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GRENVILLE ANTONIO SOUZA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO BRANCO - AC 
2017 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA INTERAÇÃO DE ISOLADOS DE 
TRICHODERMA SPP. COM RHIZOCTONIA SPP. IN VITRO 
 
 
GRENVILLE ANTONIO SOUZA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA INTERAÇÃO DE ISOLADOS DE 
TRICHODERMA SPP. COM RHIZOCTONIA SPP. IN VITRO 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Engenharia Agronômica, Centro de Ciências 
Biológicas e da Natureza, Universidade 
Federal do Acre, como parte das exigências 
para obtenção do título de Engenheiro 
Agrônomo. 
Orientador: Dr. Rivadalve Coelho Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
RIO BRANCO – AC 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus familiares, 
Pelo carinho e amor 
Dedico. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus autor da vida e dono de tudo que me deu forças para poder 
chegar até aqui. 
 Aos meus pais José Jerôncio e Maria do Socorro por todo apoio. 
 Aos meus amigos e colegas que a Engenharia Agronômica me presenteou 
Priscila Batistela, Raiury Santos, Dayanne Fonteneles por todo incentivo nos 
momentos de dificuldades. 
 Ao meu orientador Dr. Rivadalve Coelho Gonçalves pela orientação e 
aprendizado. 
 Aos professores do Curso de Engenharia Agrônomica por me apresentarem o 
que é ser um Engenheiro Agronômo. 
 A professora Sandra Ribeiro por todo incentivo. 
 Aos que me ajudaram na realização desse trabalho Paulo Macedo e Giovanna 
Teixeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corra, lute, busque, 
Mas nunca desista de seus sonhos 
 
Autor desconhecido 
 
 
RESUMO 
 
O fungo Rhizoctonia solani causa importantes doenças nas plantas cultivadas no 
Acre. Em seringueira (Hevea spp.) o fungo causa a mancha-areolada, principalmente, 
no jardim clonal de viveiro, além de causar doenças e provocar a perda de biomassa 
em amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. BRS Mandobi) e braquiária (Brachiaria 
brizantha cv. Marandu), dentre outras espécies. Produtos biológicos poderão compor 
os métodos de controle dessas doenças. O controle biológico é uma alternativa para 
a sustentabilidade da produção com qualidade elevada. Com o objetivo de avaliar a 
interação de isolados de Trichoderma spp. obtidos de diferentes órgãos de plantas 
cultivadas no Acre e matéria orgânica do solo a partir do horizonte O de floresta 
primária, florestas plantadas de seringueira, de eucalipto e pastos com braquiária, 
com isolados de Rhizoctonia spp. obtidos de Hevea brasiliensis, Arachis pintoi cv. 
BRS Mandobi e Brachiaria brizantha cv. Marandu foi realizado este trabalho. Os 
resultados obtidos, mostraram que houve interação diferencial entre isolados de 
Trichoderma spp. e isolados de Rhizoctonia spp., sendo que, para os isolados de 
Rhizoctonia spp. CMEA230, obtido de A. pintoi cv. BRS Mandobi, CMEA231, obtido 
de Brachiaria brizantha cv. Marandu e CMEA254, obtido de Hevea brasiliensis, o 
isolado de Trichoderma spp. mais eficiente, com menor nota de Índice de Colonização 
do Meio de Cultura, ICM, foi o CMEA252, não diferindo estatisticamente do isolado de 
Trichoderma spp. CMEA250 contra o isolado de Rhizoctonia spp. CMEA254, pelo 
teste Tukey a 5% de probabilidade. Na análise de agrupamento de médias pelo teste 
Scott-Knott o isolado CME252 também foi mais eficiente, com menor ICM no 
pareamento com Rhizoctonia spp. CMEA230, CMEA231 e CMEA254. Para os 
isolados de Rhizoctonia spp. CMEA230, CMEA231 e CMEA254, os isolados de 
Trichoderma spp., CMEA185, CMEA207, CMEA218, CMEA234 e CMEA252 
reduziram o Número de Escleródios produzidos pelo patógeno, NESC, mas para 
Rhizoctonia spp. CMEA231 as médias de todos os tratamentos não diferiram 
estatisticamente de três e, para Rhizoctonia spp. CMEA254, as médias dos 
tratamentos, com exceção da média do CMEA200, não diferiram de zero pelo teste 
Tukey a 5% de probabilidade. Pelo teste Scott-Knott os isolados de Trichoderma spp. 
CMEA185, CMEA204, CMEA206, CMEA216, CMEA218 e CMEA252 pertencem ao 
grupo 1 de isolados que propiciaram baixo Número de Escleródios para os três 
isolados de Rhizoctonia spp. O número total de isolados de Trichoderma spp. reunidos 
 
 
neste grupo foi 22, 12 e 19 para Rhizoctonia spp. CMEA230, CMEA231 e CMEA254 
respectivamente. O estudo da interação permitiu agrupar os isolados de Trichoderma 
spp. em classes de antagonismo formadas pela combinação da amplitude do ICM, da 
sobrevivência do patógeno no disco de micélio utilizado como inóculo inicial e do 
Número de Escleródios produzidos pelo patógeno no meio de cultura. A quantidade 
de isolados de Trichoderma spp. por isolado de Rhizoctonia spp. e por classe de 
antagonismo foi variável neste estudo, sendo possível constatar dois, um e 13 
isolados na classe Alto Muito Agressivo, AMA, para Rhizoctonia spp. CMEA230, 
CMEA231 e CMEA254 respectivamente. 
 
Palavras-chave: antagonismo, fitopatologia, patologia florestal, controle biológico, 
doenças de plantas, controle de doenças, produto biológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The fungus Rhizoctonia solani causes important diseases in plants grown in Acre. In 
rubber tree (Hevea spp.), the fungus causes the target leaf spot, mainly in the clonal 
nursery garden, and cause disease the loss of biomass in Arachis pintoi (cv. BRS 
Mandobi) and brachiaria (Brachiaria brizantha cv. Marandu), among other species. 
Biological products may comprise methods of controlling these diseases. Biological 
control is an approach for the sustainability of production with high quality. In order to 
evaluate the interaction of Trichoderma spp. obtained from different organs of plants 
grown in Acre and organic matter from O horizon of the soil from the amazonian 
primary forest, planted forest of rubber tree, eucalyptus and pasture with brachiaria, 
with Rhizoctonia spp. obtained from Hevea brasiliensis, Arachis pintoi cv. BRS 
Mandobi and Brachiaria brizantha cv. Marandu was carried out this work. The results 
showed that there was a differential interaction between Trichoderma spp. and isolated 
from Rhizoctonia spp., and for Rhizoctoniaspp. CMEA230, obtained from A. pintoi cv. 
BRS Mandobi, CMEA231, obtained from Brachiaria brizantha cv. Marandu and 
CMEA254, obtained from Hevea brasiliensis, the Trichoderma spp. more efficient, with 
lower Culture Medium Settlement Index, MSI, was the CMEA252, not statistically 
different from the Trichoderma spp. CMEA250 against the isolate of Rhizoctonia spp. 
CMEA254, by the Tukey test at 5% probability. In the cluster analysis of the means by 
the Scott-Knott test the isolate CME252 was also more efficient, with lower MSI in the 
pairing with Rhizoctonia spp. CMEA230, CMEA231 and CMEA254. For the isolates of 
Rhizoctonia spp. CMEA230, CMEA231 and CMEA254, the isolates of Trichoderma 
spp., CMEA185, CMEA207, CMEA218, CMEA234 and CMEA252 reduced the number 
of sclerotia produced by the pathogen, NSC, but for Rhizoctonia spp. CMEA231 the 
means of all treatments did not differ statistically from three and, for Rhizoctonia spp. 
CMEA254, the means of treatments, with the exception of the mean of the CMEA200, 
did not differ from zero by the Tukey test at 5% of probability. By Scott-Knott test the 
isolates of Trichoderma spp. CMEA185, CMEA204, CMEA206, CMEA216, CMEA218 
and CMEA252 belong to group 1 of isolates that provided the low number of sclerotia 
for the three isolates of Rhizoctonia spp. The total number of Trichoderma spp. in this 
group was 22, 12 and 19 for Rhizoctonia spp. CMEA230, CMEA231 and CMEA254 
respectively. The interaction study allowed to group the isolates of Trichoderma spp. 
in classes of antagonism formed by the combination of the MSI amplitude, the survival 
 
 
of the pathogen in the mycelial disc used as initial inoculum and the number of sclerotia 
produced by the pathogen in the culture medium. The amount of Trichoderma spp. by 
isolate of Rhizoctonia spp. and by class of antagonism was variable in this study, being 
possible to verify two, one and 13 isolates in the class High Very Aggressive, HVA, for 
Rhizoctonia spp. CMEA230, CMEA231 and CMEA254 respectively. 
 
