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Prof. Gustavo Eidt www.facebook.com/Gustavoeidt gustavoeidt@yahoo.com.br Transmissão das Obrigações: Se a obrigação é um valor que integra o patrimônio do credor ou devedor, poderá ser objeto de transmissão da mesma forma que os direitos patrimoniais e, portanto, pode ser objeto de cessão. Espécies: cessão de crédito; cessão de débito; e, cessão de contrato. - Cessão de Crédito: é negócio jurídico bilateral pelo qual o credor transfere a outro os seus direitos na relação obrigacional. Objeto: em regra todos os créditos podem ser objetos de cesssão, constem de título ou não, vencidos ou por vencer, salvo se a isso se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor. (Art. 286, CC). Espécies: a) A cessão não exige forma especial para valer entre as partes, salvo se tiver por objetos direitos em que a escritura pública seja da substância do ato. b) Para valer perante terceiros, a cessão deve ser feita mediante instrumento público ou instrumento particular preenchidas as solenidades do Art. 654, parágrafo primeiro. (Art. 288, CC). c) A cessão de títulos de crédito é realizada por Endosso. Notificação do devedor: A cessão de crédito não tem eficácia em relação ao devedor senão quando notificada; por notificado se tem o devedor que, escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita (Art. 290, CC). O devedor ficará desobrigado se, antes de ter conhecimento da cessão, pagar ao credor primitivo (Art. 292, CC). Porém, não se desobrigará se pagar ao primeiro credor depois de cientificado da cessão. Responsabilidade do cedente pela solvência do devedor: a responsabilidade imposta ao cedente pelo Art. 295, CC diz respeito somente à existência de crédito ao tempo da cessão. Não se refere à solvência do devedor. Por esta o cedente não responde, salvo estipulação em contrário (Art. 296, CC). - Da Assunção de Dívida: trata-se de negócio jurídico (também denominado cessão de débito) pelo qual o devedor transfere a outrem a sua posição na relação jurídica (como na cessão de financiamento para aquisição de casa própria). Regulamentação: a) Produz o efeito de exonerar o devedor primitivo, salvo se o assuntor era insolvente e o credor ignorava (Art. 299, CC). b) Requer anuência expressa do credor, mas qualquer das partes pode assinar-lhe prazo para que consinta, interpretando o silencio como recusa (Art. 299, parágrafo único). c) O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo (Art. 302, CC). d) O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido. Na hipótese, entende que o credor terá concordado se, notificado, não impugnar, em 30 dias, a transferência do débito (Art. 303,CC). Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram- se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. - Cessão de Contrato ou de Posição Contratual: consiste na transferência da inteira posição ativa e passiva do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda não concluída. Características: a)Vantagem prática: permite que uma pessoa transfira a outrem seus créditos e débitos oriundos de uma avença, sem ter de desfazer, de comum acordo com o contratante, o primeiro negócio e sem ter de convencê-lo a refazer o contrato com o terceiro interessado. b)Exige concordância do cedido. c)O contrato base transferido a de ter natureza bilateral. d)Não se confunde com contrato derivado ou subcontrato. Efeitos entre o cedente e o cedido: a cessão da posição contratual pode efetuar-se com ou sem liberação do cedente perante o contraente cedido. Não havendo liberação do cedente, estabelece-se um vínculo de solidariedade entre este e o cessionário. Efeitos entre o cedente e o cessionário: para o cedente, ocorre a perda dos créditos e das expectativas integrados na posição contratual cedida, bem como a exoneração dos deveres e obrigações nela compreendidos. Efeitos entre o cessionário e o cedido: dá-se a substituição do cedente pelo cessionário na relação contratual com o cedido.
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