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Direito Internacional 2º semestre

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DIREITO INTERNACIONAL – 2º SEMESTRE
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
 	As organizações internacionais fazem parte do direito internacional atual e são o resultado do aumento das relações internacionais e da necessidade da cooperação entre os estados.
 	Organização internacional é a associação de estados ou de outras entidades que possuem personalidade internacional, estabelecida por meio de tratado, possuindo constituição e órgãos comuns e tendo personalidade legal distinta da dos Estados-membros. 
 	Em suma, uma Organização Internacional é a associação de Estados, voltada para um determinado interesse comum, oriunda de esforços promovidos pelas pessoas envolvidas em pró de um objetivo comum, seja preferencialmente econômico, cultural, social, judiciário, de comunicação, administrativo, de proteção ao meio ambiente ou tecnológico. 
 	As organizações intergovernamentais podem ser globais ou regionais, contudo, não importa a espécie, cada uma delas pode ter objetivo generalizado ou específico. O exemplo por excelência de organização generalizada são as Nações Unidas e, com anterioridade, a SDN.
 	A composição essencialmente interestatal poderá ser explicada pelo fato de que as organizações internacionais estão constituídas quase que exclusivamente por Estados soberanos. Portanto, diferenciam-se de outras entidades internacionais, como as Confederações de Estados e os Estados Federais.
 	É de extrema importância ressaltar que o Estado é soberano, no entanto ele não atribui soberania a uma Organização Internacional, haja vista que, se tal fato ocorresse, a Organização perderia sua essência e se tornaria uma federação.
 	As Organizações Internacionais possuem personalidade jurídica de direito público, e por consequência, podem firmar tratados, mediar conflitos, contudo, jamais poderão ser soberanas. 
Obs.: Sempre atentar-se que as Organizações Internacionais são pessoas jurídicas de direito público, que não possuem soberania, pois esta é uma característica exclusiva dos Estados. 
 	Assim, servem para alcançar uma finalidade comum, finalidade esta que pode ser:
Ampla → Uma Organização Internacional é ampla quando busca uma série de objetivos, tornando-se multifinalitária, como no caso da Organização das Nações Unidas,
Escopo único → Uma Organização Internacional possui escopo único quando visa apenas um determinado objetivo, como por exemplo, tratando questões de comércio internacional, como é o caso da OMC. 
 	Independentemente da quantidade de objetivos de cada Organização, tais finalidades são livres, bastando apenas que estejam em concordância com seus respectivos estatutos. 
 	Assim, resta claro que as Organizações Internacionais sempre serão oriundas de convenções internacionais que irão estabelecer seus estatutos. (Organizações Estatutárias), não cabendo a possibilidade de uma Organização Internacional ser costumeira. 
 	Os Estados que subscreveram o tratado no momento de sua criação são os considerados fundadores, contudo, se houver previsão expressa na Convenção, nada impede que outros Estados aceitem os termos do tratado e realizem sua adesão em momento posterior ao estabelecimento. 
→ Classificação das Organizações Internacionais:
 	O mundo das Organizações Internacionais é extremamente fragmentado e heterogêneo. Portanto, a adoção de um critério de classificação, conforme os que serão abaixo descritos, é essencialmente pedagógico. Por tal razão, os critérios utilizados pela doutrina para classificar as OIs são muitos variados.
- Em razão da amplitude de suas finalidades:
Multifinalitária: Possui uma série de finalidades/objetivos. Entre suas principais representantes estão a ONU e a OEA.
Unifinalitária: Possui uma exclusiva finalidade/objetivo. Entre suas principais representantes está a OMC e o Mercosul. 
- Em razão da abrangência territorial:
Global: Quando se propõem a uma cooperação entre todos os Estados da comunidade internacional, baseadas no princípio da inclusão. As principais OI´s universais são a OMC e a ONU.
Regional: Buscam a cooperação entre um número limitado de Estados se baseando no princípio da exclusão, podendo apresentar-se nas seguintes escalas geográficas variáveis: intercontinental (Organização da Conferência Islâmica); continental (OEA); inter-regional (Associação Latino-Americana de Integração); regional (Conselho da Europa) e sub-regional (MERCOSUL). Os critérios que podem fixar as condições de adesão a uma organização de caráter regional são variáveis: além da proximidade geográfica, podem ser de ordem econômica e industrial, como no caso da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, ou na conjunção deles, podendo-se citar a Comunidade Européia que exige que o país candidato ao ingresso na Organização seja Europeu, possua um governo democrático e desfrute de determinadas condições econômicas. Cabe destacar que são as OIs de caráter regional que têm produzido essencialmente o fenômeno da multiplicação de organizações, salientando que é dentro das mesmas que se desenvolvem os processos de institucionalização de cooperação mais avançados que se conhece na sociedade internacional.
- Em razão de sua natureza:
Política: Têm por finalidade a proteção do indivíduo ou das coletividades nos mais diversos aspectos. É o exemplo da OIT: proteção da dignidade do trabalho e proteção física e moral dos trabalhadores; UNESCO: cooperação entre os Países de modo a favorecer o conhecimento e a compreensão mútua entre as Nações e impulsionar a educação popular e difundir a cultura e o saber; OMS: objetiva que todos os povos gozem de nível sanitário o mais elevado possível.
Técnica: Destinadas a canalizar a cooperação dos Países nos mais diversos setores, tais como, correios (União Postal Universal); telecomunicações (União Internacional de Telecomunicações); comunicações marítimas (Organização Marítima Internacional), aéreas (Organização da Aviação Civil Internacional) e ferroviárias (Oficina Central de Transportes Internacionais Ferroviários), ou em atividade científicas: Agência Internacional de Energia Atômica, Agência Espacial Europeia e Organização Meteorológica Mundial. Existem especificações técnicas que somente podem ser solucionadas por alguém de cunho cientifico.
Econômica: representam as categorias de OIs mais numerosas no presente momento. Algumas delas possuem objetivos financeiros, tais como, o FMI e o BIRD, outras, o desenvolvimento de relações comerciais, a exemplo da OMC, outras se propõem a fins econômicos, ora de natureza global, como a Organização de Cooperação de Desenvolvimento Econômico, ora por setores econômicos como a ONUDI. 
- Em razão de suas tomadas de decisões:
Unanimidade de seus membros: Isto significa que os votos dos membros permanentes têm que ser unânimes para aprovação de qualquer decisão, como ocorre no caso do Mercosul.
Maioria de seus membros: Para uma determinada decisão ser tomada, é necessário que ao menos metade + 1 dos países (51%) esteja de acordo. É o que ocorre com a ONU.
Sistema soberania compartilhada: Possui alguns órgãos exclusivos, e é o caso exclusivo da União Europeia (A ONU já aderiu o sistema de soberania compartilhada em momento anterior).
Obs.: A adoção do critério de unanimidade ou maioria de membros costuma ser estabelecida de acordo com o número de integrantes existentes na Organização Internacional, de modo que, no ponto de vista do direito internacional, a melhor forma de decidir é a unanimidade, considerando que há uma isonomia jurídica entre os Estados e em tese, ao falar em maioria, transparece a ideia de estar subjulgando alguns Estados. 
A extensa problemática de utilizar-se do modelo ideal de decisão, qual seja a unanimidade, é a viabilidade prática de algumas determinadas situações. Por exemplo, no caso Mercosul, que possui cinco países, é muito mais fácil manter a opção de voto unânime, contudo, no caso da ONU, que possui mais de duzentas delegações envolvidas, com sistemas cultural, político e jurídico diferentes, se torna praticamenteimpossível que exista um acordo pleno. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU
 	A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada pela Carta de São Francisco em 1945, com os propósitos de:
Manter a paz e a segurança internacionais;
Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos;
Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário e para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos;
Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos.
 	Resultou da segunda guerra mundial e veio substituir o organismo análogo que, sob a denominação de Sociedade das Nações, funcionou em Genebra após a primeira guerra mundial.
 	A Organização das Nações Unidas não é superestado, embora reúna a quase totalidade dos estados existentes. Os membros são originários ou eleitos:
- Membros originários: São os 51 países que participaram da Conferência de São Francisco e assinaram a Carta, bem como aqueles que previamente firmaram, a 1 º de janeiro de 1942, a Declaração das Nações Unidas.
- Membros eleitos: São admitidos pela Assembleia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança.
O Brasil é membro fundador das Nações Unidas.
 	Poderão ser admitidos como membros todos os estados “amantes da paz”, que aceitaram as obrigações contidas na Carta “e que a juízo da Organização estiverem aptos e dispostos a cumprir tais obrigações”.
 	O membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os princípios da Carta poderá ser expulso pela Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.
 	A organização compreende 6 órgãos especiais a serem tratados:
Conselho de Segurança; 
Assembleia Geral; 
Secretariado;
Corte Internacional de Justiça;
Conselho Econômico e Social; 
Conselho de Tutela.
 	Terá, além disso, os órgãos subsidiários que forem considerados necessários.
 
→ Conselho de Segurança:
 	É o órgão decisório das Nações Unidas. As questões versadas no Conselho e deliberadas positivamente por ele se tornam obrigatórias e a sociedade internacional precisa atuar em concordância com as mencionadas deliberações. 
