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Transmissão das obrigações cessão de crédito Negócio jurídico no qual o credor transfere a outrem, total ou parcialmente, o crédito que lhe era devido (arts. 286 a 298 do Código Civil). Polos da relação Cedente Aquele que cede o crédito Cessionário Aquele que recebe o direito do credor Cedido Devedor ○ A cessão independe de anuência do devedor. ○ Existem três hipóteses previstas em lei nas quais a cessão não ocorrerá (art. 286): 1) se a natureza da obrigação for incompatível com a cessão; 2) se houver vedação legal; 3) se houver cláusula contratual proibitiva. ○ Em regra, a cessão não exige documento escrito e tem eficácia inter partes. A transmissão só terá eficácia perante terceiros mediante a celebração de instrumento público ou particular (art. 288). ○ Várias cessões do mesmo crédito: valerá aquela que se completar com a entrega do título de crédito cedido (art. 291). ○ Caso o devedor pague o credor primitivo antes de ter conhecimento da cessão, desobriga-se de pagar ao novo credor (art. 292). ○ Crédito penhorado: I. Não mais poderá ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora. II. Se o devedor não tiver conhecimento da penhora e pagar o débito, ele fica exonerado, substituindo contra o credor os direitos de terceiro (art. 298). Classificação da cessão de crédito1: ● Quanto à origem: ↪ Cessão legal: decorre da lei, tendo origem na norma jurídica. ↪ Cessão judicial: é aquela oriunda de decisão judicial após processo civil regular. ↪ Cessão convencional: decorre de acordo firmado entre cedente e cessionário por instrumento negocial. ● Quanto às obrigações geradas: 1 Classificação feita por Flávio Tartuce. ↪ Cessão à título oneroso: assemelha-se ao contrato de compra e venda, diante da presença de uma remuneração. Nesse caso, o cedente fica responsável pela existência do crédito ao tempo que lhe cedeu. ↪ Cessão de título gratuito: assemelha-se ao contrato de doação, pela ausência de caráter oneroso. Apenas permanece a responsabilidade pela existência do crédito se o cedente tiver agido de má-fé. ● Quanto à extensão: ↪ Cessão total: o cedente transfere todo o crédito objeto da relação obrigacional. ↪ Cessão parcial: o cedente retém parte do crédito consigo. ● Quanto à responsabilidade do cedente: ↪ Cessão pro soluto: confere plena e imediata do débito do cedente para com o cessionário, exonerando o cedente (regra geral, art. 296). ↪ Cessão pro solvendo: a transferência do crédito é feita com intuito de extinguir a obrigação apenas quando o crédito for efetivamente cobrado (prevista pelas partes, art. 297). assunção de dívida Também chamada de cessão de débito, consiste em um negócio no qual o devedor, com expressa anuência do credor, transmite a um terceiro sua obrigação (arts. 299 a 303 do Código Civil). Sujeitos Cedente Antigo devedor Cessionário Novo devedor, também chamado de terceiro assuntor Cedido Credor ○ Salvo consentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor (art. 300). ○ Se anulada a assunção da dívida, o débito é restaurado em relação ao devedor primitivo, com todas as suas garantias, salvo as prestadas por terceiros, exceto se o terceiro conhecia o vício da obrigação (art. 301). ○ O novo devedor não pode opor ao credor as exceções (defesas) pessoas que competiam ao devedor primitivo. Por outro lado, é possível que oponha defesas não pessoais (art. 302). Classificação da assunção de dívida2: ● Assunção por expromissão: terceira pessoa assume espontaneamente o débito da outra, sendo que o devedor originário não toma parte nessa operação. ↪ Liberatória: quando o devedor primitivo se exonera da obrigação. 2 Classificação de Flávio Tartuce. ↪ Cumulativa: quando o expromitente entra na relação como novo devedor, ao lado do devedor primitivo. ● Assunção por delegação: o devedor originário (delegante) transfere o débito a terceiro (delegatário), com anuência do credor (delegado).
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