Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1.INTRODUÇAO: Para Hipócrates, a terapêutica tinha por base o poder curativo da natureza, e as doenças deviam ser interpretadas considerando-se o quadro particular de cada indivíduo. Ele entendia a doença como a perturbação do equilíbrio, o qual mantinha o ser humano em harmonia consigo mesmo e com a natureza. Com isso, ele demonstrou que os sintomas são reações do organismo à enfermidade. A homeopatia se alicerça a Hipócrates na seguinte frase: "A doença é produzida pelos semelhantes e pelos semelhantes o paciente retorna à saúde". Como exemplo, afirmou que as próprias substancias que causavam tosse, diarreia e provocavam vomito, curavam doenças que apresentavam sintomas semelhantes, desde que utilizadas em doses menores. A tradicional alopatia emprega o princípio dos contrários para combater as doenças, por meio de substancias que atuam contrariamente aos sintomas. A homeopatia baseia-se no princípio da similitude, apoiando-se na observação experimental de que toda substancia capaz de provocar determinados sintomas em um indivíduo sadio é capaz de curar, desde que em doses apropriadas, em um doente que apresente sintomas semelhantes. Medicamento homeopático é todo medicamento fabricado por meio da farmacotécnica homeopática, sua indicação depende das características pessoais e reacionais do paciente. O clinico homeopata devera saber reconhecer a patogenesia (conjuntos de sintomas, sendo estes físicos, emocionais e mentais, que um organismo sadio apresenta ao experimentar substancia medicinal) que melhor se adapta às manifestações presentes no doente para, em seguida, prescrever. Ele tratará o paciente como uma unidade corpo-mente, que recebe continuamente influencias dos ambientes natural e social. Há gerações, o alho é utilizado na culinária e no tratamento de vários males, tendo, nos últimos anos, sido alvo de análises sistemáticas que objetivam a comprovação de características nutricionais e terapêuticas. Dentre as espécies analisadas, o Allium sativum foi apontado como possível substituto de determinados medicamentos sintéticos, sendo o seu uso recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O Allium sativum (alho) é utilizado na cultura popular com o objetivo de prevenir e tratar afecções diversas. Estudos científicos comprovaram que o extrato do alho é capaz de estimular o sistema imunológico, gerando uma ação pró-inflamatória. A comprovação científica dos benefícios associados à baixa toxicidade do alho e ao estímulo do sistema imune permite que este vegetal seja administrado no tratamento e prevenção de vários processos inflamatórios 2.OBJETIVO: Preparar formulações homeopáticas 3DH e 3CH. 3. MATERIAS E MÉTODOS: Materiais: - Tintura Mãe -Proveta (10mL) -Funil -Gaze -Suporte -Béquer -Conta-gota -Frascos -Batoque -Álcool 80% -Espuma -Dinamizador Homeopático - Denise Para realização da prática, primeiramente, foi feita a separação da tintura mãe, separando o veículo extrator (solução) e o alho, com o intuito de obter a parte líquida da tintura mãe. Para este procedimento, foi feita a filtração, utilizando um funil contendo gaze, para evitar que pedaços de alho passassem para o béquer, durante a filtração. Paralelamente, o conta-gota foi calibrado, para se obter a quantidades de gotas pra 1 mL, no qual foram 20 gotas para 1 mL. Em seguida, foi feita a solução a 1 CH, no qual foram pegas 2 gotas da solução extraída e colocadas na proveta e completando a proveta até 10 mL, adicionando 80%. Após, a solução foi transferida para um frasco, no qual foi adicionado um batoque e em seguida devidamente fechado. Foi realizado o ciclo de 100 dinamizações em cima de uma espuma, com o intuito de evitar a quebra do frasco, caso fosse feita a dinamização na bancada de granito. Essa dinamização foi feita manualmente, de forma ininterrupta, com mesma velocidade em todas 100 dinamizações. Para realização da solução a 2 CH e 3 CH, foi utilizado o mesmo procedimento, porém as 2 gotas antes tiradas no béquer, agora, para o 2 CH e 3 CH, vão sair dos fracos já realizados os ciclos, no caso, 1 CH e 2 CH respectivamente. Para a realização da solução a 1 DH, foi utilizado o mesmo procedimento a 1 CH, porém, ao invés de 2 gotas retiradas, passam a ser 20 gotas adicionadas a proveta e assim completando 10 mL na mesma, com álcool 80%. O primeiro ciclo de dinamização, foi utilizada a Denise, com intuito de ver o funcionamento da máquina e de aprender a manusear a mesma. Os ciclos para 2 DH e 3 CH, foram realizados manualmente depois, com o auxílio da espuma. Para realização da solução a 2 DH e 3 DH, foi utilizado o mesmo procedimento, porém as 20 gotas antes tiradas no béquer, agora, para o 2 DH e 3 DH, vão sair dos fracos já realizados os ciclos, no caso, 1 DH e 2 DH respectivamente. Após os procedimentos, os frascos foram devidamente identificados. 