 	Criado para ser o órgão principal das Nações Unidas, compunha-se, inicialmente, de onze membros, sendo cinco permanentes (China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido e URSS) e seis eleitos pela Assembleia Geral para um prazo de dois anos e sem faculdade de reeleição para o período imediato.
 	Em 1963, contudo, a composição do Conselho de Segurança foi modificada e passou a ter dez membros não permanentes, além dos mesmos cinco membros permanentes
- Membros permanentes atualmente (aqueles que possuem poder de veto):
EUA;
Inglaterra;
França;
China;
Rússia. 
Obs.: Os supraditos 5 países são permanentes e possuem poder de veto “ad infinitum” em decorrência de sua participação efetiva nos esforços para ganhar a 2ª Guerra Mundial. 
Cada membro de Conselho tem ali apenas um representante e apenas um voto.
 	As decisões do Conselho são tomadas pelo voto afirmativo de nove dos seus membros, quando se trata de questões processuais, e pelo voto afirmativo de nove membros, com a inclusão, entre estes, de todos os membros permanentes em todos os outros assuntos
 	Essa exigência do voto afirmativo de todos os membros permanentes do Conselho é o reconhecimento do chamado “direito de veto”, de qualquer deles contra a maioria, ou até a unanimidade dos demais.
 	Qualquer membro das Nações Unidas que não for membro do Conselho poderá tomar parte, sem direito de voto, na discussão de qualquer questão submetida ao Conselho, se este considerar que os interesses do referido membro se acham, especialmente, em jogo.
 	Analogamente, qualquer dos ditos membros ou qualquer estado que não pertença às Nações Unidas será convidado a participar, sem direito de voto, na discussão de qualquer controvérsia submetida ao Conselho, uma vez que seja parte em tal controvérsia. 
 	As principais atribuições especificas do Conselho de Segurança são:
Convidar as partes em uma controvérsia e resolvê-la por algum meio pacífico; 
Recomendar procedimentos ou métodos de solução adequados para controvérsias ou situações que possam vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais; 
Determinar a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão e fazer recomendações ou decidir medidas tendentes a manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais; 
Tomar a iniciativa para a negociação de acordos com os membros da organização sobre as forças armadas, a assistência e as facilidades que cada um deles se comprometeu a proporcionar ao Conselho para a manutenção da paz e da segurança internacionais; 
Fazer planos, com a assistência de uma comissão de estado-maior, para a aplicação das forças armadas de que possa dispor; 
Estimular o desenvolvimento da solução pacífica de controvérsias locais mediante acordos ou entidades regionais e, eventualmente, utilizar tais acordos e entidades para ação coercitiva, sob sua própria autoridade; 
Aprovar os acordos de tutela referentes às zonas designadas como estratégicas; 
E fiscalizar a execução de tais acordos, especialmente no tocante a matérias políticas, econômicas, sociais ou educacionais.
 	Vale dizer que atualmente inúmeras pessoas criticam a existência de menos membros rotativos e aumento de membros permanentes no Conselho de Segurança.
 	Por mais que inúmeros países tentem insistentemente ao longo dos anos alterar o estatuto da ONU para englobar outros países como permanentes, ou seja, com poder de veto, essa opção basicamente não está em discussão. Outros países podem receber o cargo de permanentes, contudo, não recebem poder de veto, haja vista que essa benesse é exclusiva. 
 	A competência do Conselho de Segurança é muito estrita, versando apenas sobre questões de segurança internacional, ou seja, quando há risco efetivo, por exemplo a eclosão de uma guerra ou um extermínio, genocídio, etc. Diante de casos onde há relevante gravidade, o Conselho de Segurança poderá agir. 
 	Em decorrência de sua competência ser decisória, não cabe atribuir competências sobre temas irrisórios para serem debatidos, mesmo porque, uma Organização Internacional não possui exército próprio, sendo necessário convocar soldados de outros países. Uma intervenção armada requer uma quantidade relevante de “capacetes azuis”, que são convocados para uma determinada ação da ONU, como por exemplo o Brasil, o Haiti, entre outros que participam de missões de paz pelo mundo. 
→ Assembleia Geral:
 	A Assembleia Geral das Nações Unidas é composta de todos os membros da organização, cabendo a cada estado-membro apenas um voto. Assim, todos os membros efetivos das Nações Unidas participam da Assembleia Geral, e embora as delegações dos países junto a ONU possam ter até 15 integrantes, é permitido ter apenas um único representante, que é quem vota. Na assembleia não há poder de veto e cada voto representa um único componente, qual seja o Estado. 
 	A Assembleia Geral reúne-se em sessões ordinárias, uma vez por ano, e em sessões extraordinárias, quando as circunstâncias o exigirem. As sessões extraordinárias são convocadas pelo Secretário Geral, a pedido do Conselho de Segurança ou da maioria dos estados membros.
 	As decisões da Assembleia Geral são tomadas pela maioria simples dos membros presentes e votantes. Nas questões importantes, as decisões são tomadas por dois terços dos membros presentes e votantes.
Obs.: Deixará de ter voto na Assembleia o membro da organização que estiver em atraso no pagamento de sua contribuição financeira, se o total de suas contribuições atrasadas igualar ou exceder a soma das respectivas contribuições correspondentes aos dois anos anteriores completos. A Assembleia poderá, no entanto, permitir que o referido membro vote,caso fique provado que a falta é devida a condições independentes de sua vontade.
 	A Assembleia Geral emite resoluções, que são meras recomendações e não tem caráter decisório. Isto porque, caso emitissem parecer de cunho decisório, atuariam como um legitimo legislativo internacional, ou em outras palavras, os países perderiam sua soberania e quem seria considerada como soberana seria a Assembleia Geral. Como os Estados querem manter suas soberanias e não delegar tamanha característica a Organizações Internacionais, a AG permanece emitindo apenas recomendações. 
 	Se o Estado não acata um parecer recomendativo da Assembleia Geral, a depender da gravidade do seu teor, pode ocasionar a interferência do Conselho de Segurança, como por exemplo nas situações onde o não acatamento da recomendação ensejar uma guerra civil - n 	o entanto, se não houver grandes repercussões, somente será mal visto pela comunidade internacional. 
 	A Assembleia tem certas atribuições obrigatórias e outras facultativas, vejamos:
- Obrigatórias:
A consideração e aprovação do orçamento da organização; 
A eleição dos membros não permanentes do Conselho de Segurança e dos membros do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela; 
A admissão de novos membros na organização; 
A suspensão e a expulsão destes; 
A nomeação do Secretário-Geral das Nações Unidas (estas quatro últimas atribuições devem ser precedidas de recomendação do Conselho de Segurança);
A eleição, simultaneamente com o Conselho de Segurança, dos juízes da Corte Internacional de Justiça; 
A adoção de regras para as nomeações pelo Secretário-Geral, do pessoal do secretariado das Nações Unidas; 
O exame dos relatórios anuais do Conselho de Segurança, bem como dos relatórios dos outros órgãos das Nações Unidas; 
O estudo dos meios de promover a cooperação internacional, no terreno político, e a sua codificação, bem como dos meios de promover a cooperação internacional nos terrenos econômico, social, cultural, educacional e sanitário, e de favorecer o pleno gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, por parte de todos os povos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. 
- Facultativas:
Discutir quaisquer questões ou assuntos que estejam no âmbito das finalidades da Carta das Nações Unidas ou se relacionem com as atribuições e funções de qualquer dos órgãos nela previstos; 
Considerar os princípios gerais de cooperação na manutenção da paz e da segurança internacionais; 
Discutir quaisquer questões relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais que lhe forem submetidas por qualquer membro das Nações Unidas, ou pelo Conselho de Segurança, ou por um estado que não seja membro; 
Solicitar a atenção do Conselho de Segurança para situações que possam constituir ameaça à paz e à segurança internacionais. 
 	A Assembleia Geral se reúne ordinariamente uma vez por ano, contudo pode ser convocada em caráter extraordinário a qualquer momento pelo Conselho de Segurança ou por 2/3 de seus membros, quando uma crise nacional enseje aludida medida de urgência. 
→ Secretária Executiva:
 	É o órgão administrativo, por excelência, da Organização das Nações Unidas. Tem uma sede permanente, que se acha estabelecida em Nova Iorque. Funciona como um “verdadeiro” poder executivo, tendo amplas funções, mas tendo como principal a execução das diretrizes gerais estabelecidas pela Assembleia Geral.
 	O Secretário-Geral é eleito pela Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança. Como funcionários internacionais, o Secretário-Geral e os demais componentes do Secretariado são responsáveis somente perante a Organização e gozam de certas imunidades.
 	A Secretaria é o órgão depositário das ratificações de tratados internacionais multilaterais. Ao depositar a ratificação, se dá publicidade que aquela determinada delegação assumiu os termos convencionados naquele tratado. 
 	Entre suas obrigações ordinárias, figura a de apresentar um relatório anual à Assembleia, sobre os trabalhos da organização. Uma de suas mais importantes faculdades é a de chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que, em sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais.
→ Tribunal / Corte Internacional de Justiça:
 	A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o resultado de décadas de sedimentação da ideia de órgão jurisdicional capaz de assegurar solução de controvérsias entre estados. Criada em 1945, a CIJ constitui o principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas (ONU).
