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TCC O IMPACTO DA MIGRAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR EM IPATINGA

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FACULDADE PITÁGORAS DE IPATINGA
MAGDA DE SÁ NUNES
MARCELA SEVIDANES NOGUEIRA BARRETO
O IMPACTO DA MIGRAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR EM IPATINGA-MG
Ipatinga – MG
2010
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MAGDA DE SÁ NUNES
MARCELA SEVIDANES NOGUEIRA BARRETO
O IMPACTO DA MIGRAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR EM IPATINGA
Artigo apresentado ao Curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras de Ipatinga – MG como requisito parcial à obtenção do título de Psicólogo.
Orientador: Profª Vânia A. Calado
IPATINGA
2010
Magda de Sá Nunes
Marcela Sevidanes Nogueira Barreto
O Impacto da Migração no Desenvolvimento Escolar em Ipatinga
Artigo apresentado ao Curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras de Ipatinga – MG como requisito parcial à obtenção do título de Psicólogo.
Orientador: Profª Vânia Calado
 Vânia Aparecida Calado, Ms. (Orientadora) – Faculdade Pitágoras
Tiago Neves, Ms. – Faculdade Pitágoras
Cláudia Cristina de Castro Alves, Ms. – Faculdade Pitágoras
Ipatinga, 05 de Novembro de 2010.
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AGRADECIMENTOS
À Deus pela presença constante em nossas vidas.
À Faculdade Pitágoras, pela possibilidade da realização de um sonho.
Aos nossos pais e familiares, pelo amor e pelo apoio incondicional. 
À professora Vânia Calado, Ms. a quem dedicamos carinho especial pela orientação firme e por ter nos incentivado.
Ao professor Tiago Neves, Ms. pela contribuição inestimável a esse trabalho.
À professora Cláudia Cristina de Castro Alves, Ms. por sempre acreditar em nosso potencial, independente dos momentos.
À Andreza Rocha, de maneira especial, pelo carinho e por poder compartilhar momentos de alegria ao seu lado.
À todos os professores da graduação que nos apoiaram nessa longa caminhada.
Aos amigos, pela compreensão.
A todos que contribuíram para a efetivação deste trabalho.
O IMPACTO DA MIGRAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR EM IPATINGA
Magda de Sá Nunes
Marcela Sevidanes Nogueira Barreto
Resumo
Este artigo tem como objetivo investigar o impacto da migração no desenvolvimento escolar em Ipatinga, a partir do processo migratório de figuras parentais. A infância marca o período de desenvolvimento da personalidade da criança. Sabe-se que as crianças ao viverem seu cotidiano relacionam-se com muitas e diferentes pessoas e, de diversos modos, interiorizam valores que ao mesmo tempo vão reafirmando sua forma de compreensão do mundo. O processo de migração gera mudanças significativas nas relações familiares que são sustentadas por planos e expectativas. Para compreender o impacto da migração no contexto escolar, realizou-se revisão bibliográfica e uma pesquisa qualitativa a partir da leitura e análise de relatórios de estágio desenvolvidos em escolas públicas de Ipatinga. Os relatórios de estágio não trouxeram dados suficientes. 
Assim, a migração de figuras parentais, precisa ser um tema acolhido pela escola enquanto fenômeno impactante no desenvolvimento social e escolar da criança, detendo de práticas que atendam a essa demanda.
Palavras–chave: Migração; Família; Escola.
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THE IMPACT OF THE MIGRATION IN THE SCHOOL DEVELOPMENT IN IPATINGA
Abstract
This article has as objective investigates the impact of the migration in the school development in Ipatinga, starting from the migratory process of parental illustrations. The childhood marks the period of development of the child's personality. It is known that the children to the they live his/her daily one link with many and different people and, of several manners, they internalize values that at the same time are going reaffirming his/her form of understanding of the world. The migration process generates significant changes in the family relationships that are sustained by plans and expectations. To understand the impact of the migration in the school context, he/she took place bibliographical revision and a qualitative research starting from the reading and analysis of apprenticeship reports developed at public schools of Ipatinga. The apprenticeship reports didn't bring enough data. 
Like this, the migration of parental illustrations, needs to be a theme welcomed by the school while phenomenon impactante in the child's social and school development, stopping of practices that assist her/it that demand. 
Word-key: Migration; Family; School.
