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UNIVERSIDADE DE BRASILÍA 
 
 
 
RELÁTORIO FINAL 
ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO 
DO ENSINO MÉDIO 
 
 
Gabriella Ferreira da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
BRASILIA 
2011 
 
 
2 
 
GABRIELLA FERREIRA DA SILVA 
 
 
 
 
RELATÓRIO FINAL 
ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO DO ENSINO MÉDIO 
 
 
 
 
DISSERTAÇÃO APRESENTA COMO REGISTRO PARA 
OBTENÇÃO CONCLUSÃO DA DISCIPLINA DE 
ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO DO ENSINO MÉDIO 
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS. 
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UNB 
 
ORIENTADOR DA DISCIPLINA: 
LEANDRO CAIXETA BORGES 
SUPERVISORA DA DISCIPLINA 
PROF. DRA. JOSENIA ANTUNES VIEIRA 
 
 
 
BRASÍLIA 
2011 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO...................................................................................... ...................04 
ESTRUTURA FÍSICA E ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA ESCOLA...............................05 
 AS PRÁTICAS DOCENTES OBSERVADAS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NO 
ENSINO MÉDIO......................................................................................................06 
 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS AULAS OBSERVADAS, DOMÍNIO DE CLASSE E 
GESTÃO DE SALA DE AULA, DOMÍNIO DE CONTEÚDO E CAPACIDADE DE INTERAGIR COM 
OS ALUNOS .......................................................................................................... 07 
 O LUGAR DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA NO ENSINO MÉDIO..................08 
 A CONSTRUÇÃO DO TEXTO E A TEXTUALIDADE DIANTE DAS NOVAS TECNOLOGIAS E O 
ENSINO DE NOVAS PRÁTICAS DISCURSIVAS.............................................................. 09 
A PRÁTICA DE LEITURA E DE LITERATURA NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA..........11 
 A TEORIA DO GÊNERO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA.................................... 12 
 FORMATO DO SISTEMA AVALIATIVO DE LITERATURA E REDAÇÃO NO ENSINO MÉDIO... 12 
ANEXOS ............................................................................... ................................14 
CONCLUSÃO............................................................................ ..............................31 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. ..32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
Apresento através deste, as impressões sobre as visitas ao Centro de Ensino Médio 
304 de Samambaia – Sul, Distrito Federal. 
O papel do professor está vinculado ao conhecimento, pude notar que principalmente 
o domínio é fundamental para repassar o aprendizado aos alunos. 
O Estágio supervisionado tem como objetivo aproximar o aluno a realidade da sala de 
aula, a escola pode e deve estar articulada às demais esferas da sociedade civil na 
construção das alianças de transformação, na medida em que se inclua, nesta luta de 
conquista de poder, junto às camadas excluídas e marginalizadas, com respeito ao 
acesso às mídias contemporâneas. (OROFINO, 2005, p. 51). 
 
 
 
5 
 
A ESTRUTURA FÍSICA E ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA ESCOLA 
 
Em visita ao Centro de Ensino Médio 304 – Samambaia, o prédio é composto 
por quatro blocos, com cinco salas em média 40 alunos, espaço apertado o que 
dificulta a aprendizagem para alguns alunos. 
Nos corredores, nota-se a presença de muitas plantas, bancos conservados e 
limpos. Conversei com alguns alunos e eles me garantiram que a conservação faz 
parte da rotina escolar, que professores e alunos estão motivados a manter a higiene 
da escola. 
Os laboratórios de informática e sala de multimídia estão disponíveis aos 
estudantes que desejam utilizá-los para fins de elaboração de trabalhos e pesquisas 
escolares. 
Para a hora do intervalo, os alunos podem apreciar a lanchonete que possui 
alimentos saudáveis, e que permite um saboroso lanche e conversas agradáveis. 
As instalações sanitárias não foge do convencional, torneiras gotejantes, vasos 
quebrados, portas pinchadas. Como a professora Rosangela (coordenadora 
pedagógica) me informou, necessita de reformas com urgência. 
O espaço físico é amplo para as atividades de arte e cultura, sendo muito 
presente no cotidiano dos alunos e professores, estes empenhados a oferecer sempre 
a melhor qualidade em educação. 
Em 2009, a Secretaria de Educação do Distrito Federal disponibilizou a 
comunidade de Samambaia uma quadra poliesportiva coberta, no qual, além de 
atividades educacionais ligadas à escola, a comunidade pode usufruir para outros fins, 
como eventos religiosos, culturais e políticos. 
A biblioteca da instituição está adequada aos estudantes que realizam 
consultas para atividades escolares e literatura. Na sala de coordenação, dois alunos 
estavam redigindo com o auxilio de uma professora uma redação para o concurso 
oferecido pelo SINPRO- DF, empenhados, creio que conseguiram atingir um bom 
desempenho. A escola é pioneira no incentivo a cultura e concursos, tendo seus 
alunos como destaques nos concursos que participam. 
A estrutura física administrativa é bem localizada, pois estando ela no centro, é 
possível que os coordenadores pedagógicos e a direção trabalhem focados na ordem 
administrativa, sem perder a visão privilegiada nos alunos. 
A direção é composta por cinco membros: Diretora, Vice – Diretora, dois 
Supervisores Pedagógicos e um Secretario- Chefe. Todos possuem participações no 
corpo-escolar, as decisões são colegiadas com participação efetiva da comunidade 
escolar ( pais, alunos e escola). 
Em cada turno, possui um supervisor pedagógico e coordenador administrativo 
não alterando o corpo administrativo da direção. 
Segundo a professora Rosangela, um coordenador pedagógico está disponível 
aos estudantes, auxiliando-os no desenvolvimento psíquico e no que for necessário 
para o bom andamento escolar. 
6 
 
