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DIREITO CIVIL: CONTRATOS AULA 08 – 27/10/2017 Prof. Me. Diego Bianchi Curso de Direito [UEMS] Como o Direito é ciência endêmica, de solução de problemas sociais, nesses casos é que surgem as situações de maior relevância jurídica. ASSIM, SE o contrato for BOM, NÃO há a necessidade do Direito Contratual. Há formas de extinção por causas anteriores ou contemporâneas ao nascimento do contrato (nulidade, cláusula resolutiva ou direito ao arrependimento); ou ainda posteriores à sua formação (rescisão: resolução e resilição). E, eventualmente, o contrato também pode ser extinto, em casos específicos, pela morte de um dos contratantes. 8. EXTINÇÃO DOS CONTRATOS FLÁVIO TARTUCE (2016) CLASSIFICA A EXTINÇÃO DOS CONTRATOS EM: I) Extinção normal do contrato. II) Extinção por fatos anteriores à celebração. III) Extinção por fatos posteriores à celebração. IV) Extinção por morte. NÓS PREFERIMOS CLASSIFICAR EM: 1. Extinção natural dos contratos 2. Extinção por razões antecedentes à formação 3. Extinção por razões concomitantes à formação 4. Extinção por razões posteriores à formação 5. Extinção por morte de um dos contratantes 8.1 Extinção natural dos contratos O contrato é feito para ser cumprido! Portanto: O contrato poderá ser extinto de forma normal, pelo cumprimento da obrigação. Ou seja, todos os meios de extinção das obrigações já estudados, extinguem também os contratos. A extinção dá-se, em regra, pela execução, seja instantânea, diferida ou continuada. Ex.: quando é pago o preço em obrigação instantânea; quando são pagas todas as parcelas em obrigação de trato sucessivo a ensejar o fim da obrigação (pagamento do preço e entrega do objeto). Obs.: Registre-se que o cumprimento da prestação extingue juridicamente o contrato, INDEPENDENTEMENTE da possibilidade fática de repetição da prestação. Um bom exemplo é o contrato de prestação de serviços, que NÃO exaure materialmente a atividade (Ex.: CARLOS, músico, presta um serviço específico de tocar seu contrabaixo em uma banda de rock, em um único dia, recebendo a contraprestação correspondente. Ainda que ele possa vir a prestar novos serviços, a primeira relação já se extinguiu com seu cumprimento). 8.2 Extinção por razões anteriores à formação Partindo-se da PREMISSA de que o objetivo almejado pelas partes NÃO foi cumprido, toda extinção contratual posterior deve ser considerada ANORMAL. Esta “morte não natural”, porém, pode ter sua raiz em causas anteriores, concomitantantes ou posteriores à formação do contrato, em relação às anteriores destacamos: a) Nulidade absoluta; b) Nulidade relativa. Nulidades (teoria das nulidades) Haverá invalidade nos casos envolvendo o contrato nulo (eivado de nulidade absoluta – arts. 166 e 167, CC) e o contrato anulável (presente a nulidade relativa – anulabilidade – art. 171, CC). Assim, o contrato é tido como nulo ou anulável nas mesmas situações de nulidade e de anulabilidade do NEGÓCIO JURÍDICO. STOLZE A nulidade se caracteriza como uma sanção pela OFENSA a determinados requisitos legais, NÃO devendo produzir efeito jurídico, em função do defeito que carrega em seu âmago. A nulidade absoluta decorre de ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de ordem pública. Quais são os elementos essenciais? Lembre-se sempre do art. 104 do CC/02. Lá constam os requisitos de validade do contrato, quais sejam: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei. Essa nulidade impede que o contrato produza efeitos desde a sua formação (efeitos ex tunc). Os arts. 166 e 167 do CC/02, trazem as situações onde o contrato será considerado NULO. 8.2.1. Nulidade Absoluta Casos de nulidade absoluta: art. 166, I, CC: Ato celebrado (pessoalmente) por pessoa absolutamente incapaz (ex.: contrato de locação celebrado com menor de 16 anos). art. 166, II, CC: Ato cujo o objeto for