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Memória e Esquecimento

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Memória e 
Esquecimento 
Profª: Gilsa Arantes 
Memória 
 
 Memória é a capacidade de aquisição, conservação e 
evocação de informações, experiências e fatos 
ocorridos. 
 
 
 Função cognitiva importante para o processo de 
aprendizagem. 
 
 
 Está relacionada ao nível de consciência, atenção e 
interesse afetivo. 
 
 
 Neurocientistas atuais atribui a memória um papel 
importante na construção do ser humano. “ 
somos aquilo que recordamos” e também “somos 
aquilo que resolvemos esquecer.” (Izquierdo 
2002) 
 
 
 “Perder a memória leva a perda de si mesmo, a 
perda da história de uma vida e das interações 
duradouras com outros seres humanos” Squire e 
kandel 2003) 
 
 
 
 
 Psicólogos cognitivos identificaram três fases na 
memória: Codificação, Retenção e Evocação. 
 
 
1 – Codificação ou Registro: Transformação dos 
dados sensoriais em uma representação mental. 
Relacionada a percepção e início da fixação. 
 
 
 Este processo acontece na memória sensorial. 
(sistema em que a percepção da realidade dos sentidos retém a 
imagem da informação sensorial e é responsável pelo o 
processamento inicial da informação e da codificação). 
 
 
2- Conservação ou armazenamento: 
relacionada a retenção. Mantém as informações 
codificadas na memória. 
 
 
Acontece na memória de curto prazo que 
recebe as informações e retém por segundos, 
minutos para serem descartadas ou 
organizadas para serem armazenadas. 
 
 
 
 3- Evocação (recuperação): relacionada na 
recuperação das informações armazenadas. 
 
 
 
Relação com a memória de longo prazo. 
O processo de codificação vai 
depender: 
 
 Nível de consciência e estado geral. 
 
 Atenção. 
 
 Sensopercepção preservada. 
 
 Interesse emocional. 
 
 Conhecimento anterior. 
 
 Compreensão. 
 
 Repetições. 
 
 
 
A Retenção vai depender 
 
 
Repetição. 
 
Associação. 
- Memória recente ou de curto prazo: capaz 
de estocar, manter e reter a informação 
processada por um período curto de tempo 
antes de ser declarada. 
 
- Capacidade relativamente limitada. 
 
- Depende de estruturas cerebrais como os 
lobos temporais, a região CA1 do hipocampo 
e córtex parietal superior (Izquierdo 2002). 
 
- Relação com memória de trabalho. 
Memória de Trabalho ou Operacional: modelo 
proposto por Baddeley e Hitch ( Working memory). 
 
Seria um subtipo da memória de curto prazo. 
 
Relacionada a capacidade de combinação de 
habilidades de atenção e da memória imediata. É 
geralmente explícita e declarativa. 
 
Permite manter e manipular informações novas com 
o objetivo de selecionar um plano de ação e realizar 
tarefas 
Função de gerenciar a realidade, mantendo por 
segundos ou poucos minutos a informação que 
está sendo processada. 
 
 
Pode ser vista como gerenciador central que 
mantém a informação viva por tempo suficiente 
para entrar na memória e avaliar se é útil ou 
não. 
 
É importante para outros processos cognitivos 
como: solução de problemas, raciocínio, cálculo 
mental. 
 
 
Tem como principal função manter informações 
que estão sendo processadas por um período 
curto de tempo. 
 
Diferença entre memória de curto 
prazo e memória de trabalho: 
 
 A diferença de memória de trabalho e curto 
prazo é que a de curto prazo envolve a 
retenção na mente por um período curto de 
tempo e memória de trabalho envolve além 
da retenção, a manipulação mental para uma 
ação. 
 
Regiões corticais, pré-frontais são importantes para 
a integridade da memória de trabalho. 
 
 
Alteração pode gerar dificuldade para realizar novas 
tarefas de etapas distintas em uma sequência após 
a instrução. 
 
. Ex: 
Pegue o papel com a mão direita, dobre ao meio e 
coloque no chão. 
 
Geralmente todas as condições que afetam as 
regiões pré-frontais causam alteração na memória 
de trabalho. 
 
Pode ocorrer: Demências vasculares; Alzheimer; 
Esclerose múltipla; Traumatismo craniano, 
Esquizofrenia, TDAH, TOC. 
 
Em envelhecimento normal é possível notar 
dificuldades leves e até moderada. 
 
- Memória remota ou de longo prazo : É capacidade 
de evocação, recordação de fatos ocorridos. 
 
 Retenção definitiva da informação, permitindo a 
recuperação ou evocação. 
 
A capacidade de armazenamento é ilimitada, podendo 
durar dias, semanas e até anos... 
 
Relacionada ao hipocampo, áreas corticais, frontais, 
áreas subcorticais... (Kroll et al. 1997) 
 
Está relacionada a memória explícita ou declarativa e a 
memória implícita ou não declarativa. (Tulving, 1985) 
 
 Pode ser dividida em memória explícita ou declarativa 
(processos conscientes) e memória implícita ou não 
declarativa (processos não conscientes). 
 