 	Basicamente, a CIJ é o órgão para resolução de litígios entre Estados. O Tribunal Internacional das Nações Unidas não julga pessoas físicas ou empresas, mas apenas os próprios Estados, mesmo que estes não sejam membros da ONU, de modo que, um Estado nessas condições pode ter que se submeter a CIJ, caso o Conselho de Segurança assim determine.
Obs.: Essa submissão a participação no Tribunal é entendida como uma forma de resolução pacifica de conflitos, considerando que nenhum país é obrigado a tornar-se membro da ONU, mas pode utilizar-se da Corte Internacional para evitar uma possível guerra ou até mesmo um atrito de grande porte. 
 	Assim, Estados não membros da ONU podem postular perante a CIJ, bastando, para tanto, que o estado em referência cumpra os requisitos exigidos pela Assembleia Geral, atuando esta mediante recomendação do Conselho de Segurança. Tais condições, obviamente, não poderão colocar o estado requerente em posição desfavorável ou desigual perante outros estados.
 	No mais, a Corte possui competência ampla, podendo apreciar qualquer tipo de demanda:
- No tocante às matérias que poderá analisar (ratione materiae), sua competência estende-se a todas as questões que as partes lhe submetam, bem como a todos os assuntos previstos na Carta das Nações Unidas ou em tratados e convenções em vigor.
- No tocante a quem poderá postular perante a Corte (ratione personae), sua competência abrange apenas os estados, sejam ou não membros das Nações Unidas. Dessa forma, o locus standi está restrito a estados, devendo quaisquer pessoas jurídicas e físicas solicitar aos seus respectivos governos que levem ao conhecimento da Corte, em seu nome, suas demandas jurídicas. 
 	O Tribunal tem competência litigiosa/contenciosa entre Estados, ou seja, um Estado pode mover uma ação contra outro; e ainda possui competência de consultoria, contudo, só podem pedir consulta jurídica o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral – os Estado não podem exercer a competência consultiva a CIJ. 
 	A Corte pode ser dividida entre os juízes que a compõem e o Cartório da Corte:
- Os juízes cuidarão do julgamento dos casos e da prolação de opiniões e pareceres jurídicos (a Corte é composta por quinze juízes eleitos).
- O chefe do cartório, o cartorário ou escrivão cuidará para que os aspectos administrativos sejam cumpridos; não apenas aqueles típicos de cartório judicial (como registro de documentos), mas também aqueles deveres de administração de órgão internacional (como comunicação com os outros órgãos internacionais, administração financeira e do pessoal).
Obs.: O mandato dos juízes é de nove anos. Há a possibilidade de recondução.
→ Conselho Econômico Social – E-COSOC:
 	O E-COSOC possui a finalidade de promover o desenvolvimento econômico e social internacional – Isto porque, a comunidade internacional percebeu que o desenvolvimento econômico social dos Estados, atrelado ao desenvolvimento econômico social das pessoas, origina tranquilidade internacional, haja vista que os povos são muito mais felizes quando há qualidade de vida, alimentação, emprego, etc. Essa perspectiva do desenvolvimento acarreta felicidade, o que faz com que as delegações raramente tenham que lidar com possíveis revoluções.
 	O Conselho é composto atualmente de 54 membros das Nações Unidas, eleitos para um período de três anos pela Assembleia Geral, sendo permitida a reeleição. Cada ano, um terço dos seus membros é renovado. Cadaum destes terá nele apenas um representante. Suas decisões são tomadas por maioria dos membros presentes e votantes.
 	Entre as atribuições do Conselho Econômico e Social, figura, em primeiro lugar, a de realizar estudos e apresentar relatórios acerca de assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos, sendo-lhe facultado fazer recomendações a respeito de tais assuntos à Assembleia Geral, aos membros das Nações Unidas e às entidades especializadas interessadas.
→ Conselho de Tutela:
 	O Conselho de Tutela faz parte do organograma das Nações Unidas, contudo não existe mais de fato. Foi criado com o objetivo de mediar a independência das colônias europeias dos seus países colonizadores. 
 	Nos termos da Carta das Nações Unidas, o Conselho de Tutela deveria ser composto de três categorias de Membros:
Os que se encontrem à frente da administração de territórios tutelados;
Os membros permanentes do Conselho de Segurança que não administraram territórios tutelados;
Outros membros eleitos para um período de três anos pela Assembleia Geral, em número suficiente para que o total dos Membros do Conselho de Tutela ficasse dividido em partes iguais, entre os membros das Nações Unidas que administravam e os que não administravam territórios tutelados.
 	Tal composição foi possível nos primeiros anos da organização, mas atualmente não mais existem territórios sob tutela, não mais existe qualquer atuação do Conselho de Tutela. Este, embora tenha as suas atividades suspensas, formalmente continua a existir.
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL
 	Tendência verificada, desde o final da segunda guerra mundial, foi a de tomar o regionalismo como base da estruturação da futura organização internacional, e em tal sentido os sistemas europeu, interamericano, em escala continental ou sub-regional, como o africano, seguem o mesmo modelo. Nessa perspectiva, a Comunidade britânica seria considerada entidade regional.
 	Assim, como o próprio nome diz, integração regional pressupõe a união de países geograficamente próximos, que formam um bloco continental. 
Obs.: Não existe experiência de uma integração regional transcontinental. 
 	As organizações internacionais de vocação regional, além de suas agendas e objetivos internos têm-se ocupado de problemas de direito internacional. Trata-se de vasto universo esse das organizações internacionais, sejam estas de vocação regional ou de vocação universal. Cumpre notar ter este experimentado considerável expansão, sobretudo nas décadas transcorridas desde o final da segunda guerra mundial.
 	Até os dias atuais, as integrações realizadas ao longo da história tiveram como prisma o viés regional, haja vista que, a experiência mais exitosa de integração foi a União Europeia. Com base na evolução da União Europeia, a doutrina classifica as fases da integração econômica:
1. Zona de livre comércio: 
 	Consiste na eliminação ou diminuição significativa das tarifas alfandegárias dos produtos comercializados entre os países-membros. 
 	Em suma, é uma área onde os países que integram essa zona de livre comércio resolvem, para estimular os negócios entre si e o próprio desenvolvimento, criando esse espaço livre de comércio, sem barreira tarifária. A barreira tarifária zerada estimula o comércio, porque faz cair o preço dos objetos. 
 	Assim, os países associados concordam em eliminar, progressiva e reciprocamente, os gravames e outros obstáculos incidentes sobre os produtos negociados entre eles, mas mantendo a ampla liberdade no que se refere à sua política interna, bem como no tocante à política comercial com outros países, mantendo a autonomia na administração de sua política comercial.
2. União aduaneira:
 	Trata-se de uma zona de livre comércio que também adotou uma Tarifa Externa Comum (TEC) / Tarifa Aduaneira Comum (TAC), que é uma tarifa que visa taxar os produtos advindos de países não membros dos blocos. Passa-se a considerar a relação dos Estados com quem está de fora da organização internacional de integração regional e estabelece-se uma única tarifa envolvendo terceiros. 
 	Além de reduzir o preço dos produtos comercializados entre os países-membros, a União Aduaneira ainda torna os produtos de países externos ao bloco ainda mais caros.
 	Assim, existe a eliminação recíproca de gravames (como na zona de livre comércio), e no mais, os Estados membros passam a adotar uma política comercial uniforme em relação aos países exteriores à união. Na união aduaneira vigora uma pauta aduaneira comum, idêntica em todos os países associados, para as importações provenientes de terceiros países
 	Na união aduaneira: a circulação interna de bens e serviços é livre, a política comercial é uniformizada e os países membros utilizam uma tarifa externa comum.
Obs.: O Mercosul é considerado uma união aduaneira imperfeita porque não se consegue chegar em uma tarifa aduaneira comum, isto porque ele sofre um defeito de origem de criação, e no mais, para uma união aduaneira funcionar é preciso ao menos uma paridade econômica entre os países envolvidos. No caso do próprio Mercosul, composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, os dois primeiros tem um parque industrial grande e são produtores que exportam, já os dois últimos são países que vivem basicamente de importação, de modo que a taxa que seria bom para dois dos integrantes é péssima para os outros, e vice-versa. 
3. Mercado comum:
 	Superada a fase da união aduaneira, atinge-se uma forma mais elevada de integração econômica, em que são abolidas não apenas as restrições sobre os produtos negociados, mas também as restrições aos fatores produtivos (trabalho e capital). 
 	É um bloco econômico que conta com um avançado nível de integração econômica, indo muito além de um acordo comercial, pois envolve a livre circulação de produtos, pessoas, bens, capital e trabalho, tornando as fronteiras entre os seus membros quase que inexistentes em termos comerciais e de mobilidade populacional.
	Assim, permite não apenas a circulação de bens, como também a de pessoas e serviços, no sentido de ir e permanecer. 
 	Atualmente basta utilizar-se do Registro de Identidade para circular nos países integrantes do Mercosul, contudo, para residir em um deles, assim como estudar ou trabalhar nesses locais é necessário visto especifico para aquele determinado fim, mesmo porque os sistemas são distintos (não tem como levar uma CTPS brasileira para assinar em um emprego em Buenos Aires).