A escola por motivos não mencionados, não possui grêmio nem outro órgão de 
interação com os alunos, mas eles possuem voz ativa para reivindicar direitos e 
deveres, quando necessário. 
Desta maneira, a escola em sua estrutura física, administrativa, corpo docente 
são eficientes e eficazes, que auxilia os alunos quando estes necessitam de apoio, 
sempre interando com os pais, o Centro de Ensino Médio 304 se tornou referência de 
ensino público em toda a região e no Distrito Federal. 
 
 
AS PRÁTICAS DOCENTES OBSERVADAS NAS AULAS DE LÍNGUA 
PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO 
 
Como informado no PCN´S (Ensino Médio), alguns livros didáticos apresentam 
a separação entre gramática, estudos literários e redação. Algumas escolas mantém 
professores especialistas destinado a cada tema, como por exemplo a escola em que 
eu visito o Centro de Ensino Médio 304 de Samambaia que adota essas soluções para 
o melhor desenvolvimento dos alunos. 
“A língua situada no emaranhado das relações humanas, nas quais o aluno 
está presente e mergulhado. Não há língua divorciada do contexto social vivido. Sendo 
ela dialógica por principio, não há como separá-la de sua própria natureza, mesmo em 
situação escolar (...). 
(...) Diferente de outras legislações, que estipulam carga horária especifica 
para a disciplina, o parecer CNE e a LDB preconizam sua permanência de acordo não 
só com a proposta pedagógica da escola, mas também em razão das competências a 
serem objetivas na área, isto é, a escola deve decidir a carga horária da disciplina com 
base nos objetivos da escola e da aprendizagem com tratamento interdisciplinar (...)”. 
Paramêtros Curriculares Nacionais, p. 17, ano 2000 
 O pólo da leitura, fluido e variável , configura-se como espaço potencial 
indispensável no processo de compreensão da criação artística de qualquer natureza, 
quer essa se manifeste como texto verbal. 
Por meio da leitura dá-se a concretização de sentidos múltiplos, originadosem 
diferentes lugares e tempos. 
A professora supervisora do estágio no Centro de Ensino Médio 304, Marcela 
Cristina, está com um projeto muito interessante voltado aos gêneros literários, com 
objetivo de aproximar as turmas no qual leciona, ao convívio de contos brasileiros de 
autores pouco conhecidos e aproximá-los da realidade literária no Brasil. 
Durante a visita, assistimos um documentário que relata em gênero poético 
vários fatos ocorridos no século XX, que possuem grande repercussão e 
personalidades que mudaram nossa historia neste século. 
A morte é a grande motivação do documentário sempre se reportando ao 
cemitério no interior de São Paulo. 
7 
 
