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18
16 de Agosto de 2017
TRINDADE, J. M. B. O abandono de crianças ou a negação do óbvio. Rev. Bras. Hist. São Paulo, V. 19, nº. 37, p. 35-58, 1999.
	O objetivo do texto: apresentar a trajetória das crianças no Brasil: desde o Brasil Colônia até a concepção da criança abandonada como problema social.
	No Brasil, por volta de 1850 em SP ocorreu uma política assistencial com ação preventiva e terapêutica, por influência dos médicos higienistas. Práticas de higiene e saúde. Tal iniciativa tinha como objetivo a redução de mortes. Historicamente, a infância era entendida como etapa de ser frágil, incapaz de se prover, do ponto de vista material/moral. A primeira infância era época de aprendizagens no espaço da casa, aldeia, das redondezas com crianças da mesma idade e maiores. Havia nisso uma forma de educação em comum, produto da coletividade.
	Observou-se mudanças na afetividade, arrancar uma criança da doença uma criança da doença e da morte prematura, passou a ser a angústia dos pais a partir do século XVII. Um novo pensar dos médicos volta-se para a necessidade de curar. Passa-se a distinguir a criança do adulto, dando-lhe um disciplinamento, mas constrói-se um sentido antagônico entre a criança rica e a pobre.
	No Brasil, desde a Colônia até a crise do Império, no final do século XIX, a criança abandonada era tratada pelos termos “expostos” e “enjeitados”. As crianças eram colocadas em locais onde seriam recolhidas (igrejas e conventos) e, mais tarde, as “Rodas dos Expostos” que oficializou e estimulou o abandono, levando a um grande aumento na taxa de abandono. As irmandades com as Santas Casas de Misericórdia foram fundadas com o dever de acolher as crianças, recebendo auxílio financeiro do Estado. A roda tinha a função de receber crianças cujas mães enfrentavam dificuldades para manter seus filhos; livrar os filhos das escravas da escravidão; refúgio seguro contra o escândalo de gravidez indesejável. Até meados do século XIX (1801 a 1900) a criança era considerada irrelevante e desvalidas, a proteção era apenas um dever moral. Com o tempo, a Casa dos Expostos, tornaram-se verdadeiros focos de mortalidade infantil. Tal ocorrência passou a preocupar os médicos higienistas para o combate da mortalidade infantil, principalmente das crianças brancas. São evidentes as diferenças no trato de crianças negras e brancas e entre as de sexo masculino e feminino, ocasionando um número significativo de abandonados femininos. Os meninos representavam trabalho produtivo (lucro) e a mulher peso para a família, ao menos até o casamento e dependia da existência de um dote.
	Os asilos, como lugar de abandono temporário, tornaram-se definitivos ou prolongados. A mãe solteira se livrava da criança e ganhava um salário como nutriz. Surgiu uma nova forma de abandono: o de crianças com mães conhecidas, com nome, sobrenome e domicílio das mesmas.
	Em 1805 passou a vigorar um novo sistema, permitindo o recolhimento de crianças legítimas nos asilos apenas por motivos de doença das mães ou sua incapacidade para aleitamento. No decorrer do século XIX, outras tentativas foram feitas para esvaziar os asilos: aos 10 anos os meninos aprendiam alguma instrução (artesão); as meninas eram alojadas como serviçais em casa de famílias ou em tecelagem no interior dos asilos, com o casamento recebiam um dote que seria entregue ao marido após as núpcias.
	Creches: surgiram durante o século XIX e no Brasil no início do século XX com mudanças radicais na morbidade e mortalidade infantil com o aproveitamento do leite animal, introdução de ensino de religião, trabalhos manuais, leitura e escrita e com médicos interferindo na higiene das instituições, seleção de amas-de-leite e amamentação natural.
	Na passagem para o século XX, década de 1960, a educação vai assumindo um lugar determinante. Instaura-se a necessidade das escolas em vários locais com creches e jardins de infância.
23 de agosto de 2017
CAVALCANTE, C. A importância da sociologia da infância e as práticas pedagógicas: a criança e o sujeito histórico e de direitos. Caderno de artigos: infâncias, adolescências, juventudes e famílias - desafios contemporâneos. 1ª ed. Goiânia: Gráfica e Editora América, 2014. Publicação CONANDA.
