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Memória: Tipos, Processo e Avaliação

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Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
PSICOPATOLOGIA 
MEMÓRIA 
A memória é a capacidade de codificar, 
armazenar e evocar as experiências, 
impressões e fatos que ocorrem em nossas 
vidas. Tudo o que uma pessoa aprende em 
sua existência depende intimamente da 
memória. A capacidade específica de 
memorizar relaciona-se com vários fatores, 
entre eles o nível de consciência e atenção, 
o estado emocional e o interesse 
motivacional e, particularmente importante, 
os contextos, como lugar, momento, com 
que pessoas, em que tipo de atividade e em 
que fase da vida a codificação, o 
armazenamento e a evocação das 
informações ocorrem. 
A primeira coisa que é importante saber sobre 
memória é que ela não é uma função única, 
é uma rede bem ampla que abrange vários 
níveis cognitivos. A memória é o suporte para 
a inteligência (a pessoa pode ter memória 
sem inteligência, mas não pode ter 
inteligência sem memória). 
Outra função psíquica que está diretamente 
ligado a memória é o afeto – “a gente lembra 
o que interessa”. 
 
P.S.: A palavra memória vem das 9 musas da 
Grécia antiga que era Mnemósyne, por isso 
que tudo que tem a ver com memória leva o 
prefixo “mnseia” -> “ amnesia”, “alomnesias”, 
“ Ciptomnesia”, etc. 
 
 
TIPOS GERAIS DE MEMÓRIA: 
 Genética: esse tipo de memória abrange 
conteúdos de informações biológicas 
adquiridos ao longo da história 
filogenética da espécie e ao longo das 
vivências do indivíduo e de seus 
ancestrais, contidos no material biológico 
(DNA, RNA, cromossomos, mitocôndrias, 
mudanças epigenéticas) dos seres vivos; 
 Imunológica: esse tipo de memória reúne 
informações registradas e potencialmente 
recuperáveis pelo sistema imune de um 
ser vivo. Ex.: vacina; 
 Cultura, coletiva ou social: envolve 
conhecimentos e práticas sociais e 
culturais (costumes, valores, práticas, 
linguagem, habilidades artísticas, 
conceitos e preconceitos, ideologias, 
estilos de vida, rituais, gesticulações, etc.) 
produzidos, acumulados e mantidos por 
um grupo social. Esse tipo de memória tem 
importância fundamental para as 
sociedades humanas. Sem ela, os grupos 
sociais perdem sua identidade básica, a 
possibilidade de perceber o sentido de 
suas existências, a gratidão e crítica em 
relação ao passado e a esperança e 
prudência em relação ao futuro; 
 Neuropsicológica, psicológica ou 
cognitiva: é uma atividade altamente 
diferenciada do sistema nervoso, que 
permite ao indivíduo codificar, conservar 
e evocar, a qualquer momento, os dados 
aprendidos da experiência. 
 
PROCESSO DA MEMÓRIA: 
 
 
FASES OU ELEMENTOS BÁSICOS DA MEMÓRIA: 
 