Key words: antagonism, phytopathology, forest pathology, biological control, plant 
disease, disease control, biological product 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Taxonomia de Rhizoctonia solani e Thanatephorus cucumeris. ............. 26 
Tabela 2 - Taxonomia de Hypocrea rufa e Trichoderma spp. .................................. 28 
Tabela 3 - Fungicidas a base de Trichoderma spp. disponíveis no mercado brasileiro.
 ............................................................................................................... 33 
Tabela 4 - Escala numérica descritiva para a classificação do antagonismo de 
Trichoderma spp. por Índice de Colonização do Meio de Cultura adaptado 
de Bell et al., (1982). .............................................................................. 39 
Tabela 5 - Classes de antagonismo formadas pela combinação da amplitude do Índice 
de Colonização do Meio de Cultura, sobrevivência do patógeno e Número 
de Escleródios. ....................................................................................... 41 
Tabela 6 - Códigos, órgãos vegetais e plantas utilizadas no isolamento de Rhizoctonia 
spp. ........................................................................................................ 44 
Tabela 7 - Análise de correlação linear de Pearson para o Experimento 1 de acordo 
com os códigos da Tabela apêndice B. .................................................. 47 
Tabela 8 - Análise de correlação linear de Pearson para o experimento 2 de acordo 
com os códigos da Tabela apêndice B. .................................................. 48 
Tabela 9 - Análise de correlação linear de Pearson para o conjunto total de dados de 
acordo com os códigos da Tabela apêndice B. ...................................... 48 
Tabela 10 - ANOVA antecedente para o cálculo dos resíduos para o experimento 1 - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) de acordo com 
os códigos da Tabela apêndice B. ......................................................... 49 
Tabela 11 - Testes de normalidade do erro - variável Índice de Colonização do Meio de 
Cultura (ICM) - experimento 1. .................................................................. 50 
Tabela 12 - Teste de homogeneidade de variância - variável Índice de Colonização do 
Meio de Cultura (ICM) - experimento 1. ................................................. 51 
Tabela 13 - Análise de variância discriminando os fatores - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 1. ........................ 52 
Tabela 14 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA230 - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 1.
 ............................................................................................................... 53 
Tabela 15 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA230 - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 1. ........................ 54 
 
 
Tabela 16 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA231 - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 1 
de acordo com os códigos da Tabela apêndice B. ................................. 54 
Tabela 17 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA231 - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 1. ........................ 55 
Tabela 18 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA254 - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 1.
 ............................................................................................................... 56 
Tabela 19 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA254 - experimento 1 - variável 
- Índice de Colonização do Meio de Cultura. .......................................... 57 
Tabela 20 - Análise de variância - variável Índice de Colonização do Meio de Cultura 
(ICM) - experimento 1. ............................................................................. 58 
Tabela 21 - Teste de Tukey - variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) - 
experimento 1. ........................................................................................ 59 
Tabela 22 - Análise de resíduos - variável Número de Escleródios (NESC) - experimento 1.
 ............................................................................................................... 60 
Tabela 23 - Testes de normalidade do erro - variável Número de Escleródios (NESC) 
- experimento 1. .................................................................................... 61 
Tabela 24 - Teste de homogeneidade de variância - variável Número de Escleródios 
(NESC) - experimento 1. ....................................................................... 61 
Tabela 25 - Análise de variância discriminando os fatores - variável Número de 
Escleródios (NESC) - experimento 1. .................................................... 63 
Tabela 26 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA230 - 
variável Número de Escleródios (NESC) - experimento 1. ................... 64 
Tabela 27 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA230 - variável Número de 
Escleródios (NESC) - experimento 1. .................................................... 65 
Tabela 28 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA231 - 
variável Número de Escleródios (NESC) - experimento 1. .................... 66 
Tabela 29 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA231 - variável Número de 
Escleródios(NESC) - experimento 1. ..................................................... 66 
Tabela 30 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA254 - 
variável Número de Escleródios - experimento 1. .................................. 67 
Tabela 31 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA254 - variável Número de 
Escleródios - experimento 1. .................................................................. 68 
 
 
Tabela 32 - Análise de variância discriminando os fatores - variável Número de 
Escleródios (NESC) - experimento 1. ..................................................... 69 
Tabela 33 - Teste de Tukey para variável Número de Escleródios (NESC) - 
experimento 1. ........................................................................................ 70 
Tabela 34 – ANOVA antecedente para o cálculocálculo dos resíduos - variável Índice 
de Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 2 de acordo com 
os códigos da Tabela apêndice B. ......................................................... 71 
Tabela 35 - Teste de normalidade do erro - variável Índice de Colonização do Meio de 
Cultura (ICM) - experimento 2 de acordo com os códigos da Tabela 
apêndice B. ............................................................................................ 72 
Tabela 36 - Teste de homogeneidade de variância - variável Índice de Colonização do 
Meio de Cultura (ICM) - experimento 2. ................................................. 73 
Tabela 37 - Análise de variância discriminando os fatores - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 2 de acordo com os 
códigos da Tabela apêndice B. .............................................................. 74 
Tabela 38 - Análise de variância discriminando os fatores para Rhizoctonia spp. - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 2 
de acordo com os códigos da Tabela apêndice B. ................................. 75 
Tabela 39 - Teste de Tukey discriminando o fator Trichoderma spp. para Rhizoctonia 
spp. CMEA230 - variável Índice de Colonização do Meio de Cultura 
(ICM) - experimento 2. 76 
Tabela 40 - Análise de variância discriminando os fatores para Rhizoctonia spp. 
CMEA230 - variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) - 
experimento 2. ........................................................................................ 77 
Tabela 41 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA230 - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 2. ........................ 77 
Tabela 42 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA231 - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 2.
 ............................................................................................................... 78 
Tabela 43 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA231 - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 2 de acordo com os 
códigos da Tabela apêndice B. .............................................................. 79 
 
 
Tabela 44 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA254 - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 2.
 ............................................................................................................... 80 
Tabela 45 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA254 - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) - experimento 2. ........................ 81 
Tabela 46 - Análise de variância - variável Índice de Colonização do Meio de Cultura 
(ICM) - experimento 2. ........................................................................... 82 
Tabela 47 - Teste de Tukey para antagonismo - variável Índice de Colonização do 
Meio de Cultura (ICM) - experimento 2. ................................................. 82 
Tabela 48 – ANOVA antecedente ao cálculo dos resíduos - variável Número de 
Escleródios (NESC) - experimento 2. ..................................................... 84 
Tabela 49 - Testes de normalidade do erro - variável Número de Escleródios (NESC) 
- experimento 2. ..................................................................................... 85 
Tabela 50 - Homogeneidade de variância - variável Número de Escleródios (NESC) - 
experimento 2. ........................................................................................ 85 
Tabela 51 - Análise de variância - variável Número de Escleródios (NESC) - 
experimento 2. ........................................................................................ 87 
Tabela 52 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA230 - 
variável Número de Escleródios (NESC) - experimento 2 de acordo com 
os códigos da Tabela apêndice B. ......................................................... 88 
Tabela 53 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA230 - variável Número de 
Escleródios (NESC) - experimento 2. ..................................................... 89 
Tabela 54 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA231 - 
variável Número de Escleródios (NESC) - experimento 2. ..................... 89 
Tabela 55 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA231 - variável Número de 
Escleródios (NESC) - experimento 2. ..................................................... 90 
Tabela 56 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA254 - 
variável Número de Escleródios (NESC) - experimento 2. ..................... 91 
Tabela 57 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA254 - variável Número de 
Escleródios (NESC) - experimento 2. ..................................................... 92 
Tabela 58 - Análise de variância discriminando os fatores - variável Número de 
Escleródios (NESC) - experimento 2. ..................................................... 93 
Tabela 59 - Teste de Tukey - variável Número de Escleródios (NESC) - experimento 
2. ............................................................................................................ 93 
 
 
Tabela 60 - Razão de variâncias para o experimento 1 e 2, variáveis (IC) e (NESC.).
 ............................................................................................................... 94 
Tabela 61 - Análise de variância para a variável dependente Índice de Colonização do 
Meio de Cultura (ICM) do conjunto total de dados de acordo com os 
códigos da Tabela apêndice A. .............................................................. 95 
Tabela 62 - Testes de normalidade do erro - variável Índice de Colonização do Meio 
de Cultura (ICM) do conjunto total de dados de acordo com os códigos da 
Tabela apêndice A. ............................................................................... 96 
Tabela 63 - Análise de variância - variável Índice de Colonização do Meio de Cultura 
(ICM) do conjunto total de dados. .......................................................... 96 
Tabela 64 - Análise de homogeneidade de variância - variável Índice de Colonização 
do Meio de Cultura (ICM) do conjunto total de dados de acordo com os 
códigos da Tabela apêndice A. ............................................................. 97 
Tabela 65 - Análise de variância discriminando os fatores principais e de interação - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) do conjunto total 
de dados................................................................................................. 97 
Tabela 66 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA230 - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) do conjunto total 
de dados de acordo com os códigos da Tabela apêndice A. ................ 99 
Tabela 67- Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA230 - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) do conjunto total de dados. ..... 100 
Tabela 68 - Análise de variância precedente ao Scott-Knott para Rhizoctonia spp. 
CMEA230 – variável ICM dos dados da Tabela em apêndice . ........... 101 
Tabela 69 - Teste de agrupamento de médias de Scott-Knott para Rhizoctonia spp. 
CMEA230 – variável ICM dos dados da Tabela em apêndice A. ......... 101 
Tabela 70 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA231 - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) do conjunto total 
de dados............................................................................................... 102 
Tabela 71 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA231 - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) do conjunto total de dados. ..... 103 
Tabela 72 - Análise de variância precedente ao Scott-Knott para Rhizoctonia spp. 
CMEA231 – variável ICM dos dados da Tabela em apêndice A. ......... 104 
Tabela 73 - Teste de agrupamento de médias de Scott-Knott para Rhizoctonia spp. 
CMEA231 – variável IC dos dados da Tabela em apêndice . .............. 105 
 
