Buscar

Aula 05 Indicadores de Qualidade degradação

Prévia do material em texto

INDICADORES BIOQUÍMICOS DA 
QUALIDADE 
Estela de Oliveira Nunes 
2014 
Engenharia Sanitária e Ambiental 
QUALIDADE DAS ÁGUAS 
Monitoramento da Qualidade das Águas 
 
Esses são os 9 parâmetros que compõem o Índice da qualidade das águas (IQA): 
 
.Oxigênio dissolvido (OD) 
.Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) 
.Coliformes fecais 
.Temperatura da água 
.pH da água 
. Nitrogênio total 
. Fósforo total 
. Sólidos totais 
. Turbidez 
 
Devem ser levados em consideração fatores importantes: 
 
. A qualidade das águas muda ao longo do ano; em função de fatores meteorológicos e da eventual 
sazonalidade de lançamentos poluidores e das vazões. 
. A medida que o rio avança, a qualidade melhora por duas causas: a capacidade de autodepuração dos 
próprios rios e a diluição dos contaminantes pelo recebimento de melhor qualidade de seus afluentes. Esta 
recuperação , entretanto, atinge apenas os níveis de qualidade aceitável ou boa. É muito difícil a 
recuperação ser total. 
 
 
Indicadores Globais de Matéria Orgânica 
 
- DBO 
 
- DQO 
 
- COT 
 
- Óleos e Graxas (compostos orgânicos 
hidrofóbicos) 
 corpo d´água ⇒ poluição ⇒ mortandade de peixes 
poluição ⇒ turbidez, cor, espuma, etc 
(ex.: rio) 
são estes os agentes causadores 
da morte dos peixes? 
“sujeira” oriunda dos esgotos de uma cidade ou fábrica 
esgotos patogênicos que matam os peixes? 
dificilmente uma bactéria que afeta a saúde do homem 
pode parasitar um peixe também (tempo/velocidade) 
indústrias ⇒ resíduos não patogênicos ⇒ peixes mortos 
substâncias tóxicas? 
esgotos geralmente não contém grandes quantidades 
destas substâncias 
substâncias orgânicas derivadas das atividades domésticas 
maiores constituintes: 
(restos de alimentos e materiais fecais) 
sem “venenos” 
esgotos de pequenas cidades 
sem indústrias tb matam peixes 
excesso de alimento * 
decomposição ⇒ realizada por microorganismos que se 
reproduzem com rapidez, atingindo números espantosos 
em poucas horas 
maior quantidade de matéria orgânica 
demanda bioquímica (DBO) ⇒ porque se realiza através de 
 atividade biológica ou bioquímica 
maior quantidade de oxigênio consumido 
matéria orgânica ⇒ responsável por uma demanda de oxigênio 
concentração de O2 dissolvido 
excesso ⇒ ruim (propriedades oxidativas) 
relativamente baixa 
(pequenas variações são muito importantes do 
ponto de vista ecológico) 
O2 + 4H+ + 4e- → 2H2O 
O2 + 2H2O + 4e- → 4OH- 
⇒ inibição desenvolvimento de microorganismos 
 anaeróbios (alguns responsáveis, por exemplo, 
 pela fixação de nitrogênio 
falta ⇒ processo respiratório 
O2 (g) O2 (aq) 
solubilidade de gases em água pode ser descrita pela lei de Henry 
solubilidade de um gás em um líquido é proporcional a 
pressão parcial do gás em contato com o líquido 
(temperatura constante) 
Matematicamente: 
[O2(aq)] = K PO2 
K = constante da Lei de Henry 
 (específica para um dado gás, temperatura e pressão) 
No caso do oxigênio, considerando-se como constituinte de 
21% da atmosfera (pela lei de Dalton): 
 ⇒ exerce uma pressão de 0,21 atm (considerando-se ar seco) 
[O2(aq)] = 1,3x10-3 x 0,21 
K ⇒ tabelado ⇒ p/250C = 1,3x10-3 mol L-1 atm-1 
 tem-se: 
 = 2,73x10-4 mol L-1 
 = 8,74 x10-3 g L-1 
 = 8,74 mg L-1 ⇒ 8,74 ppm 
correção devido a umidade do ar: 
subtração da pressão parcial da água da pressão total 
Pressão parcial da H2O (250C) = 0,0313 atm 
PO2 = (1,0000 atm – 0,0313 atm) x 0,21 ⇒ 0,203 atm 
[O2(aq)] = 8,46 ppm 
⇒ no equilíbrio a água não pode conter altos níveis de OD 
O2 solubilidade ≠ concentração de O2 dissolvido 
concentração máxima de OD no equilíbrio 
concentração fora do equilíbrio, limitada pela taxa de 
transferência de O2 (também envolve parâmetros cinéticos) 
Atmosfera: 78% N2, 21% O2 e 0,035% CO2 
diferentes solubilidades 
hipótese: atmosfera 100% destes gases 
1 Litro de água (250C) 
15,9 mL 
31,8 mL 
 831,4 mL * 
N2 ⇒ 
O2 ⇒ 
CO2 ⇒ 
CO2 
O2 
CH4 
H2 
N2 
NO 
3,4 x 10-2 
1,3 x 10-3 
1,3 x 10-3 
7,9 x 10-4 
6,5 x 10-4 
1,9 x 10-3 
K, mol L-1 atm-1 
constantes da Lei de Henry 
(250C) 
gás 
solubilidade de O2 em H2O depende: 
pressão parcial força iônica temperatura 
água fervendo 
altitude 
pressão 
∆T 
poluição térmica 
≈20% menos OD 
oceano 
peixes ⇒ 5 ppm 
saídas 
Água não esta sempre saturada de O2 
Organismos 
(consomem OD rapidamente) 
entradas 
difusão ⇒ aumenta com qualquer tipo de turbulência 
(ondas, ventos, quedas, etc) 
fotossíntese ⇒ muitos fatores 
(fonte de nutrientes, temperatura, luz, etc) 
respiração 
∆ temperatura 
óxido-redução ⇒ degradação, transformação MO 
limite para a taxa na qual o oxigênio é transferido 
através da interface ar-água 
cinética do transporte de massa, da turbulência, 
tamanho de bolha, temperatura, etc 
 taxa de reaeração superficial: 
rio com corredeiras e/ou cascatas > rio sem corredeiras >> represa 
 maior disponibilidade de OD 
regiões frias, ensolarada, turbulenta 
> vida ⇒ > OD 
 menor disponibilidade de OD 
regiões quentes, escuras, estagnadas 
 vida ⇒ respiração ⇒ sem fotossíntese ⇒ < OD 
variação entre 
dia e noite 
Demanda de oxigênio 
substância mais habitualmente oxidada pelo OD 
matéria orgânica de origem biológica 
(plantas mortas, restos de animais, etc) 
MO ⇒ carboidrato polimerizado (fórmula simplificada = CH2O) 
CH2O (aq) + O2 (aq) → CO2 (g) + H2O (aq) 
⇒ maneira similar p/ NH3 e outras substâncias 
poluente químico, esgoto, fertilizante, etc ⇒ agrava “stress” de OD 
(catálise enzimática) 
DBO ⇒ muito importante em qualquer estudo de 
avaliação de impacto de fonte poluentes 
estimativa da “força poluidora” de um resíduo 
 esgotos domésticos ⇒ DBO ≈ 300 – 500 mg/L 
(essencialmente 
matéria-orgânica e H2O) 
cada litro de esgoto lançado num rio 
 
