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UNIVERSIDADE DE BRASILÍA RELÁTORIO FINAL ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO DO ENSINO MÉDIO Gabriella Ferreira da Silva BRASILIA 2011 2 GABRIELLA FERREIRA DA SILVA RELATÓRIO FINAL ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO DO ENSINO MÉDIO DISSERTAÇÃO APRESENTA COMO REGISTRO PARA OBTENÇÃO CONCLUSÃO DA DISCIPLINA DE ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO DO ENSINO MÉDIO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB ORIENTADOR DA DISCIPLINA: LEANDRO CAIXETA BORGES SUPERVISORA DA DISCIPLINA PROF. DRA. JOSENIA ANTUNES VIEIRA BRASÍLIA 2011 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................... ...................04 ESTRUTURA FÍSICA E ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA ESCOLA...............................05 AS PRÁTICAS DOCENTES OBSERVADAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO......................................................................................................06 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS AULAS OBSERVADAS, DOMÍNIO DE CLASSE E GESTÃO DE SALA DE AULA, DOMÍNIO DE CONTEÚDO E CAPACIDADE DE INTERAGIR COM OS ALUNOS .......................................................................................................... 07 O LUGAR DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA NO ENSINO MÉDIO..................08 A CONSTRUÇÃO DO TEXTO E A TEXTUALIDADE DIANTE DAS NOVAS TECNOLOGIAS E O ENSINO DE NOVAS PRÁTICAS DISCURSIVAS.............................................................. 09 A PRÁTICA DE LEITURA E DE LITERATURA NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA..........11 A TEORIA DO GÊNERO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA.................................... 12 FORMATO DO SISTEMA AVALIATIVO DE LITERATURA E REDAÇÃO NO ENSINO MÉDIO... 12 ANEXOS ............................................................................... ................................14 CONCLUSÃO............................................................................ ..............................31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. ..32 4 INTRODUÇÃO Apresento através deste, as impressões sobre as visitas ao Centro de Ensino Médio 304 de Samambaia – Sul, Distrito Federal. O papel do professor está vinculado ao conhecimento, pude notar que principalmente o domínio é fundamental para repassar o aprendizado aos alunos. O Estágio supervisionado tem como objetivo aproximar o aluno a realidade da sala de aula, a escola pode e deve estar articulada às demais esferas da sociedade civil na construção das alianças de transformação, na medida em que se inclua, nesta luta de conquista de poder, junto às camadas excluídas e marginalizadas, com respeito ao acesso às mídias contemporâneas. (OROFINO, 2005, p. 51). 5 A ESTRUTURA FÍSICA E ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA ESCOLA Em visita ao Centro de Ensino Médio 304 – Samambaia, o prédio é composto por quatro blocos, com cinco salas em média 40 alunos, espaço apertado o que dificulta a aprendizagem para alguns alunos. Nos corredores, nota-se a presença de muitas plantas, bancos conservados e limpos. Conversei com alguns alunos e eles me garantiram que a conservação faz parte da rotina escolar, que professores e alunos estão motivados a manter a higiene da escola. Os laboratórios de informática e sala de multimídia estão disponíveis aos estudantes que desejam utilizá-los para fins de elaboração de trabalhos e pesquisas escolares. Para a hora do intervalo, os alunos podem apreciar a lanchonete que possui alimentos saudáveis, e que permite um saboroso lanche e conversas agradáveis. As instalações sanitárias não foge do convencional, torneiras gotejantes, vasos quebrados, portas pinchadas. Como a professora Rosangela (coordenadora pedagógica) me informou, necessita de reformas com urgência. O espaço físico é amplo para as atividades de arte e cultura, sendo muito presente no cotidiano dos alunos e professores, estes empenhados a oferecer sempre a melhor qualidade em educação. Em 2009, a Secretaria