciclo de atividades de um Pilar: Figura 5 – Definição de Pilares Fonte: Efeso Consulting (1999, p. 5) Os pilares são lançados uma vez que a planta tenha desenvolvido experiência inicial em redução de perdas. A seqüência de lançamento dos pilares resulta da análise de perdas da planta; Primeiro pilar na maior perda da empresa e assim por diante. Segundo Suzuki (1992) as companhias devem selecionar e implantar atividades que alcançarão as metas do TPM efetivamente e eficientemente, mesmo que companhias diferentes escolham atividades levemente diferentes. Na figura 6 destacam-se os oito pilares básicos do programa TPM: Figura 6 – Oito Pilares básicos do TPM Fonte: Coelho-TPM Grugeen (2009, p. 12) 6.2.2 Pilar da Melhoria Focada Figura 7 – Pilar de Melhoria Focada Fonte: Adaptado de CGE Consulting (2008, p. 5) 26 O Pilar de Melhoria Focada é destinado a melhorias realizadas por grupos (Times), composta por colaboradores da empresa de diferentes níveis hierárquicos e setores da fábrica, tais como engenheiros de produção, funcionários de manutenção e operadores, estas atividades tem o objetivo de diminuir perdas no processo, dentre estas podemos identificar perdas decorrentes de erros de operação, mau uso da matéria prima, perdas por paradas de manutenção e perdas de energia. 27 As atividades do pilar de Melhoria Focada se definem também por melhorias no processo, por exemplo; descobrir falhas nas condições de processo, melhorias de procedimentos de ajustes, tempos de setup etc. Quando a melhoria é focada nos equipamentos, são realizadas análises da origem do problema ao qual gerou a parada e as maiores perdas relativo ao equipamento em questão. Quando o foco é o processo, produtividade e equipamentos, a melhoria focada atua em análise das causas com o auxílio dos 5 porquês e análise PM. Segundo Suzuki (1992) a Melhoria Focada, providencia uma revisão detalhada do planejamento e gerenciamento das atividades dos times de melhoria focada, métodos usados, estratégias para perdas específicas e exemplos de casos. Na figura 8, destacam-se as principais atividades do pilar de melhoria focada: Figura 8 – Eliminação de Perdas Fonte: Adaptado de Lopes (2008, p. 23) 6.2.3 Pilar da Manutenção Autônoma Figura 9 – Pilar de Manutenção Autônoma Fonte: Adaptado de CGE Consulting (2008, p. 12) 28 A Manutenção Autônoma é um dos pilares mais importantes da TPM, pois logo que a manutenção preventiva se estabeleceu no Japão, houve uma separação entre os serviços de operação e manutenção, automaticamente os operadores das máquinas aos poucos foram perdendo o senso de responsabilidade pelos equipamentos, porém a principal finalidade desse pilar do TPM é reverter esta característica de origem, fazendo com que os operadores em questão se envolvam mais com os serviços e rotinas da manutenção e principalmente melhorias. A Manutenção Autônoma envolve os funcionários a determinadas tarefas, tais como os setes passos básicos para o desenvolvimento desse pilar, mas antes de tudo, devemos ter como ponto inicial o 5S; Metodologia japonesa que se caracteriza pela arrumação, organização, limpeza, padronização e disciplina. Para Suzuki (1992) os passos da Manutenção Autônoma são: 1 Limpeza inicial; 2 Princípios de redução das causas de deterioração (fontes de sujeira) e melhorias de áreas de difícil acesso; 3 Criar e desenvolver de um padrão de limpeza e lubrificação; 29 4 Inspeção geral. Seguir os manuais de inspeção (Qualidade, Manutenção e Segurança) Os participantes do grupo identificam e corrigem pequenos defeitos dos equipamentos e aparelhos; 5 Inspeção autônoma. Desenvolver e utilizar de forma periódica um check- list para inspeção (Qualidade, Manutenção e Segurança). Atividades de manutenção autônoma são tipicamente implementadas em passos e somente são efetivas se a progressão de um passo para o próximo for estritamente controlada. Para