consome de 300 a 500 mg de O2 dissolvido deste rio 
[OD] ≈ 9 mg/L ⇒ calculo de quantos litros de água serão 
necessários para satisfazer essa demanda 
 vazão do rio ⇒ capacidade de amortizar evento 
quantidade de oxigênio molecular necessária à estabilização 
da matéria orgânica carbonada decomposta aerobicamente 
por via biológica 
Demanda Bioquímica de Oxigênio -DBO 
A DBO é normalmente considerada como a quantidade de 
oxigênio consumido durante um determinado período de tempo, 
numa temperatura de incubação específica 
(OD antes e depois) 
 
Um período de tempo de 5 dias numa temperatura de incubação 
de 20°C é freqüentemente usado e referido como DBO5 
 (DBO20) 
bactérias 
saprófitas 
bactérias 
autotróficas 
5 dias ⇒ 60 – 70% 20 dias ⇒ 95 – 99% 
Fatores químicos, físicos e biológicos que determinam a DBO: 
 
I) Oxigênio Dissolvido; 
 
II) Microrganismo: deve existir um grupo misto de microrganismo 
(denominado de semente), que seja capaz de oxidar a matéria 
orgânica em água e gás carbônico; 
 (Questionável = útil somente para ↓ degradabilidade) 
III) Nutrientes: como nitrogênio, fósforo, enxofre, magnésio, ferro e 
cálcio são indispensáveis para garantia de microrganismo vivos 
durante todo o período de incubação; 
 
Criticas ⇒ condições ambientais de laboratórios não 
reproduzem aquelas dos corpos d’água (temperatura, luz 
solar, população biológica e movimentos das águas) 
(mas mesmo com criticas ⇒ considerado um parâmetro significativo 
para avaliação da carga orgânica lançada nos recursos hídricos) 
(diluição para garantir condições) 
 