 Codificação: captar, adquirir e codificar 
informações; 
 Armazenamento: reter as informações de 
modo fidedigno; 
 Recuperação ou evocação: também 
denominada de lembranças ou 
recordações; é fase em que as 
informações são recuperadas para 
distintos fins. 
Usando a metáfora de uma biblioteca (ou de 
um arquivo eletrônico) para a memória, a 
fase de codificação corresponde à escrita de 
um livro em papel ou em arquivo eletrônico 
(AE). A codificação ocorre quando, ao 
vermos uma coisa pequena, de uns 10 
Formação
Registro
Codificação
Consolidaçã
o
Armazenam
ento
Recuperação 
da 
informação
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
centímetros, coberta de uma capa colorida 
(penas), com cabeça, corpo e patinhas, que 
se move e canta, denominamos de 
passarinho. A informação codificada 
semanticamente na palavra “passarinho” 
passará, assim, a ser arquivada, já tendo sido 
codificada. 
A fase de armazenamento implica a 
classificação do livro (ou do AE) e sua 
colocação em uma determinada estante (ou 
pasta), assim como a conservação desse livro 
nessa estante (protegendo-o do sol e da 
chuva) ou na memória do computador. 
Por fim, a fase de evocação, ou recuperação, 
significa poder acessar o livro na estante (ou 
o AE, no computador) e poder lê-lo da melhor 
forma possível. 
A codificação é o processo inicial da 
memorização. Ela depende muito da 
atenção. A evocação, a capacidade de 
acessar os dados fixados, seria a etapa final 
do processo de memória. Lembrança é a 
capacidade de acessar elementos no banco 
da memória de longo prazo. 
Reconhecimento é a capacidade de 
identificar uma informação apresentada ao 
sujeito com informações já disponíveis na 
memória de longo prazo. Esquecimento, por 
sua vez, é a denominação que se dá à 
impossibilidade de evocar e recordar. 
 
EXAME PSICOPATOLÓGICO (testamos a 
memória): 
 Imediata: até 1 min; 
 Recente: dura entre 5 min aa 1 h; 
 Remota: pode durar a vida inteira da 
pessoa. 
 
AVALIAMOS TAMBÉM A MEMÓRIA EM TERMOS 
DE FUNÇÃO: 
 O paciente é capaz de fixar a memória e 
reter? 
 O paciente é capaz de recuperar essa 
memória? 
Então, avaliamos a fixação, retenção e 
recuperação. 
 
 
 
MEMÓRIA SEGUNDO O TEMPO DE AQUISIÇÃO, 
ARMAZENAMENTO E EVOCAÇÃO: 
 
Memória de curta duração ou imediata: 
 Memória sensorial e depósito sensorial 
(até 1 segundo): Aqui, percepção, 
atenção e memória se sobrepõem. As 
memórias sensoriais são ricas (muitos 
conteúdos), mas muitíssimo breves (os 
conteúdos se apagam rapidamente). 
Quando estímulos visuais (memória 
icônica) ou auditivos (memória ecoica) 
são expostos ao indivíduo, ele capta (não 
de modo consciente) um número 
relativamente grande; curta ( 
manuntenção passiva, não gastamos 
energia , não temos que ativamente 
trabalhar para gravar – acontece 
automaticamento, por esse motivo tem 
essa curta duração); 
 Memória imediata ou de curtíssimo prazo 
(de poucos segundos até 1 a 3 minutos): 
Esse tipo de memória se confunde 
conceitualmente também com a 
atenção e com a memória de trabalho 
(que será abordada adiante). Trata-se da 
capacidade de reter o material (palavras, 
números, imagens, etc.) imediatamente 
após ser percebido, como reter um 
número telefônico para logo em seguida 
discar. A memória imediata tem também 
capacidade limitada e depende da 
concentração, da fatigabilidade e de 
certo treino. As memórias imediata e de 
trabalho dependem sobretudo da 
integridade das áreas pré-frontais; 
 Memória recente ou de curto prazo (de 
poucos minutos até 3 a 6 horas): Refere-se 
à capacidade de reter a informação por 
curto período. Também é um tipo de 
memória de capacidade limitada. Muitas 
vezes, as memórias de curto prazo e de 
curtíssimo prazo são consideradas 
simplesmente como memória de curto 
prazo; 
 Memória de trabalho: (manunteção ativa, 
com gasto de energia): O filtro para esta 
memoria são os ganglios basais e o cortex 
pré-frontal. Ela não passa pelo hipocampo 
(sendo o hipocampo a estrutura 
responsável pela fixação de memoria, 
entao não tem uma fixação de duração 
mais longa por conta disso). Situa-se entre 
os processos e habilidades da atenção e 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
os da memória imediata. São exemplos de 
memória de trabalho ouvir um número 
telefônico e retê-lo na mente para, em 
seguida, discálo, assim como, ao dirigir em 
uma cidade desconhecida, perguntar 
sobre um endereço, receber a 
informação e a sugestão do trajeto e, 
mentalmente, executar o itinerário de 
forma progressiva. A memória de trabalho 
é, de modo geral, uma memória explícita, 
consciente, que exige esforço. Para 
diferenciá-la da memória de curto prazo, 
deve-se realçar que a memória de 
trabalho é plenamente ativa, que realiza 
operações mentais de modo constante 
(por isso, “está trabalhando” 
constantemente). 
 
