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CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTABEIS CAROLINE DAS MERCÊS TAVARES ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE CELULOSE Belém – PA 2017 FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS CONTABEIS CAROLINE DAS MÊRCES TAVARES ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE CELULOSE Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado como requisito para obtenção do grau de bacharel em ciências contábeis. Orientador: Prof. Esp.Salvador M. Rocha Belém – PA 2017 CAROLINE DAS MERCÊS TAVARES ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO INTRUMENTO DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE CELULOSE Artigo apresentado para obtenção do titulo de bacharel em ciências contábeis e aprovado, em sua forma final pela faculdade Estácio do Pará. Data: _____/_____/_____ Nota: ________________ __________________________________ Prof. Esp. Salvador Moraes Rocha Orientador – Estácio Pará __________________________________ Avaliador – Estácio Pará __________________________________ Avaliador – Estácio Pará Belém – PA 2017 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE CELULOSE Caroline das Mercês Tavares 1 Salvador Moraes Rocha 2 RESUMO O objetivo desse estudo é analisar a evolução da situação econômico-financeira da empresa objeto de estudo por meio dos indicadores de análise como: liquidez, rentabilidade, endividamento e atividade Para o cálculo utilizou-se, os balanços patrimoniais e demonstrações do resultado do exercício baseado nos anos de 2014, 2015 e 2016. A metodologia empregada tem como objetivo a forma descritiva, quanto à finalidade é aplicada, os procedimentos técnicos foram a pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Os cálculos foram feitos pelo método dos indicadores e interpretados para fins de análise da evolução da situação econômico-financeira da entidade. Identificou-se que a empresa não obteve bons índices de liquidez. Sua rentabilidade mostrou que não corresponde ao retorno esperado pelos investimentos que nela foram feitos. Seus índices de endividamento manifestaram sua alta dependência do capital de terceiros. Portanto identifica-se que a empresa não obteve um bom desempenho, porém existem grandes possibilidades de voltar a ter um crescimento considerável no mercado. Palavras- chave: Situação econômico-financeira, análise, indicadores, desempenho. ABSTRACT The objective of this study is to analyze the evolution of the economic and financial situation of the company under study through the analysis indicators such as: liquidity, profitability, indebtedness and activity. For the calculation, the balance sheets and statements of income for the year in the years 2014, 2015 and 2016. The methodology used has as its objective the descriptive way, as far as the purpose is applied, the technical procedures were the bibliographic research and case study. The calculations were made using the indicators method and interpreted for the purpose of analyzing the evolution of the entity's economic and financial situation. It was identified that the company did not obtain good liquidity indices. Its profitability showed that it does not correspond to the return expected by the investments made in it. Its indebtedness indexes showed its high dependence on the capital of third parties. Therefore, it is identified that the company did not perform well, but there is a great possibility of re-growth in the market. Keywords: Economic-financial situation, analysis, indicators, performance. _____________________________________ 1 Graduando do Curso de Ciências Contábeis, 2017. 2 Professor e orientador de Graduação do Curso de Ciências Contábeis. 4 1. INTRODUÇÃO A contabilidade é uma ferramenta crucial na administração de uma empresa, pois participa desde o planejamento até a tomada de decisão. É de fundamental responsabilidade as demonstrações contábeis apresentarem informações fidedignas para a obtenção de um maior grau de confiabilidade. As informações contraídas por meio da análise são úteis a todos os stakeholders, como futuros investidores, sócios, credores, instituições financeiras, clientes, governo, gestores, etc. A finalidade do estudo das demonstrações varia de acordo com a demanda do usuário interessado. Investidores, por exemplo, procuram saber a situação da empresa para decidirem investir ou não; credores e instituições financeiras possui interesse