 
Tabela 74 - Análise de variância discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA254 - 
variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) do conjunto total 
de dados de acordo com os códigos da Tabela apêndice A. .............. 106 
Tabela 75 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA254 - variável Índice de 
Colonização do Meio de Cultura (ICM) do conjunto total de dados. ..... 106 
Tabela 76 - Análise de variância precedente ao Scott-Knott para Rhizoctonia 254 – 
variável ICM dos dados da Tabela em apêndice A. ............................. 108 
Tabela 77 - Teste de agrupamento de médias de Scott-Knott para Rhizoctonia 254 – 
variável ICM dos dados da Tabela em apêndice A. ............................. 108 
Tabela 78 - Análise de variância todos os tratamentos com a variável ICM - variável 
Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) do conjunto total de 
dados de acordo com os códigos da Tabela apêndice A. ................... 109 
Tabela 79 - Teste de Tukey - variável Índice de Colonização do Meio de Cultura (ICM) 
do conjunto total de dados. .................................................................. 110 
Tabela 80 - Análise de variância para a variável dependente Número de Escleródios 
(NESC) de acordo com os códigos da Tabela apêndice A.................. 111 
Tabela 81- Testes de normalidade do erro - variável Número de Escleródios (NESC).
 ............................................................................................................. 112 
Tabela 82 - Análise de variância - variável Número de Escleródios (NESC). ......... 113 
Tabela 83 - Análise de variância discriminando os fatores principais e de interação - 
variável Número de Escleródios (NESC). ............................................ 114 
Tabela 84 - Análise de variâcia discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA230 - 
variável Número de Escleródios (NESC). ............................................ 115 
Tabela 85 - Teste de Tukey para o isolado Rhizoctonia spp. CMEA230 - variável 
Número de Escleródios (NESC). .......................................................... 116 
Tabela 86 - Análise de variância precedente ao teste de Scott-Knott para Rhizoctonia 
spp. CMEA230 - variável NESC. dos dados da Tabela em apêndice A.
 ............................................................................................................. 117 
Tabela 87 - Teste de agrupamento de médias de Scott-Knott para Rhizoctonia spp. 
CMEA230 – variável NESC. dos dados da Tabela em apêndice . ....... 117 
Tabela 88 - Análise de variâcia discriminando o fator Rhizoctonia spp. CMEA231 - 
variável Número de Escleródios (NESC). ............................................ 118 
Tabela 89 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA231 - variável Número de 
Escleródios (NESC). ............................................................................ 119 
 
 
Tabela 90 - Análise de variância precedente ao teste de Scott-Knott para Rhizoctonia 
spp. CMEA231 - variável NESC. dos dados da Tabela em apêndice A.
 ............................................................................................................. 120 
Tabela 91 - Teste de agrupamento de médias de Scott-Knott para Rhizoctonia spp. 
CMEA231 – variável NESC. dos dados da Tabela em apêndice . ....... 121 
Tabela 92 - Análise de variância para o isolado de Rhizoctonia spp. CMEA254 - 
variável Número de Escleródios (NESC). ............................................ 122 
Tabela 93 - Teste de Tukey para Rhizoctonia spp. CMEA254 - variável Número de 
Escleródios (NESC). ............................................................................ 122 
Tabela 94 - Análise de variância precedente ao teste de Scott-Knott para Rhizoctonia 
CMEA254 - variável NESC. dos dados da Tabela em apêndice A. ..... 124 
Tabela 95 - Teste de agrupamento de médias de Scott-Knott para Rhizoctonia spp. 
CMEA254 – variável NESC. dos dados da Tabela em apêndice A. ..... 124 
Tabela 96 - Análise de variância para o tratamento - variável Número de Escleródios 
(NESC). variável NESC. dos dados da Tabela em apêndice A. ........... 125 
Tabela 97 - Agrupamento de Tukey das médias de todos os tratamentos com 
pareamentos para a variável NESC (Número de Escleródios)............. 126 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Amostra de folha de Theobroma grandiflorum cupuaçuzeiro com vassoura 
de bruxa (A), coleta de raiz de Calycophyllum spruceanum mulateiro (B).
 ............................................................................................................... 35 
Figura 2 – Isolados de Trichoderma spp. armazenados pelo método de Castellani em 
geladeira a cerca de 5 ºC. ...................................................................... 37 
Figura 3 - Colônias de Trichoderma spp. de raiz (A) e de folhas (B) de Eucalyptus spp. 
em meio BDA. ........................................................................................ 43 
Figura 4 - Frequência de isolados de Trichoderma spp. a partir de órgãos vegetais e 
matéria orgânica do solo. ....................................................................... 43 
Figura 5 - Colônias de Rhizoctonia spp. em meio Ágar-V8. CMEA 230 (A), CMEA 231 
(B) e CMEA 254 (C). .............................................................................. 44 
Figura 6 - Pareamento de Trichoderma spp. versus Rhizoctonia spp. ...................... 46 
Figura 7 - Frequência de ocorrências de resultados por classes de antagonismo para 
cada isolado de Rhizoctonia spp. ........................................................... 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20 
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 23 
2.1 O FUNGO RHIZOCTONIA SPP. ......................................................................... 25 
2.2 FUNGOS TRICHODERMA SPP. ........................................................................ 27 
2.3 PRODUTOS COMERCIAIS COM TRICHODERMA SPP. ................................... 32 
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 34 
3.1 ISOLAMENTO DE TRICHODERMA SPP. A PARTIR DE ÓRGÃOS DE PLANTAS
 ..................................................................................................................................34 
3.2 ISOLAMENTO DE RHIZOCTONIA SPP. ............................................................ 35 
3.3 ISOLAMENTO DE TRICHODERMA SPP. A PARTIR DA MATÉRIA ORGÂNICA 
DO SOLO .................................................................................................................. 35 
3.4 PURIFICAÇÃO E ARMAZENAMENTO DOS ISOLADOS ................................... 37 
3.5 TESTE DE ANTAGONISMO ............................................................................... 38 
3.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ................................................................... 41 
3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 42 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 43 
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 129 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 131 
APÊNDICES ........................................................................................................... 138 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O crescimento populacional humano tem exigido do setor agrícola uma produção 
mais elevada de alimentos. Dentre os fatores que diminuiem a quantidade e a qualidade 
de produtos agrícolas e florestais, estão as doenças de plantas. Para evitar que as 
atividades agropecuárias sejam inviáveis tecnicamente e economicamente o controle de 
doenças com o devido suporte tecnológico é fundamental. Porém, a utilização de alguns 
defensivos agrícolas sem conhecimento técnico tem resultado em alimentos 
contaminados por resíduos químicos em função da não observância do período de 
carência (MORANDI; BETTIOL, 2009). 
Um grupo de tecnologias e de técnicas agrícolas e florestais que são eficazes 
para o controle de doenças de plantas com baixa probabilidade de impacto ambiental 
negativo é aquele que utiliza agentes biológicos diretamente ou indiretamente no 
sistema de produção (LOBO JÚNIOR; GERALDINE; CARVALHO, 2009). 
Doença de planta é um distúrbio fisiológico ou alteração estrutural deletéria ao 
corpo inteiro da planta ou a um de seus órgãos causado por um patógeno ou um fator 
ambiental (AGRIOS, 1978). 
As doenças das plantas, no conceito de controle biológico, são as alterações 
fisiológicas ou estruturais deletérias resultante da interação entre fitopatógeno e a 
planta hospedeira, considerando a influência de outros fatores, como os 
microrganismos não patogênicos presentes no sítio de infecção que podem limitar ou 
aumentar a atividade do patógeno ou a resistência da planta hospedeira (COOK; 
BAKER, 1983 apud BETTIOL; GHINI, 2009)1 (COOK, 1985). 
O controle biológico de doenças de plantas é a redução da quantidade de 
doença ou do potencial de inóculo de um fitopatógeno diretamente ou indiretamente 
por agentes biológicos. Outro aspecto importante é que em um senso amplo, o ser 
humano ao modificar o meio ambiente com algum produto natural pode favorecer a 
ação de agentes de biocontrole, ou seja, tornando-se um agente indireto de controle 
biológico (GARRET, 1965). 
O controle de doenças de plantas com produtos biológicos é possível podendo 
inclusive ocasionar o aumento da produção agrícola e florestal mantendo o equilíbrio 
de populações no agroecossistema (MACHADO et al, 2012). 
 