de Educação do Distrito Federal disponibilizou a comunidade de Samambaia uma quadra poliesportiva coberta, no qual, além de atividades educacionais ligadas à escola, a comunidade pode usufruir para outros fins, como eventos religiosos, culturais e políticos. A biblioteca da instituição está adequada aos estudantes que realizam consultas para atividades escolares e literatura. Na sala de coordenação, dois alunos estavam redigindo com o auxilio de uma professora uma redação para o concurso oferecido pelo SINPRO- DF, empenhados, creio que conseguiram atingir um bom desempenho. A escola é pioneira no incentivo a cultura e concursos, tendo seus alunos como destaques nos concursos que participam. A estrutura física administrativa é bem localizada, pois estando ela no centro, é possível que os coordenadores pedagógicos e a direção trabalhem focados na ordem administrativa, sem perder a visão privilegiada nos alunos. A direção é composta por cinco membros: Diretora, Vice – Diretora, dois Supervisores Pedagógicos e um Secretario- Chefe. Todos possuem participações no corpo-escolar, as decisões são colegiadas com participação efetiva da comunidade escolar ( pais, alunos e escola). Em cada turno, possui um supervisor pedagógico e coordenador administrativo não alterando o corpo administrativo da direção. Segundo a professora Rosangela, um coordenador pedagógico está disponível aos estudantes, auxiliando-os no desenvolvimento psíquico e no que for necessário para o bom andamento escolar. 6 A escola por motivos não mencionados, não possui grêmio nem outro órgão de interação com os alunos, mas eles possuem voz ativa para reivindicar direitos e deveres, quando necessário. Desta maneira, a escola em sua estrutura física, administrativa, corpo docente são eficientes e eficazes, que auxilia os alunos quando estes necessitam de apoio, sempre interando com os pais, o Centro de Ensino Médio 304 se tornou referência de ensino público em toda a região e no Distrito Federal. AS PRÁTICAS DOCENTES OBSERVADAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO Como informado no PCN´S (Ensino Médio), alguns livros didáticos apresentam a separação entre gramática, estudos literários e redação. Algumas escolas mantém professores especialistas destinado a cada tema, como por exemplo a escola em que eu visito o Centro de Ensino Médio 304 de Samambaia que adota essas soluções para o melhor desenvolvimento dos alunos. “A língua situada no emaranhado das relações humanas, nas quais o aluno está presente e mergulhado. Não há língua divorciada do contexto social vivido. Sendo ela dialógica por principio, não há como separá-la de sua própria natureza, mesmo em situação escolar (...). (...) Diferente de outras legislações, que estipulam carga horária especifica para a disciplina, o parecer CNE e a LDB preconizam sua permanência de acordo não só com a proposta pedagógica da escola, mas também em razão das competências a serem objetivas na área, isto é, a escola deve decidir a carga horária da disciplina com base nos objetivos da escola e da aprendizagem com tratamento interdisciplinar (...)”. Paramêtros Curriculares Nacionais, p. 17, ano 2000 O pólo da leitura, fluido e variável , configura-se como espaço potencial indispensável no processo de compreensão da criação artística de qualquer natureza, quer essa se manifeste como texto verbal. Por meio da leitura dá-se a concretização de sentidos múltiplos, originadosem diferentes lugares e tempos. A professora supervisora do estágio no Centro de Ensino Médio 304, Marcela Cristina, está com um projeto muito interessante voltado aos gêneros literários, com objetivo de aproximar as turmas no qual leciona, ao convívio de contos brasileiros de autores pouco conhecidos e aproximá-los da realidade literária no Brasil. Durante a visita, assistimos um documentário que relata em gênero poético vários fatos ocorridos no século XX, que possuem grande repercussão e personalidades que mudaram nossa historia neste século. A morte é a grande motivação do documentário sempre se reportando ao cemitério no interior de São Paulo. 