que este controle aconteça, deve haver grupos oficiais de auditoria e padrões de aprovado/reprovado. O Gerente Principal de uma planta deve dar a aprovação final para que os grupos possam mudar de um passo para o outro. (SUZUKI, 1992). O principal dos passos citados acima é sem dúvida a limpeza inicial, pois a partir desse será possível detectar pontos de deterioração nos equipamentos e melhorias a serem realizadas para não reincidência de falhas. A capacidade do operador de identificar e eliminar determinadas anomalias impactantes no processo é o que evidencia a eficiência dos trabalhos da Manutenção Autônoma. Na figura 10, destacam-se as principais atividades do pilar de manutenção autônoma: Figura 10 – Manutenção Autônoma Fonte: Adaptado de Lopes (2008, p. 22) 6.2.4 Pilar de Educação e Treinamento Figura 11 – Pilar Educação e Treinamento Fonte: Adaptado de CGE Consulting (2008, p. 12) 30 O pilar de Educação e Treinamento é o caminho para o sucesso na metodologia TPM, as duas principais características fundamentais de treinamento são; treinamento nolocal de trabalho e auto-desenvolvimento, desenvolver pessoas não só aumenta o nível intelectual da empresa, mas também contribui para o aumento da auto-estima e motivação dos colaboradores da companhia. Para haver um bom fluxo no desenvolvimento dos treinamentos, deve existir uma considerável dedicação por parte dos supervisores e gerentes para que o resultado esperado seja positivo. Quando se fala em treinamento, envolve-se uma grande “Bagagem” de informações teóricas, adquiridas através de uma determinada metodologia didática e complementada com a prática, e esta se refere ao ato de aplicar os conhecimentos e a experiência de forma correta e sistemática. A prática é o resultado da dedicação e treinamento focado em aperfeiçoar a realização das atividades para que estas se apresentem de forma eficiente e com qualidade. Para que ocorra a excelência relativo ao desenvolvimento de pessoas, é necessário que se possibilite recursos para que isso aconteça, sejam esses físicos tais como ambiente adequado com equipamentos que forneçam didática e setorial onde a prática complementada com a teoria sejam geradores de resultados. 31 Em qualquer processo de treinamento é necessário uma avaliação e identificação do nível de conhecimento dos colaboradores, tais como tecnologias a serem adotadas e responsabilidades que as pessoas possam assumir. Segundo Suzuki (1992) a prática pode se avaliada através de determinados níveis: Nível 1: Faltam ambos, o conhecimento teórico e a habilidade prática (precisa ser ensinado). Nível 2; Conhece na teoria, mas não na prática (precisa de treinamento prático). Nível 3; Tem a prática dominada, mas não a teoria (não pode ensinar aos outros). Nível 4; Tem dominado ambos a teoria e a prática (pode ensinar aos outros). Figura 12 – Níveis de Habilidades Fonte: Adaptado de Lopes (2008, p. 20) O pilar de treinamento foi desenvolvido através de sete etapas: · Treinamento Básico; · Correção das Irregularidades e implementação das melhorias; · Entrega das máquinas às minifábricas; · Treinamento para pequenos reparos; · Constituição das equipes autônomas; · Implementação do sistema de verificações com periodicidade superior a semanal; · Avaliação e habilitação dos operadores. 6.2.5 Pilar de Melhoria dos Processos Administrativos Figura 13 – Pilar de Melhoria dos Processos Administrativos Fonte: Adaptado de CGE Consulting (2008, p. 1) 32 Este Pilar também é chamado de Office TPM, um dos principais objetivos deste é diminuir a burocracia no processo administrativo, organizar, reduzir custos com materiais de consumo, otimizar o fluxo de documentos e facilitar o fluxo de pessoas. Outra característica é a utilização do 5S nos escritórios, onde também se destaca a limpeza, descarte de materiais e objetos inutilizados, organização no sistema de cadastro de equipamentos e desenhos técnicos, melhor utilização dos espaços físicos e contribuição com a ergonomia dos funcionários. A função dos departamentos de apoio e administrativos pode ser melhorada de duas maneiras: Melhorando a eficiência, assim cada departamento pode realizar satisfatoriamente sua função em particular; Desenvolvendo as pessoas para que sejam capazes de dar suporte e de melhorar continuamente o novo e mais eficiente sistema. (SUZUKI, 1992). 