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO I – Tintura mãe Tintura mãe, ou TM, é a forma farmacêutica líquida, alcoólica ou hidro alcoólica, resultante da ação de solvente adequado sobre uma determinada droga de origem animal ou vegetal (maceração ou percolação), que origina as diferentes formas e diluições de medicamentos homeopáticos. Para obtenção de TM, passou-se por dois processos: -Maceração: Consiste em deixar o vegetal em contato com o veículo extrator, com agitação de tempos em tempos. Neste processo, os principais fenômenos envolvidos são difusão e osmose. -Percolação: Consiste em fazer passar o veículo extrator através da droga umedecida, onde o líquido extrator é continuamente deslocado. De cima para baixo, até que as substâncias solúveis sejam esgotadas. Neste processo temos a ação da pressão hidrostática (peso do solvente sobre o material) e a força de capilaridade. Deve-se vedar a solução, mantendo-as em vidro âmbar ou armários escuros. Filtrando após alguns dias ( homogeneizando todos os dias) Nesta prática ocorreu o preparo de tintura mãe hidro alcoólica de Allium sativum por maceração em álcool 80% para que fosse utilizada como base (ponto de partida) no preparo dos medicamentos de Allium sativum 3CH e 3DH. A TM preparada estava em ótimas condições organolépticas, isenta de contaminantes visíveis (fungo, pelos, etc), translúcida, com odor, aspecto, textura (líquido) e cor adequados, compatíveis com a droga utilizada. A partir do preparo da tintura mãe de Allium Sativum foi possível a obtenção dos medicamentos homeopáticos Allium Sativum na escala 3CH e 3DH, pelo método Hahnemanniano. Além de também obter-se o medicamento homeopático Graphites 3CH, pelo mesmo método. II – Allium sativum 3CH e 3DH (Nomenclatura botânica Allium sativum L.) Os medicamentos homeopáticos podem ser preparados através dos seguintes métodos: - Método hahnemanniano; - Método korsakoviano (K); -Método de fluxo contínuo (FC). O método escolhido para a preparação de allium sativum foi o hahnemanniano, nas suas devidas potencias. Este método é um processo de manipulação de medicamentos homeopáticos utilizado em farmácias homeopáticas, que utilizam as escalas centesimal, decimal e cinquenta milesimal. Escala escolhida: centesimal e decimal. Formas de Dispensação: Líquida: gotas Via de Administração Oral A base para o medicamento estava conforme a Farmacopeia Homeopática Brasileira, que para drogas solúveis pode utilizar-se como ponto de partida a tintura-mãe. Sabendo que as dinamizações - diluição mais sucessão (podendo ser manual ou mecânica) - são feitas a fim de se potencializar o medicamento homeopático e deixar memorias na agua (para queeste cause estimulo ao organismo a partir do PA), a partir da TM foram feitas sucessivas dinamizações objetivando a potência desejada. Vale ressaltar que o líquido a se dinamizado deverá ocupar 2/3 da capacidade do frasco utilizado na preparação 3CH: 0,1mL da TM + 9,9mL de álcool 80% + 100 sucussões = 1 CH 0,1mL da 1CH + 9,9mL de álcool 80% + 100 sucussões = 2 CH 0,1mL da 2CH + 9,9mL de álcool 80% + 100 sucussões = 3 CH Em uma das sucussões foi usado o dinamizador mecânico Denise, simulando o braço humano. 3DH: 1mL da TM + 9mL de álcool 80% + 100 sucussões = 1 DH 1mL da 1DH + 9mL de álcool 80% + 100 sucussões = 2 DH 1mL da 2DH + 9mL de álcool 80% + 100 sucussões = 3 DH Para o processo de sucessão manual, foi realizado com uma das mãos cem movimentos de agitação vertical. Lembrando que, sucussão é o movimento de agitar verticalmente de forma vigorosa e constante de soluções de fármacos sólidos e líquidos diluídos e dissolvidos em insumo inerte adequado. Os dois medicamentos, em suas devidas potências, apresentaram ótimas características organolépticas, estavam translúcidos, com odor, textura (líquido) e coloração adequados. Por ter baixa potência, o álcool a ser utilizado para dispensação foi de 80% para que a solução não ficasse turva com presença de precipitados. Esse medicamento, na potência em que foi preparado, é utilizado para gripe com ou sem febre, manifestando-se por ataque intenso das vias respiratórias com dor e vermelhidão dos olhos que lacrimejam, corrimento nasal abundante, dores opressivas na raiz, espirros, tosse, rouquidão, paladar e olfato perdidos. Perturbações devido ao abuso da alimentação e dispepsia (dificuldade de digerir) com fermentação, bronquite crônica com profusa e difícil expectoração mucosa e hálito fétido. Hemoptise (expectoração sanguinolenta), tuberculose pulmonar, dilatação dos brônquios com expectoração fétida e gangrena pulmonar. Se o medicamento preparado estivesse a 30CH, seria um medicamento de fundo, ou em potências bem altas (200CH pra cima), estaria ligado com o psicológico/mental. Mas como está em potências baixas, é ligado ao físico, sendo indicado para os sintomas apresentados acima. 5. CONCLUSAO: A formulação farmacêutica foi obtida com sucesso 6. BIBLIOGRAFIA: ARNOUS, A. H.; SANTOS, A. S.; BEINNER, R. P. C. Plantas medicinais de uso caseiro: conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário. Revista Espaço para Saúde, v. 6, n. 2, p. 1-6, 2005. SOUZA, F. S.; MACIEL, C. C. S. Produtos fitoterápicos e a necessidade de um controle de qualidade microbiológico. VEREDAS FAVIP – Revista Eletrônica de Ciências, Pernambuco, v. 3, n. 2, p. 23-30, jul./dez. 2010. Farmacopeia Homeopática Brasileira, 3ª edição TOMAZZONI, M. I.; NEGRELLE, R. R. B.; CENTA, M. L. Fitoterapia popular: a busca instrumental enquanto prática terapêutica. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 15, n. 1, p. 115-121, 2006.
Compartilhar