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Custeio Baseado em Atividade (ABC) Bem, agora vamos falar do Custeio Baseado em Atividade – Activity-Based Costing (ABC) –, que é um método pelo qual os custos indiretos são apropriados aos objetos de custeio por meio das atividades consumidas durante o processo de produção. Esse tipo de custeio surgiu como sendo uma resposta à subjetividade presente nos critérios utilizados para o rateio no custeio por absorção. Sinteticamente, temos que sua base lógica é construída na premissa de que as atividades executadas em uma indústria são as verdadeiras geradoras dos custos e, sendo assim, elas são os elementos que devem ser considerados em processo de mensuração e distribuição de dispêndios. Em outras palavras, o ABC busca reduzir as distorções provocadas pelos rateios dos custos indiretos, mediante uma estrutura mais densa de apropriação dos custos indiretos. Apesar da lógica apresentada ser bastante interessante, o ABC apresenta dois problemas práticos para a sua implantação: (i) nível de complexidade (ii) valor de implantação No primeiro problema, tem-se que a implantação do ABC pode exigir uma estrutura informacional tão complexa que os relatórios operacionais tornam-se fontes inseguras ou mesmo não entendíveis. Referente ao valor de implantação, o ABC pode gerar uma cadeia de eventos em um nível de complexidade tão elevada que, conforme o caso, seu valor de implantação pode inviabilizar o custo- benefício da ferramenta. Quanto à sua forma de implantação, temos que esse sistema de custeio pode ser aplicado tanto nos custos diretos como nos indiretos. Contudo, se formos comparar os custos diretos alocados pelo ABC em relação aos outros métodos custeios, por exemplo a absorção, não serão encontradas diferenças significativas entre eles. Por outro lado, se olharmos os valores apropriados em relação aos custos indiretos, daí sim encontraremos diferenças expressivas entre o valor do ABC e os das demais técnicas. O ABC apresenta-se mais robusto na forma de distribuição dos custos indiretos, dado o fato de utilizar direcionadores de primeiro e segundo estágio para executar tal tarefa. Para aplicarmos o ABC, antes de tudo temos que realizar a identificação das atividades relevantes na produção, o que significa dizer que iremos mapear a industrialização conforme as atividades que são executadas para produzir um bem ou serviço. Por exemplo, uma bolsa de couro é o resultado de diversas atividades, dentre outras, tem-se a atividade do corte do couro e a atividade da costura das peças. Cada atividade apurada como relevante é considerada, sendo assim, todos os equipamentos e conhecimentos que ela necessita também passam a ser analisados. E essas atividades, conforme nossa necessidade informacional, podem ainda sofrer um detalhamento quanto às tarefas e operações que abrangem. Uma atividade, para o ABC, é a representação de um conjunto de tarefas realizado para que um objetivo seja alcançado. No exemplo supracitado, a atividade de costurar as peças de couro pode ser a representação das tarefas, receber peça, preparar máquina de costura etc. Uma tarefa, por sua vez, conforme a relação do custo-benefício da informação, ainda pode ser desmembrada em operações, como: preparar máquina/ colocar linha na máquina/ costurar peça teste etc. Ou seja, uma operação para o ABC é a menor unidade de uma atividade, onde um conjunto de operações forma uma tarefa e um conjunto de tarefas forma uma atividade. Conhecidas e detalhadas as atividades, o segundo passo que devemos realizar é atribuir a estas os custos dos recursos produtivos (tangíveis e intangíveis) que são inerentes para sua realização. Algo que, diferente do que parece, não é tão simples de ser feito, pois exige tanto o detalhamento causal da atividade como, também, o envolvimento de uma equipe multidisciplinar para a criação dos direcionadores de primeiro estágio (aqueles que direcionam o custo incorrido para a atividade) confiáveis. Afinal de contas a força do método repousa no nível de confiança da empresa para com esses direcionadores de custos. Quanto maior o nível de confiança, maior a força do modelo ao processo de gestão; uma vez que a empresa irá crer no valor computado para cada atividade que realiza em sua linha de produção. Por fim, durante a produção de um bem ou serviço, conhecendo-se as atividades executadas e os custos que estas apresentam, chegamos à fase de transferir esse custo ao produto gerado. E, para tanto, novamente precisamos estabelecer critérios para essa transferência, nesse caso, precisamos definir os direcionadores de segundo estágio. Esses direcionadores são os elementos funcionais que nos permite identificar e quantificar as atividades consumidas para realizar um produto. Sendo assim, no ABC, o critério de transferência dos custos indiretos aos produtos se faz mediante o uso de um procedimento intermediário que consiste na apropriação desses custos às atividades da produção e destas ao produto segundo o uso das atividades. Acompanhe a videoaula, a seguir, com o professor Ernani sobre esse conteúdo. http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vod.grupouninter.com.br/2015/A BR/MT50029-A04-P03.mp4
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