33 Na figura 14, destaca-se o fluxo das funções do departamento administrativo: Figura 14 – Processos Administrativos0 Fonte: Adaptado TPM em indústrias de Processo, Suzuki (1992, p. 236) Melhorar a eficiência nos departamentos administrativos significa gerar um aumento de rendimento reduzindo variáveis, isto é, eliminar perdas administrativas criando um sistema de informações confiável e de qualidade, destacando neste meio, administradores extremamente eficientes e habituados a este sistema. Toda informação gerada nos departamentos de Engenharia e Administração tem impacto direto no departamento de Produção, portanto, qualquer ação realizada pelo pessoal de produção é reflexo das informações oriundas dos departamentos anteriores, sejam estas positivas ou negativas. Diante da teoria de “criar uma fábrica de informações”, é evidente que as informações que o departamento administrativo fornece devem ser de qualidade, com precisão e no prazo correto. No momento em que implantar o TPM em um departamento de apoio e administrativo é necessário estabelecer uma visão e uma missão compatíveis com a de outros setores para que ocorra um equilíbrio harmônico no sistema. Para que um departamento alcance sua missão, pode-se utilizar uma ação qualitativa e quantitativa, onde quantitativa tem com foco reduzir o fluxo de 34 improdutividade e a qualitativa tem com foco reduzir problemas funcionais e em conseqüência aumento da precisão dos trabalhos. Na figura 15, pode-se observar as cinco atividades principais do pilar de melhoria dos processo administrativos: VISÃO - Eliminar demoras de produção prevenindo a qualidade do fornecedor e problemas com entrega. - Resolver problemas do fornecedor na fonte. Ajudar os fornecedores a tornarem-se independente mostrando como resolver problemas de qualidade por eles mesmos. - Gradualmente reduzir o custo de orientação do fornecedor a medida que o fornecedor torna-se mais auto- suficiente. Parar com a seção de apoio ao fornecedor o quanto antes. MISSÃO - Drasticamente reduzir problemas de qualidade e entrega. - Alcançar início rápido, livre de problemas. - Nunca permitir que um problema ocorra pela mesma razão. - Aumentar independência do fornecedor e fazê-los auto-gerentes. - Transferir os engenheiros de seção para outros deveres o quanto antes coerente ao alcance dos objetivos precedentes. Primárias FUNÇÕES Secundárias Auxiliar na resolução de problemas de qualidade Aconselhar em mudanças de projeção Acelerar produção Aconselhar na tecnologia de processo Apoiar gestão antecipada • Resolução de problema e seguimento • Sistemas de verificação de qualidade • Sistemas de qualidade • Sistemas de inspeção • Métodos de construção • Planos • Métodos de trabalho • Procedimentos de inspeção • Carga de trabalho • Trabalho •Transporte • Projeção da forma manual • Condições de trabalho • Métodos de trabalho • Pontos de qualidade do processo • Planos de início • Fabricação de forma manual • Atividades preparatórias • Controle de primeira produção • Resolução de problema Figura 15 – As cinco atividades núcleo para a Gestão da Produtividade Total Administrativa. Fonte: Adaptado TPM em indústrias de Processo, Suzuki (1992, p. 240) 6.2.6 Pilar da Gestão AntecipadaFigura 16 – Gestão Antecipada Fonte: Adaptado Editora DG (2008, p. 6) 35 Gestão Antecipada tem seu valor no TPM, principalmente pelo motivo de Indústrias de processos ao realizarem grandes