Questionei sobre a divisão da Língua Portuguesa e a professora se mostrou 
contra este tipo de divisão, pois pouco se pode trabalhar, o tempo é curto ( duas aulas 
por semana) e ao contrario do período noturno ( leciona matutino e noturno) as aulas 
possuem muito mais proveito e dinamismo. 
O projeto, segundo a professora está em sua segunda etapa, na primeira, os 
alunos foram convidados a confeccionar um gibi, no qual, as ilustrações e a história 
foram eles mesmos que criaram e compartilharam com toda a escola. 
A literatura ganha espaço no cotidiano dos alunos, pois segundo a docente 
eles estão envolvidos e acabam obtendo uma visão mais ampla do que realmente a 
leitura e a literatura podem mudar a vida deles e de seus colegas. Acaba com a idéia 
de que o português é apenas envolvido com a gramática e produção de textos, mas a 
literatura e seus gêneros possuem grande destaque nas provas de vestibular e 
concursos. 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS AULAS OBSERVADAS, DOMÍNIO DE 
CLASSE E GESTÃO DE SALA DE AULA, DOMÍNIO DE CONTEÚDO E 
CAPACIDADE DE INTERAGIR COM OS ALUNOS 
 
A turma visitada do 2º ano (2º “G”) estava agitada para os preparativos da 
Festa da Consciência Negra o estava comprometendo um pouco o rendimento da 
aula. 
O projeto pedagógico foi mais uma vez tema da aula, abordando os principais 
pontos a serem discutidos, finalizando com as observações destacadas para a 
apresentação da atividade. 
O filme Otelo está sendo apresentado a turma, com intuito de demostrar o 
gênero literário, através da mídia visual. 
A professora Marcela utiliza de recursos midiáticos para a apresentação dos 
gêneros literários. O projeto retrata os contos contemporâneos e seus escritores, 
apresentando a comunidade escolar e vendendo exemplares por um valor simbólico. 
O filme será cobrado em prova, o que pede que os alunos tenham muita 
atenção e observem cada detalhe por trás da historia de Shakespeare. 
O lenço herdado por seu pai, Otelo acredita que se sua esposa perde-lo caíra 
em grande maldição. Não podendo esquecer dos contos Machadianos que relatam um 
ciúme parecido em Dom Casmurro louco de ciúmes de Capitu, fantasia a traição de 
sua amada com Escobar. 
Em suas crises, Otelo é surpreendido pela visita de Cássio, homem no qual 
julga ter um caso com sua esposa. 
Através de uma armadilha de Iago, Otelo obcecado pela desconfiança da 
traição, mata sua amada e após descobrir ser tudo mentira, suicida-se. 
Segundo a docente, os alunos trabalham com obras literárias brasileiras de 
artistas pouco conhecidos, mas com muito valor didático e intelectual. 
8 
 
Algumas alunas me relataram que nas aulas de literatura se realiza pouco 
leitura, talvez sua prática seja pouco adotada, pois utiliza-se recursos como filmes, 
internet e outros veículos de comunicação. 
Questionei sobre as aulas de redação e a leitura também é pouco influente, 
realiza-se produção de textos dissertativos. 
Seria impossível a falta de utilização da leitura para a produção de textos, pois 
através de leituras e observações podemos adquirir recursos para uma boa redação, 
entre outros. 
Segundo informações da professora Marcela, uma apostila foi disponibilizada 
para os alunos da 2ª série e apenas seis estudantes adquiriram o material, por isso 
muitas vezes ela tem que procurar outros meios de expor o conteúdo sem prejudicar 
os demais alunos. 
Na prova do PAS foi sugerida a leitura de Dom Casmurro realizando uma 
analogia com a historia de Shakespeare, porém apenas alunos utilizaram os 
exemplares que estão expostos na biblioteca. 
Outro impencilio na opinião da professora, é a divisão de matérias da língua 
portuguesa, pois dificulta o acesso a leitura de obras pelo tempo ser curto e a falta de 
interesse dos alunos. 
Um aluno conhecido como “ Maranhão”, Cleiton, 18 anos, me informou que no 
estado de origem, o estudo é mais fácil, pois disciplinas como inglês, espanhol não 
fazem parte do currículo escolar, nem tão pouco leitura. 
Alguns alunos se manifestaram dizendo que lá no Maranhão seria o “paraíso”, 
uma visão pequena focada no “tenho que passar de ano e somente adquirir nota”, não 
idealizando uma expectativa de crescimento intelectual, voltando apenas ao 
contentamento com o pouco, a falta de conhecimento. 
Todo conteúdo é apresentado aos alunos de forma sucinta e após a explicação 
os alunos são orientados a ler o conteúdo que está no livro, basta saber se isso 
ocorrerá. 
 