 	No mercado comum é possível exercer profissão, estudar ou residir em qualquer país inserido no bloco. Existe uma nacionalidade de cidadania. 
Obs.: É a pretensão do Mercosul – ele não quer ir além dessa fase.
4. Órgãos decisórios comuns (União Política e Monetária):
 	Consiste em um mercado comum que ampliou ainda mais o seu nível de integração, que passa a alcançar também o campo monetário. Adota-se, então, uma moeda comum que substitui as moedas locais ou passa a valer comercialmente em todos os países-membros. Também é criado um Banco Central do bloco, que passa a adotar uma política econômica comum para todos os integrantes.
 	Dessa forma, é a implantação de uma moeda única, sendo necessário um Banco Central único e uma Casa da Moeda única – O Banco Central é quem vai estabelecer todas as políticas econômicas, não existindo delegação de vários países discutindo como agir, mas sim o Presidente do Banco Central escolhido por estes países representados, e é ele quem vai estabelecer as próximas medidas (soberania compartilhada), não deixando cada um dos Estados de ser soberano, mas atribuindo a um órgão decisório comum certas questões que afetam o interesse regional. 
 	O único exemplo de mercado comum e, ao mesmo tempo, de união política e monetária é a União Europeia, que é hoje considerada o mais importante bloco econômico da atualidade em razão do seu avançado nível de integração. Em muitos casos, essa integração alcança até mesmo as decisões políticas que eventualmentesão tomadas em conjunto pelos países-membros.
DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS 
 	Inicialmente, é de suma importância mencionar que existe um sistema global com tratados multilaterais avessados no chamado sistema ONU, bem como, um sistema regional de tratados, também multilaterais, avessados regionalmente na África, nas Américas, e na Europa, no âmbito da União Europeia.
 	O sistema global teve inicio com a Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Aludida declaração, bem como os instrumentos subsequentemente adotados, no contexto da ONU, inscrevem-se no movimento de busca de recuperação da dignidade humana, após os horrores cometidos pelo nazifascismo e o estabelecimento de sistema de
proteção dos direitos fundamentais intrinsecamente internacional. Todo o sistema se constrói a partir de tal premissa.
 	Algumas questões sobre a declaração de 1948 merecem nota: Primeiramente, ela introduz a expressão “Direitos Humanos” no mundo jurídico. Isto porque, até o momento era muito comum se referir ao ser humano como os “homens” (entendido como homens e mulheres), e a primeira declaração que tende a universalizar é a declaração dos Direitos Humanos, quando Eleanor Roosevelt (primeira-dama) sugere o termo “humanos”, pois engloba todos. 
 	A Declaração dos Direitos Humanos é dividida em dois capítulos distintos:
Primeira parte: Previsão de direitos humanos de primeira dimensão:
 	Os direitos fundamentais de primeira dimensão são os ligados ao valor liberdade, são os direitos civis e políticos. São direitos individuais com caráter negativo por exigirem diretamente uma abstenção do Estado, seu principal destinatário.
 
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Segunda parte: Previsão dos direitos sociais, econômicos e culturais:
 	Ligados ao valor igualdade, os direitos fundamentais de segunda dimensão são os direitos sociais, econômicos e culturais. São direitos de titularidade coletiva e com caráter positivo, pois exigem atuações do Estado.
Obs.: Não existe previsão de direitos de terceira dimensão a declaração, porque ela é de 1948. Os direitos fundamentais de terceira geração, ligados ao valor fraternidade ou solidariedade, são os relacionados ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, bem como ao direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e ao direito de comunicação. São direitos transindividuais, em rol exemplificativo, destinados à proteção do gênero humano.
 	Assim, os Direitos Humanos são considerados, para alguns doutrinadores, quando positivados pelo Estado, direitos fundamentais. Não obstante, em virtude da importância e da função basilar 1 Mestrando em Direito (UFS), Graduada em Direito (UFS). para a consagração da dignidade da pessoa humana, referido rol passou a ser objeto de discussões no âmbito internacional.
 	Cabe analisar o que motivou a necessidade dessa internacionalização dos direitos humanos. Durante a Segunda Guerra Mundial foi normatizado o extermínio em massa de pessoas, em um verdadeiro sistema de massacre. Até os dias atuais, tenta-se julgar oficiais alemães pelos crimes cometidos em campos de concentração, contudo as alegações são sempre de cumprimento da legislação pertinente na época. Esse foi o estopim para internacionalização do reconhecimento dos direitos humanos como universais, para demonstrar que soberania possui limites. 
 	A ONU se empenhou para internacionalizar os direitos humanos para que os envolvidos tenham plena noção de suas limitações, sentindo-se acuados em cometer extermínios, diante das represálias que sofrerão de outros países.
→ Sistema regional: 
 	Os Sistemas Regionais compreendem: o Sistema Europeu, instituído pela Convenção Europeia para a proteção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais (1950), o Sistema Interamericano, instituído através da Convenção Americana de Direitos Humanos (1969), além do Sistema Africano, instituído através da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Direitos dos Povos (1981). Este documento entrou em vigor em 1986, prevendo a criação de uma Corte de Direitos Humanos e uma Comissão, com a faculdade de reconhecer petições individuais e interestatais.
Sistema Regional Europeu:
 	Foi assinado pelos Estados-membros do Conselho da Europa em 4 de novembro de 1950 e entrou em vigor em 3 de setembro de 1953, funcionando dentro da estrutura da Comunidade Europeia. É o mais bem sucedido de todos os sistemas na questão dos direitos humanos e no tocante à sua proteção, entretanto o acesso dos indivíduos à Corte Europeia não foi reconhecido quando da elaboração e adoção da Convenção Europeia de 1950.
 	A Comissão encontra-se autorizada para receber petições dirigidas ao Secretário Geral do Conselho da Europa, provenientes de qualquer pessoa, organizações não governamentais ou grupos de indivíduos que aleguem serem vítimas por parte de um dos Estados contratantes de uma violação dos direitos estabelecidos na Convenção, sempre que este Estado contra o qual se apresentou queixa houvesse declarado competência da Comissão para receber tais petições.
Corte Europeia de Direitos Humanos:
 	A Convenção Europeia dos Direitos do Homem e do Cidadão foi assinada em Roma, em 4 de janeiro de 1950, sob a égide do Conselho da Europa com a perspectiva de proteger os direitos humanos e fomentar o progresso econômico e social europeu.
 	A Convenção Europeia é composta de três partes. Na primeira (Título I, arts. 2º a 18) são elencados os direitos e liberdades fundamentais, essencialmente civis e políticos, como o direito à vida, à proibição da tortura, à liberdade, à segurança, a um processo equitativo, à vida privada e familiar, à liberdade de pensamento, de consciência e de religião, à liberdade de expressão, de reunião e de associação, ao casamento, a um recurso efetivo, à proibição de discriminação etc.
 	Na segunda parte (Título II, arts. 19 a 51) a Convenção regulamenta a estrutura e funcionamento da Corte Europeia de Direitos Humanos (o número de juízes, eleição dos mesmos, duração do mandato, questões sobre admissibilidade e arquivamento de petições, sobre intervenção de terceiros, sobre as sentenças da Corte, sua fundamentação e força vinculante, competência consultiva da Corte, privilégios e imunidades dos juízes etc.).
 	E, finalmente, na terceira parte (Título III, arts. 52 a 59) a Convenção estabelece algumas disposições diversas, como as requisições do Secretário-Geral do Conselho de Europa, poderes do Comitê de Ministros, reservas à Convenção, sua denúncia etc.
 	A Convenção Europeia de Direitos Humanos fornece os parâmetros com os quais a Corte Europeia de Direitos Humanos desempenha suas funções. 	
Sem dúvida alguma, a maior inovação (e também o maior avanço) do Protocolo nº 11, que, como retromencionado, criou a Corte Europeia, foi ter conferido aos indivíduos, organizações não governamentais e grupos de indivíduos o acesso direto à Corte Europeia de Direitos Humanos, com poder inclusive de iniciar um processo diretamente perante ela. Mais do que permitir às vítimas, seus familiares ou representantes legais participarem do processo em todas as suas etapas (locus standi), permitiu-se o ingresso direto dos indivíduos ante a Corte Europeia (jus standi) para ali interpor-se uma demanda, conforme Antônio Augusto Cançado Trindade, em sua obra Tratado de Direito Internacional dos Direitos Humanos, vol. III, cit., p. 140. Tal avanço ainda não pode ser contemplado na Corte Interamericana.
 	Como as outras duas Cortes, a Corte Europeia também possui competência contenciosa e consultiva.
Sistema Regional Americano:
 	O Sistema Interamericano, a Carta da OEA e a Convenção Americana sobre os Direitos Humanos de 1969 funcionam como fontes deste sistema, sendo que este prevê dois órgãos de proteção: a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Corte Interamericana de Direitos Humanos:
 	A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) foi formalmente estabelecida em 03 de setembro de 1979 na cidadede São José da Costa Rica, e é caracterizada por ser um órgão judicial internacional autônomo do sistema da Organização dos Estados Americanos (OEA).
 	Trata-se de um tribunal cujo objetivo é a aplicação e a interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
 	Como a Corte Internacional de Justiça, a CIDH possui competência contenciosa e consultiva.