investimentos relativos a equipamentos e tecnologias, esperam que estes operem de forma satisfatória por vários anos, e que após cada parada para manutenção, os mesmos retomem as atividades com as mesmas características com as quais foram comissionados. O TPM valoriza tanto a gestão antecipada do produto quanto a gestão antecipada dos equipamentos, a base dessa gestão fundamenta-se na avaliação dos resultados econômicos (diminuindo o custo do ciclo de vida) e avaliação do projeto da manutenção preventiva. Os comitês JIPM e CCV definem o custo do ciclo de vida como: “Uma técnica sistemática de tomadas de decisões que incorpora o custo do ciclo de vida como um parâmetro no estágio de projeto, desempenhando todas as trocas possíveis para assegurar o custo do ciclo de vida econômico para o sistema ou projeto do usuário.” (SUZUKI, 1992) Segundo Suzuki (1992) para que o sistema de Gestão Antecipada de produtos e equipamentos se apresente de forma eficaz é necessário seguir criteriosamente os seguintes procedimentos: Passo 1: Investigar e Analisar a Situação Existente; Para que seja possível identificar e apontar problemas é necessário analisar o acesso a Gestão Antecipada nos dois últimos anos: ü Reavaliação do fluxo de serviços da Gestão Antecipada atual; ü Levantamento de anomalias no fluxo de trabalho; 36 ü Definir plano de ação para identificar falhas em todas as etapas do processo de encomenda; ü Realizar levantamento de problemas que se apresentaram durante a produção de testes, e estabelecer ações corretivas adequadas; ü Identificar atrasos na produção piloto; ü Identificar as fontes de informações para que estas sejam seguras e forneçam apoio ao desenvolvimento de produtos e equipamentos com altos níveis de qualidade e competitividade. Passo 2: Estabelecer um Sistema de Gestão Antecipada; Realizar uma análise aprofundada nas informações do passo 1 e desenvolver um novo sistema de Gestão Antecipada. Segundo (SUZUKI, 1992), para alcançar este objetivo é necessário seguir os seguintes passos; 1. Identifique e esboce a estrutura básica do sistema de gestão antecipada exigido e defina seu alcance e aplicação. 2. Investigue e estabeleça um sistema para acumular e utilizar a informação exigida na gestão antecipada. 3. Projete ou revise os padrões e formas necessárias para operar os sistemas em 1 e 2. Passo 3: Corrigir o Novo Sistema e Providenciar Treinamento; Formular e colocar e prática projetos para evidenciar o sistema, fornecer informações suficientes para os projetistas experimentarem este, e assegurar que os assuntos estão dentro da capacidade dos mesmos. Passo 4: Aplique o Novo Sistema Compreensivelmente; Neste passo é importante aplicar este novo sistema para todas as pessoas envolvidas, reduzir os custos com o ciclo de vida e identificar e registrar problemas ocorridos em todas as etapas de aplicação do novo sistema. 37 Conforme figura 17, as principais atividades do pilar de Controle Inicial são: Figura 17 – Controle Inicial Fonte: Adaptado de Lopes (2008, p. 24) 6.2.7 Pilar da Qualidade Figura 18 – Manutenção da Qualidade Fonte: Adaptado de Hoyer, TPM (2008, p. 7) Nas indústrias a qualidade dos produtos é adquirida no processo, onde esta é garantida através de transformações necessárias tais como separações, reações, transformações de materiais na medida em que o produto vai sendo produzido. Para se fabricar produtos com as características esperadas, são necessárias condições determinantes para as transformações tais como as seguintes variáveis; Pressão, 38 vazão, temperatura, etc. Na produção, uma condição insatisfatória em relação a qualidade de um produto, acontece quando uma determinada propriedade não se enquadra com as especificações recomendadas. Na manutenção da qualidade o foco se caracteriza nas condições dos equipamentos, para que o mesmo apresente condições perfeitas para produzir produtos