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ARTIGO SUPERBACTERIAS

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22 | CIÊNCIAHOJE | VOL. 48 | 287
SUPERBACTÉRIAS
O problema mundial da 
resistência a antibióticos
Imagem de micrografia eletrônica 
de varredura da bactéria MRSA, uma das 
mais resistentes a antibióticos na atualidade
FOTO CDC/SCIENCE PHOTO LIBRARYLATINSTOCK
M I C R O B I O L O G I A
287 | NOVEMBRO 2011 | CIÊNCIAHOJE | 23
as últimas décadas, o mundo tem 
testemunhado uma grande prolifera-
ção de bactérias patogênicas, envol-
vidas em uma variedade de doenças, 
que apresentam resistência a múlti-
plos antibióticos. O termo superbac-
térias, muito usado atualmente, re- 
fere-se a bactérias que acumularam 
vários genes determinantes de resis-
tência, a ponto de se tornarem refra-
tárias a, praticamente, todos os antimicrobianos utilizados nos 
tratamentos médicos, deixando clínicos e cirurgiões sem muitas 
opções para combater as infecções. Sem dúvida, um dos mais im-
portantes fatores envolvidos na proliferação de superbactérias é a 
ampla utilização de antibióticos no ambiente hospitalar, na po- 
pulação extra-hospitalar (comunitária) e na agropecuária. >>>
FABIENNE ANTUNES FERREIRA Programa de Pós-graduação 
em Microbiologia, Departamento de Microbiologia Médica, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro
RAQUEL SOUZA CRUZ Departamento de Microbiologia Médica, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro
 
AGNES MARIE SÁ FIGUEIREDO Departamento de Microbiologia Médica, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Email: agnes@micro.ufrj.br
O termo ‘superbactérias’ é atribuído às bactérias que desenvol-
vem resistência a, praticamente, todos os antibióticos. Vários 
fatores estão envolvidos na disseminação desses micro-orga-
nismos multirresistentes, incluindo o uso abusivo de antibióti-
cos, procedimentos invasivos (cirurgias, implantação de pró- 
teses médicas e outros) e a capacidade das bactérias de trans-
mitir seu material genético. Este artigo aborda as principais 
superbactérias conhecidas e as perspectivas futuras desse pro-
blema que responde por um número crescente de infecções 
e mortes e aflige profissionais de saúde em todo o mundo. 
SUPERBACTÉRIAS
O problema mundial da 
resistência a antibióticos
24 | CIÊNCIAHOJE | VOL. 48 | 287
É preocupante o aumento contínuo das taxas de 
mortalidade relacionadas a infecções por bactérias mul- 
tirresistentes, em todos os continentes. A partir de dados 
(de 2009) de um grupo de estudo envolvendo o Centro 
Europeu para o Controle de Doenças e a Agência Euro- 
peia de Medicina, estimou-se que, a cada ano, cerca de 
25 mil pacientes morrem dessas infecções na União Euro-
peia. Nos Estados Unidos, estudos realizados pelos Cen- 
tros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) ava- 
liaram que mais de 63 mil pessoas morrem, a cada ano, 
de infecções bacterianas associadas a hospitais. Mais in-
quietante é o fato de que a taxa de infecções graves por 
bactérias multirresistentes é ainda maior nos países em 
desenvolvimento, como o Brasil, onde os serviços de assis-
tência à saúde são, muitas vezes, precários.
As superbactérias têm surgido a partir de diversas es-
pécies ou grupos de micro-organismos, alguns dos quais 
podem ser encontrados normalmente em nosso corpo 
(na pele e nos intestinos, por exemplo). Entre as espécies 
mais associadas à resistência a antimicrobianos estão 
Staphylococcus aureus resistente à meticilina (conheci- 
da pela sigla MRSA), Acinetobacter baumannii, Entero- 
coccus faecium, Pseudomonas aeruginosa, Clostridium 
difficile, Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. 
A MRSA está, sem dúvida, entre as superbactérias 
mais disseminadas no mundo, tanto no ambiente hospi- 
talar quanto fora dos hospitais, envolvendo inclusive in- 
divíduos saudáveis. Em 2007, o CDC publicou relato, no 
Journal of the American Medical Association, estimando 
que o número de infecções por MRSA nos Estados 
Unidos estaria próximo de 100 mil por ano, com cerca 
de 19 mil casos fatais. O número de mortes, segundo o 
editorial que comentava o artigo, é maior que o das 
mortes atribuídas ao vírus da Aids naquele país, no 
mesmo ano. 