 	Composição da CIDH:
 	É um tribunal composto por sete juízes nacionais dos Estados-membros da OEA, eleitos de forma pessoal dentre os juristas da mais reconhecida competência em matéria de direitos humanos, que reúnam as condições requeridas para o exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, conforme o art. 52 da Convenção Interamericana, sendo vedado que dois juízes da mesma nacionalidade exerçam mandato ao mesmo tempo.
 	O tempo efetivo de cada mandato é de seis anos e pode ser renovado por uma única vez.
Obs.: No que diz respeito aos processos, cabe destacar que:
A pessoa física não tem acesso direto a corte, ela sempre é presentada por associação reconhecida na defesa dos direitos humanos.
A petição não é dirigida diretamente a corte, passa primeiro a um juiz de derivação da comissão interamericana de Direitos Humanos. É necessário propor a demanda a comissão, que por sua vez faz a análise técnica, e leva em consideração primeiro se existe indícios que o fato realmente aconteceu, e segundo, de que o fato é violação de direitos humanos. Esse filtro é necessário em decorrência do número exorbitante de denúncias. 
Existe o prazo de 6 meses a partir do fato, ou a partir da ultima ação dos procedimentos para ingressar com processo. Alega-se que o é prazo prescricional, mas me parece ser mais decadencial.
Esgotamento dos meios internos, só posso ir a comissão se tentei solucionar o problema internamente e esgotei as possibilidades. Exceto: 
Quando não há meios internos a serem esgotados. 
Existem meios internos, mas eles são inacessíveis, por exemplo, para interpor uma ação é necessário recolher custas no importe de um milhão de dólares, tornando inacessível o pleito. 
Demora injustificada no julgamento do caso.
Sistema Regional Africano:
 	Este sistema é configurado pela Carta Africana sobre os Direitos do Homem e dos povos, adotada pela OUA em 1981, a qual entrou em vigor no ano de 1986.
 	A Carta Africana sobre os Direitos do Homem e dos Povos prevê a criação de uma Corte de Direitos Humanos e estabelece também a criação de uma Comissão com a faculdade de reconhecer petições individuais ou interestatais.
A Corte Internacional de Justiça
 	A Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão judiciário das Nações Unidas, foi criada em 1945 através da Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI), que era órgão complementar das Sociedades das Nações e possui caráter permanente.
 	A CPJI era competente não só para tomar conhecimento e decidir sobre qualquer disputa em caráter internacional que lhe fosse submetida pelas partes em conflito, mas também para dar pareceres em qualquer litígio ou questões encaminhadas pelo Conselho ou pela Assembleia.
 	Foi o tribunal mais representativo da comunidade internacional e dos principais sistemas de direito do mundo do que qualquer outro tribunal havia sido até então e serviu de inspiração e base para a criação da CIJ, sendo o seu estatuto uma adaptação do antigo da CPIJ. Foram alterados apenas pontos necessários, reconhecendo a grandeza do trabalho desenvolvido durante anos por esta fundação que só foi substituída, pois, no momento do Pós Guerra, havia premência de uma nova instituição que compreendesse as necessidades das então novas potências internacionais.
Prova da colaboração relevante que a CPJI teve na fundação da CIJ é de que esta se encontra localizada no local em que outrora estava estabelecida a antiga instituição - Palácio da Paz, localizado na cidade de Haia - Holanda.
Organização da Corte Internacional de Justiça
 	Importante se faz ressalvar a forma de organização da CIJ, ela é composta por 15 juízes, que são eleitos pela Assembleia Geral e o Conselho da ONU, não podendo dois deles ter a mesma nacionalidade, cada um deles tem mandato de nove anos, com possível reeleição.
 	É vedado aos juízes ter outras ocupações no exercício do seu mandato.
Competência da Corte Internacional de Justiça
 	A competência é a autorização dada ao juiz internacional para que ele possa exercer seu poder jurisdicional, ou seja, a habitação legal que possui a jurisdição internacional para instruir e julgar uma determinada controvérsia. A CIJ pode, deste modo, gozar de jurisdição internacional.
 	A Corte possui amplíssima competência, podendo decidir sobre toda e qualquer demanda desde que o assunto pendente esteja previsto na Carta das Nações Unidas e que os litigantes estejam de acordo em submeter a questão à sua apreciação, visto que a jurisdição internacional é, via de regra, facultativa, ou seja, não pode ser imposta aos demandantes.
 	Todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte podem recorrer a ela sobre qualquer caso, outros Estados, porém, poderão fazê-lo sob certas condições estipuladas pelo Conselho de Segurança, que pode encaminhar à Corte qualquer controvérsia jurídica, assim, qualquer pessoa física ou jurídica pode provocar o seu Estado para que ele comunique a Corte, em seu nome, uma necessidade de jurisdição internacional.
 	Para ter seu conflito julgado pela Corte Internacional de Justiça as partes poderão agir de diferentes formas: a mais comum é que um Estado peticione, interpelando o outro por acreditar estar sendo lesado devido ter sofrido com uma conduta que viole obrigação de direito internacional, mas existem ainda outras situações como, instituindo e notificando previamente a Corte para que quaisquer conflitos futuros ocasionados entre os demandantes sejam apreciados por ela ou, depois de instaurado o conflito, mediante acordo entre os Estados, a eleição da Corte como órgão competente.
 	A CIJ possui dois tipos de competência e são elas: contenciosa e consultiva.
- Competência Contenciosa e Consultiva da CIJ
A competência contenciosa da CIJ compreende:
A interpretação de um tratado;
Qualquer ponto de direito internacional;
A existência de qualquer fato que, se verificado, constituiria violação de um compromisso internacional;
A natureza ou extensão da reparação devida pela ruptura de um compromisso internacional.
 	Esse mecanismo é possível por meio da chamada"cláusula opcional de competência, que constitui declaração feita a critério de cada Estado signatário com estipulação tanto dos limites de aceitação da compulsoriedade da competência da CIJ, quanto exclusões expressas de áreas em que o Estado declarante não reconhece a competência da Corte. Corresponde à chamada cláusula facultativa de jurisdição obrigatória do Estatuto da extinta Corte Permanente de Justiça Internacional."
 	Para a solução dos litígios a CIJ deve respaldar-se nas convenções internacionais, nos princípios gerais de direito, no costume internacional, nas decisões judiciárias internacionais ou ex aequo et bono (aquilo que é certo e bom).
Além da competência contenciosa, A CIJ também desempenha a função consultiva, emitindo pareceres.
 	Estes pareceres podem versar sobre qualquer tema do ou conflitos já instaurados. Na segunda hipótese acredita a doutrina que a CIJ está apresentando uma sentença sem força vinculante e executória, haja vista que na hipótese consultiva, diferente da contenciosa, os pareceres não obrigam as partes.
→ Sistema global:
 	O sistema global de proteção aos direitos humanos é a estrutura internacional, composta por pactos, tratados, convenções, declarações, comissões, que contêm mecanismos apropriados de acompanhamento, fiscalização e cobrança de informações dos países signatários acerca das ações protetivas e afirmativas de tutela dos direitos humanos.
 	Um dos propósitos das Nações Unidas era solucionar problemas internacionais econômicos,sociais e culturais, inclusive os de direitos humanos e das liberdades fundamentais.
 	Como já foi visto, os mecanismos contemporâneos de implementação dos Direitos Humanos pela ONU são vários e complexos, surgiram através da Carta de São Francisco, mas efetivamente se concretizaram a partir da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948.
 	Tratando-se de Sistema Global, as normas internacionais a respeito dos Direitos Humanos encontram-se em tratados, declarações e instrumentos, originados da Carta das Nações Unidas de 1945. Esta consagrou pela primeira vez, como norma de direito internacional de caráter geral, a promoção dos direitos humanos, que, diferente dos tratados internacionais, objetivam, em primeiro lugar, assegurar o exercício de direitos e liberdades fundamentais às pessoas e não o equilíbrio de interesses entre os Estados.
 	Toda correção no sistema global prevê um comitê, um órgão de acompanhamento e de recebimento de denuncias de violação de direitos humanos. Os comitês apuram ações e concretização dessas denúncias, e em caso de procedência da mesma, recomendam a Assembleia Geral das Nações Unidas uma condenação a conduta do Estado que venha a violar os direitos. Trata-se de uma recomendação.
 	No âmbito do Pacto dos Direitos Sociais, Civis e Políticos, aludido comitê de acompanhamento tornou-se uma comissão independente, nomeando relatores e, a depender da gravidade da situação apurada, reportando ao Conselho de Segurança. 
- Principais Tratados e Declarações Internacionais:
Declaração Universal dos Direitos Humanos:
 	A Declaração dos Direitos Humanos foi redigida sob o impacto das atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, e cuja revelação só começou a ser feita - e de forma muito parcial - ou seja, com omissão de tudo o que se referia à União Soviética e de vários abusos cometidos pelas potências ocidentais - após o encerramento das hostilidades. Além disso, nem todos os membros das Nações Unidas, à época, partilhavam por inteiro as convicções expressas no documento: embora aprovado por unanimidade, os países comunistas (União Soviética, Ucrânia, e Rússia Branca, Tchescolováquia, Polônia e Iugoslávia), a Arábia Saudita e a África do Sul abstiveram-se de votar.
