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Epidemiologia: Estudo da Saúde em Populações

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Epidemiologia 
Enf. Maria Terezinha Silva Neta
Especialista em Enfermagem do Trabalho
Epidemiologia 
Comumente definida como o estudo dos determinantes do processo saúde-doença em grupos populacionais:
Os epidemiologistas estudam os determinantes e as condições de ocorrência de doenças e os agravos à saúde em populações humanas, logo:
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Epidemiologia 
Saúde:
Doença: conjunto de sinais e sintomas de alterações anatomofisiopatológicas; 
Determinantes:
População: grupos humanos socialmente definidos por um conjunto de características. 
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Enf. Maria Tereza Silva 
Epidemiologia 
● A epidemiologia é uma ciência fundamental para a saúde pública.
● Tem dado grande contribuição à melhoria da saúde das populações.
● É essencial no processo de identificação e mapeamento de doenças emergentes.
● Na maioria das vezes, ocorrem grandes atrasos entre as descobertas epidemiológicas e a sua aplicação na população.
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Enf. Maria Tereza Silva 
Epidemiologia 
A epidemiologia não quer explicar porque um indivíduo tornou-se doente e sim em função de que características difere a ocorrência de um determinada doença entre grupos diferentes denominados como população. 
Obs.: doenças acometem pessoas e o estudo de caso é importante, mas tenta não falar da especificidade do caso individual. A doença é integrante de uma dada estrutura social. 
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Epidemiologia 
Para a epidemiologia doenças não ocorrem ao acaso, mas tem relação com uma rede de eventos que podem ser estudados e avaliados.
Curiosidade:
Doeis epidemiologistas estavam conversando, e um pergunta ao outro:
 _ Como esta sua esposa?
 O outro responde:
 _ Comparando com quem?
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Epidemiologia 
Medidas de freqüência de doença
No Brasil estimaram que 536.920 pessoas com idade entre 15 e 49 anos eram portadores do HIV em 1998, correspondente a aproximadamente 0,.61% da população nessa faixa etária.
Em 1995, as notificações ultrapassaram 100.000 casos e até 1997 já somaram 146.000.
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Epidemiologia 
Medidas de freqüência de doença
Essas estimativas expressam o quão freqüente a infecção pelo HIV e a AIDS tem sido em diferentes momentos, regiões e populações humanas.
Interessa saber como a epidemiologia:
Evolui;
Se medidas preventivas surtem efeitos;
Tratamento aumentam a sobrevida dos doentes.
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Epidemiologia 
Medidas de freqüência de doença
Independente da sofisticação do estudo as respostas baseiam-se em algum tipo de medida de freqüência.
Ou seja: Qualificar ou medir a freqüência com que os problemas de saúde ocorrem em populações humanas. 
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Epidemiologia 
Medidas de freqüência de doença
As medidas de freqüência são definidas a partir de dois conceitos epidemiológicos:
Prevalência: expressa o número de casos existentes de uma doença em um dado momento.
Incidência: refere-se à freqüência com que surgem novos casos de uma doença, num intervalo de tempo. 
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Epidemiologia 
Medidas de freqüência de doença
Incidência:
É a freqüência de casos novos de uma determinada doença, ou problema a saúde oriundos de uma população sob risco de adoecimento ao longo de um determinado período. 
Caso novo: indivíduos não doentes no ínicio da observação que no decorrer acabaram por adoecer.
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Medidas de freqüência de doença
Incidência:
Características importantes:
São necessárias duas observações:
É uma medida dinâmica, pois expressa mudanças no estado de saúde. 
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Medidas de freqüência de doença
Incidência:
Casos particulares:
Incidência total: múltiplas ocorrências de uma doença em um mesmo indivíduo ao longo de um intervalo de tempo. Doenças agudas na ausência de imunidade adquirida ou doenças não infecciosas como IAM. 
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Medidas de freqüência de doença
Taxa de incidencia:
Segundo Ellandt-Johnson, o conceito de taxa esta associado a variação de tempo, ou outra variável. 
Exemplo: Nº de nascidos vivos
 óbitos por ano
 mg de glicose
 100 mililitros de sangue 
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Medidas de freqüência de doença
Taxa absoluta:
Segundo dados da secretaria de saúde pública do Rio de Janeiro foram registrados 376 óbitos por homicídios no mês de julho de 200 m todo o estado:
T = ∆y (população)
 ∆t (tempo) 
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Medidas de freqüência de doença
Taxa instantânea relativa:
A taxa absoluta de homicídios de 12,1 obtos por dia em julho de 2000 é mais informativa quando se refere a população de estado do Ria de janeiro de cerca de 12.000.000. (1,01.10-6 por habitante por dia)
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Medidas de freqüência de doença
A expressão de uma taxa instantânea relativa:
Βt = 1 . Dy
 y(t) Dt
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Medidas de freqüência de doença
A expressão de uma taxa instantânea relativa:
		Ao invés de um habitante a taxa pode referir-se a um grupo de por exemplo 1.000.000 de habitantes. 