perfeitos. Os defeitos da qualidade são periodicamente identificados e prevenidos pela verificação das condições dos equipamentos e se os valores medidos estão dentro das especificações. Na tabela 02, destacam-se os principais modos de defeitos: Tabela 02 – Modos de Defeitos de Qualidade Fonte: Suzuki (1992, p. 193) Na manutenção da qualidade se apresentam três pré-condições para alcançar o sucesso; Eliminar as deteriorações aceleradas, eliminar problemas de processo e desenvolver operadores competentes. Na eliminação de deterioração acelerada, os equipamentos que apresentam grande tendência para curta durabilidade também apresentam quebras contínuas, se distanciando cada vez mais da meta “quebra zero” e “zero defeitos de qualidade”, tais problemas devem ser eliminados e para que a manutenção da qualidade se apresente, deve haver uma boa aplicabilidade das etapas do TPM; manutenção planejada, manutenção autônoma e treinamentos para os manutentores e operadores. 39 Na eliminação de problemas de Processo, podem-se destacar falhas como vazamentos, entupimentos de tubulações, falhas de bombeamento, entre outros, estas por algum motivo prejudicam o sistema produtivo, se qualquer um desses problemas ocorrer com determinada freqüência será necessário realizar melhorias focadas ou de manutenção autônoma para que a qualidade fique em evidência. Na pré-condição de treinamento e desenvolvimento de operadores competentes, devem haver instruções no sentido de reconhecer e corrigir anomalias sabendo também diagnosticar pequenos defeitos causais. Segundo Takahashi & Osada (1993) a qualidade de um produto é definida pela engenharia do equipamento e tecnologias de produção e pelos esforços constantes da equipe de produção. Na figura 19, as sete etapas na busca da qualidade no sistema produtivo: Figura 19 – Sete Etapas do Looping Infinito da Qualidade Fonte: Adaptado de Rodrigo, TPM (2007, p. 23) Tabela 03 – Procedimentos para Implementar a Manutenção de Qualidade Passo Detalhes 1. Prepare a Matriz SQ Analise as relações entre a qualidade e os processos / equipamento: § Verifique as características da qualidade 40 2. Prepare uma tabela de análise das condições das variáveis de produção 3. Prepare um gráfico dos problemas 4. Avalie a gravidade dos problemas (FMEA 1) 5. Use a análise PM para localizar as causas dos problemas6. Avalie o impacto das contramedidas propostas (FMEA 2) 7. Implemente melhorias 8. Revise as condições das variáveis de produção 9. Consolide e confirme os pontos de verificação 10. Prepare uma tabela de controle dos componentes da qualidade e assegure a qualidade através do controle rigoroso das condições Fonte: Suzuki (1992, p. 201) § Investigue os modos de defeito e os subprocessos onde os defeitos ocorreram § Avalie a gravidade do modo de defeito § Verifique as deficiências nas condições das variáveis de produção para cada modo de defeito em cada subprocesso § Verifique se os padrões existem e se estão sendo seguidos § Esclareça as condições das variáveis de produção para os problemas em cada subprocesso § Aja prontamente contra os problemas que podem ser enfrentados na hora. Cuidadosamente calcule contramedidas para os problemas que não podem ser tratados imediatamente § Estratifique os modos de defeito, utilize técnicas de investigação e planeje contramedidas Este passo direciona o esforço para melhorias do equipamento § Priorize os problemas avaliando seu impacto no modo de defeito de qualidade § Decida sobre a escala de avaliação com antecedência § Para os problemas mais sérios no passo anterior, esclareça os fenômenos reais § Investigue usando técnicas tais como a análise PM e proponha contramedidas § Realize uma avaliação preliminar da situação pós melhoria usando FMEA § Revise as condições das variáveis de produção identificadas no Passo 2 § Verifique se as condições das variáveis de produção