 	A Declaração, retomando os ideais da Revolução Francesa, representou a manifestação histórica de que se formara, enfim, em âmbito universal, o econhecimento dos valores supremos da igualdade, da liberdade e da fraternidade entre os homens, como ficou consignado em seu artigo 1º.
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos: 
 	O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos foi adotado pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 19 de dezembro de 1966, constituindo, assim, um pacto de amplitude mundial. Sua entrada em vigor ocorreu em 1976, quando se atingiu o número mínimo de adesões estipulado, 35 países. 
 	O Congresso Brasileiro aprovou o Pacto por meio do Decreto Legislativo número 226, de 12 de dezembro de 1991, depositando a Carta de Adesão na Secretaria Geral da Organização das Nações Unidas na data de 24 de janeiro de 1992, sendo, finalmente, absorvido pelo ordenamento interno em 24 de abril do mesmo ano. Desde então, o Brasil tornou-se responsável pela implementação e proteção dos direitos fundamentais acordados em seu território. Em virtude da ditadura militar, que governou o país por 21 anos, o governo brasileiro só ratificou o Pacto quando seus principais aspectos já se encontravam garantidos na atual Constituição Federal, em seu título II, dos “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”.
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais:
 	Recebe o nome de Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais o tratado estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas a 16 de dezembro de1966 (mesma data Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos) e ratificado pelo Brasil em 24 de janeiro de 1992. Tal documento foi planejado com o objetivo de tornar juridicamente importantes os dispositivos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, determinando a responsabilização internacional dos estados signatários por eventual violação dos direitos estipulados.
 	O Pacto está organizado em cinco partes, que tratam respectivamente I – da autodeterminação dos povos e à livre disposição de seus recursos naturais e riquezas; II – do compromisso dos estados de implementar os direitos previstos; III – dos direitos propriamente ditos; IV – do mecanismo de supervisão por meio da apresentação de relatórios ao ECOSOC e V – das normas referentes à sua ratificação e entrada em vigor.
 	O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, instituído pela Resolução ESC 1985/17 do Conselho Econômico e Social da ONU, tem a função de monitorar a implementação dos direitos econômicos, sociais e culturais, previstos no Pacto e, em especial, tem a função de examinar relatórios periódicos, apresentados pelos Estados-partes, como também a função de emitir “comentários gerais”, apresentando o que venha a ser a interpretação autêntica e de máxima eficácia para as disposições daquele tratado internacional.
Obs.: A grande diferença entre o sistema global e o regional é a existência do comitê. Porque o sistema regional de direitos humanos é possível verificar que o conteúdo dos direitos é basicamente a mesma personalidade jurídica, liberdade de expressão, democracia, trabalho, férias. Nesse contexto direitos de primeira e segunda dimensão também incidem nos sistema regionais.
→ Formalidade da Declaração dos Direitos Humanos:
 	A Declaração dos Direitos Humanos, diferentemente dos tratados internacionais, não foi assinada por chefes de estado, referendada pelo legislativo, e posteriormente ratificada, mas sim aprovada por uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. Ocorre que, tal acontecimento se torna um problema formal, haja vista que, em regra, as Resoluções possuem caráter de recomendação e não de obrigação. Assim, a doutrina diverge nesse sentido:
Doutrina conteudista: Para os defensores desse posicionamento, uma declaração reconhece uma situação fática pré-existente, não tendo caráter de inovação, que ao ser declarada se torna uma situação jurídica. Assim, a Declaração apenas formalizou expressamente direitos que são essenciais a condição humana (normas imperativas do direito internacional – jus cogens)
Doutrina formalista: Alguns doutrinadores defendem a Declaração dos Direitos Humanos como mera guia interpretativo, considerando a forma como foi aprovada e entrou em vigor. 
 	De qualquer forma, a Declaração que concerne aos Direitos Humanos possui força normativa, pois ela vai especificar a isonomia formal e material e que todos são iguais perante a lei, haja vista que, todo ser humano faz juz a uma personalidade. Isso significa que o sistema jurídico dos países estão obrigados a reconhecer todos as pessoas, independente de classe, cor, etc. 
 	A Declaração dos Direitos Humanos também vai estabelecer como único regime politico legitimo a democracia, autorizando que as pessoas se insurjam contra a tirania. 
 	Aquém da Declaração dos Direitos Humanos, para proteger os direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira geração, foram criados os Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e o Protocolo Facultativo relativo ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos foram adotados e abertos à assinatura, ratificação e adesão por meio de resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Obs.: Em relação aos direitos sociais econômicos e culturais, discute-se os direitos de acesso ao trabalho, da segurança no trabalho, dos finais de semana remunerado, férias, entre outros direitos trabalhistas. Tal assunto enseja uma discussão sobre a atual reforma trabalhista e sua inconstitucionalidade, haja vista que, é uma reforma na Consolidação das Leis do Trabalho que atingiu drasticamente osdireitos assegurados na Constituição Federal, e como já se sabe, não ocorrerá por meio de Emenda Constitucional, mas sim por projeto de lei ordinária, já que não teve quórum de votação suficiente para alterar a Carta Magna. A discussão torna-se ainda mais séria ao analisar se a reforma trabalhista violou direitos que estão previstos no Pacto dos Direitos Sociais, Econômicos e Culturais, pois se considerar o aludido Pacto como incidente dos Direitos Humanos e dos direitos fundamentais, o tratado deverá prevalecer, se em conflito com a alteração trabalhista, por ter força supra-legal. 
Vale ressaltar que a Declaração Universal de 1948 e os dois Pactos Internacionais de 1966, que são o Pacto de Direitos Civis e Políticos e o Pacto de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais formam a International Bill of Rights.
 → Abrangência dos Tratados Internacionais que versam sobre Direitos Humanos e direitos fundamentais:
 	
 	Considerando que os aludidos tratados integrantes do International Bill of Rights são muito genéricos, surgiram uma série de outras questões em nível nacional que precisavam ser reguladas. Tal situação passou a preocupar a doutrina, o que acarretou o “direito das minorias”, atualmente tratado sobre a expressão “pessoas que estejam em situação vulnerável”.
 	A vulnerabilidade de alguns indivíduos se torna clara ao analisarmos que nem sempre o segmento social que sofre o problema está em menor número, conforme se verifica, por exemplo, no preconceito com a mulher existente no Brasil, já que em que pese o senso aponte uma quantidade maior de mulheres do que homens, o segmento social que mais sofre com o ponto de vista de tratamento é o da mulher. A discriminação com o sexo feminino é tamanha, em tantos aspectos que passa a existir a necessidade de elaboração de convenções especificas para proteção desse segmento social. 
 	Em momento posterior, outras convenções internacionais buscaram combater outras praticas contra segmentos minoritários, como a convenção para eliminação de todas as formas de racismo e a para eliminação de formas de discriminação contra a mulher. Ambas as convenções preveem o que a doutrina internacionalista chama de medidas afirmativas, que é conteúdo de isonomia material, ou seja, reestruturar o sistema jurídico e estabelecer uma proteção maior ao segmento social para tentar a equivalência das partes. 
DIREITO INTERNACIONAL ECONÔMICO
 	Após a Segunda Guerra Mundial, as relações internacionais sofreram uma mudança que resultou na preponderância da economia sobre a politica. A guerra entre os países passou a não ser mais com armas e poderio militar, mas através de armas econômicas e comerciais, tais como a superioridade econômica e o bem social econômico. 
 	Assim, logo após o final da 2ª Guerra Mundial, enormes dificuldades econômicas, transformaram-se em dogmas irrefutáveis, ameaçando todo o sistema financeiro e comércio internacional.
 	Tendo em vista o fato de a preponderância das relação econômicas em detrimento das relações politicas ser um fenômeno bastante recente, o direito internacional é ainda incipiente no tratamento e sistematização das normas jurídicas concernentes a esse tipo de relação. 
 	Os grandes lideres mundiais e vencedores da Segunda Guerra, reuniram-se em uma convenção internacional, no intuito de decidir os problemas econômicos e financeiros mundiais decorrentes de um pós guerra e de uma quebra na bolsa de valores (1929). 
 	O continente mais rico do mundo é o europeu, só que foi palco de uma guerra, e por consequência, não tinha mais como produzir. Como a produção não podia parar, a Europa optou por alguém longe da guerra e com setor fabril e aparato tecnológico que suprisse a necessidade do continente europeu, comprando dos EUA. 
 	Aludido posicionamento acarretou um “crash” da bolsa de valores, e os países, no intuito de que não houvesse repetição desse problema, convocaram uma convenção, para tomar as seguintes providências:
 	Surgiu assim o pensamento em blocos econômicos, onde as relações comerciais internacionais visaram o desenvolvimento ou reconstrução das economias destruídas pela Guerra, com conceitos, regras adequadas às necessidades gerais.
 	A primeira medida a ser tomada era a criação de um organismo internacional que atuava em emergências financeiras e econômicas, para auxiliar países em situações de considerável gravidade, em que o aporte era efetivamente necessário. Dessa forma, em momento futuro fora criado o FMI (Fundo Monetário Internacional), onde os países participantes contribuíam com aporte financeiro.