	O artigo trata da infância e da contribuição teórica da sociologia da infância para uma prática pedagógica que visa assegurar o direito da criança à educação. 	
Período da Idade Média:
	A criança até os sete anos era considerada incapaz de se expressar com racionalidade. Após os sete anos era considerada um adulto em miniatura e inserida na vida social. Apenas os adultos eram capazes de pensar racionalmente e transformar a sociedade. Assim, as crianças eram consideradas incapazes, improdutivas e a infância uma fase a ser superada.
	Para o pesquisador francês Philippe Ariès (livro: História Social da Criança e Família) a infância é historicamente construída.
	A criança não foi vista como um ser em desenvolvimento, com características e necessidades próprias. Ariès reforça a ideia de não existirem sociedades sem infância, caracterizando-a como uma construção biopsicossocial. O autor recorreu a uma fonte historiográfica (registro escrito, arte), iconografia (conhecimento de imagens, monumentos antigos), religião na Idade Média, documentos que evidenciavam diferentes representações sobre este período da vida por meio da produção artística, literária e cultural da época. Crianças se vestiam como adultos e participavam de todos os acontecimentos culturais, sociais, festas noturnas, brincadeiras adultas e até práticas sexuais. As pessoas não acreditavam na inocência ou que houvesse diferença entre adultos e crianças. 
	Para Ariès o sentimento de infância surgiu na Modernidade, século XVII, a partir do interesse em formar o adulto necessário para atender o modelo de sociedade de época.
	Kuhlmann Jr. (1998) critica as ideias defendidas por Ariès de que o sentimento de infância não existia na Idade Média ou em tempos mais antigos. Argumenta que outros estudos apontam que Ariès considerou somente as fontes de famílias abastadas, deixando de lado as fontes históricas populares, defendendo a ideia de que o sentimento de amor pelas crianças tenha surgido, primeiramente, no interior dessas famílias.
	Sobre educação: enquanto os meninos ricos eram enclausurados para serem preparados para a vida adulta, aprendendo regras de etiquetas, dança, música, leitura, ensinada por seus preceptores, as crianças pobres (filhos de camponeses, artesãos) aprendiam convivendo em espaços compartilhados por todos, participando de todas as atividades sociais, ficando a sua educação sob responsabilidade de seus pais. O que significa que havia uma educação das crianças pobres, mesmo que fosse diferente da educação das crianças ricas.
	Segundo Kuhlmann Jr. Independente da classe social, havia diferentes formas de aprendizagem em todas as famílias. Na Idade Média não havia divisão territorial e de atividades de acordo com as idades e aos 7 anos, as crianças eram inseridas no mundo adulto.
	Ariès: ausência de cuidados com a higiene e saúde das crianças. Isto provocava alto índice de mortalidade infantil.
	Infanticídios: morte de crianças, principalmente recém-nascidos, cometidos pelas famílias que almejavam crianças mais saudáveis que correspondessem às expectativas dos pais. O sentimento materno não existia, a família tinha formação social e não sentimental. A morte de crianças não-saudáveis era considerada um alívio, e não uma perda, para a família.
IDADE MODERNA
	No século XVII, o poder público respondendo as exigências da Igreja Católica em não aceitar mais infanticídio, cria o sentimento de proteção e manutenção da vida das crianças. Para Ariès, o sentimento de infância ocorre na Modernidade e o classifica em dois períodos:
1º - sentimento de paparicação: uma espécie de entretenimento como um bichinho de estimação, dando satisfação aos adultos com seus gracejos e brincadeiras.
2º - sentimento de apego: mais profundo e contra o sentimentode paparicação.
	A partir de então, a relação entre crianças e adultos é modificada. Há uma preocupação em proteger a criança.
	Educação: inicialmente é na família e, posteriormente, em instituições de ensino.
	A criança passa a ser considerada um ator social. Elas são percebidas como possíveis de serem estudadas a partir de suas próprias vozes e de serem ouvidas (interlocutoras competentes).
___________________________________________________________________
30 de agosto de 2017
SILVA, P. R. M. A meninice e a institucionalização da situação de rua: práticas institucionais, discurso e subjetividade. In: SHINE, p. 113-156.