1 COOK, R. J.; BAKER, K. F. The Nature and Practice of Biological Control of Plant Pathogens. 
Saint Paul, Minessota: American Phytopathological Society, 1983. apud BETTIOL et al., 2009. 
21 
 
Dentre os fungos que causam doenças em plantas no Acre, está Rhizoctonia 
solani Kühn encontrado causando a doença queima-de-Rhizoctonia na grama estrela 
roxa africana (Cynodon nlemfuensis var. nlemfuensis Vanderyst) utilizada em pastos 
cultivados (GONÇALVES et., al 2009). Este fungo causa também a queima-foliar-de-
Rhizoctonia-do-amendoim-forrageiro (Arachis pintoi Krapov. & W .C. Gregory) em Banco 
Ativo de Germoplasma e área de produção de sementes (APS) (GONÇALVES et al., 
2014), a mela em mudas de pimenta longa (Piper hispidinervum) na fase de 
sementeira (POLTRONIERI et., al 1997), e a mancha-areolada em seringueira (Hevea 
brasiliensis Müell. Arg.)2. 
O fungo Rhizoctonia solani é um agente etiológico de várias doenças de 
plantas, dentre elas destacam-se a mela em feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), a 
queima-da-bainha em arroz (Oriza sativa L.), as doenças tombamento e mela em soja 
(Glycine max (L.) Merrill) (EMBRAPA, 1999), damping-off no algodoeiro (Gossypium 
hirsutum L.) (CHITARRA, 2014), podridão-de-estacas–de-eucalipto–para-
enraizamento em eucalipto (Eucalyptus spp.) (FERREIRA, 1989), que afetam o 
desenvolvimento e a produtividade das culturas agrícolas e florestais. 
Rhizoctonia solani é um fungo parasita facultativo que sobrevive como saprófita 
em tecido morto de plantas e produz escleródios que são estruturas de resistência e 
dispersão, tornando-se um patógeno de difícil controle. Em pastos cultivados no Acre, 
nenhuma medida de controle tem sido utilizada para combater a queima-de-
Rhizoctonia da grama estrela roxa africana, doença que afetou 6,62% da área da 
parcela de 30 m x 30 m avaliada em estudo realizado por Gonçalves et al., (2009). 
Em outras culturas, tem-se utilizado fungicidas para o controle de doenças 
causadas por Rhizoctonia solani devido a falta de tecnologia de controle biológico 
disponível no mercado do Acre, embora no Brasil, existam diversos produtos a base 
de agentes biológicos que são de alto custo para os produtores2. 
Espécies de Trichoderma spp. apresentam vantagens para o controle biologico 
de fitopatógenos pela produção de metabólitos voláteis e não voláteis, 
micoparasitismo (CAMPOROTA, 1985), alta taxa de crescimento e habilidade 
competitiva por espaço e nutrientes (GUÉDEZ et al. 2009). 
Devido a falta de estudos que possam significar um avanço de conhecimento 
para o controle biológico de fitopatógenos no Acre, foi realizado esse trabalho com o 
 
2 EMBRAPA – ACRE, Dr. Rivadalve Coelho Gonçalves, (comunicação pessoal). 
22 
 
objetivo geral de testar a interação in vitro de isolados de Trichoderma spp. obtidos de 
diferentes substratos com Rhizoctonia spp. isoladas causando doença em Arachis 
pintoi, Brachiaria brizantha e Hevea brasiliensis. 
O trabalho teve como objetivos específicos avaliar o antagonismo dos isolados 
de Trichoderma spp. ao fungo Rhizoctonia spp. por meio do Índice de Colonização do 
Meio de Cultura em competição com o patógeno e, avaliar o antagonismo de 
Trichoderma spp. ao fungo Rhizoctonia spp. por meio da inibição de produção de 
escleródios pelo patógeno e morte do micélio do patógeno no inóculo inicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
O controle biológico de doenças de plantas é uma condição sob a qual a atividade 
e ou a sobrevivência do patógeno é reduzida pela ação de um outro organismo vivo tendo 
como resultado a redução na incidência da doença e no potencial de inóculo (GARRET, 
1965). 
Em um senso mais amplo, a adição no solo de produtos químicos produzidos 
naturalmente que sejam tóxicos aos fitopatógenos pode-se constituir em controle biológico. 
Como exemplo, tem-se a adição de alfafa, que contém saponina, ao solo para o controle 
de Phytophthora cinnamomi (ZENTMYER; THOMPSON, 1967). 
Segundo Cook e Baker (1983)3 o controle biológico é “a redução da soma de inóculoou das atividades determinantes da doença provocada pelo patógeno, realizada por ou 
através de um ou mais organismos que não o homem”. Nesta definição, as atividades 
determinantes da doença envolvem o crescimento, a infectividade, a virulência, a 
agressividade do patógeno, dentre outras. 
A definição de Cook e Baker (1983)4 corrobora o fato de que a modificação do 
ambiente do solo pela matéria orgânica adicionada pelo homem, sobretudo aumentando a 
população de fungos antagonistas com efeito na redução de doenças de plantas é uma 
medida de controle biológico porque são os agentes de controle biológico que atuam na 
redução da doença após a adição da matéria orgânica, contudo se algum produto natural 
oriundo da matéria orgânica adicionada ao solo pelo homem tem efeito na redução de 
inóculo do patógeno, o homem também é um agente de controle biológico. 
O controle biológico tem-se tornado efetivo no Brasil a partir da pesquisa científica 
e do desenvolvimento e produção de produtos comerciais denominados fungicidas 
biológicos, que segundo a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, regulamentada pelo 
decreto decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002, também são agrotóxicos (BRASIL, 
2002). 
Segundo Harman (2000) os fungicidas biológicos são atraentes para a agricultura 
devido a sua capacidade de atingir nichos em que o controle químico não é capaz de atuar. 
Além dessa vantagem, os fungicidas biológicos disponíveis no mercado são menos tóxicos 
 
3 COOK, R. J.; BAKER, K. F. The Nature and Practice of Biological Control of Plant Pathogens. 
Saint Paul, Minessota: American Phytopathological Society, 1983. apud BETTIOL et al., 2009. 
 
4 COOK, R. J.; BAKER, K. F. The Nature and Practice of Biological Control of Plant Pathogens. 
Saint Paul, Minessota: American Phytopathological Society, 1983. apud BETTIOL et al., 2009. 
 
24 
 
ao ser humano e a fauna, diminuem as chances de seleção de isolados de patógenos 
resistentes aos princípios ativos de produtos químicos, são de baixo risco a saúde humana 
de pessoas não imunosuprimidas e não contaminam o meio ambiente. 
Até o início do século XX pouco se conhecia sobre o controle biológico de 
fitopatógenos. A base conceitual e científica sobre o controle biológico de doenças de 
plantas foi criada na década de 1970 e somente em meados de 1990 foram produzidos e 
comercializados os primeiros antagonistas para controle biológico de doenças no Brasil 
(LOPES, 2009). 
No entanto, Garret (1950), já havia proposto o termo habilidade competitiva 
saprofítica essencial para a compreensão do fenômeno competição como parte do 
amensalismo nas relações entre os fungos. A habilidade competitiva saprofítica determina 
o sucesso ou o fracasso na colonização saprofítica competitiva de um substrato no solo 
por fungos que infectam raízes, a exemplo de Rhizoctonia solani. A competição de fungos 
e plantas por nutrientes, água, minerais e oxigênio é um fator importante para a vida no 
solo, inclusive para os agentes de controle biológico. Anteriormente, Weindling (1932) 
relatou o parasitismo do fungo Trichoderma lignorum a R. solani e outros e, Hartley (1921) 
descreveu a supressão de fungos parasitas de plântulas de pínus por Trichoderma spp. 
em placas de cultivo preparadas e semeadas com tecido de plantas doentes para diagnose 
de damping-off causada por fungos. 
A interferência negativa de Trichoderma spp. no trabalho de clínica de Hartley 
(1921) o motivou a sugerir a adoção do método de diluição em placas e mais do que isso, 
revelou que o fungo Trichoderma spp. apresenta grande capacidade de suprimir patógenos 
da doença damping-off do pínus. 
O trabalho publicado por Weindling e Fawcett (1936) é o registro do primeiro 
experimento destinado a avaliar a eficiência de Trichoderma para o controle biológico da 
doença damping-off em plântulas de citrus causada por R. solani. 
Em comunidades biológicas com grande quantidade de organismos, a competição 
por nutrientes e oxigênio (O2) e a tolerância a metabólitos tóxicos e ao antagonismo são os 
principais fatores que contribuem para manter o equilíbrio de populações, de modo que a 
alteração de algum ou mais desses fatores pode aumentar o antagonismo existente 
(VALDEBENITO-SANHUEZA, 1987b). 
A promoção de germinação de estruturas do patógeno, a lise dessas estruturas 
(fungilase), o enfraquecimento do patógeno e o aumento da população de antagonistas 
25 
 
são efeitos esperados quando são adotadas uma ou mais técnicas agrícolas destinadas 
ao controle biológico de doenças de plantas (VALDEBENITO-SANHUEZA, 1987b). 
Deve-se atentar também ao fato de que os fungos micorrízicos vesiculares 
arbusculares, FMVA, podem ser adicionados as mudas de plantas e propiciarem a 
obtenção de efeitos de controle biológico (ZAMBOLIM, 1987). Os mecanismos principais e 
os mecanismos acessórios de controle biológico também podem ser resultantes da ação 
de fungos ectomicorrízicos associados ou não as raízes de plantas, mas no que concerne 
a fase de associação desses fungos com as raízes e a hipótese de formação de uma manta 
fúngica como barreira física a penetração de patógenos radiculares deve ser melhor 
estudada para a compreensão da possível proteção de plantas por fungos dessa natureza. 
 