 Melhora com o avanço da idade principalmente devido 
ao foco atencional, velocidade de processamento e 
domínio de linguagem. (Ornstein e Haden, 2001) 
 
 
 Com o envelhecimento, há um declínio normativo da 
memória de curto prazo e memória de trabalho. 
o Memória explicita ou declarativa: 
 
o É tudo que pode ser declarado de forma verbal ou 
imagem mental. Pode ter caráter episódico ou 
semântico. 
 
o É a capacidade de arquivamento e recuperação 
consciente de informações relacionadas a experiências 
vividas. 
 
É adquirida de forma consciente sendo muito relevante ao 
ponto de vista clínico. 
 
Refere-se a lembranças, eventos autobiográficos e 
conhecimentos gerais. Envolve lembrança consciente de 
palavras, cenas, faces ou narrativas. 
 
 
 
 Desenvolvida a partir dos três anos e sofre 
alterações ao longo da vida. (carneiro 2008). 
 
 Por volta de quatro cinco anos a criança 
desenvolve a memória autobiográfica. 
 
 Devido ao fenômeno conhecido como amnésia 
infantil, a maioria dos acontecimentos anteriores 
aos três anos não são lembrados. (Eacott e 
Crawley, 1998; Usher e Neisser, 1993). 
 Memória implícita ou não declarativa: é adquirida de 
forma mais ou menos automática, ou seja, de forma 
não consciente a pessoa não se dá conta que está 
aprendendo. 
 
 
 Muito importante para o ponto de vista clínico. 
 
 
 Está relacionada a hábitos e capacidades em geral 
motores, sensoriais, senso-motores ou eventualmente 
linguísticos. 
 
Memória implícita pode ser 
classificada em: 
 
 Memória de Procedimento; 
 
 Priming ou Pré-ativação; 
 
 Aprendizado condicionado; 
 
 Aprendizado não associativo. 
 Memória de Procedimentos: É na maioria das vezes 
implícita e não declarativa. Automática e geralmente 
não consciente ou seja implícita. 
 
Manifesta tipicamente por ações motoras e desempenho 
de atividade. 
 
Capacidade de executar tarefas, por vezes complexas 
com o nosso pensamento voltado para algo 
completamente diferente. 
 
 
Ex: (andar de bicicleta, digitar PC, tocar instrumento 
musical... Habilidades visoespaciais (aprender soluções, 
quebra cabeça... Habilidades relacionadas ao 
aprendizado de línguas ( regras gramaticais, verbos, 
línguas estrangeiras 
 
Memorização de forma lenta e por meio de repetições e 
múltiplas tentativas. 
 
Relacionada com o sistema motor e ou sensorial, lobos 
frontais, gânglios da base e o cerebelo. 
 
Em alterações, o paciente pode perder as habilidades 
motoras, visuoespaciais e ter dificuldade para aprender 
novas habilidades. 
 
Perder a habilidade de escrever, tocar instrumentos 
musicais, chutar bola... 
 
 Priming: fenômeno importante na 
recordação.Fragmentos de um conteúdo é 
recordado e a partir dele, todo o resto é 
gradativamente recuperado. Pode ser visto 
como dicas evocadoras de lembranças 
amplas. Depende de áreas pré-frontais e 
corticais associativas temporoparietoccipitais( 
Izquierdo 2002). 
 
 Em crianças pode ser visto em tarefas de 
identificação de figuras ou palavras 
fragmentadas. (carneiro 2008). 
 Aprendizado condicionado: relativo a um 
estímulo-resposta. 
 
 Aprendizado não associativo, que não há 
dependência de associação entre os estímulos. 
 
 A memória implícita é a primeira a se desenvolver 
e permanece constante até a fase adulta. 
 
 Regiões subcorticais como núcleos da base, 
cerebelo, tronco cerebral permitem que o bebê 
tenha aprendizado visual, condicionamento 
operante e clássico. ( pitternger eat al 2006). 
 Memória Episódica: Forma de memória explicita, declarativa 
relacionadas a eventos específicos da experiência de cada 
pessoa. 
 
Relevante para a clínica neurológica, psiquiátrica e 
neuropsicológica. 
 
Corresponde a eventos concretos, autobiográficos em momento e 
lugar específico e está relacionada com a longo prazo. 
 
Resgate de informações vivenciadas pelo sujeito. 
 
Recordação consciente dos fatos reais. 
 
Ex: relatar o que foi feito na noite anterior, um casamento, formaturas, 
término de relacionamento, primeiro beijo, primeiro dia no colégio... 
 
A perda da memória episódica segue a Lei de Ribot 
(perde-se primeiro os elementos recentes e depois 
os mais antigos) 
 
 
Depende de mecanismos relacionados as regiões 
face medial dos lobos temporais, hipocampo, 
córtices entorrinal e perirrinal. 
 
Na alteração a pessoa tem dificuldade de reter e 
lembrar informações recentes e de forma correta. 
 
Ex: contar uma história e pedir para contar alguns segundos depois. 
 
Geralmente na entrevista solicitamos os familiares e 
cuidadores. 
 