 	Sob a ótica de soberania, importante salientar que não há paridade na conduta, porque juridicamente todos os estados são iguais. 
 	No mais, diante do contexto histórico, a Europa pós Guerra estava destruída e era necessário reconstruí-la com aporte financeiro. Ao mesmo tempo, o aporte precisava ser utilizado para trazer outros países para o desenvolvimento do comércio internacional. 
 	Percebeu-se que quando existe expectativa de desenvolvimento econômico, existe mais possibilidade de manter a paz entre os países envolvidos. Assim, diante dos fatos citados, criou-se em 1945 o banco de reconstrução de desenvolvimento internacional, o Bird, e o Grupo Banco Mundial.
 	Tentou-se criar uma organização internacional, que tivesse finalidade construir uma politica de redução de tarifas alfandegarias, subsídios, para ficar mais isonômico, contudo, os países e as empresas que não queriam essa politica recusaram a organização, não havendo consenso para sua criação. Ocorre que, a ideia de criar mecanismo de tornar o comercio internacional igualitário permaneceu (entenda-se igualitário a ideia de que é possível dar um tratamento diferente para países que estejam em situações econômicas diferentes em prol do desenvolvimento), então os países começaram a se reunir com grandes convenções, conhecidas como rodadas para construção de acordos. 
Nessa época foram criados a ONU (Organização das Nações Unidas), o FMI (Fundo Monetário Internacional), o Bird (Banco Mundial) etc, para cuidar das relações comerciais entre os países, o GATT, cuja sigla em inglês é General Agreement on Tariffs and Trade. Isso porque os governos perceberam que para Ter a paz mundial era necessário o desenvolvimento econômico.
Obs.: O FMI tem o poder de estabelecer as politicas que serão exigidas na contra prestação dos empréstimo, e quanto mais aporte se oferece aos necessitados, maior a capacidade de deliberação, determinando o montante e a destinação do dinheiro aplicado.
 	Em 1947, vinte e três países, dentre eles o Brasil, que estavam na Conferência de Havana. A maioria desta era compostas por países em desenvolvimento, que defendiam o direito de discriminar entre diferentes tipos de produtos a aplicação de quotas de importação, posição combatida pelos Estados Unidos, que não queriam qualquer medida de proteção ao mercado dos países em desenvolvimento.
 	A posição americana foi vencida, entretanto a Carta reconheceu o direito a restrições às importações somente em casos especiais, ligadas ao desenvolvimento econômico. A Carta foi assinada em 20 de outubro de 1947, em Genebra, mas não ratificada pelos Estados Unidos, em razão de setores preocupados com a competição nas importações.
 	A abolição de restrições quantitativas no comércio, a cláusula da nação mais favorecida e redução de barreiras tarifárias eram os princípios básicos do GATT.
 	Durante a vigência do GATT, foram realizadas, no total, oito Rodadas de negociações: Genebra (1947), Annecy (1949), Torquay (1950), Genebra (1955) e Dillon (1960), que trataram da adesão de outros países, assim como, concessões tarifárias e reduções aduaneiras. E as três Rodadas seguintes, de: Kennedy (1964), Tóquio (1973) e Uruguai (1986), que trouxeram grandes avanços ao GATT.
O GATT surgiu, estabelecendo um conjunto de normas e concessões tarifárias, e tinha o objetivo de impulsionar a liberalização multilateral do comercio, que consiste na negociação dos mais diversos temas,que variam desde comércio internacional até segurança coletiva, com a participação efetiva de três ou mais países e combater as práticas protecionistas, que vinham sendo adotadas pelos países desde a década de 20. As negociações a cerca de normas para o comércio internacional tem início, formalmente, com o GATT, que devia ter um caráter provisório e vigir apenas até a criação da Organização Internacional do Comércio, que acabou não sendo criada, pois o Congresso dos Estados Unidos se recusou a ratificar o acordo, por problemas políticos internos, e por receio de que a ratificação do acordo pudesse afetar a soberania e autonomia comercial.
 	Assim o sistema idealizado e fundado por Bretton Woods, se tornou um tripé defeituoso, com apenas dois pilares, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, responsável pelo financiamento da reconstrução dos países destruídos e ocupados.
 	Durante a vigência do GATT, Rodadas de negociações aconteceram, e funcionou como encontros entre todas as partes contratantes nas quais elas negociavam reduções tarifárias, diminuição de outras barreiras comerciais e outros assuntos concernentes ao comércio internacional. Para que funcionem os dois pilares que foram a base para os acordos comerciais entre Estados Unidos e Reino Unido nos anos 30 sustentaram também o GATT: princípios da não discriminação e a reciprocidade.
 	Na não discriminação o país contratante deve tratar igualmente todos os outros, ou seja, ao fazer um acordo de concessão a um determinado parceiro comercial, esse deve se estender a todos os parceiros membro do GATT (cláusula da nação mais favorecida). A não discriminação também se refere à impossibilidade de impor tratamento diferente entre produtos nacionais e estrangeiros, isto é, o chamado “tratamento nacional”.
 	O principal objetivo do GATT era a diminuição das barreiras comerciais e a garantia de acesso mais eqüitativo aos mercados por parte de seus signatários e não a promoção do livre comércio, essa função do GATT pode ser traduzida como sinônimo de liberalização do comércio ou remoção de barreiras tarifárias e não tarifárias. Incorporou muitas provisões da OIT, contida na Carta de Havana, e foi adquirindo progressivamente atribuições de uma organização internacional, não perdendo o caráter de acordo provisório nem obteve uma personalidade jurídica própria.
 	As rodadas para construção de acordos passaram a aproximar os países, até que em 1980 ocorreu a rodada Uruguai, que sem dúvidas, foi a mais importante. Contou com a participação de 123 países, que culmina com a constituição da OMC em 1995.
Rodada Uruguai:
 	
 	A Rodada Uruguai é a última reunião de países para a discussão das diretrizes de comércio internacional sob os auspícios do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade), fórum de debates sobre a matéria comercial internacional estabelecido após a Segunda Guerra Mundial, resultado de uma falta de consenso em se criar a OIC (Organização Internacional de Comércio), que finalmente após a rodada Uruguai seria estabelecida com o nome como é conhecida atualmente, OMC (Organização Mundial do Comércio).
 	Esta última rodada do GATT foi realizada em Punta del Este, sendo iniciada em setembro de 1986 e concluída em 1994, O acordo comercial obtido após esta rodada é considerado quase que de modo unânime como um dos mais importantes realizados dentro do sistema de trocas mundial nas últimas décadas, não só pelo fato da matéria elencada em seu conteúdo abordar temas importantes, mas também por ficar decidido que ficaria incluído no documento final todos os acordos e arranjos concluídos desde 1947 (ano da criação do GATT), além de anexos ao acordo em particular que cria a OMC, que não fora prevista em Punta del Este, mas cuja criação foi considerada importante para que abrigasse dentro de uma única moldura institucional todas as conquistas e progressos obtidos nos acordos criados naqueles mais de quarenta anos de rodadas sob o âmbito do GATT.
 	O principal objetivo era negociar áreas comerciais que não faziam parte do GATT, a inclusão de novos temas, como: o aumento da importância dos setores de serviços, tecnologia, investimentos e propriedade intelectual, a forte tendência à constituição de blocos comerciais, a preocupação crescente com a sanidade de alimentos e padrões técnicos de bens, o que passou a demandar uma regulamentação própria para cada um desses temas, agricultura; pressionado pelos países desenvolvidos, era considerada pelos países em desenvolvimento, como a ausência de aderência às regras já estabelecidas no GATT, ou seja, a inclusão tenderia a relegar ao segundo plano a questão da proliferação de barreiras não-tarifárias. Pelo fato de esses temas possuírem alto grau de complexidade, sua regulamentação, só poderia se dar no âmbito de uma Organização Internacional, prevista na Declaração de Marrakesh, foi criada assim a Organização Mundial do Comércio (OMC), com sede em Genebra, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1995.
 	É necessário mencionar que a OMC (WTO, em sua sigla em inglês, mais comumente utilizada) não é uma substituta direta, ou uma simples continuação do GATT, pois no mesmo documento que cria a instituição são abordados mais assuntos além da criação da instituição em si e do campo em que esta atuaria, além do fato de que determinadas obrigações do GATT continuam em voga, devendo ser cumpridas, pois sete textos extras foram concluídos naquela rodada, não diretamente relacionados à OMC. A conclusão das discussões no âmbito da Rodada Uruguai passaria a ser chamada de GATT 1994.
 	
 	O comércio internacional se desenvolveu através de regras estabelecidas pelo GATT, onde se aprofundou as negociações multilaterais, já que inicialmente eram feitas entre dois países, ou seja, bilateralmente.
 	Iniciando-se assim, trocas entre as partes contratantes, através da prática de um comércio aberto aos países membros, através de princípios que seriam a base para a eliminação das praticas mercantilista que dominavam o período entre a 1ª Guerra e final da 2ª Guerra Mundial. O GATT baseava-se em princípios básicos e cláusulas essenciais.
