Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Epidemiologia Enf. Maria Terezinha Silva Neta Especialista em Enfermagem do Trabalho Epidemiologia Comumente definida como o estudo dos determinantes do processo saúde-doença em grupos populacionais: Os epidemiologistas estudam os determinantes e as condições de ocorrência de doenças e os agravos à saúde em populações humanas, logo: 20/6/2012 2 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Saúde: Doença: conjunto de sinais e sintomas de alterações anatomofisiopatológicas; Determinantes: População: grupos humanos socialmente definidos por um conjunto de características. 20/6/2012 3 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia ● A epidemiologia é uma ciência fundamental para a saúde pública. ● Tem dado grande contribuição à melhoria da saúde das populações. ● É essencial no processo de identificação e mapeamento de doenças emergentes. ● Na maioria das vezes, ocorrem grandes atrasos entre as descobertas epidemiológicas e a sua aplicação na população. 20/6/2012 4 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia A epidemiologia não quer explicar porque um indivíduo tornou-se doente e sim em função de que características difere a ocorrência de um determinada doença entre grupos diferentes denominados como população. Obs.: doenças acometem pessoas e o estudo de caso é importante, mas tenta não falar da especificidade do caso individual. A doença é integrante de uma dada estrutura social. 20/6/2012 5 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Para a epidemiologia doenças não ocorrem ao acaso, mas tem relação com uma rede de eventos que podem ser estudados e avaliados. Curiosidade: Doeis epidemiologistas estavam conversando, e um pergunta ao outro: _ Como esta sua esposa? O outro responde: _ Comparando com quem? 20/6/2012 6 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença No Brasil estimaram que 536.920 pessoas com idade entre 15 e 49 anos eram portadores do HIV em 1998, correspondente a aproximadamente 0,.61% da população nessa faixa etária. Em 1995, as notificações ultrapassaram 100.000 casos e até 1997 já somaram 146.000. 20/6/2012 7 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença Essas estimativas expressam o quão freqüente a infecção pelo HIV e a AIDS tem sido em diferentes momentos, regiões e populações humanas. Interessa saber como a epidemiologia: Evolui; Se medidas preventivas surtem efeitos; Tratamento aumentam a sobrevida dos doentes. 20/6/2012 8 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença Independente da sofisticação do estudo as respostas baseiam-se em algum tipo de medida de freqüência. Ou seja: Qualificar ou medir a freqüência com que os problemas de saúde ocorrem em populações humanas. 20/6/2012 9 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença As medidas de freqüência são definidas a partir de dois conceitos epidemiológicos: Prevalência: expressa o número de casos existentes de uma doença em um dado momento. Incidência: refere-se à freqüência com que surgem novos casos de uma doença, num intervalo de tempo. 20/6/2012 10 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença Incidência: É a freqüência de casos novos de uma determinada doença, ou problema a saúde oriundos de uma população sob risco de adoecimento ao longo de um determinado período. Caso novo: indivíduos não doentes no ínicio da observação que no decorrer acabaram por adoecer. 20/6/2012 11 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença Incidência: Características importantes: São necessárias duas observações: É uma medida dinâmica, pois expressa mudanças no estado de saúde. 20/6/2012 12 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença Incidência: Casos particulares: Incidência total: múltiplas ocorrências de uma doença em um mesmo indivíduo ao longo de um intervalo de tempo. Doenças agudas na ausência de imunidade adquirida ou doenças não infecciosas como IAM. 20/6/2012 13 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença Taxa de incidencia: Segundo Ellandt-Johnson, o conceito de taxa esta associado a variação de tempo, ou outra variável. Exemplo: Nº de nascidos vivos óbitos por ano mg de glicose 100 mililitros de sangue 20/6/2012 14 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença Taxa absoluta: Segundo dados da secretaria de saúde pública do Rio de Janeiro foram registrados 376 óbitos por homicídios no mês de julho de 200 m todo o estado: T = ∆y (população) ∆t (tempo) 20/6/2012 15 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença Taxa instantânea relativa: A taxa absoluta de homicídios de 12,1 obtos por dia em julho de 2000 é mais informativa quando se refere a população de estado do Ria de janeiro de cerca de 12.000.000. (1,01.10-6 por habitante por dia) 20/6/2012 16 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença A expressão de uma taxa instantânea relativa: Βt = 1 . Dy y(t) Dt 20/6/2012 17 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença A expressão de uma taxa instantânea relativa: Ao invés de um habitante a taxa pode referir-se a um grupo de por exemplo 1.000.000 de habitantes. 