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FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS - FAL Curso de Direito Disciplina: Direito Civil I Período: 2º Prof.(a): Clarice Pereira ROTEIRO 05 CAPACIDADE JURÍDICA *1 – Aptidão para contrair direitos e deveres Não pode ser recusada (Ex.: recém-nascidos) *2 – Aptidão para exercer, por si só, pessoalmente os atos da vida civil. Capacidade Jurídica Capacidade de Direito (ou de gozo) *1 Capacidade de Exercício (ou de fato) *2 Cap. de direito (de gozo) Cap. de exercício (de fato) CAPACIDADE PLENA Maioridade Civil (art. 5º CC) Apenas capacidade de direito = INCAPACIDADE “Nem toda pessoa, porém, possui aptidão para exercer pessoalmente os seus direitos, praticando atos jurídicos, em razão de limitações orgânicas”. CAPACIDADE # LEGITIMAÇÃO A legitimação traduz uma capacidade específica para a prática de determinado ato. Nem toda pessoa capaz é legítima para a prática de determinados atos. EXEMPLO: toda pessoa é capaz de comprar e vender bens. No entanto, a lei civil determina que os ascendentes NÃO podem vender bens a um descendente, sem a anuência dos demais (Art. 496/ art. 1521, IV CC). INCAPACIDADE CIVIL A regra é da capacidade plena, que só poderá ser reduzida em situações expressamente previstas pela lei. Nesse sentido, o simples fato de uma pessoa ser idosa não significa que a mesma já não é plenamente capaz de praticar os atos da vida civil. CONCEITO: É a falta de capacidade de fato ou de exercício, admitindo uma variação de gravidade: Absolutamente incapazes - (Art. 3º, CC ); Relativamente incapazes – (Art. 4º, CC ). Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da pessoa com Art. 1º CC/02 – “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. deficiência)– Lei 13.146, 6 de julho de 2015 - Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência ratificada pelo Brasil por meio do Decreto Legislativo 186, de 9.7.2008 e promulgada pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno. Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I - casar-se e constituir união estável; II - exercer direitos sexuais e reprodutivos; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Texto do CC alterado pela Lei 13.146, 6 de julho de 2015 - Alteração dos arts. 3º e 4º do CC: Suprimento: Precisa ser representado; o representante praticará os atos da vida civil em nome do representado. A falta de representação acarreta atos nulos (sem eficácia no mundo jurídico) – Art. 166, I, CC. Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. I – (Revogado); II – (Revogado); III – (Revogado). Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I – I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV IV - os pródigos. Os deficientes, levados à plena capacidade, poderão negociar validamente? É possível requerer a declaração de nulidade do negócio jurídico praticado por deficiente com base no inc. I do art.166 do CC? Os pródigos são aqueles que gastam imoderadamente o patrimônio. A interdição do pródigo limita-se a atos que digam respeito ao seu patrimônio (art. 1782). Obs: Teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo vida digna. Parágrafo único. Remete a matéria da capacidade dos indígenas para lei especial, a saber, Lei 6.001/73 – Estatuto do Índio (art. 8º). Suprimento: precisa ser assistido; o relativamente incapaz pratica o ato civil, acompanhado do seu assistente. A falta de assistência gera ato anulável. Estatuto da pessoa com deficiência– Lei 13.146, 6 de julho de 2015 Consequências jurídicas do novo sistema brasileiro de incapacidade civil: Capacidade plena é regra: As pessoas com deficiência e os excepcionais são plenamente capazes, em regra, visando sua inclusão social e a valorização de sua dignidade. Podem praticar os atos da vida civil sozinhos. Problema prático: às vezes, sua deficiência não lhes permite praticar os atos da vida civil sozinhos (ex.: portador de Alzheimer em grau avançado que pretende comprar imóvel). Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º. Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. § 2º. É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. Nova redação do inciso III, art. 4º CC - problema prático: Como é possível apenas assistir aquele que não manifesta qualquer vontade (Ex.: estado de coma)? Estará tal negócio sujeito a prazo decadencial? Estará sujeito à confirmação? Nesse sentido, a nova lei criou um instituto jurídico chamado de “tomada de decisão apoiada”. a) Tomada de Decisão Apoiada (artigo 1783-A, CC): “A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar –lhes apoio na tomada de decisões sobre atos de vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessárias para que possa exercer sua capacidade”. É uma alternativa para a curatela, que só deve ser requerida como último caso. b) A curatela é medida extraordinária; proporcional às necessidades e circunstâncias de cada caso. Portanto, a decisão judicial precisa individualizar os atos que estão sendo privados daquela pessoa, na proteção de sua dignidade. Ademais, o juiz determinará os limites da curatela, especificando se o deficiente será representado ou assistido. Também é cabível a curatela compartilhada (art. 1775-A, CC).
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