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INTRODUÇÃO
De acordo com dados da história, a migração é um fenômeno que perpassa por todas as esferas sociais, pois assistimos nos últimos anos a uma crescente mobilização da população em busca de valorização profissional e a oportunidade de se fazer fortuna em outros países, principalmente Estados Unidos, Japão e Canadá. Segundo os dados da Polícia Federal, citado por Soares (2002), cerca de 1,25 milhões de brasileiros deixaram o país e não retornaram. 
De acordo com Siqueira (2006), grande parte da população já tinha vivido uma experiência de migração interna, pois eram pessoas vindas de diferentes partes do país, em busca de melhores condições de vida. Considerando ainda que a experiência de migração interna aliada à aproximação marcante com os americanos na cidade contribuiu para a criação no imaginário popular, a idéia de que os Estados Unidos era um lugar de grandes oportunidades. Esta idéia foi um dos fatores que na década de 1980 colaborou para a formação do fluxo de imigração para os Estados Unidos.
A migração começou a ganhar força no Brasil a partir de meados dos anos 80, quando a política econômica do governo já não conseguia mais combater a inflação. Nesse momento o Brasil já não era capaz de provocar uma expectativa positiva nas pessoas quanto ao seu futuro, principalmente nos jovens. Os mesmos não acreditavam numa possível estabilidade econômica no país. Dessa forma, a falta de perspectiva futura é que impulsiona a migração, pois no país de origem não era possível garantir um padrão de qualidade de vida mediana.
O movimento migratório obteve atenção devida, quando brasileiros que se intitulavam “turistas” tentaram atravessar a fronteira e foram impedidos pelo governo local e essas notícias ganharam grande repercussão na mídia.
A cidade de Governador Valadares, atraiu a atenção, por ser o marco no crescimento do fluxo migratório, com o desenvolvimento notório no setor de construção civil e o grande número de agências de turismo que foram abertas, colocando os valadarenses no caminho da construção de uma vida dupla, pois a maioria se estruturava entre Estados Unidos e Brasil.
A partir dessas concepções, a migração no Brasil foi se revelando como um projeto da esfera econômica, familiar e afetuosa e que envolve toda a família. E nesse processo perceber como se re-organizam e como vivenciam as relações familiares implica em olhar de forma mais apurada para os filhos que não migram e que permanecem no país de origem sob o cuidado de outros membros da família, sobretudos os avós, e como este novo arranjo familiar impacta a vivência escolar e emocional na vida dessas crianças. 
A migração dos pais afeta diretamente a construção do projeto de vida dos filhos que permanecem no país de origem. Há sempre um sentimento de angústia compartilhado pelos que partem e pelos que ficam. Essa ruptura gera um desgaste no ambiente familiar e rearranjo dos papéis parentais. Moré e Queiroz, (2007, p.123) afirmam que:
A migração provoca um impacto decisivo no clico vital da família tendo as mais variadas conseqüências, tanto em termo de comportamento individual de seus integrantes, afetando o processo de saúde-doença, como em termos da configuração das relações, principalmente ressignificando – as, gerando novas referências de ação e comunicação entre os membros de um sistema familiar. 
Em caso de migração somente da parte do pai, a mãe assume a educação dos filhos e passa a administrar financeiramentee emocionalmente a casa. Quando ocorre migração por parte do pai e da mãe, os filhos se vêem sob os cuidados de avós, tios e até amigos próximos. Segundo Hulsendeger (2006):
[...] esses novos contextos familiares geram, muitas vezes, uma sensação de insegurança e até mesmo de abandono, pois a idéia de um pai e de uma mãe cuidadores dá lugar a diferentes pais e mães “gerenciadores” de filhos que nem sempre são os seus.
 
Por não reconhecerem a autoridade dos seus responsáveis, os filhos de pais ausentes acabam entrando em conflito com seus cuidadores. O sentimento gerado pela sensação de abandono, ou de liberdade, associado às transformações biopsicológicas ocorridas no período do desenvolvimento infanto-juvenil, somado às mudanças na estrutura familiar contribuem para que estes filhos se encontrem numa fase de desequilíbrio e incertezas.
Para o desenvolvimento saudável da criança é preciso uma estabilidade familiar e geralmente os novos responsáveis por essa criança não conseguem acompanhar as exigências das mesmas.