7 Questionei sobre a divisão da Língua Portuguesa e a professora se mostrou contra este tipo de divisão, pois pouco se pode trabalhar, o tempo é curto ( duas aulas por semana) e ao contrario do período noturno ( leciona matutino e noturno) as aulas possuem muito mais proveito e dinamismo. O projeto, segundo a professora está em sua segunda etapa, na primeira, os alunos foram convidados a confeccionar um gibi, no qual, as ilustrações e a história foram eles mesmos que criaram e compartilharam com toda a escola. A literatura ganha espaço no cotidiano dos alunos, pois segundo a docente eles estão envolvidos e acabam obtendo uma visão mais ampla do que realmente a leitura e a literatura podem mudar a vida deles e de seus colegas. Acaba com a idéia de que o português é apenas envolvido com a gramática e produção de textos, mas a literatura e seus gêneros possuem grande destaque nas provas de vestibular e concursos. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS AULAS OBSERVADAS, DOMÍNIO DE CLASSE E GESTÃO DE SALA DE AULA, DOMÍNIO DE CONTEÚDO E CAPACIDADE DE INTERAGIR COM OS ALUNOS A turma visitada do 2º ano (2º “G”) estava agitada para os preparativos da Festa da Consciência Negra o estava comprometendo um pouco o rendimento da aula. O projeto pedagógico foi mais uma vez tema da aula, abordando os principais pontos a serem discutidos, finalizando com as observações destacadas para a apresentação da atividade. O filme Otelo está sendo apresentado a turma, com intuito de demostrar o gênero literário, através da mídia visual. A professora Marcela utiliza de recursos midiáticos para a apresentação dos gêneros literários. O projeto retrata os contos contemporâneos e seus escritores, apresentando a comunidade escolar e vendendo exemplares por um valor simbólico. O filme será cobrado em prova, o que pede que os alunos tenham muita atenção e observem cada detalhe por trás da historia de Shakespeare. O lenço herdado por seu pai, Otelo acredita que se sua esposa perde-lo caíra em grande maldição. Não podendo esquecer dos contos Machadianos que relatam um ciúme parecido em Dom Casmurro louco de ciúmes de Capitu, fantasia a traição de sua amada com Escobar. Em suas crises, Otelo é surpreendido pela visita de Cássio, homem no qual julga ter um caso com sua esposa. Através de uma armadilha de Iago, Otelo obcecado pela desconfiança da traição, mata sua amada e após descobrir ser tudo mentira, suicida-se. Segundo a docente, os alunos trabalham com obras literárias brasileiras de artistas pouco conhecidos, mas com muito valor didático e intelectual. 8 Algumas alunas me relataram que nas aulas de literatura se realiza pouco leitura, talvez sua prática seja pouco adotada, pois utiliza-se recursos como filmes, internet e outros veículos de comunicação. Questionei sobre as aulas de redação e a leitura também é pouco influente, realiza-se produção de textos dissertativos. Seria impossível a falta de utilização da leitura para a produção de textos, pois através de leituras e observações podemos adquirir recursos para uma boa redação, entre outros. Segundo informações da professora Marcela, uma apostila foi disponibilizada para os alunos da 2ª série e apenas seis estudantes adquiriram o material, por isso muitas vezes ela tem que procurar outros meios de expor o conteúdo sem prejudicar os demais alunos. Na prova do PAS foi sugerida a leitura de Dom Casmurro realizando uma analogia com a historia de Shakespeare, porém apenas alunos utilizaram os exemplares que estão expostos na biblioteca. Outro impencilio na opinião da professora, é a divisão de matérias da língua portuguesa, pois dificulta o acesso a leitura de obras pelo tempo ser curto e a falta de interesse dos alunos. Um aluno conhecido como “ Maranhão”, Cleiton, 18 anos, me informou que no estado de origem, o estudo é mais fácil, pois disciplinas como inglês, espanhol não fazem parte do currículo escolar, nem tão pouco leitura. Alguns alunos se manifestaram dizendo que lá no Maranhão seria o “paraíso”, uma visão pequena focada no “tenho que passar de ano e somente adquirir nota”, não idealizando uma expectativa de crescimento intelectual, voltando apenas ao contentamento com o pouco, a falta