Memória de longo prazo ou remota 
(de dias, meses até muitos anos): 
 
É a função relacionada à transferênciade 
informações para depósitos de longo 
prazo, tendo capacidade quase ilimitada. 
Ela também se relaciona à evocação de 
informações e acontecimentos ocorridos 
no passado, geralmente após muito 
tempo do evento (pode durar por toda a 
vida). É um tipo de memória de 
capacidade bem mais ampla em termos 
de itens a serem guardados que a 
memória imediata e a recente; 
 
 
BASES NEUROBIOLÓGICAS DA MEMÓRIA: 
Parece haver bastante concordância entre 
os pesquisadores de que, para o fenômeno 
da memorização ou engramação mnéstica, 
ou seja, para a formação das unidades de 
memória, as estruturas límbicas 
temporomediais, principalmente 
relacionadas ao hipocampo, à amígdala e 
ao córtex entorrinal, são fundamentais 
(Gordon, 1997; Izquierdo, 2002). Elas atuam, 
em especial, na consolidação dos registros e 
na transferência das unidades de memória de 
curto e médio prazos (intermediária) para a 
de longo prazo (estocagem da memória 
remota). O substrato neural da memória de 
longo prazo (registros bem consolidados) 
repousa basicamente no córtex cerebral, ou 
seja, nas áreas de associação neocorticais, 
principalmente frontais e 
temporoparietoccipitais. 
 
MODALIDADE COGNITIVA E SISTEMA 
CEREBRAL: 
 Memoria explicita (declarativa): 
“memoria que lembramos do que 
sabemos” um tipo de memoria 
consciente. Esse tipo de memória é 
adquirido e evocado com plena 
intervenção da consciência (Izquierdo, 
2002), incluindo as lembranças de fatos 
autobiográficos (memória 
autobiográfica). Um episódio como ter 
almoçado no último domingo com a avó 
pode ser lembrado com algum esforço e 
de forma consciente. A memória explícita 
pode ser de imagens visuais, palavras, 
conceitos ou eventos. 
o Semântica: toda aquela memoria 
explicita que tem haver com a 
linguagem. Esse tipo de memória se 
refere ao aprendizado, à conservação 
e à utilização do arquivo geral de 
conceitos e conhecimentos do 
indivíduo (os chamados 
conhecimentos gerais sobre o mundo). 
o Episódica: podemos dizer que é a 
memoria da “nossa vida”, dos 
epsiodios que lembramos da nossa 
vida. Trata-se de memória explícita, de 
médio e longo prazos, relacionada a 
eventos específicos da experiência 
pessoal do indivíduo, ocorridos em 
determinado contexto. 
 Implicita ( não declativa): são memorias 
que não lembramos como adquirimos , 
essas memorias são muitas vezes a ultima 
memoria que perdemos quando temos 
um deficit da memoria. É um tipo de 
memória que adquirimos e utilizamos sem 
que percebamos, sem consciência e, 
geralmente, sem esforço. É uma forma 
relativamente automática e espontânea. 
Ela pode incluir procedimentos (ver 
adiante, memória de procedimentos), 
como muitas habilidades motoras (andar 
de bicicleta, saber bordar, saber escovar 
os dentes), assim como conhecimentos 
gerais ancorados em palavras, que 
adquirimos e utilizamos sem perceber, 
como aprender e falar a língua materna. 
 