Dessa forma, a criança cria uma expectativa em relação ao país que um dia poderá viver. Elas acreditam que não precisam do conhecimento transmitido pela escola, pois este não lhe servirá de suporte em seu novo endereço.
O processo de migração é algo doloroso para a criança que se vê obrigada a viver dentro de um novo núcleo familiar. Muitas das vezes essa nova família não oferece suporte necessário às demandas trazidas pela criança. Esse desamparo afetivo acarreta diretamente no desenvolvimento escolar e pessoal da criança.
O objetivo do artigo é investigar os prejuízos que a migração pode acarretar na vida escolar da criança que vivenciou o processo de migração. O interesse em realizar esta pesquisa, deve-se ao fato, de nos últimos meses termos presenciado discursos de filhos de pais migrantes e de cuidadores, buscando entender de forma mais apurada o contexto social ao qual estão inseridos.
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2. DESENVOLVIMENTO
A pesquisa qualitativa surgiu inicialmente no selo da Antropologia e da Sociologia. Nos últimos trinta anos, ganhou espaços em áreas como a Psicologia e a Educação. É direcionada ao longo de seu desenvolvimento a não buscar enumerar ou medir eventos e, geralmente não emprega nenhum dado estatístico para a análise de seus dados; seu foco de interesse é amplo e parte de adotar uma perspectiva diferenciada dos métodos quantitativos.
Da pesquisa qualitativa fazem parte a obtenção de dados descritivos, mediante uma descrição do contato direto e interativo entre pesquisador e objeto de estudo. Nas pesquisas qualitativas é comum o pesquisador buscar entender os fenômenos, segundo a situação estudada, e a partir daí situar sua interpretação.
Godoy (1995, p.62) ressalta a diversidade existente entre os trabalhos qualitativos e enumera um conjunto de características essenciais capazes de identificar uma pesquisa desse tipo, a saber: “O ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental; o caráter descritivo; o significado que as pessoas dão as coisas e à sua vida como preocupação do investigador e o enfoque indutivo”.
Em pesquisa qualitativa, os pesquisadores ressaltam a importância do processo social e buscam visualizar o contexto e se possível criar uma relação de empatia com o objeto de estudo que resulte em uma melhor compreensão do fenômeno.
Em palavras semelhantes, Bogdan e Biklen (1994, p. 95) pontuam:
Os pesquisadores qualitativistas procuram entender o processo pelo qual as pessoas constroem significados e descrevem o que são estes. Esses autores também tomam significado como idéia chave. Depreende-se que o pesquisador qualitativista não quer explicar as ocorrências com as pessoas, individual ou coletivamente, listando e mensurando seus comportamentos ou correlacionando quantitativamente eventos de suas vidas. Porém, ele pretende conhecer a fundo suas vivências, e que representações essas pessoas têm dessas expectativas de vida.
A tarefa de coletar e analisar dados se faz extremamente laboriosa e muita energia se faz necessária para tornar os dados sistematicamente comparáveis. Além disso, as exigências de tempo para registrar e organizar os dados são grandes. 
Godoy (1995, p. 21) recomenda o uso de quatro critérios para atenuar os problemas de confiabilidade e validação de estudos qualitativos: conferir a credibilidade do material investigado, zelar pela fidelidade no processo de transcrição que antecede a análise, considerar os elementos que compõem o contexto e assegurar a possibilidade de confirmar posteriormente os dados pesquisados.
Podemos dizer que se desconhece um procedimento que possa assegurar confiabilidade absoluta a um estudo qualitativo, não podendo ignorar os problemas advindos do mesmo. 
Dentre as formas de pesquisa qualitativa, a análise de conteúdo é aquela que trabalha a fala, ou seja, a prática da língua realizada por emissores identificáveis. A análise do conteúdo tenta compreender os jogadores ou o ambiente de um determinado jogo, num momento determinado, com o contributo das partes observáveis. Toma em consideração as significações (conteúdo), eventualmente a sua forma e a distribuição destes conteúdos e formas (índices formais e análise de co-ocorrência). (BARDIN; 2009, p. 45).
A análise de conteúdo pode ser entendida como uma fase que constitui a formação de um banco de dados, ou seja, uma operação que visa representar o conteúdo de um documento de forma diferente do original, a fim facilitar uma consulta futura.