em saber informações sobre a capacidade da empresa em honrar suas obrigações com terceiros, ao decidir emprestar recursos para a entidade como é o caso dos bancos; os acionistas utilizam as informações para saber se a empresa obtém bons resultados e se a empresa corresponde ao retorno dos investimentos feitos por estes; os gestores utilizam dados para analisar a viabilidade econômico-financeira. O artigo abordará o estudo em questão intitulado: Análise econômico- financeira das demonstrações contábeis como instrumento de gestão. No qual será realizada a seguinte problemática: Qual a evolução da situação econômico- financeira durante os anos de 2014 a 2016 em uma empresa de celulose? Dessa forma, o objetivo geral desse artigo é: analisar a evolução da situação econômico-financeira da empresa objeto de estudo por meio dos indicadores. Para o alcance do objetivo geral faz necessário apresentar os seguintes objetivos específicos: Demonstrar teoricamente os aspectos relacionados às demonstrações contábeis. Expor os índices por meio das técnicas apresentadas gerando informações sobre liquidez, rentabilidade, endividamento e atividade. Analisar os Balanços e Demonstrações do resultado do exercício, aplicadas na empresa de celulose através dos índices. O tema abordado visa levar a informação para sociedade de uma maneira mais compreensível seja para o gestor ou para pessoas que possuem interesse em investir no mercado aberto de ações bem como a administração pode apresentar suas demonstrações para conquistar novos acionistas, para que sua empresa tenha uma boa visibilidade no mercado financeiro. 5 O presente estudo abordará como discussão: Análise econômico-financeira das demonstrações contábeis como instrumento de gestão em uma empresa de celulose, julgou-se conveniente não divulgar sua razão social. As indústrias de papel e celulose no Brasil vêm crescendo nos últimos anos, no qual dispõe de uma tecnologia inovadora, que supre as necessidades de madeira para a fabricação de seus produtos. Atuando com o abastecimento de florestas plantadas visando um bom rendimento industrial, preocupando-se com o equilíbrio ambiental, com o objetivo de minimizar o impacto dos custos dessas indústrias. Porém segundo a revista exame em virtude da crise econômica esses tipos de empresa encolheram na bolsa de valores por conta da queda do preço do dólar, ressaltando que a empresa objeto do estudo é a quemais vem acumulando ganhos nas ações, contudo é uma das empresas que possuem menor liquidez na bolsa. O auxílio deste estudo irá contribuir para as possíveis medidas que os gestores precisarão adotar, com o intuito de verificar o seu desempenho ao longo dos anos. Este trabalho foi elaborado de forma descritiva, bibliográfica, documental e estudo de caso, a pesquisa foi baseada a partir de autores conhecedores do assunto de análise das demonstrações contábeis. Em seguida foram extraídos os principais demonstrativos da empresa que servirá como exemplo prático de estudo de caso, que serão expostos de modo qualitativo e quantitativo, pois por meio dos resultados alcançados, será definido o diagnóstico do desempenho da organização. 6 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CONCEITOS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A Contabilidade é uma ciência bastante antiga no qual estabeleceu seu crescimento à medida que a humanidade foi se desenvolvendo, um exemplo disso foi o surgimento da necessidade de fazer análise das demonstrações contábeis comprovando que a mesma é tão antiga quanto à própria ciência. A contabilidade se caracteriza como um instrumento necessário para auxiliar a administração de uma entidade a realizar suas funções e principalmente como objeto para tomada de decisão, levando em consideração todos os resultados apresentados mediante relatórios baseado nas demonstrações contábeis. As demonstrações representam de forma geral o patrimônio e o seu desempenho de forma econômica e financeira com o propósito de demonstrar a capacidade de solvência. Portanto independente da forma como são avaliadas as situações encontradas, o principal objetivo é possibilitar o acesso dos principais usuários sobre a condição estática da organização, identificando seus principais obstáculos e suas disposições futuras, sendo as demonstrações contábeis elementos essenciais para essa avaliação. Possuindo informações que consistem como objeto de análise que permitem a percepção se a empresa tem sido bem