2.1 O FUNGO RHIZOCTONIA SPP. 
 
 O fungo Rhizoctonia foi descoberto por De Candolle em 1815 (DUGGAR, 1915). 
Neste gênero, há relatos de ocorrência de 125 espécies incluindo variedade ou formae 
specialis e a espécie tipo Rhizoctonia crocorum Pers. (DC). Algumas dessas espécies 
anteriormente descritas, no entanto, são sinonímias de espécies já descritas ou foram 
erroneamente identificadas (OGOSHI, 1996). 
Moforlogicamente, Rhizoctonia spp. apresentam as seguintes características em 
comum: células binucleadas ou multinucleadas, ramificação das hifas jovens em ângulo de 
90º próxima ao septo distal, presença de septos do tipo doliporo, ramificações de hifas que 
são constritas em sua extremidade basal, ausência de grampos de conexão, ausência de 
conídios, produção de escleródios com tecido esclerocial não diferenciado em membrana, 
córtex e medula (não é necessária a produção de escleródios, mas se presentes, tecido 
esclerocial não é diferenciado) e, ausência de rizomorfas (CARLING; SUMNER, 1992). 
A espécie R. solani apresenta isolados com variado grau de pigmentação marrom 
nas hifas, septos doliporos bem definidos, células multinucleadas com ramificação das 
hifas formando ângulo de 90º, não produzem esporos, as hifas são superiores a 5 µm de 
diâmetro, alta taxa de crescimento micelial e patogenicidade (SNEH et al., 1991). Em sua 
fase teleomórfica, R. solani é classificada como Thanatephorus cucumeris (A. B. Frank) 
Donk e o posicionamento taxonômico de ambas as fases desse fungo está descrito na 
Tabela 1. 
26 
 
Tabela 1 - Taxonomia de Rhizoctonia solani e Thanatephorus cucumeris. 
Fase sexuada Fase assexuada 
Regnum: Fungi Regnum: Fungi 
Divisio: Basidiomycota Whittaker ex Moore Divisio: Basidiomycota Whittaker ex Moore 
Subdivisio: Agaricomycotina Doweld Subdivisio: Agaricomycotina Doweld 
Classis: Agaricomycetes Doweld Classis: Agaricomycetes Doweld 
Classis: Hyphomycetes * 
Classis: Agonomycetes* 
Ordo: Cantharellales Gäum Ordo: Cantharellales Gäum 
Ordo: Agonomycetales* 
Grupo Micelânea: Mycelia Sterilia* 
Familia: Ceratobasidiaceae G.W. Martin Familia: Ceratobasidiaceae G.W. Martin 
Genus: Thanatephorus Donk Genus: Rhizoctonia De Candolle 
Species: Thanatephorus cucumeris Especie: Rhizoctonia solani J.G. Kühn 
* = em desuso. 
Além das características citadas, a classificação dos fungos do gênero Rhizoctonia 
também considera a compatibilidadevegetativa das hifas a qual permite a hibridização 
natural e a formação de grupos de anastomose, do inglês, Anastomosis Group (AG) tanto 
dentro de Rhizoctonia solani multinucleada quanto dentro de Rhizoctonia spp. binucleada 
(VILGALYS, 1988). 
O grupo de anastomose, é o meio mais importante na identificação da diversidade 
genética de Rhizoctonia solani, porque cada AG pode ser considerado uma entidade 
geneticamente independente (KUNINAGA; YOKOSAWA, 1980). 
Existem 14 grupos de anastomose de Rhizoctonia solani, identificados como AG-1 
a AG-13 e AG-BI (CARLING et al., 2002). Além destes grupos de anastamose, 
observações com base em patogenicidade e morfologia, possibilitaram a caracterização 
de 23 grupos intraespecíficos, do inglês Intra Specific Group, ISG dentro dos AGs. Como 
exemplo podemos citar R. solani AG1, o qual causa a queima-da-bainha do arroz (sheat 
blight), além das doenças mela (web blight) e queima (leaf blight) em várias outras culturas. 
Os isolados classificados no ISG, AG1-IB, causam o sintoma mela em diversos 
27 
 
hospedeiros (web blight fungus) e apesar de ser virulento ao arroz, os sintomas da doença 
são diferentes daquele sintoma causado pelos isolados do ISG AG1-IA, que causam 
sintomas típicos da doença queima-da-bainha do arroz (rice sheat blight) (OGOSHI, 1987). 
Dentro do grupo R. solani os AGs são geneticamente distintos e os ISGs são grupos 
evolutivos independentes (VILGALYS, 1994). 
Rhizoctonia solani é uma espécie na qual há fungos causadores de doenças em 
mudas, frutos, sementes, raízes, caules e folhas de plantas. Rhizoctonia solani é agente 
etiológico de várias doenças de diversas culturas como: damping-off no tomateiro 
(PORFIRIO-SILVA et al., 1993), mela em estacas de eucalipto para enraizamento 
(SILVEIRA et al., 2003), mela em soja (BASSETO et al., 2007) e mancha aureolada em 
citros (ISHIDA et al., 2012) entre outras, somando-se 142 espécies hospedeiras (OGOSHI, 
1996). O fungo possui grande capacidade de sobrevivência na ausência do hospedeiro 
vivo permanecendo viável em tecidos mortos do próprio hospedeiro, de restos culturais ou 
na forma de escleródios (HILLOCKS; WALLER, 1997) bem como em tecido vivo de 
hospedeiros ou saprofiticamente em tecido morto de planta não hospedeira. Por possuir 
estrutura micelial, o fungo sobrevive no solo em estruturas globosas denominadas 
escleródios que podem sobreviver no mínimo um ano (DIAS et al., 2013). 
A disseminação do patógeno pode ocorrer por implementos agrícolas e florestais 
durante o preparo do solo, por meio do uso de ferramentas, sementes e mudas 
contaminadas (CAMPOS et al. 2009). 
 
2.2 FUNGOS TRICHODERMA SPP. 
 
Os fungos do gênero Trichoderma, são microrganismos de vida livre, com 
reprodução assexuada, encontrados em maior abundância em solos de regiões com clima 
temperado e tropical (HARMAN et al., 2000). 
Trichoderma spp. são classificadas pela sua fase sexuada, Hypocrea, (Tabela 2), 
mas a classificação do fungo pela sua fase assexuada é de grande relevância e coerência 
com os isolados em uso na maioria das pesquisas além de ser embasada em sólido 
conhecimento científico acumulado historicamente nos trabalhos de taxonomia de fungos. 
O gênero Trichoderma foi proposto originalmente por Persoon em 1794 com quatro 
espécies (SAMUELS, 1996). 
De acordo com o Código Internacional de Nomeclatura Botânica, uma vez 
encontrada e conhecida a fase sexuada de um fungo, deve-se adotar o nome da fase 
28 
 
sexuada nas publicações. Para efeito de conservar a rastreabilidade a grande quantidade de 
literatura verificada com o nome de fase sexuada adotar-se-á nesse trabalho a notação de 
ambas as fases como se segue, Hypocrea spp. (anamorfo = Trichoderma spp.). A 
macromorfologia de Trichoderma spp. é caracterizada por colônia inicialmente de cor branca 
com crescimento rápido em meio de cultura, forma cotonosa e compacta com tufos verdes. 
A coloração da colônia pode variar de acordo com a quantidade de conídios. (DOMSCH et 
al., 1980 apud SANTIN, R. C., 2008)5. 
Trichoderma spp. apresentam conídios unicelulares, com forma subglobosa, ovóide, 
elipsóide ou elíptica-cilíndrica, possui textura lisa ou rugosa e coloração hialina, verde-
amarelo ou verde-escuro, sendo a última mais comum. O conídio fica posicionado no ápice 
das filiálides, em forma de esfera. As fiálides têm forma de garrafa e com o centro dilatado e 
ápice afilado, solitárias ou em grupos, hialinas, formando um ângulo reto com conidióforos. 
Os conidióforos são muito ramificados, solitários ou em tufos compactos, geralmente de 
formato cônico ou piramidal. Normalmente mostram-se eretos, formando ângulo reto com a 
hifa vegetativa. As áreas conidiais apresentam-se em forma de faixas concêntricas de 
coloração verde. (DOMSCH et al., 1980 apud SANTIN, R. C., 2008)6. 
 
Tabela 2 - Taxonomia de Hypocrea rufa e Trichoderma spp. 
Fase sexuada Fase assexuada 
Regnum: Fungi Regnum: Fungi 
Divisio: Ascomycota 
 
Divisio: Fungos Mitospóricos 
Divisio: Deuteromycota* 
Subdivisio: Pezizomycotina 
Classis: Euascomycetes* 
Classis: Sordariomycetes 
Classis: Deuteromycetes* 
Classis: Hyphomycetes* 
Classis: Sordariomycetes 
Subclassis: Hypocreomycetidade Subclassis: Hypocreomycetidade 
Ordo: Hypocreales Ordo: Moniliales 
Familia: Hypocreaceae Familia: Moniliaceae 
Genus: Hypocrea Genus: Trichoderma 
Species: Hypocrea rufa (Pers. :Fr.) Fr., Species: Trichoderma viride Pers. 
 
5 DOMSCH, K. H.; GAMS, W.; ANDERSON, T. H. Compendium of soil fungi. London: Academic Press, 
1980. p. 672. apud SANTIN, R. C. 
6 DOMSCH, K. H.; GAMS, W.; ANDERSON, T. H. Compendium of soil fungi. London: Academic Press, 
1980. p. 672. apud SANTIN, R. C. 
 