Ocorre geralmente nas demências vasculares, 
degenerativas e algumas formas de esclerose 
múltipla. 
 
 Memória Semântica: definida como nossa 
enciclopédia mental. Componente da memória de 
longo prazo que inclui os conhecimentos de objetos, 
operações matemáticas assim como palavras e seu 
uso. 
 
 
Armazena conhecimento geral do mundo. Envolve 
relações de percepção e ação. 
 
 
Ex: coisas que são do conhecimento comum: nome das cores, som de letras, 
capitais, países e outros fatos básicos adquiridos ao longo da vida. 
Depende das regiões inferiores e laterais dos lobos 
temporais, sobretudo no hemisfério esquerdo. 
 
 
Pacientes com alterações tem dificuldade de nomear 
itens tipo: relógio, caneta...etc 
 
 
Dificuldades leves: lembrar nome de pessoas ou 
outros nomes próprios. (pedir para nomear o maior 
número de animais por minuto) 
 
Perda da capacidade de informação semântica: são 
incapazes de dizer o nome de um item quando 
solicitado.( Quem é o governador? Qual é a cor do 
papagaio? Prefeito atual?...) 
 
 
A Demência de Alzheimer é a condição que mais 
altera a memória semântica devido a deterioração 
das regiões ínfero-laterais dos lobos temporais ou 
patologias no córtex. Qualquer alterações nestas 
áreas altera a memória semântica. 
 
 Esquecimento: esquecemos a maioria das 
informações que são armazenadas. 
Conservamos somente uma fração da informação 
que passa pela memória de trabalho e uma 
fração menor ainda de tudo que conservamos na 
memória de curta e longa duração. 
 
 As memórias podem ser intensas, valiosas, mas 
representam apenas uma parte de tudo que 
aprendemos. 
 
 
Esquecimento: 
 
Esquecimento normal: acontece por 
desinteresse da pessoa ou por desuso. 
 
Esquecimento por repressão: ( Freud[1915], 
1974): esquecimento de um conteúdo 
desagradável ou pouco importante. Pode ser 
recuperado por esforço da própria pessoa. ( 
ficam estocados no pré- consciente) 
 
Esquecimento por recalque ( Freud[ 1915], 
1974): esquecimentos de alguns conteúdos que 
são de certa maneira insuportáveis, podendo 
ser recuperados apenas por situações 
especiais. ( ficam estocados no inconsciente) 
 
 
“Lei da regressão mnêmica” de Théodule Ribot(1881)- Lei 
de Ribot: depois de uma lesão ou doença cerebral dá-se 
o esquecimento seguindo algumas regularidades. 
 
 
- Consequentemente ao primeiro item, perde primeiro 
elementos recentes e depois mais antigos. 
 
- Perde primeiro mais complexos e depois mais simples. 
 
 
 
 
 
 
 
- Perde conteúdos mais neutros e depois 
afetivos e finalmente os hábitos e 
comportamentos mais enraizados no 
repertório comportamental e mental. 
 
Teoria da deterioração 
 
 A Deterioração acontece quando a passagem do 
tempo, as memórias enfraquecem, 
desaparecendo gradualmente até serem 
apagadas por completo, havendo, portanto, uma 
perda do traço de memória (Sternberg 2008) 
 
 Segundo a teoria, a informação é esquecida 
porque desaparece gradualmente com o passar 
do tempo e não porque ela foi deslocada. 
 
 
 
Teoria da interferência 
 A interferência ocorre quando informações concorrentes, 
ou seja a informação anterior interfere com a nova 
aprendizagem. 
 
 As informações antigas serão lembradas com mais 
dificuldade que as informações recentes. 
 
Interferência Proativa: a informação antiga interfere na nova. 
EX: Senhas de banco, e-mails... 
 
Interferência Retroativa: a informação nova atrapalha a 
recuperação da antiga. 
Ex: só lembra número novo de fone e não lembra o antigo. 
Amnésia Anterógrada: A pessoa não fixa elementos mnêmicos a 
partir do evento que causou o trauma. Ex: a pessoa não se lembra 
do que ocorreu nas semanas ou meses depois do trauma. 
Frequente nos distúrbios neurocognitivos. 
 
 
Amnésia Retrograda: A pessoa não se lembra de fatos ocorridos 
antes do trauma. Pode ser observado em quadros dissociativos ou 
conversivos. 
 
De ,odo geral é comum após trauma cranioencefáfico a amnésia 
retroanterógrada, ou seja déficits da fixação do que ocorreu antes e 
depois do trauma. 
 
 
 Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos 
transtornos mentais – 2ª ed- Porto Alegre: Artmed, 2008. 
 
 Eysenck, Michael W. Manual de Psicologia Cognitiva; 
tradução: Luís Fernando Marques Dorvillé, Sandra Maria 
Mallmann da Rosa: revisão técnica: Antônio Jaeger.-7ed 
– Porto Alegre: Artmed, 2017. 
 
 Izquierdo, Iván. Memória - Porto Alegre: Artmed, 2002 
 
 Sternberg, Robert J. Psicologia Cognitiva; Trad. Maria 
Regina Borges Osório. - Porto Alegre Artmed 2.000

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