ilícito (contrário a lei – ex.: negócio sobre herança de pessoa viva), impossível (ex.: dar a volta ao mundo em 2 horas) ou indeterminável (sem gênero – ex.: obrigação de entregar duas sacas). art. 166, III, CC: Quando o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito (não esta ligado ao objeto do negócio, mas a intenção das partes, por ex.: compra e venda aparente para cobrir dívida com agiota). art. 166, IV, CC: Ato não revestido da forma prescrita em lei (ex.: falta de registro do contrato de compra e venda de imóvel com valor acima de 30 salários mínimos). art. 166, V, CC: Ato em que tenha sido preterida alguma solenidade que a lei considera essencial para a sua validade (ex.: um testamento público lavrado sem a presença das duas testemunhas exigidas conforme a lei – art. 1.864, II, CC/02). art. 166, VI, CC: Ato que tiver por objetivo fraudar lei imperativa (ex.: modificação do objeto do contrato para esquivar- se da legislação fiscal). art. 166, VII, CC: Ato declarado nulo de modo taxativo pela própria lei (ex.: art. 1.428 que prevê que “É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento”). art. 167, CC: Ato que estiver revestido de simulação (ex.: um homem casado, pretendendo doar um imóvel a concubina, simula a venda a um amigo, o qual posteriormente transfere o bem a ela). A nulidade relativa (anulabilidade) advém da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido (prejudicando o interesse particular de pessoa que o legislador quis proteger); ou porque contém algum dos vícios do consentimento, como erro, dolo, coação etc. Essa nulidade possibilita que o vício seja sanado (convalidado). Nestes casos, o negócio jurídico não é nulo, mas apenas anulável (efeitos ex nunc). O art. 171 do CC/02 traz as situações onde o contrato poderá ser anulado. 8.2.2. Nulidade Relativa Casos de nulidade relativa - anulabilidade: art. 171, I, CC: Ato praticado por pessoa relativamente incapaz (os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, os ébrios habituais e os viciados em tóxico, aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade, os pródigos). art. 171, II, CC: Ato praticado por erro, dolo, coação, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão: • Erro – que consiste em uma falsa representação da realidade (ex.: é o caso do sujeito que compra um anel imaginando ser de ouro, não sabendo que se trata de cobre - a vítima se engana sozinha). • Dolo – que consiste em sugestões ou manobras que induzem a outra parte a erro, trazendo proveito ao autor ou terceiro (ex.: o sujeito que aliena a caneta de cobre, afirmando tratar-se de ouro, atua com dolo). • Coação – consiste em toda violência psicológica apta a influenciar a vítima a realizar negócio jurídico que a sua vontade interna não deseja efetuar (ex.: indivíduo, valendo-se da força bruta, obriga outro a assinar documento segurando sua mão ). • Fraude c/ credores – é todo ato suscetível de diminuir ou onerar seu patrimônio, reduzindo ou eliminando a garantia que este representa para pagamento de suas dívidas. Ocorre quando a vontade da parte é exteriorizada com a intenção de prejudicar terceiros, ou seja, os credores. (ex.: a venda de um imóvel que é dado como garantia de um empréstimo que está em vias de execução judicial). • Estado de perigo – ocorre quando o agente, diante de situação de perigo conhecido pela outra parte, emitedeclaração de vontade para salvaguardar direito seu, ou de pessoa próxima, assumindo obrigação excessivamente onerosa (ex.: quem vender uma casa ou um carro por preço muito inferior ao de mercado para ter dinheiro para pagar uma cirurgia de um parente poderá recorrer à Justiça e pedir a anulação da venda, porque o vendedor estava em "estado de perigo"). • Lesão – consiste na o prejuízo resultante da desproporção existente entre as prestações de um determinado negócio jurídico, em face do abuso da inexperiência, necessidade econômica ou leviandade de um dos declarantes (ex.: um agricultor que adquire inseticida para combater uma praga que somente seu vizinho possui, pagando preço exorbitante para não perder a sua plantação). 