são adequadas e corretas § Use os resultados do Passo 8 para resumir os itens da inspeção § Prepare uma matriz de verificação de qualidade § Os padrões devem ser numéricos e observáveis 6.2.8 Pilar da Segurança, Saúde e Meio Ambiente Figura 20 – Pilar da Segurança, Saúde e Meio Ambiente. Fonte: Adaptado de Hoyer, TPM (2008, p. 7) 41 Com o objetivo de alcançar a meta de “Zero Acidentes”, destacam-se como ferramentas fundamentais; a Saúde e Segurança dos trabalhadores, e para complementar estes tópicos, podemos também destacar a busca por processos industriais que não afetem o meio ambiente e que respeitem as legislações dos órgãos responsáveis. Para Suzuki (1992) a implementação do TPM causa de forma imediata resultados positivos relativo à segurança, por exemplo: ü Equipamentos que apresentam falhas são fontes de perigos que podem vir a causar incidentes ou acidentes, podendo ser este último classificado por gravidade; ü Com a implantação da metodologia do 5S, consegue-se diminuir o número de acidentes devido à eliminação de sujeiras, vazamentos, desordem, etc. Mantendo em conseqüência disso um ambiente saudável, limpo, organizado e evidenciando a disciplina; ü Com o auxílio das atividades dos pilares de gestão autônoma e melhoria focada, consegue-se eliminar áreas e atitudes inseguras; ü Os operadores treinados pelo pilar de Gestão Autônoma apresentam-se motivados em manter seus equipamentos em perfeito estado, diante de 42 inspeções que de forma pró-ativa detectam e eliminam defeitos prontamente; ü A falta de treinamento também é uma fonte de acidentes, tanto em equipamentos quanto no processo, portanto é necessário o apoio dos gestores das áreas juntamente com a equipe de segurança para eliminar esta deficiência; ü Os operadores devem assumir uma posição de forma que; demonstrem interesse por uma nova cultura no ambiente de trabalho, mantendo a segurança e a saúde do mesmo e dos outros; ü As informações sobre regulamentos e normas de segurança são aderidos facilmente diante da metodologia TPM. Figura 21 – Produtividade, Segurança e Atividades do TPM. Fonte: Adaptado de Suzuki, TPM em indústrias de Processo (1992, p. 268) Segundo Suzuki (1992) 43 Dois fatores ajudam as pessoas a adquirirem atitudes gerais de zero acidentes, zero poluição – a prática diária como parte do gerenciamento do local de trabalho e de materiais no piso da fábrica e o apoio forte, visível em toda a companhia. Há limites para o que pode ser cumprido se o pessoal da planta for sempre inteiramente responsável por prevenir acidentes e a poluição. O pessoal da planta e os funcionários devem entender um ao outro e trabalhar eficazmente juntos. Para reduzir os riscos de acidentes e poluição, é necessário realizar treinamentos para que os operadores conheçam detalhadamente seus equipamentos, e que tenham conhecimento de todas as probabilidades de acidentes e incidentes de poluição, para que isso aconteça é necessário criar e colocar em prática procedimentos de segurança, por exemplo; (IO’s) Instruções Operacionais nas atividades realizadas na produção. Segundo Suzuki (1992) no sentido de realizar atividades que contribuam para um ambiente mais seguro no trabalho pode-se classificar: ü 5S: Incluindo no mínimo os três primeiros Ss; Classificação (Descarte), Estabelecer (determinar um lugar somente para o que é necessário), Limpeza (criar padrões de limpeza) e principalmente padronizar esses procedimentos. ü Inspeções de Segurança: Realizar diariamente inspeções de segurança paralelamente às atividades de limpeza. ü Controles Visuais: Codificações de cores tornam as anomalias mais aparentes. ü Limitações de Danos: Realizar inspeções nos equipamentos de segurança periodicamente, e quando identificar necessidade, realizar treinamentos de procedimentos de segurança. Para concluir esse assunto importantíssimo no TPM que se refere a segurança, é importante salientar atitudes pró-ativas relativo a prevenção de acidentes, tais como; Lições de um ponto de Segurança, onde informações de incidentes fornecidas pelos próprios funcionários contribuem para a realização de trabalhos de prevenção de ocorrências que venham manter a integridade física dos colaboradores durante a jornada de trabalho. 