Segundo Bardin (1979, p.47), a análise documental tem por objetivo dar forma conveniente representar de outro modo essa informação, por intermédio de procedimentos de transformação. O propósito a atingir é o armazenamento sob uma forma variável e a facilitação do acesso ao observador, de tal forma que este obtenha o máximo de informação (aspecto quantitativo), com o máximo de pertinência (aspecto qualitativo). 
A análise documental acontecerá a partir da leitura dos relatórios de estágio, sendo parte da disciplina de estágio V – práticas nas instituições escolares, do sétimo período da grade curricular do curso de graduação em Psicologia da Faculdade Pitágoras, no segundo semestre do ano de 2009, a partir dos dados relatados por crianças da rede pública de ensino que vivenciaram o processo de migração, e pesquisa bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica realizada focou os temas: migração, família e escola.
É importante o uso de documentos pessoais na construção de uma pesquisa qualitativa, pois serve como uma fonte de descrição e revela como as pessoas pensam acerca do mundo. Esses documentos geralmente são solicitados pelo investigador ao sujeito.
De acordo com Allport (1942) citado por Bogdan e Biklen (1994), o objetivo é recolher este tipo de material e obter provas detalhadas de como as situações sociais são vistas pelos seus atores e quais os significados que vários fatores têm para os participantes. 
Dois tipos de documentos podem ser submetidos à análise:
Documentos naturais, produzidos espontaneamente na realidade (tudo que é comunicação);
Documentos suscitados pelas necessidades de estudo (por exemplo: respostas a questionários de inquéritos, testes, experiências, etc.).
Segundo Bardin (1979, p.42):
Qualquer análise de conteúdo visa, não o estudo da língua ou da linguagem, mas sim a determinação mais ou menos parcial do que chamaremos as condições de produções dos textos, que são o seu objeto. O que tentamos caracterizar são estas condições de produção e não os próprios textos. O conjunto de condições de produção constitui o campo das determinações dos textos.
As condições de produção dos textos podem ser entendidas como sendo as variáveis psicológicas do indivíduo emissor, variáveis sociológicas e culturais, variáveis relativas à situação de comunicação ou do contexto de produção da mensagem.
As situações nas quais pode se verificar o contato entre o pesquisador e o sujeito se tornam materialindispensável na análise. Registrar o modo como são estabelecidos os contatos, o local, a postura do pesquisador e demais características fornecem elementos significativos para a compreensão do problema a ser investigado.
Assim, a partir dos relatos do relatório de estágio V – prática em instituições escolares, e do conteúdo obtido por meio da revisão bibliográfica é que iremos construir hipóteses e reflexões, que poderão gerar discussões acerca do processo migratório e da sua influência direta na representação familiar e na vida escolar da criança.
DISCUSSÃO
Historicamente, a migração é um fenômeno que permeia a população brasileira e a população de todo o mundo. Vivemos em um contexto de uma crescente mobilidade social interna, evidenciada pelos fluxos migratórios, o qual pode ser definido como um processo dinâmico, complexo e que provoca um impacto no contexto familiar e escolar. Segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU), citadas por Soares (2002), o número de migrantes internacionais tem crescido a uma taxa de 1,9 % ao ano, totalizando cerca de 120 milhões de pessoas migrando no mundo todo.
Os países que recebem os migrantes se tornam atraentes, porque oferecem melhores condições de salários e propostas de trabalhos, além de uma economia em potencial desenvolvimento. O processo migratório brasileiro ganhou proporções imensuráveis a partir da década de 1980, com a formação de um imaginário popular, onde os Estados Unidos era o lugar das grandes oportunidades.
Durante esse período o Brasil já havia deixado de ser um país capaz de oferecer uma expectativa positiva à população quanto ao seu futuro. A população sentia-se desacreditada de uma possível estabilidade econômica do país. A falta de recursos e de perspectiva futura é que impulsionou a migração, pois não era possível garantir um padrão de vida e oferecer um futuro mais ameno para os filhos, assim, não restava outra alternativa a não ser buscar solução em países onde essa possibilidade existisse.
A exclusão social da esfera produtiva é caracterizada por Paugam (1999), como “trajetória de perdas”, em que questões econômicas (desemprego prolongado, dificuldades de acesso a uma renda estável que possibilite uma perspectiva de melhoria da qualidade de vida) associam-se às questões socioculturais e afetivas (fragilização dos vínculos e da sociabilização).