29 
 
* = em desuso 
Apesar de haver uma extensa lista de espécies de Trichoderma spp. reconhecidas, 
a abordagem do conceito denominado agregado de espécies, para cada táxon específico, 
apresentado nas publicações científicas, ainda é a mais segura, até que as questões de 
definição das espécies sejam completamente resolvidas, utilizando-se de taxonomia 
multifásica, incluindo características do DNA de cada isolado tipo7. 
Muitos são os usos e as aplicações de fungos do gênero Trichoderma pela 
humanidade e, dentre elas, pode ser destacada a produção de enzimas celulases e, 
hemicelulases, por Trichoderma reesei E. G. Simmons (Hypocrea jecorina Berk. & Broome) 
como base do processo de produção de biocombustíveis de segunda geração. 
O uso mais antigo de Trichoderma spp., no entanto, tem sido em controle biológico 
de doenças de plantas devido as vantagens que essa aplicação tecnológica tem em relação 
ao controle químico conforme mencionado anteriormente. A combinação de produtos 
biológicos de Trichoderma spp. com produtos químicos constitui-se em elemento importante 
na estratégia para o controle integrado de doenças de plantas e pode permitir que moléculas 
de agrotóxicos químicos sejam mais duráveis em comparação com o uso exclusivo de 
fungicidas químicos (GRIGOLETTI JÚNIOR et al., 2000). 
Trichoderma spp. podem ser eficientes em proteger as plantas contra microrganismos 
patogênicos ou ainda contribuir para o controle de doenças de plantas por diferentes 
mecanismos de ação, a saber: 
Micoparasitismo, antibiose, competição, resistência sistêmica induzida e 
supressividade de solo. 
O micoparasitismo é uma ação conjunta de enzimas fúngicas hidrolíticas tais como: 
quitinases, glucanases, proteases e lipases que permitem o parasitismo pelo próprio fungo 
ou por outro fungo e causa a morte do patógeno (MELO, 1996). 
A antibiose é a inibição e a morte do fitopatógeno por meio de substâncias tóxicas e 
antibióticosvoláteis ou não voláteis produzidos pelo antagonista (AHMED et al., 2003) com 
ou sem o contato físico de ambos. 
A competição caracteriza-se pela disputa dos fungos por espaço, nutrientes, água e 
oxigênio (BARBOSA; MEZA, 2009). 
 
7 INDEX FUNGORIUM. <http://www.indexfungorum.org/names/Names.asp>. Acesso em 11 de 
julho de 2017. 
 
30 
 
A resistência sistêmica induzida é uma resistência genética da planta expressada 
após a estimulação por microrganismos, incluindo Trichoderma spp. (MORAES, 1991; 
HOITINK et al., 2006). 
A supressividade de solo consiste numa característica do solo que impede o 
patógeno de se estabelecer ou quando o patógeno se estabelece, a doença não ocorre ou 
é pouco severa (HYAKUMACHI, 1991). 
Trichoderma spp. possui capacidade de resistir às toxinas de produtos naturais e 
sintéticos, sendo capaz de degradar alguns desses compostos fazendo que possua uma 
grande vantagem competitiva (HARMAN, 2006). 
Determinados mecanismos de ação de Trichoderma spp. tem sua capacidade em 
suprimir patógenos alterada devido a nutrientes presentes na matéria orgânica (ex: 
carboidratos, quitina, lipídios) (HOITINK et al., 2006). 
De acordo com Barnett & Binder (1973), Whips (1991) e Van Den Boogert (1999) os 
micoparasitas podem ser classificados em dois grupos segundo seu modo de parasitismo: l. 
micoparasistas biotróficos que obtém seu alimento de células vivas dos fungos parasitados 
após o contato físico e; ll. micoparasitas necrotróficos que matam as células dos fungos 
hospedeiros após o contato e absorvem nutrientes oriundos das células mortas. Há portanto, 
os fungos micoparasitas especializados ou micoparasitas obrigatórios ecologicamente, 
dependentes de uma pequena gama de hospedeiros e, os fungos micoparasitas não-
especializados ou micoparasitas facultativos ecologicamente, com ampla gama de 
hospedeiros (BARNETT; BINDER, 1973, WHIPS,1991). Segundo Whips (1991) alguns 
fungos podem ser totalmente dependentes de micoparasitismo em alguns poucos 
hospedeiros para o crescimento e o desenvolvimento enquanto que os micoparasitas 
facultativos ecologicamente agem como parasitas ocasionalmente. Os micoparasitas 
facultativos ecologicamente tem um modo de vida saprofítico principalmente, usando a 
antibiose ou o micoparasitismo para facilitar a competição (VAN DEN BOOGERT,1999). 
A especificidade a determinados patógenos é uma das características de 
Trichoderma spp. inclusive ao nível de isolados dentro da mesma espécie, (DIAS, 2009). 
Essa especificidade pode se dar na fase de reconhecimento do hospedeiro por Trichoderma 
spp. O reconhecimento de Sclerotium rolfsii por Trichoderma harzianum é intercedido por 
lecitinas liberadas pelo patógeno (INBAR; CHET, 1995). 
Segundo Pérez et al. (2007) Trichoderma harzianum (variedade mutante) é eficiente 
no controle de Rhizoctonia solani através da produção de endoquitinases e β-1,3-
31 
 
glucanases. T. harzianum produz outras enzimas extracelulares dentre elas peptinases, 
glucanases e cutinanes eficientes no controle de fitopatógenos (DURÁN et al., 2003). 
Espécies de Trichoderma spp. são potentes produtoras de enzimas quitinolíticas e 
atuam atacando fungos que apresentam estrutura quitinosa, como Fusarium spp. 
(CHÉRIF; BENHAMOU, 1990). 
As variedades mutantes de Trichoderma spp. apresentam rápida produção de 
enzimas quando comparados aos isolados selvagens (BESOAIN et al., 2007). 
Além de sua ação como antagonista, Trichoderma spp. promove efeitos positivos 
nas plantas como a aceleração da germinação, o aumento da massa seca, e da altura, 
estimula o desenvolvimento de raízes secundárias, que melhoram a absorção de nutrientes 
(CONTRERAS-CORNEJO et al., 2009; MELO, 1996; HARMAN, 2000; HARMAN et al., 
2004). 
De acordo com Morandi & Bettiol (2009) Trichoderma spp. apresentam eficiência no 
controle de diversos fungos fitopatogênicos como Fusarium, Pythium, Rhizoctonia, 
Macrophomina, Sclerotinia, Sclerotium, Botrytis e Crinipellis, que causam doenças nas 
culturas do feijoeiro, soja, algodoeiro, fumo, morango, tomateiro, cebola, alho, plantas 
ornamentais e cacaueiro, respectivamente. 
Apesar das diversas vantagens que o fungo oferece, a manipulação de Trichoderma 
spp. requer cuidados especiais pois há relatos de infecções em humanos com sistema 
imunológico deficiente e problemas alérgicos (MARTELLETO, 2009; KUBICEK; HAMAN, 
1998; KUHLS et al., 1999). 
Os mecanismos empregados pelos agentes de biocontrole para efetuarem o 
controle de doenças são muitos, dentre os quais estão o micoparasitismo e a produção de 
antibióticos dentre outros (HOWELL, 2003). 
Por produzir enzimas extracelulares e antibióticos, competir por água e nutrientes, 
fungos do gênero Trichoderma spp. são considerados eficientes antagonistas de agentes 
etiológicos de diversas doenças (MELO; COSTA, 2005). 
O sucesso no controle de fitopatógenos depende das características e dos 
princípios de ação do organismo utilizado como antagonista. Por serem facilmente 
localizados em uma ampla diversidade de ambientes, possuírem fácil cultivo, rápido 
desenvolvimento em vários substratos e não serem patogênicos, os fungos do gênero 
Trichoderma spp. são ótimos aliados para o controle biológico de diversos fitopatógenos 
(PAPAVIZAS et al.,1982). 
 
32 
 
2.3 PRODUTOS COMERCIAIS COM TRICHODERMA SPP. 
 
No mercado brasileiro existem fungicidas a base de microrganismos que 
atuam no controle biológico de doenças de plantas que também são recomendados 
para o tratamento de substratos e sementes. As formulações disponíveis: são pó-
molhável, grânulos dispersíveis, suspensão concentrada, óleo emulsionável, grãos 
colonizados e esporos secos. As espécies mais utilizadas como agentes de 
biocontrole são Trichoderma asperellum Samuels, Lieckfeldt & Nirenberg, 
Trichoderma harzianum Rifai, Trichoderma stromaticum Samuels & Pardo-Schulth e 
Trichoderma viride Pers. (MORANDI; BETTIOL, 2009). 
Para se chegar a um produto comercial a base de Trichoderma spp. são 
necessárias a experimentação em etapas até verificar a eficácia agronômica do 
mesmo conforme se segue: coleta, isolamento, identificação e caracterização do 
microrganismo; produção de inóculo em meios de cultivo; otimização do processo 
fermentativo e escalonamento dos processos; estudos de formulação, estudos da 
aplicação em campo; obtenção do Registro Especial Temporário (RET); registro do 
produto e comercialização do produto (SILVA et al., 2007). 
Para a produção de biomassa de Trichoderma spp. é desejável a produção 
com preços competitivos de preferência, em meios líquidos que facilitam o 
precessamento industrial. A biomassa deve livre de contaminantes, o que exige 
assepsia e deve ter altas taxas de germinação e crescimento; a formulação deve ser 
eficiente no ambiente onde será empregado; e ter boa durabilidade de prateleira. A 
produção de produtos a base de Trichoderma spp. pode ser realizada pelos próprios 
agricultores, ou ainda a produção com alta tecnologia e em larga escala pode ser 
realizada pela indústria (MAFIA et al., 2003). Desde o primeiro produto tecnológico 
a base de Trichoderma produzido e disponibilizado a produtores no Sul do Brasil 
para uso em campo visando o controle de Phytophthora em Malus domestica Borkh. 
(macieira) (VALDEBENIDO-SANHUEZA, 1987a) muitos outros produtos foram 
desenvolvidos e estão ofertados no mercado brasileiro, conforme demonstrado na 
Tabela 3. 
 