20/6/2012 18 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Medidas de freqüência de doença A expressão de uma taxa instantânea relativa: Se entretanto os 376 óbitos tivessem ocorrido na cidade do Rio, cuja população é de cerca de 5,5 milhões. Qual a taxa relativa de homicídios para 1.000.000 de habitantes no mês de julho de 2.000? 20/6/2012 19 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Prevalência A prevalência é definida como a freqüência de casos existentes de uma determinada doença, em uma determinada população em um dado momento. Os casos prevalentes são aquelas pessoas que adoeceram em algum momento passado; “casos antigos” e os “casos novos” e que estão vivos quando se realiza a observação. obs>.: Para medir a prevalência é necessária uma observação. 20/6/2012 20 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Prevalência pontual ou instantânea A prevalência pontual é estimada como proporção de indivíduos de uma população de estudo que apresentam a doença de interesse em um instante t. Pt = Ct x 100 Nt Pt = Prevalência Pontual Ct = n° de casos prevalêntes Nt = tamanho da população em estudo 20/6/2012 21 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Grupo etário (anos) Casos (Ct) Amostra (Nt) Prevalência (Pt- %) 30-39 229 8.494 40-49 319 5.774 30-59 568 4.486 60-69 539 3.093 Total 1.655 21.847 Fonte: Comissão Coordenadora Central do Estudo sobre Prevalência do Diabetes Mellitus no Brasil, 1992. Prevalência de Diabetes Melitus na População de 30 a 69 anos segundo Grupos etários, em Algumas Capitais Brasileiras, 11/1986 -07/1988. 20/6/2012 22 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Fatores determinantes de prevalência: A prevalência de uma doença é determinada pela incidência de um agravo e sua duração, assim como pelos movimentos migratórios. Incidência X tempo = Prevalência 20/6/2012 23 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Elevadas taxas de incidência não implicam necessariamente em altas proporções de prevalência quando a duração do agravo é curta. Incidência X Tempo = Prevalência Ex.: Doenças infecto contagiosas. Os pacientes evoluem para a cura ou óbito em curto espaço de tempo. Exemplo: Gripe A, Dengue. 20/6/2012 24 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Em contrapartida: Elevadas proporções de prevalência podem se sobrepor a baixos índices de incidência, quando a duração é longa: Incidência X Tempo = Prevalência 20/6/2012 25 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Ou seja, mesmo que poucos os casos novos, os pacientes mesmo evoluindo para o óbito sobrevivem por longos períodos, sem possível identificá-los: Hipertensão Arterial, Diabetes Melitus, Artrite reumatoide. 20/6/2012 26 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Prevalência de Período È definida como a freqüência de casos existentes de uma doença ao longo de um intervalo de tempo to – t, como um ano. PP = C (to , t) = Co +I N N PP= Prevalência de Período Co = Prevalência no Início do Período N = População estudada. 20/6/2012 27 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Problema: Iniciando o ano, existiam no dia 1º de janeiro de 1999, 90 pacientes portadores TP, que haviam adoecido nos anos anteriores. Ao longo de 1999, foram diagnosticados 70 novos casos de TP. Tiveram alta por cura 75 pacientes e outros 5 faleceram em razão da TP, sem novos eventos em 31 de dezembro de 1999. levando em consideração freqüências absolutas defina: Prevalência pontual (01/01/99) Prevalência de período ( 01/01/99 - 31/12/99) Prevalência pontual (31/12/99) 20/6/2012 28 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Indicadores de saúde Indicadores de saúde tem sido utilizados com objetivo de avaliar, sob ponto de vista sanitário, a higidez da população. 20/6/2012 29 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Indicadores positivos sob ponto de vista da OMS (1952) incluem: Condições demográficas; Alimentação e nutrição; Educação e alfabatização; Condições de trabalho; Transporte; Consumo e economia; Habitação e condições de moradia (saneamento) Segurança social e liberdade humana. 