8.3 Extinção por razões concomitantes à formação Como já afirmamos “morte não natural” pode ter sua raiz em causas anteriores – destacadas no último tópico -, mas também em causas concomitantantes à formação do contrato, tais como: a) o implemento de cláusula resolutiva; b) o exercício do direito de arrependimento convencionado. São cláusulas estipuladas no momento de formação do contrato, prevendo situações em que o contrato restará por extinto se verificado seu implemento ou exercício. 8.3.1. Cláusula Resolutiva Expressa Em todo contrato bilateral (sinalagmático) presume-se a existência de uma cláusula resolutiva tácita (implícita), onde havendo o descumprimento de qualquer regra que estavam vinculadas as partes, poderá o lesado suscitá-la através do judiciário, inclusive para constituir o devedor em mora – trataremos dela mais a frente. Cláusula Expressa (comissória): pode existir a previsão no negócio de uma cláusula resolutiva expressa, que se opera automaticamente* quando um dos contratantes infringe regra/cláusula específica prevista em contrato. Trata-se de hipótese de descumprimento prevista antecipadamente pelas partes, constituindo em mora o devedor quando nela incorrer. EXEMPLO: Em um contrato de compra e venda, podem as partes estabelecerem a seguinte cláusula: Cláusula 10. Se o COMPRADOR incorrer em mora e, após notificado, não a purgar no prazo de 15 (quinze) dias, ocorrerá a rescisão deste contrato e a retomada do imóvel, caso em que o VENDEDOR devolverá ao COMPRADOR, o valor efetivamente por ele pago por conta do preço, descontados 30% (trinta por cento) a título de multa e ressarcimento de despesas administrativas com a comercialização do imóvel e a comissão de corretagem para pelo VENDEDOR, devidamente corrigida monetariamente pelo índice adotado neste contrato. Obs.: Diante de eventual inadimplemento, a cláusula resolutiva expressa (comissória) VISA resguardar e facilitar o exercício do direito das partes. Pois conforme art. 474 do Código Civil, a cláusula EXPRESSA opera de pleno direito, já a TÁCITA há a necessidade de apreciação judicial. O descumprimento de cláusula resolutiva expressa, NÃO IMPLICA necessariamente no imediato desfazimento do contrato, mas sim a instantânea constituição em mora do inadimplente (independente de notificação). Efeito da cláusula resolutiva: Em ambos os casos (tácita ou expressa) o lesado pelo inadimplemento PODE (fica autorizado a) pleitear em juízo tutela específica (cumprimento/adimplemento) ou a resolução do contrato, com perdas e danos (art. 475, CC). 8.3.2. Cláusula de Arrependimento É uma cláusula que pode ser inserida no contrato, as partes estipulam que será extinto o negócio, por ato unilateral e antes do adimplemento (em alguns casos estipula-se um período de carência), SE qualquer uma das partes SE ARREPENDER. Obs.: Dada a excepcionalidade de tal medida, parece-nos razoável afirmar que tal direito somente pode ser reconhecido SE previsto expressamente, em respeito ao princípio da autonomia da vontade. ***Lembrar das arras penitenciais (art. 420, CC). ATENÇÃO: Advertência feita por Tartuce (2013, pág. 603) é de que não se confunda esse direito de arrependimento de origem convencional, com o direito ao arrependimento de origem legal previsto no art. 49 do CDC, que se aplica à vendas realizada fora do estabelecimento comercial e o consumidor tem o prazo de 7 dias para desistir no negócio. Já Gonçalves (2011, pág. 814) considera um caso especial de arrependimento justificada pela presunção de que o contrato não foi celebrado com a reflexão necessária. 