33 
 
Tabela 3 - Fungicidas a base de Trichoderma spp. disponíveis no mercado brasileiro. 
Produto Princípio ativo/RG: Formulações 
disponíveis/i.a./[%]i.a. 
Empresa 
Produtora 
Ecotrich ® Trichoderma 
harzianum/RG: 4213 
WP/ Trichoderma 
harzianum/ 30% 
Ballagro Agro 
Tecnologia 
Ltda. 
Predatox® Trichoderma 
harzianum/ 
RG: 5015 
SC / Trichoderma 
harzianum/ 2% 
Ballagro Agro 
Tecnologia 
Ltda. 
Quality® Trichoderma 
asperellum/ 
RG: 8611 
WG/ Trichoderma 
asperellum/ 28% 
Laboratorio de 
Biocontrole 
Farroupilha 
Ltda. 
Stimucontrol® Trichoderma 
harzianum / 
RG: 22516 
SC/ Trichoderma 
harzianum/ 0,5% Simbiose Ltda. 
Trichodermax
® 
Trichoderma 
asperellum / 
RG: 12511 
EC/ Trichoderma 
asperellum/ 3% 
Novozymes 
BioAg 
Produtos para 
Agricultura 
Ltda 
Trichodermil® Trichoderma 
harzianum / 
RG: 2007 
SC/ Trichoderma 
harzianum/ 4,8% 
Koppert do 
Brasil 
Sistemas 
Biológicos 
Ltda 
RG - Regristro no MAPA, i.a. - ingrediente ativo, [%] i.a. - porcetagem de ingrediente ativo, EC - Emulsifiable 
Concentrate (concentrado emulsionável), WP - Wettable Powder (pó molhavel), SC - suspensão 
concentrada, WG - Water Dispersible Granules (Granulado Dispersível). 
Fonte: MAPA, 2017. 
 
 Os produtos a base de microrganismos vivos, encontram dificuldade de 
comercialização por serem classificados como fungicidas. Assim, são submetidos ao rigor 
da legislação para sua produção, transporte, armazenamento e uso. Os produtos comerciais 
são compostos pela biomassa de Trichoderma spp. e ingredientes inertes. Para a formulação 
do produto é necessário um processo complexo onde devem ser observados características 
do antagonista, sistema produtivo em que o produto foi formulado, características físicas e 
químicas dos produtos inertes, compatibilidade de formulação, estabilidade do produto, 
dentre outros. Tais produtos são usados para tratamentos de sementes em pré ou pós-
emergência oferecendo uma vantagem competitiva às plântulas (MELO, 1991) entre outras 
aplicações recomendadas. 
34 
 
 3 MATERIAL E MÉTODOS 
 
O trabalho foi realizado no Laboratório de Fitopatologia e Patologia 
Florestal / Sala de Controle Biológico do Centro de Pesquisas Agroflorestais do 
Acre – CPAFAC da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropécuaria (EMBRAPA), 
situado a Rodovia BR-364, Km 14 sentido (Rio Branco/Porto Velho), Rio Branco, 
AC – CEP. 69.908.970. 
 
3.1 ISOLAMENTO DE TRICHODERMA SPP. A PARTIR DE ÓRGÃOS DE 
PLANTAS 
 
Para a obtenção de Trichoderma spp. planejou-se o isolamento a partir de 
amostras constituídas de sementes, folhas, estolões e raízes de amendoim forrageiro 
(Arachis spp.), sementes e folhas de castanha-da-Amazônia (Bertholletia excelsa), 
sementes, folhas, hastes e raízes de braquiária, Brachiaria spp., folha, ramo e raiz de 
mulateiro (Calycophyllum spruceanum), folhas, ramos e raízes de eucalipto 
(Eucalyptus spp.), sementes, folhas, ramos e raízes de seringueira (Hevea spp.), folha 
da vassoura e raiz de cupuaçúzeiro (Theobroma grandiflorum), com vassoura-de-
bruxa, além da matéria orgânica de solo de campo cultivado com amendoim 
forrageiro, braquiária, floresta plantada de eucalipto, floresta plantada de seringueira 
e floresta amazônica primária. As amostras foram coletadas sequencialmente e 
trazidas ao Laboratório para processamento visando isolar Trichoderma spp. As 
amostras de órgãos de plantas foram lavadas em solução de detergente neutro, 
cortadas em pedaços de aproximadamente 5 mm, os quais foram e desinfestados 
com etanol a 70% por 1 min, solução de NaOCl 12500 ppm de cloro ativo durante 3 
min, seguido de três lavagens com água destilada estéril. Os fragmentos 
desinfestados foram semeados em placas tipo Petri com meio de cultura BDA (Batata 
Dextrose Ágar, 3,9% m/v), com pH ± 6,5 contendo 100 ppm do antibiótico 
cloranfenicol. 
 
35 
 
 
 
Figura 1 - Amostra de folha de Theobroma grandiflorum (cupuaçuzeiro) com vassoura 
de bruxa (A), coleta de raiz de Calycophyllum spruceanum (mulateiro) (B). 
 
3.2 ISOLAMENTO DE RHIZOCTONIA SPP. 
 
Para o isolamento de Rhizoctonia spp. a partir de folhas de amendoim 
forrageiro (Arachis pintoi cv. BRS Mandobi), seringueira (Hevea brasiliensis) e 
Brachiaria brizantha cv. Marandu, amostras de folhas com sintomas de doença 
causada pelo fitopatógeno colhidas no campo foram lavadas em solução aquosa de 
detergente neutro, e fragmentos de aproximadamente 5 mm contendo tecido com e 
sem lesão foram desinfestados com etanol a 70% por 1 min, solução de NaOCl a 
12500 ppm de cloro ativo durante 3 min, seguido de três lavagens com água 
destilada estéril. Os fragmentos de tecido vegetal desinfestados foram semeados no 
meio de cultura BDA (Batata Dextrose Ágar, 3,9% m/v), com pH ± 6,5 contendo 100 
ppm do antibiótico cloranfenicol. As placas foram colocadas em câmara tipo BOD a 
25ºC, onde permaneceram por três dias para o crescimento dos fungos. 
 
3.3 ISOLAMENTO DE TRICHODERMA SPP. A PARTIR DA MATÉRIA ORGÂNICA 
DO SOLO 
 
Para a obtenção de Trichoderma spp. a partir da matéria orgânica de solo 
amostras foram obtidas do horizonte O de floresta primária amazônica, campo 
cultivado com braquiária (Brachiaria spp.), campo cultivado com amendoim 
A B 
36 
 
forrageiro (Arachis pintoi), floresta de eucalipto (Eucapyptus spp.) e floresta de 
seringueira. No Laboratório, o solo de cada amostra foi peneirado separadamente 
sobre bandeja utilizando peneira com malha de 4 mm. Uma alíquota de 100 g do 
solo peneirado de cada amostra teve a massa mensurada em cápsulas de 
alumínio de 70 cm de altura x 60 cm de diâmetro em balança digital com precisão 
de duas casas. Em seguida o solo foi colocado dentro da peneira com malha de 
850 µm posicionada sobre a peneira com malha de 25 µm e, lavou-se a amostra 
em água de torneira sob pressão até passar todo o conteúdo da primeira peneira. 
Com o auxílio de um pisseta o conteúdo retido na peneira de 25 µm foi transferido 
com água destilada para um béquer de 500 mL de volume e ressuspendido com 
um agitador magnético e barra magnética. A matéria orgânica ressuspendida 
durante a agitação foi recolhida novamente na peneira de 25 µm e mais água 
limpa foi adicionada ao béquer, repetindo o processo de limpeza e recuperação 
da matéria orgânica até a água do bequér ficar clara. 
Com auxílio de uma peneira com malha de aproximadamente 35 µm a 
matéria orgânica foi imersa em etanol a 70% por 1 min, seguido da imersão em 
solução de NaOCl 12500 ppm de cloro ativo por 3 min e de duas lavagens com 
água destilada estéril por cerca de 10 s cada. A matéria orgânica foi incorporada 
ao meio de cultura 526 (ELAD et al., 1981) modificado e em estado fundente, 
composto de (3,0g de glicose, 0,15g de KCl, 1,0g de NH4NO3, 0,2g de MgSO4.7H2O, 
0,9g de K2HPO4, 150mg de rosa bengala, 15g de ágar, 1000mL de água destilada e 
250mg de Cloranfenicol) e após agitação manual, o máximo de conteúdo do 
erlenmyer foi distribuido em placas tipo Petri de 90 mm x 15 mm. A modificação 
adotada para o preparo do meio foi a não adição de p-diazodimethylaniline sodium 
sulfonate (fenaminosulf) por dificuldade de aquisição. Após o armazenamento em 
câmara tipo BOD (Biological Oxygen Demand) à 25ºC por até quinze dias as 
placas contendo as amostras processadas foram avaliadas quanto à presença de 
fungos do gênero Trichoderma com a confecção de lâminas para identificar 
algumas colônias atípicas. Colônias de cor verde típicas do gênero e colônias 
positivas pela análise microscópica foram selecionadas para a purificação de 
isolados de Trichoderma spp. 
 