7 METODOLOGIA DA PESQUISA 44 O presente trabalho foi estruturado a partir de uma pesquisa classificada do ponto de vista de sua natureza, como uma pesquisa bibliográfica, pois de acordo com Silva e Menezes (2005) este modelo de pesquisa tem por objetivo gerar novos conhecimentos que sejam úteis ao avanço da ciência, a priori, sem aplicação prática, assim envolvendo interesses e verdades universais. Essa pesquisa é classificada como uma pesquisa qualitativa do ponto de vista da forma de abordagem de seu problema. Pois segundo Silva e Menezes (2005) este modelo de pesquisa considera a existência de uma relação dinâmica entre a realidade a o sujeito, ou seja, uma relação indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido numericamente. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significadossão básicas na pesquisa qualitativa, também não requer o uso de métodos estatísticos. O ambiente natural é a fonte direta de coleta de dados, onde o pesquisador é o instrumento principal. É uma pesquisa descritiva, pois os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. Os principais focos de abordagem desse modelo de pesquisa são o seu processo e significado. No âmbito da pesquisa exploratória Fonseca (2008) a descreve como uma atividade que “estuda um fenômeno atual, obtendo idéias desconhecidas e inovadoras sobre o tema estudado” e para Gil (2002), o escopo de uma pesquisa exploratória tem por objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com intuito de torná-lo mais explícito ao se construir hipóteses, e que, “embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos assume a forma de uma pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso”, completa este autor. No ponto de vista dos procedimentos técnicos está pesquisa se enquadra nos parâmetros de uma pesquisa bibliográfica, pois de acordo com Gil (2002) “esta pesquisa é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”, devido a necessidade desse trabalho apresentar uma revisão bibliográfica do determinado assunto que se deseja abordar, aplicar e implantar. 7.1 Método Cientifico 45 A pesquisa desenvolvida no presente trabalho se enquadra no escopo do método dedutivo, no que tange a procedimentos de desenvolvimento do projeto dessa pesquisa, ou seja, métodos científicos utilizados para este. Segundo Gil (2002) o método de raciocínio dedutivo possui por objetivo base, explicar os conteúdos desde suas premissas, através de uma orbita de raciocínio ordenado decrescentemente, de uma análise geral para o particular de determinado assunto, chegando a uma conclusão. 8 MANUTENÇÃO PLANEJADA (PILAR FOCO) Figura 22 – Manutenção Planejada Fonte: Adaptado de Hoyer, (2008, p. 29) 8.1 A Manutenção Planejada 46 O surgimento do Pilar da Manutenção Planejada foi decorrente da necessidade de melhorias no processo de produção após a identificação de perdas que impactavam diretamente nos custos, diante disso, foi identificada a necessidade da elaboração de um plano de manutenção preventiva nos equipamentos onde se exigiam um trabalho mais complexo, baseado nos vários tipos de manutenção existentes. Para a elaboração do plano de manutenção planejada, é necessário primeiramente focar os equipamentos de maior importância para o processo (os mais críticos), e o envolvimento de técnicos capacitados e com experiência apoiando para que este plano se estabeleça de forma contínua. Com um trabalho de manutenção planejada eficiente e com qualidade, em curto prazo percebe-se uma enorme diferença nos custos de