	A autora relata que na década de 1990, trabalhou como psicóloga judiciária na Vara da Infância e Juventude. Em 1990, situação de rua era foco de movimentos sociais com projetos governamentais e não-governamentais.
	Crianças e adolescentes em situação de rua assumiam duas posições:
Posição em que a criança/adolescente era vítima da família, da sociedade e do Estado, por meio de abandono, violência doméstica e violência urbana.
Posição em que a própria criança/adolescente era o agente da violência contra a família, a sociedade e o Estado com práticas de agressões, furtos, violação do patrimônio.
Quando e como a situação de rua surgiu no cotidiano judiciário da infância?
Nas circunstâncias em que a família, a escola e as práticas institucionais de assistência à infância haviam perdido o controle sobre sua conduta.
Dentro da Vara da Infância e da Juventude eram encaminhados para a Avaliação Psicológica com o propósito de subsidiar a decisão do juiz.
Avaliação Psicológica: procedimentos técnicos que forneciam uma descrição psicológica de vários aspectos:
Precariedade econômica;
Desestruturação familiar;
Carência afetiva;
Impossibilidade de formar vínculos;
Baixa resistência à frustração;
Falta de controle dos impulsos e agressividade;
Desvio de conduta.
O ECA, A SITUAÇÃO DE RUA E O PSICÓLOGO JUDICIÁRIO:
	Nesse período passa-se de uma legislação de princípios autoritários, repressivos com a aplicação do antigo Código de Menores (1979) para a doutrina de proteção integral com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990), pressupondo um sujeito de direito infanto-juvenil.
	Antes o juiz de menores, regulava as intervenções judiciais com a internação de menores em instituições fechadas (orfanatos e internatos). Hoje, em termos de proteção integral, as práticas em internações fechadas passaram a ser reguladas e restritas as condições especiais. Passou-se de uma assistência repressiva (privativa de liberdade) para uma assistência humanitária com ênfase no meio aberto.
	ECA: tal legislação delimitou e restringiu o poder da família, da sociedade e do Estado e das instituições de atendimento.
DA PRÁTICA PROFISSIONAL A UMA PRÁTICA DE PESQUISA:
	Objetivando a proteção integral, o poder judiciário dispõe de “serviços auxiliares” da justiça, contando com uma equipe interprofissional para disciplinar e regular a intervenção judicial.
	Compete à equipe fornecer subsídios técnicos por escrito, mediante laudos ou verbalmente na audiência, desenvolvendo trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção sob imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada à livre manifestação do ponto de vista técnico (ECA, 1990) rodapé, p. 119.
	A meninice nas cenografias urbanas – fundamenta-se o interesse da pesquisadora em compreender as experiências de situação de rua, com um trabalho de doutoramento (SILVA, 2002) sobre a inserção da prática profissional do psicólogo na justiça da Infância e Juventude e de sua clientela em situação de rua.
	Pesquisa: estudo de campo na rua: espaço/cenário institucional (aberto) concreto de circulação e permanência da infância pobre (janeiro de 2000 a dezembro de 2001).
	Observava as cenas urbanas no Vale do Anhangabaú e Avenida Paulista com registro de áudio com crianças, adolescentes e adultos.
	Os modos de reconhecimento e desconhecimento do espaço da rua.
1º caso – O filho Fred e os irmãos da Paulista; a família.
	Fred (2 anos) era filho de William (22 anos) e Roberta (21 anos). Moravam na rua e dormiam na marquise de um cinema. No período da manhã permaneciam no Vale do Anhangabaú, à tarde iam para a comunidade onde recebiam alimentação e higiene. Era uma proteção em exposição. (usavam o menino para pedir esmolas).
2º caso – Os irmãos Renato (10 anos) e Juninho (11 anos) na Paulista: a família e a rua.
	Eles vendiam balas no sinal de trânsito da Avenida Paulista. A mãe estava presente no espaço, exercendo papel dominador. Ruinha = local de brincar, perto de sua casa.
3º caso – Os amigos da Paulista: atividades que exerciam.