de conhecimento. Todo conteúdo é apresentado aos alunos de forma sucinta e após a explicação os alunos são orientados a ler o conteúdo que está no livro, basta saber se isso ocorrerá. O LUGAR DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA NO ENSINO MÉDIO Diante de uma sociedade tão tecnológica, com importantes descobertas científicas, em que o indivíduo, na mais tenra idade, tem acesso à internet e a partir dela ouve música, joga, assiste filmes, conhece lugares e pessoas, por que insistir na Literatura (no livro literário)? Nas palavras de Roland Barthes, encontramos um primeiro argumento em defesa da permanência ou da implantação da leitura literária: “Se, por não sei que de excesso de socialismo ou barbárie, todas as nossas disciplinas devessem ser expulsas do ensino, exceto uma, é a disciplina literária que deveria ser salva, pois todas as ciências estão presentes no monumento literário” (Roland Barthes, 1980, p. 05). 9 A afirmação do estudioso pode ser sustentada, inclusive, com a Teoria da Literatura Comparada, responsável por mostrar o quanto tênue é a fronteira entre a Literatura e outras áreas do saber: pintura, música, antropologia, sociologia, psicologia, História, etc. Mas nem o belo depoimento de Barthes nem a Literatura Comparada são suficientes para amenizar a chamada crise de leitura debatida no Brasil desde a década de 70 do século XX. Regina Zilberman mostra algumas contradições em relação à chamada crise de leitura. De acordo com sua pesquisa, nos anos 70, quando iniciaram efetivamente as reflexões sobre a (não) leitura, acontecia o crescimento da população urbana, decorrente da oferta de trabalho nas indústrias. Esse aumento da população urbana, por sua vez, exige uma reformulação da estrutura escolar, devido à ampliação do número de alunos. Assim, dentre as novas propostas pela reforma de ensino instituída nesse período, o texto literário ganha destaque em sala de aula, as editoras passam a investir na publicação de obras infantis e um elevado número de livros passa a circular nos acervos escolares. A CONSTRUÇÃO DO TEXTO E A TEXTUALIDADE DIANTE DAS NOVAS TECNOLOGIAS E O ENSINO DE NOVAS PRÁTICAS DISCURSIVAS Se for feito um Raio-X do ensino nas escolas brasileiras nesses últimos anos, certamente se constatará que a forma de ensinar era pautada na transmissão de conteúdos, ou seja, na educação bancária, como denominou Paulo Freire. A Escola era pouco inovadora e inflexível e ao professor competia à tarefa de “despejar” informações sobre o aluno ─ ser “desprovido” de todo e qualquer conhecimento e experiências anteriores; ele não se preocupava com a real aprendizagem do aluno. Por muito tempo, a escola propagou esse ensino depositando sobre o educando conhecimentos incipientes e de forma mecânica, sem levar em consideração os aspectos cognitivos desse indivíduo.Particularmente, em relação ao ensino de língua portuguesa, pode-se perceber que a situação não era muito distinta. A preocupação com aspectos referentes à aquisição e produção da leitura e escrita de acordo com a norma culta, se dava nos moldes do tradicionalismo. Basicamente, os aspectos considerados primordiais eram “falar e escrever bem”. Portanto, o aluno deveria dominar as regras gramaticais para lograr êxito não apenas no âmbito escolar, mas para “ser alguém na vida”, para saber ler e escrever de forma impecável. Ainda hoje, pode-se perceber que o ensino de Língua Portuguesa ainda guarda ranços do paradigma tradicional; em algumas escolas ele ainda continua centrado no ensino da gramática, totalmente desvinculado de reflexões, descontextualizado, distante das verdadeiras necessidades dos alunos. O papel do professor é o de mediar a cultura midiática no âmbito escolar transformando esse local num espaço de inclusão social onde todos tenham o mesmo acesso às informações, aos meios de comunicação, à igualdade de oportunidades, uma vez que: As mediações não estão dadas. Elas se constituem enquanto ações reflexivas. E podem ocorrer de fato, tanto na esfera da produção quanto na recepção. Para o nosso caso, enquanto educadores, as mediações precisam ser potencializadas, 10 desenvolvidas, trabalhadas. E