DBO ⇒ excelente índice para indicar a eficiência de uma ETE 
(estação de tratamento de esgotos), quando se compara a DBO 
do esgoto bruto e do efluente final 
 
IV)Temperatura: qualquer reação bioquímica, tem como fator de 
importância a temperatura, que aumenta ou diminui a 
velocidade da reação de oxidação; 
V) pH: as reações que ocorrem na DBO, para garantia de 
sobrevivência dos microrganismos, tem como faixa ideal de pH 
de 6,5 a 8,5; 
VI) Tempo; 
VII) Tóxicos: A presença de mercúrio, cobre, zinco, cádmio, 
chumbo, cianetos, formaldeídos, influenciam no sistema 
enzimático dos microrganismos, podendo leva-los à morte; 
VIII) Viabilidade da amostra: 24 hs (sem excessão) 
 
Estado de Santa Catarina a LEI Nº 14.675/2009 substitui 
o Decreto Estadual n.º 14.250/81 
 padrão de emissão de esgotos diretamente nos corpos d'água 
exigidos: 
⇒ou uma DBO5,20 máxima de 60 mg/L 
⇒ou uma eficiência global mínima do processo de tratamento 
na remoção de DBO5,20 igual a 80%. 
 
Este último critério favorece aos efluentes industriais 
concentrados, que podem ser lançados com valores de 
DBO5 ainda altos, mesmo removida acima de 60%. 
 
Resolução CONAMA 357/05 revogada por Resolução 
CONAMA 430/2011 
 
Não fixa valores, deixando à critério das legislações estaduais. 
 
RESOLUÇÃO No 430/2011 
padrão de emissão de esgotos diretamente nos corpos d'água 
exigidos: 
⇒ou uma DBO5,20 máxima de 120 mg/L (esgoto sanitário) 
⇒ou uma eficiência global mínima do processo de tratamento 
na remoção de DBO5,20 igual a 60%. 
Este último critério favorece aos efluentes industriais 
concentrados, que podem ser lançados com valores de 
DBO5 ainda altos, mesmo removida acima de 60%. 
 
Concentrações e contribuições unitárias típicas de DBO5 
de efluentes industriais 
Tipo de Efluente 
Concentração DBO5 
(mg/L) 
 
 
Faixa Valor Típico 
Esgoto sanitário 
 110-400 220 
- 300 
Têxtil 250-600 
Laticínio - 
Abatedouro bovino 1.125 
Curtume (ao cromo) - 2.500 
Cervejaria 1.718 
Refrigerante - 1.188 
 - - 
 
Fontes: Braile e Cavalcanti eCETESB 
1.000-1.500 
Celulose branqueada 
Açúcar e álcool 25.000 
Concentrações e contribuições unitárias típicas de DBO5 de efluentes industriais 
DQO ⇒ quantidade de O2 necessária para a oxidação da matéria 
orgânica através de um agente químico 
Demanda Química de Oxigênio (DQO) 
⇒ se baseia no fato de alguns compostos orgânicos, são 
oxidados por agentes químicos oxidantes considerados fortes, 
como por exemplo, o K2Cr2O7 (dicromato de potássio) em meio 
ácido, sendo o resultado final desta oxidação o dióxido de 
carbono e água 
Cr2O72- + 14 H+ + 6e- → 2 Cr3+ + 7 H2O 
O2 + 4H+ + 4e- → 2H2O 
⇒ número de mols de O2 requeridos para a oxidação é 1,5 vezes 
(6/4) o número de mols do dicromato utilizado 
Processo ⇒ oxidação de matéria orgânica por uma 
mistura em ebulição de ácido crômico e ácido sulfúrico 
(dicromato de potássio em meio ácido); 
excesso de dicromato é titulado com Fe2+ 
 
⇒ podem ser utilizados várias substâncias químicas 
como oxidantes 
 
⇒ proporção de matéria orgânica a ser oxidada depende 
do oxidante, da estrutura dos compostos orgânicos 
presentes na amostra e do processo de manipulação 
dos reagentes e dos equipamentos 
 teste não é afetado pela nitrificação, dando indicação 
apenas da oxidação da matéria orgânica carbonácea e não 
da nitrogenada 
 processo não está sujeito a tantas variáveis, como no 
sistema biológico, e não requer tantos equipamentos 
 no processo de avaliação da DQO são oxidadas, tanto a 
fração biodegradável, quanto a fração inerte do efluente, o 
que leva a uma superestimação do oxigênio consumido 
 o teste não fornece informação sobre a taxa de 
consumo da matéria orgânica ao longo do tempo 
 certos constituintes inorgânicos podem ser oxidados 
e interferir no resultado 
 piridina, benzeno, amônia – não são oxidados 
Desvantagens: 
Vantagens: 
relação DQO/DBO ⇒ conclusões sobre a biodegradabilidade 
dos despejos/MO 
 