O LUGAR DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA NO 
ENSINO MÉDIO 
 
Diante de uma sociedade tão tecnológica, com importantes descobertas 
científicas, em que o indivíduo, na mais tenra idade, tem acesso à internet e a partir 
dela ouve música, joga, assiste filmes, conhece lugares e pessoas, por que insistir na 
Literatura (no livro literário)? 
Nas palavras de Roland Barthes, encontramos um primeiro argumento em 
defesa da permanência ou da implantação da leitura literária: “Se, por não sei que de 
excesso de socialismo ou barbárie, todas as nossas disciplinas devessem ser 
expulsas do ensino, exceto uma, é a disciplina literária que deveria ser salva, pois 
todas as ciências estão presentes no monumento literário” (Roland Barthes, 1980, p. 
05). 
9 
 
A afirmação do estudioso pode ser sustentada, inclusive, com a Teoria da 
Literatura Comparada, responsável por mostrar o quanto tênue é a fronteira entre a 
Literatura e outras áreas do saber: pintura, música, antropologia, sociologia, 
psicologia, História, etc. Mas nem o belo depoimento de Barthes nem a Literatura 
Comparada são suficientes para amenizar a chamada crise de leitura debatida no 
Brasil desde a década de 70 do século XX. 
 Regina Zilberman mostra algumas contradições em relação à chamada crise 
de leitura. De acordo com sua pesquisa, nos anos 70, quando iniciaram efetivamente 
as reflexões sobre a (não) leitura, acontecia o crescimento da população urbana, 
decorrente da oferta de trabalho nas indústrias. 
Esse aumento da população urbana, por sua vez, exige uma reformulação da 
estrutura escolar, devido à ampliação do número de alunos. Assim, dentre as novas 
propostas pela reforma de ensino instituída nesse período, o texto literário ganha 
destaque em sala de aula, as editoras passam a investir na publicação de obras 
infantis e um elevado número de livros passa a circular nos acervos escolares. 
 
A CONSTRUÇÃO DO TEXTO E A TEXTUALIDADE DIANTE DAS NOVAS 
TECNOLOGIAS E O ENSINO DE NOVAS PRÁTICAS DISCURSIVAS 
 
Se for feito um Raio-X do ensino nas escolas brasileiras nesses últimos anos, 
certamente se constatará que a forma de ensinar era pautada na transmissão de 
conteúdos, ou seja, na educação bancária, como denominou Paulo Freire. A Escola 
era pouco inovadora e inflexível e ao professor competia à tarefa de “despejar” 
informações sobre o aluno ─ ser “desprovido” de todo e qualquer conhecimento e 
experiências anteriores; ele não se preocupava com a real aprendizagem do aluno. 
Por muito tempo, a escola propagou esse ensino depositando sobre o educando 
conhecimentos incipientes e de forma mecânica, sem levar em consideração os 
aspectos cognitivos desse indivíduo.Particularmente, em relação ao ensino de língua portuguesa, pode-se perceber 
que a situação não era muito distinta. A preocupação com aspectos referentes à 
aquisição e produção da leitura e escrita de acordo com a norma culta, se dava nos 
moldes do tradicionalismo. Basicamente, os aspectos considerados primordiais eram 
“falar e escrever bem”. Portanto, o aluno deveria dominar as regras gramaticais para 
lograr êxito não apenas no âmbito escolar, mas para “ser alguém na vida”, para saber 
ler e escrever de forma impecável. 
Ainda hoje, pode-se perceber que o ensino de Língua Portuguesa ainda guarda 
ranços do paradigma tradicional; em algumas escolas ele ainda continua centrado no 
ensino da gramática, totalmente desvinculado de reflexões, descontextualizado, 
distante das verdadeiras necessidades dos alunos. 
O papel do professor é o de mediar a cultura midiática no âmbito escolar 
transformando esse local num espaço de inclusão social onde todos tenham o mesmo 
acesso às informações, aos meios de comunicação, à igualdade de oportunidades, 
uma vez que: 
 As mediações não estão dadas. Elas se constituem enquanto ações reflexivas. 
E podem ocorrer de fato, tanto na esfera da produção quanto na recepção. Para o 
nosso caso, enquanto educadores, as mediações precisam ser potencializadas, 
10 
 