 Memória de procedimentos: (não 
precisamos lembrar conscientimente, já 
sabemos. ex: como escovamos o dente, 
já é automatizado). Trata-se de um tipo de 
memória automática, não consciente. 
Exemplos desse tipo de memória são 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
habilidades motoras e perceptuais mais 
ou menos complexas (andar de bicicleta, 
digitar no computador, tocar um 
instrumento musical, bordar, etc.), 
habilidades visuoespaciais (como a 
capacidade de aprender soluções de 
labirintos e quebra-cabeças) e 
habilidades automáticas relacionadas ao 
aprendizado de línguas (regras 
gramaticais incorporadas na fala 
automaticamente, decorar a conjugação 
de verbos de uma língua estrangeira, 
etc.). 
 
Suspeita-se da presença de alterações da 
memória de procedimentos quando o 
indivíduo apresenta ou perda de habilidades 
motoras ou visuoespaciais previamente 
aprendidas, ou grande dificuldade em 
aprender novas habilidades. Por exemplo, o 
paciente pode perder a habilidade de 
escrever à mão ou de digitar em um teclado, 
de tocar um instrumento musical, de pregar 
um botão ou de chutar uma bola. 
Eventualmente, ele pode reaprender essas 
habilidades, mas, para isso, necessita de 
ordens explícitas (verbais, conscientes) para 
realizar cada etapa da habilidade. Em 
consequência, um paciente com lesão no 
sistema de memória de procedimentos pode 
nunca mais readquirir as habilidades motoras 
automáticas que pessoas saudáveis realizam 
sem perceber. Por fim, aqueles cuja memória 
episódica foi devastada (quadros graves de 
demência de Alzheimer ou síndrome de 
Wernicke-Korsakoff) podem ter ganhos 
relativos em um processo de reabilitação que 
lance mão do sistema de memória de 
procedimentos preservada e, assim, aprender 
novas habilidades (Oudman et al., 2015). 
 
PERDA DA MEMÓRIA: 
É uma das principais queixas na clínica. Na 
sua maior parte, é devido a incapacidade de 
concentração da atenção (temos a 
desmotivação, apatia e principalmente a 
ansiedade). 
Pessoas muito ansiosas tende a ter problema 
na memória. Ex.: estudou muito -> ficou 
ansiosa para a prova-> esqueceu os assuntos 
na hora da prova. 
 
 
P.s.: É interessante saber que os Lobos 
temporais têm relação com funções 
mnêmicas da memória e também com o 
sistema límbico e com o hipotálamo. 
 
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA MEMÓRIA: 
Alterações quantitativas: 
 Hipermnesias: (aumento da memória, 
podemos ter as transitórias ou 
permanente). Em alguns pacientes em 
mania ou hipomania, representações 
(elementos mnêmicos) afluem 
rapidamente, uma tempestade de 
informações ou imagens, ganhando em 
número, perdendo, porém, em clareza e 
precisão. A hipermnésia, nesses casos, 
traduz mais a aceleração geral do ritmo 
psíquico que uma alteração 
propriamente da memória (Nobre de 
Melo, 1979). Há outro tipo de hipermnésia, 
chamada hipermnésia para memória 
autobiográfica. Trata-se de um fenômeno 
raro, no qual o indivíduo tem uma 
memória autobiográfica quase perfeita 
(Parker et al., 2006); 
 Amnésias (ou hipomnésias): Denomina-se 
amnésia, de forma genérica, a perda da 
memória, seja da capacidade de fixar, 
seja da capacidade de manter e evocar 
antigos conteúdos mnêmicos; 
 Amnesias anterógradas: São as 
anamnésias que faz com que a pessoa 
não lembre dos eventos que causador da 
amnesia. O indivíduo não consegue mais 
fixar elementos mnêmicos a partir do 
evento que lhe causou o dano cerebral. 
Por exemplo, ele não lembra o que 
ocorreu nas semanas (ou meses) seguintes 
a um trauma craniencefálico. A amnésia 
anterógrada é um distúrbio-chave e 
bastante frequente na maior parte dos 
distúrbios neurocognitivos, transtornos de 
base orgânica; 
 Amnesias retrógradas: Antes do fato – 
avocação. Apagam o que aconteceu 
antes do fato. O indivíduo perde a 
memória para fatos ocorridos antes do 
início do transtorno (ou trauma); 
 Amnesia retroanterograda: afeta os fatos 
tanto antes quanto depois encontramos 
em demência e em lesões cerebrais. 
Déficits de fixação para o que ocorreu 
dias, semanas ou meses antes e depois do 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
evento patógeno. O mais comum é ter 
anterógrada ou retroanterograda; 
 Fabulações: é quando a pessoa tem a 
demência moderada grave – ex.: 
conversa com uma pessoa e a outra acha 
que já conhece, sendo que nunca viu a 
outra antes. A pessoa não lembra o que 
teve e preenche o vazio da memória com 
outra lembrança. 
 