	Nove crianças de 6 a 14 anos. Trabalhavam no semáforo da Avenida Paulista limpando para-brisas e retrovisores dos carros. Multiplicidade de atividades: trabalhar, pedir e pegar.
4º caso – Os amigos de “vista”: a vida cotidiana.
	Grupo de amigos que se conheciam de vista, moravam e circulavam nas ruas. Cinco meninos (dois com 12 anos). Cheiravam cola.
13 de setembro de 2017
MOREIRA, M. R. A. [O Lugar da Família nas Políticas Públicas.] Direitos da Criança e do Adolescente: Defesa, Controle Democrático, Políticas de Atendimento e Formação de Conselheiros em Debate. Orgs: OLIVEIRA, I. M.; MEDEIROS, A. A. A.; MOREIRA, M. R. A. Natal, RN: EDUFRN, 2014. Publicação CONANDA.
- Objetivo do texto: problematizar o atendimento e acompanhamento por meio de programas e serviços sociais públicos de atenção à criança e ao adolescente.
Intervenções dos agentes públicos para:
Garantir os direitos das crianças e dos adolescentes (conselho tutelar);
Acompanhar a inserção das famílias em programas e projetos sociais.
Avaliar como as famílias são caracterizadas para compreender as propostas políticas que embasam a atuação social sobre elas.
Diferenças entre:
- Assistência social: política pública prevista na Constituição Federal, direito de cidadãos a saúde, educação, previdência social etc.
LOAS: Lei Orgânica de Assistência Social (Lei Federal nº 8.742/93), constituindo-se como uma área de trabalho de assistentes sociais.
PNAS: Política Nacional de Assistência Social (Resolução nº 145, de 15/10/2002) pressuposto de que para a família prevenir, proteger, promover e incluir seus membros, em primeiro lugar, garantir condições de sustentabilidade para tal. (p. 342)
A família independentemente de formatos ou modelos que assume é mediadora das relações entre os sujeitos e coletividade, delimitando continuamente os deslocamentos entre o público e o privado.
Para Alencar (2010), a família, participa da reprodução da força de trabalho; cumpre papel no âmbito da socialização e educação das crianças e funciona como importante amparo assistencial no caso de doenças, velhice e circunstâncias adversas relacionadas ao trabalho.
Historicamente, proteção familiar ocorre em:
 1939: com a criação da Comissão Nacional de Proteção à Família (Decreto Lei nº 1764);
 Década de 50: a família deixa de ser vista como um obstáculo ao desenvolvimento e passa a ser foco de Políticas Sociais (assistência, educação e saúde com a responsabilidade do Estado);
 Em 1941: abono familiar para famílias numerosas com filhos menores de 18 anos;
 Década de 70: transformações impulsionadas pela crise de acumulação de capital, reestruturação produtiva e de organização do trabalho. Reformulações da família com o movimento feminista, entrada da mulher no mercado de trabalho, separações de casais;
 Década de 1990 e 2000 em diante:
Implanta-se o ECA (1990); LOAS (1993);
Inclusão em programas de auxílio como:
Programa Bolsa Família (Decreto nº 5209/04);
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI);
SUAS - Sistema Único de Assistência Social: (Lei 12.4350 de 06 de julho de 2011): que organiza a assistência social, acerca da centralidade da família, com parâmetros expressos na PNAS (p. 342);
Proteção Social: dever familiar de educar, alimentar, vestir, sustentar e garantirafeto.
Quando há ineficácia da família:
Código de menor (até 1990): retirada da criança/adolescente da família, internados em orfanatos e creches.
ECA:
A família pode permanecer com a criança mesmo sendo pobre, somente vai ser usado o acolhimento como medida provisória e emergencial.
Diferente do Código do menor que culpava a família por não ter condições de ficar com os filhos e penalizadas com a retirada do menor do convívio com a família.
20 de setembro de 2017
DUTRA-THOME, L.; TELMO, A. Q.; KOLLER, S. H. Trabalho e Violência: Impactos na Juventude Brasileira. In: HABIGZANG e KOLLER, p. 147-159.
Objetivo: Investigar a relação entre trabalho e violência e como esses fatores podem vulnerabilizar os jovens.
Juventude: mudanças biopsicossociais, um processo de decisão em diversos âmbitos da vida (escolar, comunitário e social).