 
•Relação DQO/DBO baixa: a fração biodegradável é 
elevada, o que indica a utilização de tratamento 
biológico 
 
• Relação DQO/DBO elevada: a fração inerte, ou seja, 
não biodegradável é alta, não em termos de poluição 
do corpo hídrico receptor 
 
 
esgotos domésticos brutos ⇒ a relação DQO/DBO se enquadra 
na faixa de 1,7 a 2,4 
industriais ⇒ a relação varia numa faixa mais ampla 
jusante de fortes lançamentos de esgotos 
turbidez e a cor elevadas dificultam a penetração dos raios 
solares e apenas poucas espécies resistentes às condições 
severas de poluição conseguem sobreviver 
Este efeito pode "mascarar" a avaliação do grau de poluição 
de uma água, quando se toma por base apenas a [OD] 
água eutrofizada pode apresentar concentrações de 
oxigênio bem superiores a 10 mg/L, mesmo em 
temperaturas superiores a 20°C, 
Carbono Orgânico Total - COT 
COT → H2O + CO2 
2 etapas: COT = CT - CI 
-oxidação forte (catalisador + ácido) = CT 
- oxidação branda (↓T + ácido) = CI 
⇒Excelente ndicador de matéria orgânica no efluente; 
 
⇒ Pode-se estabelecer razão entre DQO/COT = 2 a 7 
 
⇒ Tempo de análise curto (minutos) 
Vantagens: 
 
Desvantagem: 
⇒ Alto custo 
Sólidos 
Sólidos Totais 
 - Secagem estufa 1050C – 2 horas 
 - Pps – Pi = ST 
 OBS: Compostos orgânicos voláteis podem ser eliminados como 
 parte da umidade. 
Sólidos Voláteis (indica MO) 
 - Após secagem – 2 horas a 5500C (calcinação) 
 - Ppc – Pps = SV 
 OBS: Alguns compostos inorgânicos podem ser transformados a 
 compostos gasosos interferindo no final da análise. 
Sólidos Fixos (cinzas) = ST – SV (compostos inorgânicos) 
 SV/ST = (fração orgânica %) 
Sólidos Dissolvidos e Sólidos em Suspensão 
 
 - Realizado no sobrenadante ou nos sólidos retidos de 
 uma amostra filtrada; 
 
 - Sobrenadante = STD e SDV 
 - Sólido = SST e SSV 
 
 OBS: SST/ST = fração sólidos em suspensão 
 
 → Sólidos Sedimentáveis: relacionado aos sólidos em suspensão 
 - Método Imhoff: 1L/1h = mL/L 
 
 OBS: Determinados para controlar o assoreamento dos 
 corpos hídricos. 
 
ÓLEOS E GRAXAS 
É definido como qualquer material recuperado como 
uma substância solúvel em solvente orgânico, incluindo 
compostos de enxofre, corantes orgânicos e clorofila 
Solventes: Éter de petróleo, 
 n-hexano, 
 Triclorofluoretano 
Indicadores Específicos 
⇒ Permitem identificar poluentes que possam ter efeitos 
 danosos ao meio ambiente. 
 
⇒ Permitem avaliar a eficiência de tratamentos específicos 
 para a remoção desses tipos de compostos. 
 
⇒ Permitem auxiliar na definição e caracterização de 
 uma amostra cega de efluente. 
 
► [Fenóis, Sulfetos, Série nitrogenada, Fosfatos, alguns 
 metais (Cromo,Cobre, Cianeto,Zinco...) ]. 
	INDICADORES BIOQUÍMICOS DA QUALIDADE
	Slide Number 2
	Slide Number 3
	Slide Number 4
	Slide Number 5
	Slide Number 6
	Slide Number 7
	Slide Number 8
	Slide Number 9
	Slide Number 10
	Slide Number 11
	Slide Number 12
	Slide Number 13
	Slide Number 14
	Slide Number 15
	Slide Number 16
	Slide Number 17
	Slide Number 18
	Slide Number 19
	Slide Number 20
	Slide Number 21
	Slide Number 22
	Slide Number 23
	Slide Number 24
	Slide Number 25
	Slide Number 26
	Slide Number 27
	Slide Number 28
	Slide Number 29
	Slide Number 30
	Slide Number 31
	Slide Number 32
	Slide Number 33
	Slide Number 34
	Slide Number 35

Continue navegando