a escola pode e deve estar articulada às demais esferas da sociedade civil na construção das alianças de transformação, na medida em que se inclua, nesta luta de conquista de poder, junto às camadas excluídas e marginalizadas, com respeito ao acesso às mídias contemporâneas. (OROFINO, 2005, p. 51). Se pretende um ensino de qualidade que prime integrar não apenas as mídias tecnológicas e a escola, mas também, e, principalmente todas as dimensões do ser humano, sejam no aspecto ético, intelectual, emocional e/ou tecnológico que permeiem entre o pessoal e o social, é necessário mudar, é preciso mediar, indicar caminhos que facilitem a aprendizagem, que oportunize a construção e aplicação do conhecimento na e para a sociedade. Durante todas as atividades evidenciadas no curso de mídia até hoje, várias sugestões foram sendo criadas ao longo do tempo com relação ao projeto didático a ser desenvolvido durante este processo. A escolha do projeto deve estar adequado às necessidades mais carentes da escola, devem surgir neste momento um contexto que vislumbre a tentativa de mudança na aprendizagem, deve ainda ser considerado todos os aspectos relativos à aceitação e participação dos estudantes. Sabemos que para uma educação de qualidade é necessário primar pela chave principal deste desafio que é a leitura. A iniciação do aluno com as palavras, o nascimento pelo gosto de ler, então a língua portuguesa, mas especificamente a leitura e escrita deve ser vista como primordial para o crescimento de vida das pessoas. Considerando os aspectos citados acima, estou em fase de pesquisa para desenvolver meu projeto didático relacionando a língua materna (Língua Portuguesa) com as mídias digitais dentro da escola. Sua influência com o hábito da leitura, e como esse casamento pode dar certo. Várias mídias serão de suma importância para a execução deste projeto, mas, neste momento citarei as consideradas mais importantes para as atividades: O Livro Didático que não sai de moda e que tem a maior fonte de bibliografias e conteúdos impressos mundialmente, a Internet, que é febre de novidade na tecnologia e que possui uma vasta grade de informações pertinentes ao trabalho que pretendo desenvolver, o Projetor de Imagem que transmitirá as criações dos estudantes e até mesmo as informações extraídas diretamente da internet e outras mídias. Vale salientar ainda, que devemos ter um conhecimento prévio com relação ao projeto político pedagógico para desenvolvermos o nosso projeto didático, é importante saber como ele é desenvolvido na escola, conhecer de perto sua missão, sua filosofia, seus objetivos e sua visão de futuro, já que este documento é criado por todos os seguimentos da escola, pais, alunos, funcionários, professores, gestores, conselhos e comunidade civil. O PPP é a identidade da escola é nele que são organizadas, analisadas, vividas e planejadas diariamente as ações. No projeto Político Pedagógico deve estar contido principalmente o desejo da escola em preparar seus alunos para o mundo, para o trabalho e principalmente para a vida, inseri-los nas tomadas de decisões, fazer uma escola realmente democrática com a participação e colaboração de todos. 11 A PRÁTICA DE LEITURA E DE LITERATURA NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA Conversei com alguns alunos e eles me informaram que de fato quase não há estudo de leitura nas aulas de literatura, o que é um completo erro. Como estudar a literatura brasileira, internacional ou até mesmo os gêneros textuais sem utilizar-se da leitura, seria um total equivoco. De uma maneira geral, quase todos os alunos e a própria professora Marcela, me confirmou com um certo pesar que nas aulas em que ministra os alunos não utilizam a leitura como meio mais eficiente de aprendizagem. Mesmo tentando de várias maneiras, sempre caímos em contradição os alunos mesmo sabendo da necessidade de leituras amplas, simplesmente não o realizam por falta de interesse, cultura ou financeiramente. As apostilas que a docente utiliza são entorno de R$ 1,20 centavos, um valor simbólico pelo que representa em questões de aprendizagem. Infelizmente, o baixo