O projeto do migrante é ir de encontro a um país com uma economia solidificada, ganhar dinheiro e retornar a cidade de origem. No decorrer deste trajeto o membro da família se ausenta por longos anos e isso acaba trazendo conseqüências graves. Esta ruptura causa desgastes na dinâmica familiar, principalmente se é deixado para traz o cônjuge ou filhos. 
A migração aparece, então, como uma alternativa ao resgate da qualidade de vida. Mas por um lado, Vicente (2004) reforça a discussão acima quando afirma que a insegurança presente nas relações familiares reflete a insegurança econômica da provisão dos recursos à sobrevivência da família.
A justificativa usada pelos brasileiros, de “melhorar a qualidade de vida”, nada mais é que “viver melhor” de acordo com a concepção americana do termo, onde seu modelo de padrão de vida ideal resume-se ao consumo e a um desenvolvimento tecnológico. Os brasileiros buscam nos Estados Unidos apenas aumento de renda e ascensão pessoal.
Ainda na década de 1990, os brasileiros continuavam sendo impulsionados a migrar, pois o país vivia um momento de aumento da taxa de juros, aumento do desemprego e queda na produção. Pode-se destacar que o processo de migração brasileira se dá em função do fator econômico, melhores salários, maior oferta de empregos e oportunidades para si e para os filhos. Mas o processo migratório não pode ser reduzido apenas à esfera econômica, existe por trás uma ideologia vigente, a fim de permitir uma compreensão mais profunda da perspectiva de seus atores.
Outra cidade brasileira marcada por grande fluxo migratório para o exterior é Ipatinga, próxima a Governador Valadares, situada no Vale do Aço, em Minas Gerais, tem uma população de aproximadamente 250.000 habitantes. O nome nasceu de uma junção de radicais de palavras, sendo ipa (de Ipanema) e tinga (de Caratinga), que em tupi – guarani significa “Pouso de Água Limpa”.
A economia da cidade é marcada pela siderúrgica – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) e pelo comércio, sendo que a migração nesse contexto surge como forma de aumentar a renda. 
A privatização das empresas locais e a redução de pessoal com o programa de demissão voluntária (P.D.V.) foi o marco deflagrador no processo migratório de moradores de Ipatinga. Para eles o que importava era a tentativa de uma vida melhor. Para Martes (1999, p.56) apud Souza (2008, p. 22):
Em relação ao Vale do Aço, é a segunda região do Estado com o maior número de brasileiros migrantes [...] Os habitantes de Ipatinga, bem como das pequenas cidades no entorno tiveram reduzidas suas chances de obter emprego na Usiminas, indústria ao redor da qual a cidade se formou. Em apenas dois anos a Usiminas reduziu de 13.000 para 10.500 o seu quadro de funcionários. O processo de redução da força de trabalho vem paulatinamente se intensificando na década de 90. 
Uma característica importante da migração em Ipatinga, é que ela se tornou um projeto familiar, pois é construído em conjunto por todos os membros que recolhem o dinheiro e enviam para a cidade de origem, como forma de investimento, para o pagamento de dívidas e para os cuidadores dos filhos, familiares ou cônjuges que ficaram.
Emigrar para os ipatinguenses significa mais que uma viagem e sim um negócio, onde os filhos e cônjuges são obrigados a pagar pelo preço desse empreendimento. Mas logo essa dívida afetiva vem em forma de compensação, ou seja, a concretização dos sonhos materiais da família. Esse sonho projetado pela família só se torna pesadelo quando o migrante não consegue acumular riqueza suficiente que justifique seu retorno ou ao retornar a cidade natal acaba voltando em situação pior do que a da sua época de partida.
Dessa forma, os inúmeros motivos que levaram os brasileiros a migrar influenciaram diretamente nas expectativas e desejos das famílias envolvidas, entendida aqui como uma reinvenção da identidade e do arranjo familiar, ou seja, os sentidos que as famílias trazem consigo acerca do processo migratório de seus membros e que não podem ser ignorados nesse momento de transformação social.