20/6/2012 30 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Indicadores de saúde Como se tem inúmeras dificuldades para mensurar a saúde de uma população, o que se faz é quantificar e descrever a ocorrência de um agravo a saúde. Os indicadores de saúde são medidas (proporções, taxas e razões) que procuram sintetizar o efeito de determinantes (sociais, econômicos, ambientais, biológicos) sobre o estado de saúde da população. 20/6/2012 31 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Principais indicadores de saúde: Os indicadores são expressos em: Proporções; Coeficientes ou taxas. 20/6/2012 32 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Proporção: Relação entre duas freqüências da mesma unidade. Ex.: mortalidade proporcional Nº de óbitos específicos Total de óbitos 20/6/2012 33 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Coeficiente ou taxa: Relação entre dois valores numéricos que expressa a velocidade ou intensidade com que o fenômeno varia. Ex.: razão de óbitos em relação a população em um determinado tempo. 20/6/2012 34 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Os indicadores podem ser classificados como gerais ou específicos: Específicos: Sexo; Idade; Causa. 20/6/2012 35 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Coeficiente de Mortalidade Geral Refere-se a toda uma população. Ele é calculado dividindo-se o Nº de óbitos por todas as causas, em um determinado período de tempo, pela população em uma determinada área. CMG = m x K P m = óbitos por todas as causas P = estimativa da população K = constante, potência de 10, usualmente 1.000. 20/6/2012 36 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Coeficiente de mortalidade geral normalmente admitido no Brasil está entre 6-12 por 1.000 habitantes no. Obs.: O CMG em sua forma bruta não deve ser empregado em comparações entre população e com composições etárias diferentes. 20/6/2012 37 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia BRASIL (1994) ESTADOS UNIDOS(1994) Idade P % Óbitos TM P % Óbitos TM 0 a 4 17.243.068 11,3 102.798 6,0 19.727.149 7.6 38.510 2,0 5 a 19 51.641.821 33,7 31.790 0,6 55.227.721 21,2 23.748 0,4 20 a 44 57.000.068 37,2 149.908 2,6 101.339.958 38,9 178.733 1,8 45 a 44 19.967.685 13 205.860 10,3 50.888.153 19,5 375.016 7,4 65 + 7.367.213 4,8 388.074 52,7 33.158.009 12,7 1.662.373 50,1 Total 153.219.855 100 878.430 5,7 260.340.990 100 2.278.580 8,8 Estimativa da população, Óbitos por todas as causas, Taxa de mortalidade (por 1000 habitantes), segundo Faixas etárias e total, do Brasil e EUA em 1994. FONTE: Datasus, 2001 CDC, 2001 *exclui idade ignoraada. 20/6/2012 38 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Mortalidade segundo Sexo Pode ser obtida através da população de óbitos do Sexo masculino ou feminino com relação aos óbitos totais. CMS = mi x K Pi mi = óbitos por todas as causas entre indivíduos do sexo i P i= estimativa da população do sexo i K = constante, potência de 10, usualmente 1.000. 20/6/2012 39 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Região Masculino Feminino Norte 4,1 2,8 Nordeste 5,2 3,9 Sudeste 8,3 5,6 Sul 7,3 5,2 Centro-oeste 5,9 3,7 Brasil 6,8 4,7 FONTE: Datasus, 2001 Coeficientes médios de mortalidade Segundo Sexo por 1.000 Habitantes, Brasil e regiões. (1994 – 1996). 20/6/2012 40 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Taxa de mortalidade Infantil (TMI) É uma estimativa do risco de morte a que está exposta uma população de nascidos vivos em uma determinada área e período, antes de completar o primeiro ano de vida. TMI = m<1 x K NV M<1 = óbitos por todas as causas em crianças menores que 1 ano. NV= nascidos vivos K = constante, potência de 10, usualmente 1.000. 20/6/2012 41 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Taxa de mortalidade proporcional segundo causa (MPy) Mortalidade proporcional segundo causas usualmente expressa em percentuais. Mede a proporção de óbitos por uma determinada causa em relação ao total de óbitos. MPy = my x K M my = óbitos por causa y M = óbitos por todas as causas K = constante, potência de 10, usualmente 100. 20/6/2012 42 Enf. Maria Tereza Silva Epidemiologia Causa Óbitos MP(%) Aparelho circulatório 256.355 27,59 Mal definidas 138.613 14,92 Causade morbidade 117.603 12,66 Neoplasia 110.766 11,92 Doença respiratória 91.927 9,90 Doenças infecciosas 48.732 5,25 Doenças digestivas 40.715 4,38 Endócrinas 39.819 4,29 Períodoperinatal 36.189 3,90 Aparelho geniturinário 12.875 1,39 Demais causas 35.429 3,81 Total 929.023 100 20/6/2012 43 Enf. Maria Tereza Silva
Compartilhar