Atualmente, em países mais ricos, como os Estados 
Unidos, 60% a 70% das amostras de S. aureus encontra- 
das em unidades de terapia intensiva (UTI) apresentam 
resistência à meticilina (ou seja, são MRSA). Pacientes 
hospitalizados são, particularmente, mais suscetíveis a 
infecções graves por MRSA, em razão do sistema imune 
mais comprometido e do uso de procedimentos médicos 
invasivos, como cirurgia e implantação de cateteres e pró-
teses. 
Essa forma resistente da bactéria S. aureus tem eleva- 
da capacidade de disseminação, sendo comum encontrar 
bactérias da mesma linhagem (muitas vezes, geneticamen-
te idênticas) em hospitais separados por distâncias conti-
nentais, gerando verdadeiras pandemias hospitalares. A 
maioria das infecções que ocorrem em hospitais é causada 
por um pequeno número de linhagens internacionais 
epidêmicas de MRSA. No Brasil e em vários países, está 
amplamente disseminada a linhagem ST239. Além da re-
sistência múltipla a antibióticos, amostras dessa linhagem 
são capazes de acumular grande quantidade de biofilme 
– um verdadeiro ‘tapete’ de bactérias que se forma em 
superfícies, como as de cateteres, próteses e instrumentos 
médicos (figura 1).
É de particular importância o fato de que bactérias des-
sa linhagem adquiriram a habilidade de aderir e invadir 
células das mucosas do trato respiratório humano (figura 
2), apontada por pesquisadores brasileiros em estudo pu-
blicado em 2005 no periódico científico Journal of Infec- 
tious Diseases. Tal habilidade sugere que as superbacté- 
rias podem não apenas acumular genes de resistência, 
mas também adquirir características capazes de afetar a 
gravidade das doenças. 
A década de 1990 foi marcada pela emergência de in-
fecções associadas a amostras de MRSA adquiridas na 
comunidade, ou seja, fora dos hospitais, inclusive afetando 
indivíduos sadios. Análises dos genomas dessas bactérias 
refutaram a possibilidade de linhagens hospitalares te- 
rem migrado para a comunidade. Além disso, amostras de 
MRSA de cepas hospitalares continham múltiplos genes 
de resistência, enquanto as linhagens comunitárias tinham, 
em geral, apenas o gene mecA, que confere resistência à 
meticilina. Nos últimos anos, porém, cepas comunitárias 
de MRSA começaram a adquirir resistência a múltiplas 
drogas. Estudo publicado em 2010 na revista científica 
Science (v. 329, nº 5.998, p. 1.467) revelou que a linhagem 
ST398 de MRSA comunitária tem se disseminado também 
entre suínos, tanto na Europa quanto na América do Norte.
Tipos novos de resistência_Outras superbacté-
rias em destaque, na atualidade, são as produtoras de 
uma enzima denominada carbapenemase. Esses micro-
-organismos estão relacionados a surtos de infecções 
hospitalares em todo o mundo, inclusive no Brasil. O 
mecanismo de resistência dessas bactérias está dire ta- 
mente associado à liberação dessa enzima, que perten - 
ce ao grupo das betalactamases, que atuam rompendo 
Figura 1. As bactérias são capazes de formar ‘tapetes’ (biofilmes) sobre 
superfícies plásticas, como as utilizadas em dispositivos médicos
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e inativando o anel betalactâmico, importante com po- 
nente da estrutura química dos antimicrobianos. A quebra 
desse anel impede a ação do antibiótico. O surgimento e a 
disseminação universal desse tipo de resistência (a anti-
bióticos do tipo carbapenemas) representam desafios 
tanto para a terapêutica médica quanto para o controle 
das infecções hospitalares.
Bactérias que produzem carbapenemases do grupo A, 
conhecidas como KPC (sigla deKlebsiella pneumoniae-
-carbapenemases, por terem sido encontradas inicial- 
mente nessa bactéria), foram descritas nos Estados Unidos 
desde o começo da década de 2000 e, segundo estudos re-
centes, têm se disseminado para outros países. Até recen-
temente, essas enzimas só haviam sido identificadas em 
E. coli e K. pneumoniae, mas hoje sua produção já foi obser-
vada em outras, como P. aeruginosa e A. baumannii. 