Ambiente laboral importante na construção da identidade, podendo ser geradora de saúde, bem-estar, bem como de sofrimento ou doença. 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) avalia malefícios e benefícios da atividade laboral, por meio da interferência na escolarização, na saúde e no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Para a OIT:
Adolescência: 15 a 19 anos;
Juventude: 20 a 24 anos;
ECA: adolescência entre 12 e 18 anos incompletos.
Público atingido: jovens de “camadas populares”, população pobre dos centros urbanos, dificuldade de acesso a serviços de saúde com renda familiar reduzida. Nessas famílias, os jovens com pouca idade são estimulados a buscar autonomia sem supervisão adequada.
Para a compreensão do contexto laboral, necessário identificar:
Fatores de proteção: aspectos pessoais ou do contexto, capazes de reduzir os efeitos dos fatores de risco e propiciar o desenvolvimento humano dos indivíduos expostos a situações de risco.
Proteção: oferecer condições de crescimento e desenvolvimento da pessoa em formação e no Brasil se materializa pelo ECA.
Em relação ao trabalho: doutrina permite atividades para maiores de 14 anos em condições de aprendiz. Decreto nº 5598/2005, visando assegurar a formação técnico profissional e atividades compatíveis com a vida escolar e o desenvolvimento físico, psicológico, social e moral dos adolescentes.
Fatores de risco: aspectos que atuam como obstáculos ao desenvolvimento em nível individual ou social, potencializam a vulnerabilidade com resultados indesejáveis, expondo aos jovens as condições de risco.
Juventude brasileira: violação de seus direitos, exploração da mão de obra de trabalho, desemprego, falta de perspectiva laboral, violência (comunidade, trânsito) e crimes.
Jovens em risco: adotam comportamentos maléficos para si e sociedade, como, repetência, evasão escolar, ociosidade, uso de drogas, comportamentos violentos, práticas sexuais prematuras (risco HIV/AIDS), gravidez precoce, vida de pobreza e morte prematura.
Vulnerabilidade: predisposição individual para desenvolver variadas formas de psicopatologias ou comportamentos ineficazes em situações de risco (família desestruturada, desnutrição e desemprego)
Elementos contextuais que fragilizam os jovens na relação com o trabalho: relação de dominância/subordinação, menor autonomia, trabalham mais do que aqueles que possuem maior autonomia de decisão. Tal relação constrói uma identidade laboral de submissão que é uma forma de violência.
Processo de inserção no mercado de trabalho: jovens enfrentam problemas devido exigência de experiência, educação e qualificação, conhecimentos em informática e línguas estrangeiras em um contexto de diminuição dos postos de trabalho.
Preconceito: qualidade de educação (baixa), dos jovens que vivem na periferia por falta de certificado de bons antecedentes.
ECA – Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição Federal) 
art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. 
art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor. 
art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios: 
I – garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular; 
II – atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; 
III – horário especial para o exercício das atividades. 
art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem. 
art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.
art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; 
 perigoso, insalubre ou penoso; 
realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; 
realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola. 
art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental
ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada. 
§ 1o Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. 
§ 2o A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo. 
art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros: 
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
04 de outubro de 2017
LISBOA, C.; EBERT, G. Violência na Escola: Reflexão sobre as causas e propostas de ações preventivas focais. In: HABIGZANG e KOLLER, p. 190-203.
LISBOA, C.; BRAGA, L. L.; EBERT, G. O Fenômeno Bullying ou Vitimização entre pares na Atualidade: Definições, Formas de Manifestação e Possibilidades de Intervenção. Contextos Clínicos, 2(1), p. 59-71, 2009.
-> O texto apresenta uma reflexão sobre as causas e propostas de ações preventivas.
	Conceituando violência: emprego indesejado de agressividade, ação para submeter, machucar, coagir e amedrontar; caracteriza-se pela intencionalidade voluntária e destrutiva.
	Violência na Escola: preocupante, complexo, resultado de múltiplos fatores, o professor tem dificuldade em lidar com situação de violência.
	Pesquisa realizada no Brasil com 52.000 professores, a violência apareceu em forma de depredação, furto/roubo, agressões físicas contra alunos e professores.