desenvolvidas, trabalhadas. E a escola pode e deve estar articulada às demais esferas 
da sociedade civil na construção das alianças de transformação, na medida em que se 
inclua, nesta luta de conquista de poder, junto às camadas excluídas e 
marginalizadas, com respeito ao acesso às mídias contemporâneas. (OROFINO, 
2005, p. 51). 
Se pretende um ensino de qualidade que prime integrar não apenas as mídias 
tecnológicas e a escola, mas também, e, principalmente todas as dimensões do ser 
humano, sejam no aspecto ético, intelectual, emocional e/ou tecnológico que 
permeiem entre o pessoal e o social, é necessário mudar, é preciso mediar, indicar 
caminhos que facilitem a aprendizagem, que oportunize a construção e aplicação do 
conhecimento na e para a sociedade. 
 
Durante todas as atividades evidenciadas no curso de mídia até hoje, várias 
sugestões foram sendo criadas ao longo do tempo com relação ao projeto didático a 
ser desenvolvido durante este processo. A escolha do projeto deve estar adequado às 
necessidades mais carentes da escola, devem surgir neste momento um contexto que 
vislumbre a tentativa de mudança na aprendizagem, deve ainda ser considerado todos 
os aspectos relativos à aceitação e participação dos estudantes. 
Sabemos que para uma educação de qualidade é necessário primar pela 
chave principal deste desafio que é a leitura. A iniciação do aluno com as palavras, o 
nascimento pelo gosto de ler, então a língua portuguesa, mas especificamente a 
leitura e escrita deve ser vista como primordial para o crescimento de vida das 
pessoas. 
Considerando os aspectos citados acima, estou em fase de pesquisa para 
desenvolver meu projeto didático relacionando a língua materna (Língua Portuguesa) 
com as mídias digitais dentro da escola. Sua influência com o hábito da leitura, e como 
esse casamento pode dar certo. 
Várias mídias serão de suma importância para a execução deste projeto, mas, 
neste momento citarei as consideradas mais importantes para as atividades: O Livro 
Didático que não sai de moda e que tem a maior fonte de bibliografias e conteúdos 
impressos mundialmente, a Internet, que é febre de novidade na tecnologia e que 
possui uma vasta grade de informações pertinentes ao trabalho que pretendo 
desenvolver, o Projetor de Imagem que transmitirá as criações dos estudantes e até 
mesmo as informações extraídas diretamente da internet e outras mídias. 
Vale salientar ainda, que devemos ter um conhecimento prévio com relação ao 
projeto político pedagógico para desenvolvermos o nosso projeto didático, é 
importante saber como ele é desenvolvido na escola, conhecer de perto sua missão, 
sua filosofia, seus objetivos e sua visão de futuro, já que este documento é criado por 
todos os seguimentos da escola, pais, alunos, funcionários, professores, gestores, 
conselhos e comunidade civil. O PPP é a identidade da escola é nele que são 
organizadas, analisadas, vividas e planejadas diariamente as ações. 
No projeto Político Pedagógico deve estar contido principalmente o desejo da 
escola em preparar seus alunos para o mundo, para o trabalho e principalmente para 
a vida, inseri-los nas tomadas de decisões, fazer uma escola realmente democrática 
com a participação e colaboração de todos. 
 