Na História, a família apresenta-se primeiro como uma relação espontânea e natural, que depois, vai se diferenciando até chegar à moderna monogamia e, em virtude desse processo de diferenciação, cria uma área distinta, que é a das relações privadas. É definida como uma multiplicidade de pessoas unidas pelo matrimônio, laços de sangue ou de adoção, que constituem, no seu conjunto, um único núcleo de convivência doméstica, sujeito a influências recíprocas e, de acordo com os seus papéis específicos na sociedade, são entre si como marido e esposa, mãe e pai, filho e filha, irmão e irmã.
Para a Sociologia, historicamente, os casamentos caracterizaram-se pela necessidade de estabelecer laços sociais e econômicos com outros grupos externos, seja por questões econômicas, seja para construir relacionamentos entre comunidades para manter a paz. (LEVI-STRAUSS, 1982). 
Após muitas mudanças nas configurações familiares, os diversos modelos de família têm sofrido ressignificações. Atualmente, a família é caracterizada como uma unidade socializadora, na qual as principais atribuições concentram-se na formação da personalidade dos seus personagens. A função básica da família estaria na socialização das crianças, acentuando-se, assim, a discussão sobre a importância do papel dos pais no desenvolvimento infantil, contudo, a família pode ser considerada um grupo social que está vinculado à função econômica, em questões como divisão sexual dos papéis e reprodução da força de trabalho. 
De acordo com Sartir (2004, p. 120), “a famíliaé detentora da função de dar sentido às relações entre os indivíduos e servir de espaço de elaboração das experiências vividas”.
Segundo Vaistman (1994, p. 190):
A família, empurrada pela dinâmica da mudança, está longe de ter desaparecido. Assumiu novas formas, tornou-se plástica, flexível, fazendo e refazendo seus limites com freqüência. O que era desvio há duas décadas difundiu-se, institucionalizou-se e passou a conviver com institucionalidades já existentes. A heterogeneidade legitimou-se como um dominante cultural também no campo da família.
A família é um contexto marcado por expectativas e desejos que são traduzidos em perspectivas de futuro na vida social, financeira, escolar e dentre outros. Todavia, a família se configura para a criança como um local onde os valores e representações sociais são inerentes ao seu desenvolvimento, um espaço onde ela se afirma e vai construindo sua identidade.
A migração dos pais afeta diretamente a construção do projeto de vida dos filhos que permanecem no país de origem. Segundo Mota (1999, p. 132), as crianças sofrem prejuízos biológicos, psicológicos e sociais e ficam muito apegadas a coisas materiais, que os pais enviam como presentes e agrados, com o objetivo de suprir a ausência. E esses prejuízos sofridos serão expressos em todos os contextos em que a criança esteja inserida, e um deles é a escola.
Essa discussão sobre migração, re-configuração familiar e o impacto desses fatores no desenvolvimento escolar da criança, ainda é um tema que necessita pesquisas posteriores, pois acredita-se que é no âmbito da família que sofreu migração que se dá as inúmeras queixas trazidas pelos cuidadores acerca dos comportamentos apresentados pelas crianças. Acredita-se que o problema remete da falta de uma estrutura familiar sólida. Falta esta, dos pais que migraram.
A família, ao longo da história vem passando por inúmeras transformações, desde a Revolução Industrial até os dias atuais com o processo de modernização. Essas transformações ajudam a explicar porque os papéis parentais foram invertidos, sendo que valores, estilo de vida, relações estáveis e ligação com pessoas ganharam um contorno irregular influenciando no modelo de família idealizada pela criança. 
Para Sartir (2004, p. 124):
A importância fundamental da família para o jovem está precisamente nessa possibilidade de manter o eixo de referências simbólicas que a família representa – como lugar de afetividade e, assim, como palco de conflitos – e que nesse momento, mais radicalmente ainda do que em outros momentos do ciclo da vida familiar, precisa abrir espaço para o outro, justamente para continuar a ser ponto de referência.
A crise que assombra várias famílias é de origem social e não é possível negá-la ou liquidá-la como simples sintoma de degeneração ou decadência. Hoje, num mundo em que a capacidade técnica e a eficiência, diante de qualquer situação, começam a ser fatores decisivos para a sorte de cada indivíduo e quando a propriedade burguesa perdeu todo o conteúdo ou foi destruída, o conceito de herança foi esvaziado de todo o sentido.
Segundo Brasil (2006, p.65), “as crianças são colocadas em situações de risco, uma vez que são criadas por parentes, sem a presença dos pais e orientações deles para a vida”.