A KPC confere resistência a praticamente todos os 
antibióticos que têm o anel betalactâmico. Antibióticos 
carbapenemas (como imipenema, meropenema e erta- 
penema) tornaram-se ineficazes contra infecções causa- 
das por bactérias produtoras dessa enzima. Essas bactérias 
também são, muitas vezes, resistentes a outros antibióticos 
não betalactâmicos, o que restringe ainda mais as opções 
de tratamento. Por isso, essas superbactérias estão associa-
das a infecções com significativa mortalidade. No Brasil, 
bactérias com essa enzima foram registradas pela primeira 
vez em 2005, mas somente em 2010 elas passaram a causar 
surtos mais graves no país: 246 pacientes foram contamina-
dos, em vários estados (só em Brasília foram 154), e morre-
ram 18 pessoas no Distrito Federal e uma no Paraná, segun-
do a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Uma nova superbactéria, conhecida como NDM-1, 
emergiu recentemente na Índia e no Paquistão, gerando 
preocupação. O gene blaNDM-1, adquirido por essa bactéria, 
determina a produção de uma enzima (uma nova metalo-
-betalactamase) que confere resistência a quase todos os 
antibióticos betalactâmicos em uso. O gene foi caracteri-
zado pela primeira vez em 2008, na K. pneumoniae e na 
E. coli, mas pode ocorrer em outras bactérias, como A. bau-
manni. Hoje, pacientes infectados com essa bactéria são 
tratados apenas com antibióticos monobactâmicos, como 
aztreonam – esses antimicrobianos têm uma estrutura 
diferente de anel betalactâmico, por terem sido sintetiza-
dos completamente em laboratório.
No entanto, é comum a superbactéria NDM-1 ter outros 
genes de resistência, que a tornam imune a diversos tipos 
de antibióticos (macrolídeos, aminoglicosídeos, rifampici-
na, sulfametoxazol e até o aztreonam). Além disso, ela já 
Figura 2. A bactéria Staphilococcus aureus multirresistente (MRSA) da linhagem ST239 (seta) pode aderir às microvilosidades 
das células do aparelho respiratório humano
>>>
EXTRAÍDO DE COELHO E OUTROS, M
ICROBIOLOGY, 2008
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chegou a outras partes do mundo, embora continue restri-
ta ao ambiente hospitalar. Trabalho publicado em 2010 
no periódico científico International Journal of Antimicro-
bial Agents indica que bactérias NDM-1, restritas ao am-
biente hospitalar, já foram encontradas nos Estados Uni-
dos, no Canadá, na Austrália, no Reino Unido e em outros 
países europeus, no Oriente Médio, na África e no sudoes-
te da Ásia. Cabe acrescentar que grande parte dos infec-
tados por bactérias NDM-1 realizou algum atendimento 
médico na Índia e, o que é pior, muitos foram àquele país 
apenas para realizar cirurgias plásticas não restauradoras. 
Atenção e medidas de controle_ O sucesso 
das superbactérias parece depender de três fatores prin-
cipais: a presença de elementos genéticos móveis, permi-
tindo a transmissão de genes de resistência de uma bac-
téria a outra (figura 3); a intensa utilização de an ti- 
microbianos, levando à proliferação desses micro-orga-
nismos resistentes; e a rapidez com que as pessoas viajam 
de um país para outro, disseminando tais bactérias entre 
indivíduos de regiões geográficas distintas. Sem dúvida, 
a questão da múltipla resistência aos antibióticos tornou-
-se uma crise sanitária global.
Figura 3. ‘Superbactérias’ podem usar diferentes mecanismos para transmitir, a outras bactérias sensíveis, genes de resistência aos antibióticos. Alguns 
desses mecanismos são; A) contato entre as duas bactérias (célula-célula); B) liberação de material genético no meio extracelular e captação por outra 
bactéria; e C) transferência por meio de bacteriófagos (vírus – em amarelo – que infectam bactérias) 
A
B
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Sugestões para leitura
AMARAL, M. M.; COELHO, L. R. e outros. ‘The predominant variant of the 
Brazilian epidemic clonal complex of methicillin-resistant Staphylococcus 
aureus has an enhanced ability to produce biofilm and to adhere to and invade 
airway epithelial cells’, em Journal of Infectious Diseases, v. 192, nº 5, p. 801, 
2005.
KLEVENS, R. M.; MORRISON, M. A. e outros. ‘Invasive methicillin-resistant 
Staphylococcus aureus infections in the United States’, em Journal of American 
Medical Association, v. 298 (15), p. 1.763, 2007. 
WALSH, T. R. ‘Emerging carbapenemases: a global perspective’, em International 
Journal of Antimicrobial Agents, v. 36 (Suplemento 3), p. S8, 2010.
sam ser adotadas, o quanto antes, para que hospitais e ou-
tros serviços assistenciais continuem a promover a saúde da 
população, sua função principal, sem gerar mais doenças. 