 
Alterações qualitativas (Paramnésias): 
 Ilusões mnêmicas ou alomnesias: Nesse 
caso, há o acréscimo de elementos falsos 
a elementos da memória de fatos que 
realmente aconteceram. Por isso, a 
lembrança adquire caráterfictício. Muitos 
pacientes informam sobre seu passado 
indicando claramente deformações 
marcantes de lembranças reais: “Tive 20 
filhos com minha mulher”(teve, de fato, 4 
filhos com ela, mas não 20). Bastante 
comum e não necessariamente 
patológica. As ilusões mnêmicas podem 
ocorrer na esquizofrenia, no transtorno 
delirante e, menos frequentemente, nos 
transtornos da personalidade (borderline, 
histriônica, esquizotípica, etc); 
 Alucinações mnêmicas ou alomnesias: 
São criações imaginativas, dotadas de 
sensorialidade, marcadamente com a 
aparência de lembranças ou 
reminiscências que não correspondem a 
qualquer elemento mnêmico, a qualquer 
lembrança verdadeira. Podem surgir de 
modo repentino, sem corresponder a 
qualquer acontecimento. Ocorrem 
principalmente na esquizofrenia e em 
outras psicoses; 
 Ciptomnesia: Trata-se de um falseamento 
da memória, em que as lembranças 
aparecem como fatos novos ao paciente, 
que não as reconhece como lembranças, 
vivendo as como uma descoberta. Não é 
patológico, mas pode causar muita 
confusão. Pode dar origem a processo 
muito grave de plágio; 
 Glossolalia: é quando, por exemplo, a 
pessoa vai para um país estrangeiro e 
sabe o idioma, mas não estudou. Olhando 
a história da pessoa, sabemos que, 
quando pequena, ela esteve ali tempo 
suficiente para aprender a linguagem; ela 
não recorda, mas a linguagem ficou na 
memória; 
 Ecminesia: Trata-se da recapitulação e da 
revivescência intensa, abreviada e 
panorâmica da existência, uma 
recordação condensada de muitos 
eventos passados, que ocorre em breve 
período. Na ecmnésia, o indivíduo tem a 
vivência perceptiva de visão de cenas 
passadas, como forma depresentificação 
do passado. Esse tipo de ecmnésia pode 
ocorrer em alguns pacientes com crises 
epilépticas. O fenômeno denominado 
visão panorâmica da vida, associado às 
chamadas experiências de quase-morte, 
é, de certa forma, um tipo de ecmnésia, 
que ocorre geralmente associado à 
iminência da morte por acidente 
(sobretudo afogamento, sufocamento ou 
intoxicação). Quando a ecmnésia ocorre 
associada à proximidade da morte, 
alguns indivíduos que sobreviveram 
relatam ter visto um túnel, uma luz forte e 
uma névoa luminosa, associados a essa 
visão de “filme condensado da própria 
vida”; 
 Confabulações (Fabulações): 
Confabulações são produções de relatos, 
narrativas e ações que são 
involuntariamente incongruentes com a 
história passada do indivíduo, com sua 
situação presente e futura. As 
confabulações são caracterizadas por 
três aspectos básicos: 
1. Elas são memórias ou recordações 
falsas; a falsidade repousa ou no seu 
conteúdo, ou no seu contexto. 
2. A pessoa que confabula não sabe da 
falsidade de suas recordações. 
3. Confabulações são recordações 
plausíveis, ou seja, elas se parecem 
com o que poderia ter acontecido, 
mas que não aconteceu. 
 