valor não é um atrativo, num grupo de 15 turmas no ministra as aulas, somente 6 alunos adquiriram o material disponibilizado. Alguns livros estão disponíveis na biblioteca, mas também não fazem questão de adquiri-los. O que acontece com esses estudantes? Por que ficou mais difícil utilizar materiais interessantes, de boas referências e textos de fácil entendimento? Questões culturais pode ser uma explicação para esta falta de interesse por parte dos estudantes, segundo a professora Marcela. Os pais não foram educados para a leitura e muitos não conseguiram terminar os estudos, este poderá ser um dos motivos mas não justifica o desuso do livro literário e didático. A internet é um meio de comunicação rápido e que nos oferece mecanismos fáceis para adquirimos conhecimento, até um certo ponto, pois para a avaliação de uma prova sobre Dom Casmurro ( Machado de Assis), os resumos estão acessíveis e com eles acreditam que podem realizar uma boa avaliação. No entanto, o aprendizado fica totalmente comprometido não havendo comprometimento com o estudo e acabam se enganando. A questão financeira pode ser um agravante contra a educação, na comunidade em que a professora está leciona muitos alunos não possuem recursos para adquirem materiais para estudos, nem tão pouco acesso a internet. Esse problema poderia ser facilmente solucionado se houvesse uma conversa informal com a escola e a professora, mas infelizmente isso não ocorre. O que fazer para mudar esta realidade? Tornando-nos conscientes de que a escola não é o único local onde se aprende. Descobrindo quais são as formas de aprender que mais trazem satisfação à criança e permitindo que ela reconheça e possa fazer uso de suas próprias estratégias para aprender. Fazendo junto a ela (fazer com não é fazer por ela), brincando, lendo, jogando, conversando, trocando idéias, perguntando e trazendo dúvidas para ela resolver. A professora propôs um projeto pedagógico no qual os alunos foram convidados a interagirem, foram divididos em grupos de organização, ornamentação e realização dos contos, no quais eles teriam que montar uma feira e vender os contos. 12 Infelizmente, não pude participar da feira, mas em todas as aulas em que observei os alunos estavam motivados e interessados no projeto. Creio que esteserá um grande impulso para a importância em que a leitura possui em nossas vidas e para o estudo da língua portuguesa. A TEORIA DO GÊNERO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Portuguesa (1998) propõem a utilização dos gêneros textuais como objeto de ensino para a prática de leitura, produção e sugerem o lugar do texto oral e escrito como a concretização de um gênero, e, por isso, defendem os gêneros como fortes aliados no processo de ensino aprendizagem da Língua Portuguesa. Foi a partir dessa proposta que o contexto de uso e a esfera de circulação dos gêneros textuais foram considerados importantes no ensino da língua, pois até então, prevalecia o estudo da forma e do conteúdo descontextualizados. São inúmeras as contribuições que os PCNs oferecem aos profissionais da educação quanto ao ensino da Língua Portuguesa na sala de aula. No entanto, apesar dessas orientações defenderem o trabalho com os gêneros, elas não mostram como fazê-lo na prática, ou seja, não oferecem seqüências didáticas concretas, o como trabalhar, efetivamente, com os gêneros. É nesta ambiência que pensamos ser necessário nos debruçarmos sobre a teoria proposta por Dolz e Schneuwly (2004), uma vez que esses autores congregam as orientações do PCNs (1998) e, ainda, sugerem como fazer, como pensar e como trabalhar os diferentes gêneros na sala de aula. Pensando, então, na importância do ensino dos gêneros na sala de aula, Dolz e Schneuwly (2004) formulam um modelo didático que tem por objetivo entender as particularidades de cada gênero baseado em estudos e teorias já desenvolvidos por pesquisadores da área, a fim de compreender a relação entre os gêneros trabalhados na escola e também os gêneros que fora dela funcionam como objeto doe referência para o aprendizado do aluno, pois segundo os autores, a sequência didática possibilita aos alunos colocar