Não parece surpresa que o nível de infecções causadas 
por bactérias resistentes seja proporcional ao consumo de 
antibióticos. Assim, a rota mais previsível para controlar a 
questão da resistência é frear o uso abusivo desse tipo de 
medicamento. É sabido que muitas prescrições são desne-
cessárias ou incorretas, como nos casos em que o médico 
desconhece o agente causador da doença ou de infecções 
virais (contra as quais os antibióticos não atuam). O pro-
blema ainda é mais grave nos países em que a venda de 
antibióticos é regulada de modo inadequado. 
Em 5 de maio deste ano, o governo brasileiro deu um 
importante passo para restringir o uso abusivo dessas 
drogas, ao editar a Resolução nº 20, da Anvisa, que dispõe 
sobre prescrição, comercialização e embalagem de anti- 
bióticos. A resolução estabelece normas mais rígidas de 
prescrição pelos médicos, determina a retenção de cópias 
das receitas em farmácias e drogarias e obriga os comer-
ciantes do setor a manter livros (tradicionais ou eletrônicos) 
de registro dessas vendas, com a identificação dos com- 
pradores. Os antibióticos – a resolução lista 119 (excluí- 
dos os de uso exclusivo em hospitais) – devem ter faixas 
vermelhas na embalagem e, nestas, a informação de venda 
apenas sob prescrição médica e com retenção da receita. 
Medidas como esta são essenciais para controlar a pro-
liferação e um potencial predomínio de superbactérias. No 
entanto, muito ainda precisa ser feito. Cabe aos cientistas 
desenvolver pesquisas que levem a novas drogas para com-
bater os micro-organismos multirresistentes, e compete aos 
governantes adotar políticas e medidas práticas, implan-
tando o monitoramento constante e o controle da dissemi-
nação dessas bactérias modificadas, bem como outras ações 
de promoção da saúde e prevenção de doenças. Finalmen-
te, a população deve se manter informada, para ter condi-
ções de exercer sua cidadania e exigir seus direitos quanto 
à qualidade dos serviços públicos de saúde. 
Países que mantêm controle 
rigoroso das infecções em seus hos-
pitais, como Dinamarca, Holanda 
e Finlândia, por exemplo, têm con-
seguido manter as taxas de infec-
ção por MRSA muito baixas. As 
estratégias de controle vão muito 
além do uso de luvas e máscaras 
e de antissepsia eficiente de mãos 
e instrumentos médicos. Nesses 
países, os hospitais realizam cultu-
ras periódicas com amostras de 
pacientes infectados e de não in-
fectados que apresentam risco de 
contrair a bactéria resistente. Indi-
víduos contaminados permanecem 
isolados, em enfermarias separa-
das, até que a superbactéria seja 
eliminada de seu organismo.
Os micro-organismos conti- 
nuam acumulando alterações ge-
néticas (mutações) que garantem 
sua evolução como patógenos de 
sucesso e, em algunscasos, se tor-
nam resistentes a todas as drogas, 
mas os pesquisadores continuam 
buscando novas substâncias anti-
microbianas, e algumas têm sido 
descobertas. Vacinas contra bacté-
rias multirresistentes também são 
objeto de estudos, mas até o mo-
mento nenhuma vacina desse tipo 
foi aprovada para comercialização.
Apesar do esforço de pesquisa 
visando descobrir novos antibió-
ticos, o número de novas drogas 
aprovadas para comercialização 
vem diminuindo ao longo dos 
anos. Além disso, a cada novo anti-
microbiano descoberto, as bacté-
rias adquirem um mecanismo de 
resistência e proliferam mesmo 
em sua presença. Assim, cada vez mais, os médicos encon-
tram dificuldades para tratar seus pacientes com a dro- 
ga mais adequada.
É notório que a disseminação e o potencial para causar 
pandemias das superbactérias merecem monitoramento 
constante e efetivo. Mas são necessárias medidas adicio-
nais de controle, em nível nacional e internacional. É im-
portante, para isso, que exista uma colaboração estreita 
entre países, por meio de redes públicas de vigilância. 
Surpreende, apesar de todo o avanço da biologia molecular, 
da biotecnologia e dos estudos de sequenciamento de 
genomas, que a comunidade científica ainda não tenha 
redes eficientes para acompanhar a ocorrência de bacté- 
rias multirresistentes. Políticas públicas efetivas preci- 
VEJA MAIS NA INTERNET
>>ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Resistência a antibióticos (em inglês) 
(disponível em www.who.int/mediacentre/factsheets/fs194/en/)
ILUSTRAÇÃO CAIO LÍVIO

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