8.4. Extinção por razões posteriores à formação Quando mencionamos a ocorrência de causas SUPERVENIENTES à formação do contrato, partimos do pressuposto de que ele se concretizou de forma plena, como negócio jurídico, nos planos da existência, validade e eficácia. Pode-se afirmar que a RESCISÃO (que é o gênero) possui as seguintes espécies: 1. RESOLUÇÃO (extinção do contrato por descumprimento) e 2. RESILIÇÃO (dissolução por vontade bilateral ou unilateral, quando admissível por lei, de forma expressa ou implícita, pelo reconhecimento de um direito potestativo). 8.4.1. Resolução Significa a extinção contratual fundamentada no descumprimento ou inexecução por um dos contratantes. Sob a expressão “descumprimento”, compreenda-se o inadimplemento tanto culposo quanto involuntário. Portanto a resolução se dá pela: a) inexecução voluntária b) inexecução involuntária c) cláusula resolutiva tácita d) resolução por onerosidade excessiva 8.4.1.1. Inexecução Voluntária Está relacionada com a impossibilidade da prestação por culpa ou dolo do devedor, podendo ocorrer tanto na obrigação de dar como nas obrigações de fazer e de não fazer (seus efeitos já foram estudados e constam nos arts. 389 e 390 do CC/02). Enuncia o art. 475 do CC que a parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato. Mas, se NÃO preferir essa resolução, a parte poderá exigir da outra o cumprimento do contrato, de forma forçada, cabendo, em qualquer uma das hipóteses, indenização por perdas e danos. Obs.: em HIPÓTESES em que o contrato tiver sido quase TODO CUMPRIDO, NÃO caberá a sua extinção, mas apenas outros efeitos jurídicos, visando sempre a manutenção da avença. Teoria do adimplemento SUBSTANCIAL Enunciado n. 361 da IV Jornada de Direito Civil: “O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475”. 8.4.1.2. Inexecução Involuntária HIPÓTESES em que ocorrer a impossibilidade de cumprimento da obrigação em decorrência de CASO FORTUITO (evento totalmente imprevisível) OU de FORÇA MAIOR (evento previsível, mas inevitável). CONSEQUÊNCIA: a outra parte contratual não poderá pleitear perdas e danos, sendo tudo o que foi pago devolvido e retornando a obrigação à situação primitiva (resolução sem perdas e danos). Ex.: o sujeito se obrigou a prestar um serviço, e, no dia convencionado, é vítima de um sequestro (caso fortuito). Só haverá responsabilidade nas seguintes situações: – Se o devedor estiver em MORA (art. 399 do CC). – Havendo PREVISÃO NO CONTRATO para a responsabilização por esses eventos por meio da cláusula de assunção convencional (art. 393 do CC). – Em CASOS ESPECIFICADOS em norma jurídica, como consta, por exemplo, do art. 583 do CC (ler!). 8.4.1.3. Cláusula Resolutiva Tácita Trata-se de regra que decorre da lei (cláusula implícita nos contratos) e que gera a RESOLUÇÃO DO CONTRATO em decorrência de um evento futuro e incerto, geralmente relacionado à inexecução de qualquer cláusula contratual (inadimplemento). Justamente por NÃO decorrer da autonomia privada, MAS DA LEI, é que a cláusula resolutiva tácita gera a extinção por fato SUPERVENIENTE à celebração, ponto que a diferencia da cláusula resolutiva expressa, repise-se. Como EXEMPLO de condição resolutiva tácita cite-se a exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus), prevista no art. 476 do Código Civil, e que pode gerar a extinção de um contrato bilateral (sinalagmático), nos casos de mútuo descumprimento total do contrato. Ex.: contrato de compra e venda combinou-se que a coisa será entregue 24h depois do pagamento do preço, NÃO pode o adquirente exigir a prestação do vendedor antes de cumprida a sua. *** Apesar da exceção do contrato não cumprido ser tida como forma de defesa, quando compreendida como cláusula resolutiva tácita, é possível alegá-la em sede de petição inicial, com o objetivo de extinguir o contrato. 