em prática os aspectos da linguagem já internalizados, e aqueles que eles ainda não têm domínio, possibilitando- lhes aprender e compreender melhor o conteúdo trabalhado pelo professor. FORMATO DO SISTEMA AVALIATIVO DE LITERATURA E REDAÇÃO NO ENSINO MÉDIO Voltando um pouco no tempo, me lembrei como as avaliações eram realizadas na época em que cursava o ensino médio. Eram distribuídos 100 pontos, destes 30% da nota dedicados a provas e avaliações e os 70% restantes trabalhos. Esse tipo de avaliação retira no aluno a obrigação de estudar para as provas, tornando dependente apenas dos trabalhos e avaliação de comportamento. 13 Sinceramente como estudante, me dedicava aos trabalhos tornando as provas um segundo plano. Mas hoje, como futura professora tenho esse visão mais ampla, as atividades não podem valer mais que os trabalhos, pois através delas que temos a noção se os alunos compreenderam ou não há disciplina e onde podemos melhor no ensino- aprendizagem. Tenho como aliada a professora Marcela, conversando sobre como se dá as avaliações atualmente, ela me explicou que na Literatura as avaliações são subdivididas em quatros etapas, assim como nas aulas de Redação, são elas: Exercícios produzidos em sala (Literatura e Redação) Projeto Pedagógico (Literatura e Redação) Provão (Literatura e Redação) Atividade de Análise (Literatura) Produção de Textos (Redação) As professoras tentam ao máximo unir forças para utilizar esses dois ramos da Língua Portuguesa em assuntos próximos, pois uma depende da outra. Os recursos audiovisuais prevalecem nas aulas de Literatura, pois alguns alunos insistem na idéia de não utilizar a leitura como principal meio de interligação entre conhecimento e aprendizagem. Não possuem a visão periférica de qual importância uma boa bagagem literária nos proporciona. Segundo a docente, os alunos estão voltados ao quantitativo (nota), não interessa o quanto será interessante para a vida pessoal, profissional e intelectual para o futuro, apenas o que gerará agora, se passará de ano ou não. O provão é por área de conhecimento que engloba Códigos e Linguagens, seu valor aumentou em relação ao meu tempo de estudante, agora são 05 pontos distribuídos nas disciplinas segundo a professora Marcela, esse tipo de procedimento não ajuda na avaliação de cada aluno, pois não o aluno poderá ter dificuldades em uma determinada matéria e em outra simplesmente ter uma nota elevada e por ser distribuídos muitos pontos o aluno acaba não estudando. 14 ANEXOS ESTRUTURA FÍSICA 15 FOTOS – ALUNOS 16 DOCUMENTOS DO ESTÁGIO 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 CONCLUSÃO Nas duas experiências de observação em torno de um ano, pude notar como o professor pode fazer a diferença na vida de um aluno, não apenas como mediador, mas principalmente repassador de conhecimento de vida e de aprendizagem. Nós futuros docentes de sucesso, estamos com todas as possibilidades de mudança de mundo em nossas mãos, somos capazes sim, de mudar as pessoas e conseqüentemente as pessoas, pois apenas as pessoas são capazes de mudar o mundo, através da educação. Creio que cumpri com o meu compromisso de repassar aos alunos que observam comigo, a curiosidade deles era superior a qualquer outra, que a educação é o melhor meio de ingressar no mundo de oportunidades e desafios. 32 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS www.tvebrasil.com.br/salto/livro/1sfpdf MASETTO, Marcos T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12. Ed. Campinas: Papirus, 2000. Acesso em: 05/11/2011 OROFINO, Maria Isabel. Mídias e mediação escolar: pedagogia dos meios, participação e visibilidade. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo, 2005. PERRENOUD, Phillipe. As Competências para ensinar no Século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2002. www.portalitavi.com.br www.unifan.edu.br http://www.fflch.usp.br/dlcv/lport/linhadagua/images/arquivos/LD/23/Segate.pdf http://www.slideshare.net/plateroeeu/a-teoria-dos-gneros http://alb.com.br/arquivo- morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem04/COLE_3129.pdf
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