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Medidas de freqüência de doença
A expressão de uma taxa instantânea relativa:
	Se entretanto os 376 óbitos tivessem ocorrido na cidade do Rio, cuja população é de cerca de 5,5 milhões. Qual a taxa relativa de homicídios para 1.000.000 de habitantes no mês de julho de 2.000?
	
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Prevalência
 A prevalência é definida como a freqüência de casos existentes de uma determinada doença, em uma determinada população em um dado momento.
Os casos prevalentes são aquelas pessoas que adoeceram em algum momento passado; “casos antigos” e os “casos novos” e que estão vivos quando se realiza a observação. 
obs>.: Para medir a prevalência é necessária uma observação. 
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Epidemiologia 
Prevalência pontual ou instantânea
A prevalência pontual é estimada como proporção de indivíduos de uma população de estudo que apresentam a doença de interesse em um instante t. 
Pt = Ct x 100
 Nt
Pt = Prevalência Pontual
Ct = n° de casos prevalêntes
Nt = tamanho da população em estudo
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Grupo etário
(anos)
Casos (Ct)
Amostra (Nt)
Prevalência
(Pt- %)
30-39
229
8.494
40-49
319
5.774
30-59
568
4.486
60-69
539
3.093
Total
1.655
21.847
Fonte: Comissão Coordenadora Central do Estudo sobre Prevalência do Diabetes Mellitus no Brasil, 1992.
Prevalência de Diabetes Melitus na População de 30 a 69 anos segundo Grupos etários, em Algumas Capitais Brasileiras, 11/1986 -07/1988.
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Fatores determinantes de prevalência:
A prevalência de uma doença é determinada pela incidência de um agravo e sua duração, assim como pelos movimentos migratórios. 
 Incidência X tempo = Prevalência
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Elevadas taxas de incidência não implicam necessariamente em altas proporções de prevalência quando a duração do agravo é curta.
 Incidência X Tempo = Prevalência 
Ex.: Doenças infecto contagiosas. Os pacientes evoluem para a cura ou óbito em curto espaço de tempo. Exemplo: Gripe A, Dengue.
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Em contrapartida:
Elevadas proporções de prevalência podem se sobrepor a baixos índices de incidência, quando a duração é longa:
 Incidência X Tempo =
Prevalência
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Ou seja, mesmo que poucos os casos novos, os pacientes mesmo evoluindo para o óbito sobrevivem por longos períodos, sem possível identificá-los:
Hipertensão Arterial, Diabetes Melitus, Artrite reumatoide. 
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Prevalência de Período
È definida como a freqüência de casos existentes de uma doença ao longo de um intervalo de tempo to – t, como um ano. 
PP = C (to , t) = Co +I
 N N
PP= Prevalência de Período
Co = Prevalência no Início do Período
N = População estudada. 
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Problema:
Iniciando o ano, existiam no dia 1º de janeiro de 1999, 90 pacientes portadores TP, que haviam adoecido nos anos anteriores. Ao longo de 1999, foram diagnosticados 70 novos casos de TP. Tiveram alta por cura 75 pacientes e outros 5 faleceram em razão da TP, sem novos eventos em 31 de dezembro de 1999. levando em consideração freqüências absolutas defina:
Prevalência pontual (01/01/99)
Prevalência de período ( 01/01/99 - 31/12/99)
Prevalência pontual (31/12/99) 
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Indicadores de saúde
Indicadores de saúde tem sido utilizados com objetivo de avaliar, sob ponto de vista sanitário, a higidez da população. 
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Indicadores positivos sob ponto de vista da OMS (1952) incluem:
Condições demográficas;
Alimentação e nutrição;
Educação e alfabatização;
Condições de trabalho;
Transporte;
Consumo e economia;
Habitação e condições de moradia (saneamento)
Segurança social e liberdade humana. 
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Indicadores de saúde
Como se tem inúmeras dificuldades para mensurar a saúde de uma população, o que se faz é quantificar e descrever a ocorrência de um agravo a saúde.