 
37 
 
3.4 PURIFICAÇÃO E ARMAZENAMENTO DOS ISOLADOS 
 
Isolados identificados preliminamente como Trichoderma spp. apresentaram 
coloração esverdeada e foram repicados para novas placas tipo Petri contendo meio 
BDA.Para purificar os isolados foi empregado o método de cultivo monospórico, no 
qual todas as colônias foram processadas individualmente. Esporos de cada colônia 
foram trasnferidos com estilete fambado para tubos de eppendorf contendo 1,5 mL 
de água destilada estéril, seguido de cinco diluições até aproximadamente 10-10. 
Após agitação da suspensão mais diluída em vortex uma alíquota foi semeada em 
placas tipo Petri contendo ágar-água 2% (m/v) posicionada sob plataforma giratória 
utilizando alça de Drigalski. As placas foram colocadas em BOD a 25 ºC sob 
fotoperíodo de 12h e 24 horas depois, com o auxilio de um microscópio 
estereóscopico binocular no aumento máximo de 45X, um esporo germinado foi 
transferido para placa tipo Petri com meio BDA contendo antibiótico cloranfenicol a 
50 ppm. Após o crescimento da colônia do fungo cinco discos de 5 mm foram 
cortados da borda da colônia com o auxílio de furador de rolha flambado. Os cinco 
discos, foram armazenados em vidros de 10 mL do tipo vidro de penicilina contendo 
5 mL de água destilada estéril pelo método de Castellani conforme demonstrado na 
Figura 2. 
 
 
Figura 2 – Isolados de Trichoderma spp. armazenados pelo método de Castellani em 
geladeira a cerca de 5 ºC. 
38 
 
Placas com presença de Rhizoctonia spp. identificada pela macromorfologia do 
micélio foram separadas para a purificação dos isolados do fungo pelo método de 
ponta de hifa diretamente para tubo de ensaio com BDA. Cada isolado foi transferido 
para três tubos inclinados, e os tubos foram colocados em BOD, a 25ºC com 
fotoperíodo de 12h. 
Posteriormente os isolados foram transferidos para grãos de aveia estéril para 
armazenamento na Coleção de Microrganismos da Embrapa Acre, CMEA. 
 
3.5 TESTE DE ANTAGONISMO 
 
Para os testes de antagonismo de Trichoderma spp. e de Rhizoctonia spp. 
foram utilizados 25 isolados de Trichoderma spp. de substratos selecionados 
aleatoriamente e três isolados de Rhizoctonia spp. de diferentes hospedeiros 
amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. BRS Mandobi), Brachiaria brizantha cv. 
Marandú e segingueira (Hevea brasiliensis). 
Foram realizados dois experimentos em condições controladas semelhantes, 
sendo o primeiro, com 15 isolados de Trichoderma spp. e o segundo, com 10 isolados 
de Trichoderma spp. 
O teste de antagonismo foi realizado por pareamento de culturas em placas tipo Petri 
de 90 mm de diâmetro por 15 mm de altura, contendo 20 mL de meio Ágar-V8 
composto de 200 mL de suco V8 original, 15 mL NaOH, [0,1]N, 26 g de ágar e 800 mL 
de água destilada. 
Os ingredientes do suco V8 listados na embalagem do fabricante são: 
suco concentrado de tomate, mistura de sucos de cenoura, aipo, beterraba, 
salsa, alface, agrião e espinafre, sal, ácido ascórbico (conservante), ácido cítrico 
(acidificante) e aromatizante. O suco V8 apresenta ainda conforme Tabela 
fornecida pelo fabricante, em 340 mL, 950 mg de sódio (Na), 640 mg de potássio 
(K), além de carboidratos, proteínas, vitaminas e outros minerais. O preparo do 
meio de cultura Ágar-V8 foi pela mistura dos ingredientes em erlenmyer de vidro 
de 2000 mL, cozimento em forno micro-ondas, distribuição de 100 mL de meio 
em cada erlenmyers de 250 mL, colocação dos tampões de algodão, colocação 
de tampas de papel e autoclavagem por 15 min. a 1 atm/ 120ºC para 
esterilização do mesmo. 
39 
 
Para cada experimento, todos os fungos foram cultivados 
simultaneamente em placas de poliestireno tipo Petri com 90 mm de diâmetro x 
15 mm de altura contendo meio de cultua BDA por 72h a 25 °C ± 1 ºC com 
fotoperíodo de 12h em BOD. 
O fungo potencial antagonista foi cultivado pelo método de cultivo one 
point culture e o patógeno pelo método de fragmentação de hifa, para uma 
melhor uniformidade de ambos, em meio de cultura BDA. Após 72h discos com 
5 mm de diâmetro dos isolados do fitopatógeno e dos possíveis antagonistas 
foram transferidos para placas tipo Petri contendo meio Ágar-V8. Ambos os 
discos foram depositados a aproximadamente 1 cm da borda da placa em lados 
opostos. Após o pareamento, as placas foram armazenadas em BOD a 25 ºC±1 
ºC, com fotoperíodo de 12 h. 
Sete dias após o pareamento o grau de antagonismo foi avaliado de 
acordo com a escala numérica descritiva adaptada de Bell et al., (1982) 
apresentada na Tabela 6. 
 
Tabela 4 - Escala numérica descritiva para a classificação do antagonismo de 
Trichoderma spp. por Índice de Colonização do Meio de Cultura, ICM, 
adaptado de Bell et al., (1982). 
Notas Descrição 
1 Trichoderma spp. coloniza toda a superfície do meio de cultura 
e a colônia do patógeno. 
2 Trichoderma spp. coloniza no mínimo 2/3 da superfície do meio 
de cultura com ou sem parte da colônia do patógeno. 
3 Trichoderma spp. e Rhizoctonia spp. colonizam metade da 
superfície do meio de cultura sem sobreporem as colônias. 
4 Rhizoctonia spp. coloniza no mínimo 2/3 da superfície do meio 
de cultura e resiste a invasão de Trichoderma spp., sobrepondo 
ou não parte da colônia do oponente. 
5 Rhizoctonia spp. coloniza completamente a superfície do meio 
de cultura e sobrepõe totalmente a colônia de Trichoderma spp.. 
 
Nove dias após o semeio dos discos de Rhizoctonia spp. em meio Ágar-
V8, procedeu-se a contagem do Número de Escleródios, NESC, presentes nas 
placas utilizadas para o experimento de pareamento. Para visualização clara dos 
40 
 
escleródios sob estruturas de Trichoderma spp., as placas foram lavadas com 
etanol 50% utilizando um borrifador manual. Para avaliar a sobrevivência de 
Rhizoctonia spp., nos discos utilizados como inóculo inicial, os discos foram 
retirados de cada placa e transferidos para placas tipo Petri contendo meio Ágar-
Água 2%, (m/v), as quais foram armazenadas em BOD a 25 ºC±1ºC, com 
fotoperíodo de 12 h. A sobrevivência de Rhizoctonia spp. foi avaliada 24 h depois. 
O critério para a classificação de cada isolado de Trichoderma spp. em 
classe de antagonismo foi previamente estabelecido e fundamentou-se no valor 
médio da nota de avaliação arredondando para o valor inteiro mais próximo 
quando necessário, conforme proposto por Bell et al., (1982), sendo elaborada a 
Tabela 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
Tabela 5 - Classes de antagonismo formadas pela combinação da amplitude do Índice 
de Colonização do Meio de Cultura, sobrevivência do patógeno e 
Número de Escleródios. 
Classe Amplitude Sob. N°escl. Descrição Reação 
1 1≤IC≤2 0 0 Atlo-muito 
agressivo 
AMA 
2 1≤IC≤2 1 0 Alto-
agressivo 
AA 
3 1≤IC≤2 0 >0 Alto-não-
agressivo 
ANA 
4 1≤IC≤2 1 >0 Alto A 
5 3≤IC≤5 0 0 Médio 
muito 
agressivo 
B 
6 3≤IC≤5 1 0 Médio 
agressivo 
C 
7 3≤IC≤5 0 >0 Médio não 
agressivo 
D 
8 3≤IC≤5 1 >0 Baixo E 
sob. - sobrevivência do disco, nº escl. - Número de Escleródios 
 
 
3.6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL 
 
O experimento foi conduzido com setenta e cinco tratamentos, divididos 
em dois lotes, o primeiro com quarenta e cinco tratamentos e, o segundo, com 
trinta tratamentos, com três repetições em delineamento inteiramente 
casualizado. 
 
42 
 
3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA 
 
A análise estatística iniciou-se com a análise de correlação linear de Pearson para 
observar se as variáveis analisadas possuíam alguma correlação seguida da análise de 
resíduos, da normalidade do erro pelo teste de Shapiro-Wilk, Kolmogorov-Smirnov, 
Cramer-von Mises e Anderson-Darling, mais a homogenidade de variânicas pelo teste de 
Bartlett. A comparação de médias foi realizada pelo teste de Tukey em cada experimento 
e no conjunto total de dados. A razão de variâncias

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