Nesse sentido, e procurando compreender como o processo de migração afeta no desenvolvimento escolar das crianças é que se buscou uma proposta de pesquisa qualitativa com a análise documental de relatórios do Estágio V – Prática nas Instituições Escolares; disciplina ofertada pela Faculdade Pitágoras no Campus do Vale do Aço no Curso de Graduação em Psicologia, e revisão bibliográfica.
Foram lidos cinco relatórios de estágio em escolas públicas de Ipatinga, sendo que estes trouxeram poucos dados acerca do impacto da migração no desenvolvimento escolar, considerando assim, que este contexto até o momento não constituía importância significativa dentro do processo de desenvolvimento social da criança. Foram encontrados relatos sucintos e superficiais, acerca do desejo que a criança expressa sobre o modelo de família que ela idealizou e sobre como a escola lida com as mudanças trazidas pela migração que afetam de forma diretiva no desenvolvimento da criança no âmbito escolar.
Após a revisão bibliográfica e a análise documental, percebeu-se que a sociedade vive uma era de culto ao novo, do consumismo e da ruptura com alguns valores e estruturas antigas. E é nesse contexto de inovação que a criança se encontra no processo migratório dos pais, ou seja, o sentimento de abandono, o desamparo e a ausência de figuras parentais, são compensados com bens materiais.
Hipoteticamente, a migração gera significativas mudanças nas relações familiares que são sustentadas por planos e expectativas em relação ao futuro de todos os membros, especialmente, o dos filhos. A ausência dos pais é justificada pela possibilidade de melhores condições de vida e promessas de um futuro melhor, e essa construção de projetos relaciona-se com a educação, especificadamente com a escolarização.
A migração aparece com um novo estresse ao sistema familiar, uma vez que a mesma não faz parte do ciclo da vida familiar e ainda promove mudanças nas relações.
Segundo Brasil (2006, p.72), “o poder do dinheiro estraga as crianças, pois, muitas vezes se tornam consumistas, pelos próprios pais que enviam presentes e dinheiro para suprir a ausência afetiva”.
A ausência dos pais em decorrência da migração enfraqueceu os laços afetivos entre pais e filhos, que antes eram marcados pela presença deles e agora são caracterizados pela falta. O cuidador assumiu esse lugar de falta, seja em termos de função ou de sentimento, não deixando para as crianças um saldo positivo numa relação custo/benefício; ao contrário deixa graves seqüelas nas relações entre crianças e cuidadores, que posteriormente virão a influenciar no desempenho escolar.
De acordo Mandelbaum (2010), o estudante que está vivendo uma situação angustiante em casa, muitas vezes pede socorro na escola. O educador tem de ser sensível a isso porque nem sempre é explícito. Ao vê-lo triste, angustiado, malcuidado ou apresentando queda no rendimento, é preciso acolhê-lo e ajudá-lo. O primeiro passo é tentar a aproximação, com a abertura de um espaço de escuta. Ele vai se sentir melhor ao perceber que tem alguém com quem conversar que está interessado nele e pelo que está passando.
A migração contribui para o surgimento de novos conflitos entre a família, gerando uma conseqüente discussão sobre os papéis parentais exercidos por cada membro. Aquela migração concebida em conjunto pela família se rompe desestabilizando os laços afetivos. Dentre esses membros, tem as crianças, cuja personalidade está em desenvolvimento e que interfere na sua forma de ver a família e de conceber o mundo.
O processo migratório gerou uma situação de desamparo, pois se perdeu o modelo de referência de família. Dessa forma as crianças idealizam uma família, como se os membros que migrassem se tornassem um “porto seguro” à distância.
Acredita-se que essa discussão acerca da migração e das alterações no modelo estrutural familiar, pode ser apontada como uma das causas dos problemas escolares, pois as crianças alimentam o sonho de um dia viverem em outro país. O desempenho escolar no Brasil, de nada servirá, pois em pouco tempo estarão inseridos em uma nova cultura, com um novo padrão de vida e um novo idioma. Elas não precisam do conhecimento transmitido pela escola, pois este não lhe servirá de suporte em seu novo endereço.
Assim, a escola, apresenta-se ao aluno como uma instituição massante, agressiva e preconceituosa, com normas enraigadas e que barra a criança de poder expressar seus desejos e angústias. A criança aproveitará da situação para fazer tudo o que desejar, pois os referenciais que ela busca no mundo externo são essenciais no processo de construção de sua personalidade.
