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Prof. Fábio Cruz MSc. Ciências Ambientais IFMG Campus Governador Valadares AMB- 206 Aula 06 – Escoamento superficial Escoamento superficial - generalidades Fonte: aguanobre.com É o segmento do ciclo hidrológico que estuda o deslocamento da água na superfície da terra Tem origem, fundamentalmente, nas precipitações; O escoamento pela superfície do terreno acontece após a intensidade da precipitação superar a capacidade de infiltração do solo depois que os espaços nas superfícies retentoras tenham sido preenchidos. Fatores que influenciam no escoamento superficial Clima (relacionado à precipitação); Fisiográficos (relevo da bacia); Ação do homem (realização de obras hidráulicas). Fatores climáticos Intensidade de precipitação: quanto maior a intensidade da precipitação, mais rápido o solo atinge a sua capacidade de infiltração (o excesso de precipitação poderá, então, escoar superficialmente); Duração das chuvas: para chuvas de intensidade constante, haverá tanto mais oportunidade de ocorrer escoamento quanto maior for a duração da chuva; A precipitação que ocorre quando o solo está úmido (devido a uma chuva anterior) terá maior chance de produzir escoamento superficial. Fatores fisiográficos Área da chuva: quanto maior a sua extensão, maior a quantidade de água que pode captar; Forma da bacia: bacias compactas tendem a concentrar o escoamento no canal principal que drena a bacia, aumentando os riscos de inundação; Permeabilidade do solo: quanto mais permeável for o solo, maior será a velocidade com que ele pode absorver a água e, logo, maior a quantidade de água que penetrará pela superfície do solo por unidade de tempo – o que diminui o escoamento superficial; Fonte: scielo.br Fonte: sosriosdobrasil.blogspot.com Topografia da bacia: bacias íngremes produzem escoamento superficial mais rápido e mais volumoso, por sem menor a chance de infiltração. O traçado e a declividade dos cursos d’água definem a maior ou menor velocidade com que deixa a bacia a água de chuva que, escoando superficialmente, atinge as calhas naturais; Fonte: geoensino.net Fonte: wwwgeografiaatualidade.blogspot.com Obras hidráulicas Uma barragem, acumulando a água em seu reservatório, reduz as vazões máximas do escoamento superficial e retarda a sua propagação para jusante; A retificação de um rio produz um efeito inverso ao da barragem; em um curso d’água retificado tem-se aumentada a velocidade do escoamento superficial; A derivação de água da bacia, ou para a bacia, bem como o uso da água para irrigação ou a drenagem do terreno, podem constituir-se em fatores a considerar; Vazão Corresponde ao volume de água escoado por unidade de tempo; As unidades adotadas normalmente são: m3/s ou o l/s; Da normalização do regime de vazões surge a vazão específica, que é também um meio de comparar bacias hidrográficas diferentes; As unidades usuais de vazões são m3/s. km2, m3/s.ha, l/s.ha, etc... Outras variáveis hidrológicas Coeficiente de escoamento superficial Razão do volume de água escoado superficialmente por ocasião de uma chuva, Vols, pelo volume de água precipitada, VolT; C = Vols/VolT Este coeficiente pode ser relativo a uma chuva isolada ou a um intervalo de tempo no qual várias chuvas ocorreram; É um conceito usado na previsão da vazão de enchente, provocada por uma chuva intensa; Precipitação efetiva Medida da altura, Pef, ou intensidade, ief, da parcela da chuva caída que provoca o escoamento superficial; É normalmente referida a um determinado intervalo de duração de uma chuva (ou à duração da chuva total, em eventos complexos); Para eventos simples, a precipitação efetiva pode ser calculada em termos de uma altura, definida pela razão do volume de água escoado superficialmente, Vols, pela área da projeção horizontal da superfície coletora, A; Pef = Vols/A ou ainda Pef = C * h Tempo de concentração O tempo de concentração relativo a uma seção de um curso d’água é o intervalo de tempo, contado a partir do início da precipitação, necessário para que toda a bacia hidrográfica correspondente passe a contribuir com a vazão na seção em estudo; Corresponde à soma do tempo de encharcamento da camada superficial do tempo com o tempo que uma partícula da água de chuva que cai no ponto mais distante da seção considerada leva para, escoando superficialmente, atingir esta seção. Frequência e tempo de recorrência Para um dado intervalo de tempo de observação das vazões em uma seção de um curso d’água, a frequência de uma vazão Q0 é o número de ocorrências da mesma neste intervalo. Na análise do escoamento provocado por chuvas intensas, a frequência, mais propriamente, representa o número de vezes que a vazão de magnitude Q0 foi igualada ou superada no intervalo de tempo considerado; Nas aplicações práticas a frequência F(Q0) é, em geral, expressa em termos do tempo de recorrência, Tr, ou período de retorno; Este, então, corresponde ao tempo médio, em anos, em que um evento de magnitude Q0 é igualado ou superado pelo menos uma vez. Assim Tr = 1/F(Q0) Se F(Q0) é uma boa medida da probabilidade da ocorrência dos eventos de magnitude igual ou superior a Q0, P{Q≥Q0}, então: Tr = 1/P(Q≥Q0) Nível de água, cheia e inundações O nível d’água é a altura atingida pela água na seção em estudo, em relação a uma determinada referência; Cheia: elevação normal do nível d’água (NA), dentro do próprio leito; Inundação: Elevação não usual deste nível, provocando transbordamento e, possivelmente, prejuízos; Hidrógrafa ou hidrograma Representação gráfica da vazão em relação tempo, observada numa seção de um curso d’água; O estudo do hidrograma Esta última forma do hidrograma tem grande importância nos estudos de obras hidráulicas relacionadas com as enchentes, particularmente no dimensionamento de canais, reservatórios, vertedores e bueiros; t0 = início da chuva; A= início do escoamento superficial direto; I= fim do escoamento superficial direto e predominância do fluxo de base. REFERÊNCIAS BARBOSA JUNIOR. Hidrologia aplicada. Ouro Preto: Departamento de Engenharia Civil. Universidade Federal de Ouro Preto. 2012.
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