manutenção e produção, pois diante do aumento da confiabilidade relativo ao funcionamento das máquinas e equipamentos, o custo de estoque de produtos e peças sobressalentes diminui drasticamente e devido à redução de paradas de máquinas por “quebras”, percebemos um ganho considerável relativo à produção. Figura 23 – Gestão Antecipada Fonte: Adaptado de Lopes (2008, p. 21) 47 A manutenção planejada deveria estabelecer e manter as condições ótimas do processo e do equipamento; ela também deveria ser eficiente e eficaz no custo. Em um programa de desenvolvimento de TPM, a manutenção planejada é a atividade deliberada, metódica da construção que continuamente melhora tal sistema de manutenção. (SUZUKI, 1992) 8.1.1 A Gestão do Equipamento e Características A gestão do equipamento se caracteriza pela influência de seus tipos de equipamentos, pelos tipos de processos, pela competência de seus gestores e pelos tipos de falhas que os equipamentos apresentam. Nas indústrias de processo os equipamentos apresentam-se com diferentes características tais como; bombas, compressores, ventiladores e reservatórios como tanques, todos unidos por tubulações. Também podemos destacar instrumentos de controle de processos como; controladores, indicadores, válvulas automáticas e controladores lógicos programáveis, que mantém as condições constantes de acordo com sua programação. Cada equipamento de forma individualizada é projetado e instalado de acordo com a sua função no processo, porém erros de projetos podem surgir, e de forma imediata os problemas desses equipamentos comissionados devem ser corrigidos e melhorias devem ser realizadas. 48 Perdas de produção devido a paradas não programadas devido a “quebras” ocorrem com freqüência nas indústrias de processo, portando melhorias nos equipamentos impactantes no processo é essencial. Na tabela 4 é possível identificar algumas características dos equipamentos: Tabela 04 – Características dos equipamentos em indústrias de processo Fonte: TPM em Indústrias de Processos – Suzuki (1992, p. 117) 8.1.1.1 As falhas nos Equipamentos e os problemas de Processo Para Suzuki (1992) os equipamentos nas indústrias de processo como já vimos, apresentam falhas e em conseqüência disso ocorrem paradas não programadas de produção, além desses problemas outros com características diferentes ocorrem no processo, como entupimentos, derramamentos, alterações químicas indesejadas etc. Falhas em equipamentos e processos podem ser classificadas em cinco partes: ü Falha de equipamentos e processo causando paradas indesejadas. ü Falha na qualidade. ü Falha no consumo de unidades. ü Perda de capacidade produtiva. ü Problemas de segurança e ambientais Figura 24 – Falhas em Equipamentos Fonte: Adaptado de HOYER, TPM (2008, p. 30) 8.1.2 A Manutenção Planejada para Indústrias de Processo 49 A TPM em indústrias de processo apresenta a Manutenção Planejada trabalhando junto com a Manutenção Autônoma, unidas pelo mesmo objetivo: eliminar anomalias, manter a funcionalidade dos equipamentos e garantir índices positivos de produtividade. Para Suzuki (1992) a manutenção Planejada e sua equipe de manutenção desenvolvem trabalhos relativos a: ü Trabalhos de melhorias nos equipamentos; apoio da Manutenção Autônoma, Manutenção Planejada (6 Passos), Manutenção Corretiva, Prevenção de Manutenção e Manutenção Preditiva; ü Trabalhos que ajudam a melhorar as técnicas de manutenção e desenvolvimento pessoal; Técnicas de manutenção especializada, técnicas de reparo em equipamentos, técnicas de manutenção e inspeção, técnicas de diagnósticos em equipamentos. 8.1.2.1 Regimes de Manutenção O Regime de manutenção para ser eficaz, deve apresentar um equilíbrio nas atividades relacionadas à manutenção baseada no tempo e manutenção baseada nas condições com outras ligadas a manutenção
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