Dessa forma, considera-se que para o desenvolvimento saudável da criançaé preciso uma estabilidade na dinâmica familiar, sendo que os novos cuidadores não conseguem responder positivamente a demanda destas crianças. O processo migratório é algo doloroso para a criança, que passa a ocupar um novo núcleo familiar, e esse desamparo afetivo acarreta diretamente no desenvolvimento escolar.
A linguagem e as perspectivas dos alunos assentam sobre as formações culturais das quais eles vêm se inserindo a partir das mudanças no contexto familiar. O saber intercalado ao termo fracasso escolar deve se entendido com uma situação temporal vivida pela criança. Muitas escolas desconhecem que seus alunos são filhos de pais migrados e não oferecem uma prática em relação à migração.
Percebe-se que os estudantes que apresentam alguma dificuldade, seja na aprendizagem ou na socialização, são taxados de preguiçosos, indisciplinados, alunos-problema. Os educadores que fazem essa leitura negativa de seus alunos limitam e reforçam a idéia de que o Brasil é um país que não oferece oportunidades de um futuro melhor.
A escola por sua vez, encontra dificuldades de promover uma adequada socialização das crianças e não dispõe de mecanismos para intervir nessa realidade. Os educadores precisam levar em consideração o sentido que a escola tem para estes alunos. Não para se adaptar, ou moldar, mas para propor práticas que problematizem o contexto da migração.
Percebe-se que a principal preocupação dos filhos que não migraram, é migrar para países do exterior, o que pode vir a ser uma explicação para o desinteresse que muitos apresentam pelo saber sistematizado oferecido pela escola.
De acordo com Paula e Vilarino (2007, p. 12), é freqüente a presença de alterações no comportamento escolar dos alunos filhos de pais migrantes. As alterações estão relacionadas com a emigração destes pais e com a dificuldade dos novos responsáveis acompanharem as exigências e necessidades escolares ou mesmo afetivas das crianças. O estudante passa a ser relacionar com o saber escolar de uma forma não convencional, comprometendo os resultados esperados.
Assim, acredita-se que a Psicologia, enquanto ciência investigativa possa vir a proporcionar melhor apreensão desse fenômeno que se apresenta e possa facilitar a comunicação sobre as relações entre família e escola no que tange à migração.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A migração é um fenômeno social, devido às mudanças provocadas pela modernização da sociedade, o que implica no comprometimento do orçamento financeiro de muitas famílias. Mas não podemos deixar de considerar que a migração não é um fenômeno isolado e não se detém apenas ao fator econômico. Os países desenvolvidos recrutam brasileiros apenas para desenvolver o fluxo de capital, ou seja, exercer trabalhos domésticos, prostituição, serviços pesados e etc.
Essa transformação provoca na criança uma sensação de desamparo, pois perde o modelo e a referência de família. Essas mudanças no sistema familiar trazem à tona os conflitos latentes demonstrando a insatisfação com os lugares impostos pelos cuidadores ao substituírem os pais.
Dessa forma, a migração contribui para a deflagração de conflitos nessa nova estrutura familiar, pois a criança ao sentir-se valorizada pela sociedade atual irá conviver com os ganhos e as perdas dos pais que migraram. O distanciamento físico dos pais tende a comprometer o equilíbrio e o desenvolvimento normal da criança.
Os profissionais da educação precisam levar em consideração o sentido que a escola tem para esses alunos, pois acredita-se que a influência escolar somará de forma positiva ou negativa nas escolhas futuras da criança.
Cabe a escola evidenciar esse processo migratório e incluir estes alunos, através de um atendimento diferencial, visando minimizar os possíveis reflexos causados pela migração dos pais. A escola precisa deixar de lado uma postura preconceituosa e repensar seus valores, desmistificando como único o modelo de família. 
Dessa forma, acredita-se que o tema escola e migração ainda é um assunto que necessita de pesquisas futuras, pois se constatou que os relatórios não abordaram claramente a temática, ou seja, ela não constituiu assunto de interesse. Sugerem-se novas pesquisas acerca da migração no contexto escolar e de temas que abordem as relações familiares com o migrante após o retorno.
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REFERÊNCIAS�
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