11 
 
A PRÁTICA DE LEITURA E DE LITERATURA NAS AULAS DE LÍNGUA 
PORTUGUESA 
Conversei com alguns alunos e eles me informaram que de fato quase não há 
estudo de leitura nas aulas de literatura, o que é um completo erro. 
Como estudar a literatura brasileira, internacional ou até mesmo os gêneros 
textuais sem utilizar-se da leitura, seria um total equivoco. De uma maneira geral, 
quase todos os alunos e a própria professora Marcela, me confirmou com um certo 
pesar que nas aulas em que ministra os alunos não utilizam a leitura como meio mais 
eficiente de aprendizagem. 
Mesmo tentando de várias maneiras, sempre caímos em contradição os alunos 
mesmo sabendo da necessidade de leituras amplas, simplesmente não o realizam por 
falta de interesse, cultura ou financeiramente. 
As apostilas que a docente utiliza são entorno de R$ 1,20 centavos, um valor 
simbólico pelo que representa em questões de aprendizagem. Infelizmente, o baixo 
valor não é um atrativo, num grupo de 15 turmas no ministra as aulas, somente 6 
alunos adquiriram o material disponibilizado. 
Alguns livros estão disponíveis na biblioteca, mas também não fazem questão 
de adquiri-los. 
O que acontece com esses estudantes? Por que ficou mais difícil utilizar 
materiais interessantes, de boas referências e textos de fácil entendimento? 
Questões culturais pode ser uma explicação para esta falta de interesse por 
parte dos estudantes, segundo a professora Marcela. Os pais não foram educados 
para a leitura e muitos não conseguiram terminar os estudos, este poderá ser um dos 
motivos mas não justifica o desuso do livro literário e didático. 
A internet é um meio de comunicação rápido e que nos oferece mecanismos 
fáceis para adquirimos conhecimento, até um certo ponto, pois para a avaliação de 
uma prova sobre Dom Casmurro ( Machado de Assis), os resumos estão acessíveis e 
com eles acreditam que podem realizar uma boa avaliação. No entanto, o aprendizado 
fica totalmente comprometido não havendo comprometimento com o estudo e acabam 
se enganando. 
A questão financeira pode ser um agravante contra a educação, na 
comunidade em que a professora está leciona muitos alunos não possuem recursos 
para adquirem materiais para estudos, nem tão pouco acesso a internet. Esse 
problema poderia ser facilmente solucionado se houvesse uma conversa informal com 
a escola e a professora, mas infelizmente isso não ocorre. 
O que fazer para mudar esta realidade? 
Tornando-nos conscientes de que a escola não é o único local onde se 
aprende. Descobrindo quais são as formas de aprender que mais trazem satisfação à 
criança e permitindo que ela reconheça e possa fazer uso de suas próprias estratégias 
para aprender. Fazendo junto a ela (fazer com não é fazer por ela), brincando, lendo, 
jogando, conversando, trocando idéias, perguntando e trazendo dúvidas para ela 
resolver. 
A professora propôs um projeto pedagógico no qual os alunos foram 
convidados a interagirem, foram divididos em grupos de organização, ornamentação e 
realização dos contos, no quais eles teriam que montar uma feira e vender os contos. 
12 
 
Infelizmente, não pude participar da feira, mas em todas as aulas em que 
observei os alunos estavam motivados e interessados no projeto. 
Creio que esteserá um grande impulso para a importância em que a leitura 
possui em nossas vidas e para o estudo da língua portuguesa. 
A TEORIA DO GÊNERO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Portuguesa (1998) 
propõem a utilização dos gêneros textuais como objeto de ensino para a prática 
de leitura, produção e sugerem o lugar do texto oral e escrito como a concretização de 
um gênero, e, por isso, defendem os gêneros como fortes aliados no processo 
de ensino aprendizagem da Língua Portuguesa. Foi a partir dessa proposta que o 
contexto de uso e a esfera de circulação dos gêneros textuais foram considerados 
importantes no ensino da língua, pois até então, prevalecia o estudo da forma e do 
conteúdo descontextualizados. 
São inúmeras as contribuições que os PCNs oferecem aos profissionais da 
educação quanto ao ensino da Língua Portuguesa na sala de aula. No entanto, 
apesar dessas orientações defenderem o trabalho com os gêneros, elas não mostram 
como fazê-lo na prática, ou seja, não oferecem seqüências didáticas concretas, o 
como trabalhar, efetivamente, com os gêneros. 
 É nesta ambiência que pensamos ser necessário nos debruçarmos sobre a 
teoria proposta por Dolz e Schneuwly (2004), uma vez que esses autores congregam 
as orientações do PCNs (1998) e, ainda, sugerem como fazer, como pensar e como 
trabalhar os diferentes gêneros na sala de aula. 
Pensando, então, na importância do ensino dos gêneros na sala de aula, Dolz 
e Schneuwly (2004) formulam um modelo didático que tem por objetivo entender 
as particularidades de cada gênero baseado em estudos e teorias já 
desenvolvidos por pesquisadores da área, a fim de compreender a relação entre os 
gêneros trabalhados na escola e também os gêneros que fora dela funcionam como 
objeto doe referência para o aprendizado do aluno, pois segundo os autores, a 
sequência didática possibilita aos alunos colocar em prática os aspectos da 
linguagem já internalizados, e aqueles que eles ainda não têm domínio, possibilitando-
lhes aprender e compreender melhor o conteúdo trabalhado pelo professor. 
 