	Escola é um macrossistema importante mas não está cumprindo sua função pedagógica e protetiva. A escola é importante para o jovem inserir-se socialmente, troca afetiva e modelo de comportamento.
	Na perspectiva macrossistema, a violência manifesta-se por meio de uma cultura que desvaloriza a educação e o professor, faltando capacitação e orientação para administrar problemas emocionais dos alunos e colegas.
	Violência nas escolas brasileiras demonstram altos índices atrelados ao uso de drogas, desestabilização familiar, desemprego, individualismo.
	Para análise ecológica os fatores de risco presentes na instituição educacional são reflexos do macrossistema no qual essa instituição se insere.
	Classificação da violência:
Social/Urbana: associa a desigualdade socioeconômica do contexto brasileiro;
Física: chama mais atenção com consequências graves e imediatas;
Psicológica ou simbólica: quando há abuso de poder, coerção, depreciação,violação dos direitos humanos com interferência negativa no desenvolvimento.
	A violência em todas as formas geram consequências biopsicossociais aos alunos e professores. Faz-se necessário investigação científica que identifique a causa e desenvolvimento de programa para prevenção e intervenção na escola.
O fenômeno bullying e suas repercussões no contexto escolar
	Bullying: subproduto da violência; caráter repetitivo, agressão sistematizada, programada por um ou mais agressores, expõe a vítima e implica no abusos poder sobre a mesma.
	Manifestação do Bullying
Forma direta: uso de agressão física e/ou verbal;
Indireta: ligada a comportamentos mais sutis, como: indiferença, provocação, isolamento, exclusão, fofocas, depreciações, levando à exclusão social.
	Papéis sociais:
Agressores: populares com abuso de poder;
Vítimas: introvertidas, passivas, isoladas com problemas afetivos (depressão, ansiedade e suicídio);
Bully–Vítima (Agressor-Vítima): reage as agressões com agressão, apresenta desregulação emocional, propensos ao consumo de tabaco, álcool e drogas. É o mais afetado;
Observadores: observam o bullying mas não interferem;
Defensores: defendem as vítimas;
Seguidores: apoiam e reforçam agressões e agressores.
Prevalência do Bullying: ocorre tanto em meninos (agressão física) quanto em meninas (agressão psicológica, hoje, aumentou também a física).
Características das vítimas: ansiedade, insegurança, passividade, falta de recursos. Pode ser bode expiatório (alvo) e ocorrer devido sua aparência ou modo de vestir.
Consequências; tanto para as vítimas quanto para agressores: problemas psicossomáticos, depressão, ansiedade, baixa autoestima, piora na saúde geral e acompanhar para a vida toda.
Além das reações psicossomáticas (enurese, taquicardia, sudorese, insônia) também reações extrapsíquicas, como: agressividade, hiperatividade, abuso de substâncias psicoativas e os tipos agressor e bully–vítimas atos de delinquência e ações criminosas na vida adulta.
POR QUE OCORRE VIOLÊNCIA NA ESCOLA?
	Violência (Bullying) não é um problema apenas dos pais e professores mas de toda a sociedade. É necessário buscar informações e auxiliar os sujeitos envolvidos.
	Os autores pontuam a importância da percepção do clima social escolar como indicador de eficácia dos objetivos da escola, relacionados aos fatores de proteção quando a escola cumpre sua função protetiva e de fomentar o processo de resiliência.
	Fatores de proteção relacionados ao clima social escolar:
ambiente físico apropriado, atividades variadas, entretenimento, comunicação e respeito, valorização mútua, sensibilidade, evitar conflitos, dar apoio -> ligados a inteligência emocional e habilidades sociais.
A observação e investigação do clima social escolar permite: focar em riscos, violência, agressividade escolar; propor processos de proteção com garantia de saúde no macrossistema escolar.
Intervenções no ambiente escolar: instalação de detectores de metais, câmeras, limitar acesso de estranhos, reorganizar turmas, favorecer as relações entre os alunos.
Intervenções nos sujeitos: melhora nas habilidades sociais, orientações, aconselhamentos, grupos focais e de apoio.
Ações de intervenção: promover relações saudáveis no ambiente escolar.

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