→ OMC:
 	A OMC é uma organização que tem por funções principais facilitar a aplicação das normas do comércio internacional já acordada internacionalmente e serve também como foro para negociações de novas regras, dotada também de um sistema de controvérsias em comércio internacional. Surgiu ao final da Rodada Uruguai, tendo entrado em funcionamento em 1o de janeiro de 1995. Engloba não só acordos referentes ao comércio de bens agrícolas e industriais, como também serviços, propriedade intelectual, solução de controvérsias, regras de origem e outros, buscando assim promover a efetiva liberalização do comércio entre seus membros. A OMC tem sede em Genebra, Suíça.
 	Atua como a principal instância para administrar o sistema multilateral de comércio. A organização tem por objetivo estabelecer um marco institucional comum para regular as relações comerciais entre os diversos Membros que a compõem, estabelecer um mecanismo de solução pacífica das controvérsias comerciais, tendo como base os acordos comerciais atualmente em vigor, e criar um ambiente que permita a negociação de novos acordos comerciais entre os Membros.
 	O artigo III discorre sobre as funções da OMC: funciona como foro de negociações comerciais; trata de solucionar as controvérsias levadas à Organização pelos membros; supervisiona as políticas comerciais; promove cooperação entre organizações internacionais etc.
 	Existem 3 práticas estabelecidas pela OMC que são de extrema importância no cenário mundial das politicas econômicas:
Barreiras alfandegárias:
 	O governo tende a estimular a implantação de novas indústrias, as quais às vezes para sobreviver no mercado, perante a competitividade externa, são necessárias que implante barreiras alfandegárias. Caso elas sejam temporárias e decrescentes, as indústrias serão obrigadas a se modernizarem afim que possam competir com a concorrência externa. Se as barreirasforem fixas, elas poderão se acomodar e continuar a produzir mercadorias caras e ruins.
 	Assim, a barreira alfandegária é um mecanismo que cobra valores acima do previsto para que os produtos adentrem nos países. Usualmente ocorre de serem criadas barreiras de cunho sanitário, ambiental, entre outros, exclusivamente para controlar os preços e não porque efetivamente há um problema. 
 	Um exemplo de barreira é a compra de pneus recauchutados da Europa, seria uma barreira ambiental, pois uma vez recauchutado não pode ser reutilizado, então se cria a barreira para ponderar o impacto ambiental no descarte.
Subsídios:
 	Para tornarem algumas mercadorias mais competitivas, em preços, com as produzidas no exterior, os governos comumente subsidiam a produção. Algumas vezes o subsídio poderá ser aplicado para o consumo interno. Caso ele seja para as exportações, poderá ser caracterizado como um dumping. 
 	Os principais países que aplicam o subsídio são os países ricos, ou aqueles detentores de riquezas minerais, as quais se tornam antieconômicas, obrigando por motivos sociais o subsídio.
 	Assim, o subsídio, é um aporte de natureza financeira para estimular um determinado produto. Os países podem subsidiar os setores, desde que ele não impossibilite a concorrência de um produto internacional no mercado interno ou baixe o valor do produto do mercado interno no mercado internacional, de tal maneira que ninguém mais compre produtos de outros lugares. 
 	É permitido subsidiar quando o objetivo for trazer uma igualdade econômica para todas as regiões do país. No caso do Brasil, tornou-se uma prática comum, considerando que o país possui a obrigação de desenvolver suas regiões, de tal forma que, exemplificadamente, ao subsidiar a região norte, possivelmente não trará influência no preço dos produtos, pois como é uma região pouco desenvolvida economicamente, esse subsidio vai no máximo equiparar os valores.
 	Também é possível subsidiar setoriais, para desenvolver um determinado produto ou serviço que é incipiente no país. Para tanto, é necessário investir uma quantia monetária para que as empresas também consigam produzir os produtos, proporcionando assim uma competição internacional e consequentemente a venda de produtos de maior valor agregado.
Obs.: A indústria brasileira automobilística precisa de subsídio? Em regra, não é um segmento que demande a necessidade de subsídio, isto porque, não é mais dotadas de isenção fiscal e em decorrência do imenso processo de automatização, não gera empregos em grande quantidade. Ocorre que, considerando que as empresas não tinham condição de competir com as demais diante da ausência de fábricas no Brasil, a solução foi adotar a politica de subsídios, essencialmente pelas marcas japonesas como Toyota, Nissan e Honda. 
Dumping:
 	Consiste em vender no exterior por preço abaixo do custo de produção, como o objetivo de destruir o concorrente e ficar dono do mercado. A configuração de um dumping acontece quando um produto ofertado por determinado país for mais barato que um produto de um comércio onde há livre concorrência;
 	Se o mercado de um país está sofrendo Dumping, sendo invadido por mercadorias de fora do país, e o preço dessa mercadoria está mais baixa no outro país, do que no seu mercado interno, se torna óbvio que o valor da mercadoria não está sendo natural, mas sim forçado para baixo. Não é permitido que o valor do produto esteja mais baixo no mercado externo do que no interno. 
 	A OMC herdou do GATT um conjunto de princípios que fundamentam a regulamentação multilateral do comércio, dentre os quais se destacam:
O da nação-mais-favorecida, segundo o qual um Membro da OMC deve estender a todos os seus parceiros comerciais qualquer concessão, benefício ou privilégio concedido a outro Membro;
O do tratamento nacional, pelo qual um produto ou serviço importado deve receber o mesmo tratamento que o produto ou serviço similar quando entra no território do Membro importador;
O da consolidação dos compromissos, de acordo com o qual um Membro deve conferir aos demais tratamento não menos favorável que aquele estabelecido na sua lista de compromissos; e
O da transparência, por meio do qual os Membros devem dar publicidade às leis, regulamentos e decisões de aplicação geral relacionados a comércio internacional, de modo que possam ser amplamente conhecidas por seus destinatários.
 	A OMC é composta por diversos órgãos, sendo os principais:
Conferência Ministerial, instância máxima da organização composta pelos Ministros das Relações Exteriores ou de Comércio Exterior dos Membros;
Conselho Geral, órgão composto pelos representantes permanentes dos Membros em Genebra, que ora se reúne como Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) e ora como Órgão de Revisão de Política Comercial;
Conselho para o Comércio de Bens;
Conselho para o Comércio de Serviços;
Conselho para os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio;
Diversos Comitês, entre eles os Comitês de Acesso a Mercados, Agrícola e de Subsídios, entre outros; e
Secretariado, que tem por função apoiar as atividades da organização e é composto por cerca de 700 funcionários, dirigidos pelo Diretor-Geral da OMC.
Obs.: A OMC possui uma forma diferenciada de execução de sentença: 
 	Por exemplo, existe uma sentença favorável que apontou um dano especifico, em função do país ter utilizado práticas ilícitas perante o Direito Internacional Econômico. O País não cumpre voluntariamente a sentença da OMC, e esta por sua vez, utiliza-se de retorsão para coagir o país por meio de reciprocidade proporcional. 
 	A retorsão é um ato por meio do qual um estado ofendido aplica ao estado que tenha sido o seu agressor as mesmas medidas ou os mesmos processos que este empregou ou emprega contra ele. É, pois, uma espécie de aplicação da pena de talião.
 	Hodiernamente a OMC conta com 149 países-membro, o Brasil responde por apenas 1% do comércio internacional, e não conta com uma estrutura de retaguarda nas negociações internacionais, mas mesmo com a falta de recursos, o país é o quarto maior demandante do mecanismo de solução de controvérsia no tribunal da instituição,“... o Brasil, já obteve 22 vitórias nessa disputa – e apenas uma derrota
 	A OMC tem no seu escopo a manutenção das rodadas, a manutenção do encontro entre os países para elaborarem tratados e condições sobre os temas de comércio internacional. 
Obs.: Importante frisar que a primeira rodada pós OMC foi equivalente a um “morto vivo”, haja vista que, tampouco foi um sucesso, como também não foi um fracasso. Isso se deve ao objeto da rodada, que foi muito audacioso, já que os países reuniram todos os problemas de cunho internacional e de maior seriedade e pautaram no intuito de negociar em um mesmo momento o futuro de cada problemática. Não existia a menor chance de países com culturas, governos e politicas distintas chegarem a um denominador comum em apenas um dia de negociações. 
 	Até o presente momento, já foram realizadas nove Conferências Ministeriais da OMC, sendo elas: Singapura (1996); Genebra (1998); Seattle (1999); Doha (2001); Cancun (2003); Hong Kong (2005); Genebra (2009); Genebra (2011); Bali (2013) e Nairóbi (2015).
 	Entre elas, é importante realizar algumas considerações sobre a Rodada Doha:
→ Rodada Doha: 
 	A Rodada Doha – cujo nome oficial é Agenda Doha de Desenvolvimento – é um espaço internacional de negociações criado em setembro de 2001 na IV Conferência Ministerial da OMC (Organização Mundial do Comércio), realizada em Doha, no Catar. Seu objetivo é proporcionar a diminuição do protecionismo comercial e das barreiras alfandegárias, bem como resolver questões referentes a patentes comerciais.
 	Durante o lançamento da Rodada de Doha ocorreram negociações envolvendo 142 países que se dividiram em dois blocos: o dos países desenvolvidos e dos países subdesenvolvidos. Nessas negociações, ficou acertado, por exemplo, que em casos de riscos à saúde

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