 
FORMATO DO SISTEMA AVALIATIVO DE LITERATURA E REDAÇÃO 
NO ENSINO MÉDIO 
 
Voltando um pouco no tempo, me lembrei como as avaliações eram realizadas na 
época em que cursava o ensino médio. Eram distribuídos 100 pontos, destes 30% da 
nota dedicados a provas e avaliações e os 70% restantes trabalhos. 
Esse tipo de avaliação retira no aluno a obrigação de estudar para as provas, 
tornando dependente apenas dos trabalhos e avaliação de comportamento. 
13 
 
Sinceramente como estudante, me dedicava aos trabalhos tornando as provas um 
segundo plano. 
Mas hoje, como futura professora tenho esse visão mais ampla, as atividades não 
podem valer mais que os trabalhos, pois através delas que temos a noção se os 
alunos compreenderam ou não há disciplina e onde podemos melhor no ensino-
aprendizagem. 
Tenho como aliada a professora Marcela, conversando sobre como se dá as 
avaliações atualmente, ela me explicou que na Literatura as avaliações são 
subdivididas em quatros etapas, assim como nas aulas de Redação, são elas: 
 Exercícios produzidos em sala (Literatura e Redação) 
 Projeto Pedagógico (Literatura e Redação) 
 Provão (Literatura e Redação) 
 Atividade de Análise (Literatura) 
 Produção de Textos (Redação) 
As professoras tentam ao máximo unir forças para utilizar esses dois ramos da 
Língua Portuguesa em assuntos próximos, pois uma depende da outra. 
Os recursos audiovisuais prevalecem nas aulas de Literatura, pois alguns alunos 
insistem na idéia de não utilizar a leitura como principal meio de interligação entre 
conhecimento e aprendizagem. Não possuem a visão periférica de qual importância 
uma boa bagagem literária nos proporciona. 
Segundo a docente, os alunos estão voltados ao quantitativo (nota), não interessa o 
quanto será interessante para a vida pessoal, profissional e intelectual para o futuro, 
apenas o que gerará agora, se passará de ano ou não. 
O provão é por área de conhecimento que engloba Códigos e Linguagens, seu 
valor aumentou em relação ao meu tempo de estudante, agora são 05 pontos 
distribuídos nas disciplinas segundo a professora Marcela, esse tipo de procedimento 
não ajuda na avaliação de cada aluno, pois não o aluno poderá ter dificuldades em 
uma determinada matéria e em outra simplesmente ter uma nota elevada e por ser 
distribuídos muitos pontos o aluno acaba não estudando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 ANEXOS 
 
ESTRUTURA FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
15 
 
FOTOS – ALUNOS 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
DOCUMENTOS DO ESTÁGIO 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
Nas duas experiências de observação em torno de um ano, pude notar como o 
professor pode fazer a diferença na vida de um aluno, não apenas como mediador, 
mas principalmente repassador de conhecimento de vida e de aprendizagem. 
Nós futuros docentes de sucesso, estamos com todas as possibilidades de mudança 
de mundo em nossas mãos, somos capazes sim, de mudar as pessoas e 
conseqüentemente as pessoas, pois apenas as pessoas são capazes de mudar o 
mundo, através da educação. 
Creio que cumpri com o meu compromisso de repassar aos alunos que observam 
comigo, a curiosidade deles era superior a qualquer outra, que a educação é o melhor 
meio de ingressar no mundo de oportunidades e desafios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 www.tvebrasil.com.br/salto/livro/1sfpdf 
 MASETTO, Marcos T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: 
MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos; BEHRENS, Marilda Aparecida. 
Novas tecnologias e mediação pedagógica. 12. 
 Ed. Campinas: Papirus, 2000. 
Acesso em: 05/11/2011 
 
 OROFINO, Maria Isabel. Mídias e mediação escolar: pedagogia dos meios, 
participação e visibilidade. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo, 2005. 
 
 PERRENOUD, Phillipe. As Competências para ensinar no Século XXI: a 
formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 
2002. 
 
 www.portalitavi.com.br 
 
 
 www.unifan.edu.br 
 
 http://www.fflch.usp.br/dlcv/lport/linhadagua/images/arquivos/LD/23/Segate.pdf 
 
 http://www.slideshare.net/plateroeeu/a-teoria-dos-gneros 
 
 http://alb.com.br/arquivo-
morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem04/COLE_3129.pdf

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