ALTERAÇÕES DO RECONHECIMENTO: 
 
 Agnosias (neurológicas): são alterações 
de percepção e de memória, sendo uma 
ausência/incapacidade de 
conhecimento. As agnosias são sempre 
de modalidades sensoriais específicas, 
nas quais o indivíduo perde a capacidade 
de reconhecimento (de objetos, faces, 
sons, etc.) por determinada via sensorial 
(visão, audição ou tato), mas pode 
reconhecer os objetos por outra via 
sensorial. As agnosias mais importantes são 
as visuais e as auditivas. 
 
 Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 
 
ALTERAÇÕES DO RECONHECIMENTO 
ASSOCIADOS A TRANSTORNOS MENTAIS: 
 
 Síndrome de Capgras: o indivíduo afirma 
que uma pessoa próxima e familiar que o 
visitou dizendo ser seu pai ou sua mãe é, 
na verdade, um sósia quase idêntico, uma 
falsa cópia. Aquele que afirma ser o pai é 
um duplo, um sósia impostor, uma 
falsificação quase perfeita que o substituiu 
e quer que o paciente acredite tratar-se 
do seu verdadeiro pai; 
 Síndrome de Frégoli: é um falso 
reconhecimento delirante, em que o 
indivíduo identifica falsamente uma 
pessoa estranha como se fosse alguém de 
seu círculo pessoal. Na prática clínica, é 
frequente observar pacientes psicóticos 
que identificam o médico, o psicólogo ou 
o enfermeiro como uma pessoa de sua 
família ou como um velho conhecido, a 
quem atribuem o mesmo nome e com 
quem conversam como se fossem velhos 
amigos. 
 
ALTERAÇÕES DO RECONHECIMENTO NÃO 
DELIRANTES: 
 
 Dejá-vu: jamais-vu (termo francês para 
sensação que já viu antes algo que nunca 
tinha visto. O Jamais-vu é o oposto é a 
sensação de nunca ter visto algo familiar). 
O indivíduo tem a nítida impressão de que 
o que está vendo, ouvindo ou 
vivenciando no momento já foi visto, já foi 
experimentado no passado. As 
experiências do tipo déjà (já visto, já 
ouvido, já vivido) são mais frequentes em 
quadros de epilepsia, sobretudo do lobo 
temporal, nas crises parciais simples. Tem 
sido proposto que disfunções nos lobos 
temporais, sobretudo nas áreas para 
hipocampais, estariam relacionadas à 
base orgânica desses fenômenos (Illman 
N. A. et al, 2012). Em pessoas sadias, os 
fenômenos déjà são também observados, 
não estando claro seu significado 
neuropsicológico (Connor; Moulin, 2013). 
Além disso, são observados em pessoas 
sadias em estado de fadiga importante ou 
em estados de ansiedade (Wells et al., 
2014); 
 Korsafoff: A tiamina é absorvida pelo 
estomago; a ingesta muito grande e 
frequente de álcool impede a absorção 
da tiamina, levando à carência. Quando 
atinge um nível crítico, terá síndrome de 
Werneck que é a destruição do 
hipocampo (que é responsável pela 
fixação da memória, tendo uma 
incapacidade de fixa-la). Se acontecer 
de fato essa destruição terá a psicose de 
korsakoff que não fixa mais nenhuma 
memória, fica presa no momento que o 
hipocampo foi destruído e perde também 
boa parte da motivação (a pessoa fica 
um vegetal), isso é irreversível; 
 “Apagamento” da intoxicação por álcool.

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