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* * Interpretação clínica do exame de urina simples (EAS) * * O que é o EAS? O exame qualitativo de urina (EAS) é um conjunto de provas não-invasivas e baratas que fornecem informações sobre várias funções metabólicas do organismo. * * Qual a utilidade do EAS Doenças renais Doenças do trato urinário Doenças metabólicas Outras doenças sistêmicas * * Em que consiste o EAS? Verificação do aspecto e cor, pH e densidade Pesquisa de proteínas e glicose Pesquisa de corpos cetônicos Pesquisa de urobilinogênio e bilirrubinas Pesquisa de hemácias e leucócitos Pesquisa de nitritos e esterases Sedimentoscopia * * Como deve ser feita a coleta? Primeira urina, pela manhã (mais concentrada) Limpeza suave dos genitais, com antisépticos ou água e sabão neutro Mulher: abrir os grandes lábios Coletar o jato médio Recipiente descartável, limpo, seco Etiquetar com nome, data e hora da coleta Examinar até 1 hora após a coleta (refrigerada/4horas) * * O que é uma tira reagente? São tiras plásticas que possuem substâncias, revelando a positividade por modificações de cor Simples (medem um único parâmetro) Múltiplas * * Qual é a técnica? Submergir totalmente a tira na amostra de urina (máximo de 1 segundo) Misturada, sem centrifugar Retirar o excesso de urina por capilaridade, na borda do frasco Comparar a cor das áreas reativas com a escala cromátic a correspondente. Fazer a leitura em local com boa iluminação. * * Qual é a cor normal da urina? A cor da urina emitida por indivíduos normais varia de amarelo -citrino a amarelo âmbar fraco Pigmentos urocrômicos Uroeritrina Uroporfirinas Riboflavinas Etc * * Quais as cores comumente encontradas? Amarelo claro ou incolor Amarelo escuro ou castanho Alaranjada ou avermelhada Marrom escuro ou enegrecida Azulada ou esverdeada Esbranquiçada ou leitosa * * Amarelo claro ou incolor Poliúria Diabetes mellitus e insípidus Insuficiência renal avançada Hiperhidratação Diuréticos Álcool * * Amarelo escuro ou castanho Oligúria Anemia perniciosa Febre Início de icterícias Exercício vigoroso Ingesta de argirol, mepacrina, ruibarbo e furandantoínas * * Alaranjada ou avermelhada Hematúria, hemoglobinúria, mioglobinúria Icterícias hemolíticas Porfirinúrias Uso de anilina, eosina, fenolftaneína, rifocina, sulfanol, tetranol, trional, xantonina, beterraba, piridina, nitrofurantoína, vit. A, fenindio Contaminação menstrual * * Marrom escura ou enegrecida CA de bexiga GNDA Meta-hemoglobinúria Alcaptonúria Paludismo Melanoma maligno Uso de metildopa, levodopa, metronidazol, argirol, salicilatos * * Azulada ou esverdeada Pseudomonas Icterícias antigas Tifo Cólera Uso de azul de Evans, Azul de metileno, riboflavina, amitriptilina, metocarbamol, cloretos, indican, fenol, santonina * * Esbranquiçada ou leitosa Quilúria Lipidúria maciça Hiperoxalúria Fosfatúria Pús * * Qual o aspecto normal? Claro, transparente, límpida Não deve ser turva, opaca, conter coágulos, muco ou outros elementos estranhos * * Qual a densidade normal, e quando se altera? 1.015 a 1.025 / urina de 24 h 1.002 a 1.030 / amostras ao acaso Sinaliza incapacidade de concentrar ou diluir Doença renal (túbulo distal) Deficiência de HDA * * Exemplos de alteração da densidade Densidade aumentada Diabetes melitus Hipersecreção de ADH (meningites, TU etc) Densidade diminuída Diabetes insípidus Alcool * * Qual o pH normal? 4,5 a 8 O pH urinário reflete a capacidade do rim em manter a concentração normal dos íons hidrogênio no liquido extracelular * * Exemplos de pH alto ou baixo pH baixo Acidose metabólica ou respiratória pH elevado Alcalose metabólica ou respiratória Observação: alguns antibióticos funcionam melhor com pH ácido e outros com pH alcalino * * Como é dado o resultado qualitativo das proteinúrias? Resultado em cruzes Resultado em mg/dL Traços <50 + <100 ++ <150 +++ >150 * * Quando há proteinúria? Lesão da membrana glomerular (distúrbios Autoimunidade Amiloidose Tóxicos Comprometimento da reabsorção tubular Mieloma múltiplo Nefropatia diabética Pré-eclampia Proteinúria ortostática ou postural. * * O que é o mieloma múltiplo Distúrbio proliferativo de Plasmócitos, que produzem muita imunoglobulina (Proteína de Bence Jones) Pequenas Facilmente filtradas Ultrapassa a capacidade de reabsorção tubular * * Como é dado o resultado qualitativo das glicosúrias? Resutados em cruzes Resultados em mg/dL Traços <100 + <250 ++ <300 +++ <500 ++++ >1.000 * * Quando aparece glicose na urina? Molécula pequena Facilmente filtrável Reabsorvida no TCP Aparece na urina: Quando acima de 180 mg/dL no sangue Defeito no TCP (Síndrome de Fanconi) * * Como é dado o resultado qualitativo das cetonas? Resultado em cruzes Resultados em mg/dL Traços <5 + <15 ++ <50 +++ <150 * * Quando ocorre cetonemia e cetonúria? As cetonas são formadas por três substâncias: Acetoacetato, b-hidroxibutirato e acetona Produto do desvio do metabolismo glicídico / lipídico * * É normal a presença de urobilinogênio na urina? Metabolismo das bilirrubinas: BI BD Urobilinogênio Fezes (estercobilina) Urina (urobilina) * * É normal ter bilirrubinas na urina? BD Lesão hepatocelular Icterícia obstrutiva BI Não aparece na urina Observação: a bilirrubinúria D pode preceder a icterícia (limar entre 2 e 4 mg/dL) * * Quando ocorre hematúria? Infecções do trato urinário Cálculo renal Tumor do trato Urinário Rim policísistico Glomerulonefrite pós-estreptocócica. A maior parte dos casos de hematúria são microscópicas Cilíndros hemáticos indica lesão renal * * Quando ocorre hemoglobinúria? Síndromes hemolíticas: Síndrome hemolítico urêmica Púrpura trombocitopênica Hemoglobinúria paroxística noturna Reações transfusionais Toxinas bacterianas (sepse) Venenos (cobra, aranha etc) Malária Queimadura Exercícios extenuantes * * Quando ocorre mioglobinúria? Com destruição aguda de fibras musculares Exercício excessivo Convulsões Hipertermia Queimaduras graves * * Qual a importância do nitrito? Infecções por produtores de enzimas que reduzem o nitrato da urina a nitrito: Escherichia coli Enterobacter Citrobacter Klebsiella Espécies de * * Qual o valor das esterases? O nível de esterase na urina está correlacionado com o número de neutrófilos presente Sinaliza infecção urinária * * Quais as condições ideais para a sedimentoscopia? Três condições são necessárias: a) que a urina seja recente b) que a urina seja concentrada c) que a urina seja ácida Risco de deterioração dos elementos formados * * O que pesquisar na sedimentoscopia? Células epiteliais Leucócitos Hemácias Cilindros Muco * * Células epiteliais escamosas São as mais comumente encontradas na urina e com menor significado. Provêm do revestimento da vagina, da uretra feminina e das porções inferiores da uretra masculina. * * Células transicionais ou caudadas O cálice renal, a pelve renal, ureter e bexiga são revestidos por várias camadas de epitélio transicional Cateterização ou instrumentação urinária Câncer * * Células dos túbulos renais Isquemia aguda ou doença tubular renal, ou tóxica Necrose tubular aguda por metais pesados ou drogas Rejeição a transplante renal Intoxicação por salicilatos * * Leucócitúria (Piúria) Normal: < 4 / campo Doenças infecciosas Pielonefrite Cistite prostatite e uretrite Doenças não infecciosas Glomerulonefrite Lúpus eritematoso sistêmico Tumores * * Hematúria Normal: < 5 / campo Glomerulonefrites, Pielonefrites, Cistites Cálculos Tumores Traumas Menstruação Exercício extenuante Hemácias dismórficas sugere origem glomerular * * O que são cilindros? São moldes mais ou menos cilíndricos do túbulo contornado distal e do ducto coletor * * Cilindros hialinos A presença de 0 a 2 por campo de pequeno aumento é considerada normal Aumentados: exercício físico intenso, febre, desidratação e estresse emocional glomerulonefrites, pielonefrites, doença renal crônica, anestesia geral e insuficiência cardíaca congestiva. * * Cilindros hemáticos Os cilindros hemáticos geralmente estão associados a doença renal intrínseca Aumentados: Glomerulonefrite Nefrite intersticial aguda Nefrite lúpica Hipertensão malígna Exercício extenuante * * Cilindros leucocitários Indicam infecção ou inflamação renal e necessitam de investigação clínica Aumentados: Glomerulonefrite Pielonefrite * * Cilindros de células epiteliais Têm origem no túbulo renal e resultam da descamação das células que os revestem Aumentados: Agressões nefrotóxicas Isquemia tubular Citomegalovírus * * Cilindros granulosos São compostos primariamente de proteína Aumentados: Exercício extenuante Estresse Estase urinária Infecção urinária * * Cilindros céreos Representam um estágio avançado do cilindro hialino Aumentados: Obstrução tubular Insuficiência renal crônica Rejeição de transplantes Síndrome nefrótica Glomerulonefrite Hipertensão malígna * * Cilindros graxos São um produto da desintegração dos cilindros celulares Aumentados: Síndrome nefrótica Nefropatia diabética Doenças renais crônicas Glomerulonefrites * * Muco O muco é uma proteína fibrilar produzida pelo epitélio tubular renal e pelo epitélio vaginal Não é considerado clinicamente significativo * * Obrigado lcbertges@oi.com.br www.bertges.com.br
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