8.4.1.4. Resolução por onerosidade excessiva Poderá ocorrer a resolução do negócio em decorrência de um evento extraordinário e imprevisível que dificulte extremamente o adimplemento do contrato, gerando a extinção do negócio de execução diferida ou continuada (trato sucessivo). Requisitos do art. 478 do CC: a) contrato comutativo de execução diferida (realizado em momento futuro) ou de trato sucessivo (continuado) ; b) ocorrência de fato extraordinário e imprevisível que cause o desequilíbrio; c) que a vantagem de uma das partes corresponda ao sacrifício da outra. Ex.: “A” (que tem renda mensal de $ 1.000,00) pactuou com “B” a doação mensal de 30 litros de gasolina (cotado em $ 100,00). Devido a uma crise inflacionária imprevista, a mesma quantidade do produto passou a custar $ 400,00. Para continuar cumprindo suas obrigações “A” terá que privar a si e a sua família do mínimo necessário. Portanto cabe-lhe pleitear a redução da prestação ou a resolução do contrato. Obs.: Só resolve-se o contrato se não der para reestabelecer o equilíbrio contratual. Por isso, a parte pode pleitear a redução da prestação ou alteração do modo de executá-la (art. 480, CC). 8.4.2. Resilição A resilição NÃO deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral. Resilir, do latim resilire, significa, etimologicamente, “voltar atrás”. Classifica-se em: a) bilateral (distrato); b) unilateral. 8.4.2.1. Bilateral ou Distrato: É aquela que é feita mediante a celebração de um novo negócio em que ambas as partes RESOLVEM, de comum acordo, pôr fim ao negócio anterior que firmaram. O distrato submete-se à mesma forma exigida para o contrato conforme previsão taxativa do comando legal em questão (art. 472, CC). Ex.: se o contrato foi celebrado por escritura pública, O DISTRATO deverá obedecer à mesma formalidade, sob pena de nulidade absoluta, por desrespeito à forma e à solenidade essencial. Qualquer contrato pode cessar pelo distrato. É necessário, todavia, que os efeitos não estejam exauridos, uma vez que o cumprimento é a via normal da extinção. IMPORTANTE: Caso os efeitos do contrato já houverem sido verificados, NÃO há que se falar em Distrato. Ex.: Imagine um contrato de permuta (troca) em que João obriga-se a entregar a Pedro uma moto, e este obriga-se a entregar àquele um computador. Depois de concluído o contrato - Aqui todos os efeitos contratuais já houveram sido verificados – ambos resolvem DESTROCAR. 8.4.2.2. Unilateral ou Denuncia São contratos que admitem dissolução pela simples declaração de vontade de UMA das partes, desde que a lei, de forma explícita ou implícita, autorize essa forma de extinção e, sempre, com a prévia comunicação à outra parte. Obs.: Só é prevista em hipóteses excepcionais, como, por exemplo, na locação, na prestação de serviços, no mandato, no comodato, no depósito, na doação, na fiança, operando-se mediante denúncia notificada à outra parte. *** Denunciar um contrato, em Direito Civil, significa resilir o negócio unilateralmente. Ex.: 1. Mandato, podendo haver a resilição por parte do mandante (revogação) ou pelo mandatário (renúncia). 2. Locação – prazo de vigência de 12 meses, após este lapso, passará a vigorar por tempo indeterminado. O locador poderá motivadamente resilir o contrato, e o locatário poderá fazê-lo a qualquer tempo, ainda que sem justificativa. 3. Fiança – art. 835 do CC/02. 8.5. Extinção por morte de um dos contratantes Nos contratos intuitu personae (personalíssimos), a morte ou dissolução de qualquer das partes (se pessoas naturais ou jurídicas respectivamente) tem condão de extinguir o contrato. Ex.: O contrato se extingue de pleno direito, situação que ocorre, por exemplo, na fiança. Para este contrato, os herdeiros não recebem como herança o encargo de ser fiador, só respondendo até os limites da herança por dívidas eventualmente vencidas durante a vida do seu antecessor.
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