Os indicadores de saúde são medidas (proporções, taxas e razões) que procuram sintetizar o efeito de determinantes (sociais, econômicos, ambientais, biológicos) sobre o estado de saúde da população. 
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Principais indicadores de saúde:
Os indicadores são expressos em:
Proporções;
Coeficientes ou taxas.
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Proporção:
Relação entre duas freqüências da mesma unidade.
Ex.: mortalidade proporcional
Nº de óbitos específicos
Total de óbitos
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Coeficiente ou taxa:
Relação entre dois valores numéricos que expressa a velocidade ou intensidade com que o fenômeno varia.
Ex.: razão de óbitos em relação a população em um determinado tempo. 
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Epidemiologia 
Os indicadores podem ser classificados como gerais ou específicos:
Específicos:
Sexo;
Idade;
Causa. 
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Epidemiologia 
Coeficiente de Mortalidade Geral
Refere-se a toda uma população. Ele é calculado dividindo-se o Nº de óbitos por todas as causas, em um determinado período de tempo, pela população em uma determinada área.
CMG = m x K
 P 
m = óbitos por todas as causas
P = estimativa da população
K = constante, potência de 10, usualmente 1.000.
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Epidemiologia 
Coeficiente de mortalidade geral normalmente admitido no Brasil está entre 6-12 por 1.000 habitantes no.
Obs.: O CMG em sua forma bruta não deve ser empregado em comparações entre população e com composições etárias diferentes.
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Epidemiologia 
BRASIL (1994)
ESTADOS UNIDOS(1994)
Idade
P
%
Óbitos
TM
P
%
Óbitos
TM
0 a 4
17.243.068
11,3
102.798
6,0
19.727.149
7.6
38.510
2,0
5 a 19
51.641.821
33,7
31.790
0,6
55.227.721
21,2
23.748
0,4
20 a 44
57.000.068
37,2
149.908
2,6
101.339.958
38,9
178.733
1,8
45 a 44
19.967.685
13
205.860
10,3
50.888.153
19,5
375.016
7,4
65 +
7.367.213
4,8
388.074
52,7
33.158.009
12,7
1.662.373
50,1
Total
153.219.855
100
878.430
5,7
260.340.990
100
2.278.580
8,8
Estimativa da população, Óbitos por todas as causas, Taxa de mortalidade (por 1000 habitantes), segundo Faixas etárias e total, do Brasil e EUA em 1994.
FONTE: Datasus, 2001 CDC, 2001
*exclui idade ignoraada.
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Epidemiologia 
Mortalidade segundo Sexo
Pode ser obtida através da população de óbitos do Sexo masculino ou feminino com relação aos óbitos totais.
CMS = mi x K
 Pi 
 
mi = óbitos por todas as causas entre indivíduos do sexo i
P i= estimativa da população do sexo i
K = constante, potência de 10, usualmente 1.000.
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Região
Masculino
Feminino
Norte
4,1
2,8
Nordeste
5,2
3,9
Sudeste
8,3
5,6
Sul
7,3
5,2
Centro-oeste
5,9
3,7
Brasil
6,8
4,7
FONTE: Datasus, 2001 
Coeficientes médios de mortalidade Segundo Sexo por 1.000 Habitantes, Brasil e regiões. (1994 – 1996).
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Epidemiologia 
Taxa de mortalidade Infantil (TMI)
É uma estimativa do risco de morte a que está exposta uma população de nascidos vivos em uma determinada área e período, antes de completar o primeiro ano de vida. 
TMI = m<1 x K
 NV
M<1 = óbitos por todas as causas em crianças menores que 1 ano.
NV= nascidos vivos
K = constante, potência de 10, usualmente 1.000.
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Epidemiologia 
Taxa de mortalidade proporcional segundo causa (MPy)
Mortalidade proporcional segundo causas usualmente expressa em percentuais. Mede a proporção de óbitos por uma determinada causa em relação ao total de óbitos. 
MPy = my x K
 M
my = óbitos por causa y
M = óbitos por todas as causas
K = constante, potência de 10, usualmente 100.
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Epidemiologia 
Causa
Óbitos
MP(%)
Aparelho circulatório
256.355
27,59
Mal definidas
138.613
14,92
Causade morbidade
117.603
12,66
Neoplasia
110.766
11,92
Doença respiratória
91.927
9,90
Doenças infecciosas
48.732
5,25
Doenças digestivas
40.715
4,38
Endócrinas
39.819
4,29
Períodoperinatal
36.189
3,90
Aparelho geniturinário
12.875
1,39
Demais causas
35.429
3,81
Total
929.023
100
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