administrada, se tem condições para cumprir com suas obrigações, além disso, o que tem feito para aumentar o capital de giro. Silva (2010, p. 3) ‘’ O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários’’. Diniz (2015, p. 40) afirma que dois analistas podem ter visões diferentes sobre análise, contudo compartilham de conclusões bem semelhantes. Com o mesmo conjunto de informações, dois analistas podem chegar a conclusões um pouco ou totalmente diferentes. No entanto, provavelmente, dois analistas com um comprovado nível de experiência e com o mesmo nível de conhecimento do ramo de atividade da empresa chegarão a conclusões bem próximas, porém dificilmente essas conclusões serão idênticas (DINIZ, 2015, p. 40). Iudícibus (2013) afirma que o papel da análise das demonstrações contábeis é mais voltado para identificar problemas do que soluções, mas se as informações 7 obtidas forem manuseadas de forma correta, podem contribuir como um instrumento de controle para a organização. Com as demonstrações contábeis é possível fazer comparações com resultados de ano a ano, estabelecer metas para obter melhores resultados, além disso, poderá analisar a atividade operacional no qual está inserida no mercado podendo progredir no negócio. Segundo a Lei das Sociedades por Ações, a Lei nº 6.404 de 1976, alterada pela Lei nº 11.638 de 2007, as demonstrações contábeis obrigatórias são: Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração das Mutações do patrimônio líquido Demonstração dos Fluxos de Caixa, exigido por empresas que auferem patrimônio líquido superior a R$2.000.000,00 na data do balanço; e Demonstração do Valor adicionado, se for sociedade anônima de capital aberto. Notas explicativas serão acompanhadas no final de cada exercício social. No entanto esta pesquisa dará ênfase em duas demonstrações principais: balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício. 2.1.2 TIPOS DE DEMONSTRAÇOES CONTÁBEIS 2.1.2.1 BALANÇO PATRIMONIAL Demonstra a posição financeira e patrimonial da entidade de modo qualitativo e quantitativo em determinado momento, no qual sua estrutura e definida por: ativo, passivo e patrimônio líquido. O ativo é composto por bens e direitos, apresentado por itens positivos no patrimônio, revelando a natureza devedora no qual as empresas dispõem suas aplicações originadas do passivo e patrimônio líquido. Conforme o art. 178 da Lei nº 6.404/76 (alterado pela Lei nº 11.941 de 2009), o ativo é distribuído em ativo circulante e ativo não circulante, classificado por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Os ativos são ordenados em grau decrescente de liquidez. 8 No lado do passivo representam-se as contas de natureza credora no qual aponta a origem de recursos da entidade, encontram-se as obrigações com terceiros, que se caracterizam como suas dívidas e o patrimônio líquido no qual estão dispostos o capital investido pela empresa e integralizado pelos sócios e os resultados apurados de lucro ou prejuízo do exercício. O grupo do passivo é definido em passivo circulante, passivo não Circulante e patrimônio Líquido, sendo o último subdividido em: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. As contas são classificadas conforme o grau decrescente de exigibilidade. 2.1.2.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO A demonstração do resultado do exercício expressa o resultado líquido do período por meio da apresentação das operações efetuadas pela empresa durante o exercício social. Auferindo lucro ou prejuízo em um determinado período. A demonstração evidencia os resultados econômicos da empresa. Um exemplo que comprova o conceito é a depreciação na qual a entidade não desembolsa dinheiro. A DRE apresenta o resultado apurado mediante a atividade operacional da empresa em determinado período, verificando a receita bruta de vendas e serviços, deduzindo os custos e despesas relacionados à atividade operacional da empresa, os impostos, em seguida o resultado não operacional que poderá alterar seu lucro para mais ou para menos, por fim serão deduzidos os impostos sobre o lucro, identificando o resultado liquido da empresa naquele período. 2.2 ANÁLISE POR MEIO DE INDICADORES A análise econômico financeira por meio de índices está entre um dos meios mais adequados aplicados pela contabilidade, pois se torna mais viável comparar, por exemplo, o ativo corrente com o passivo corrente do que fazer uma análise de item por item individualmente em uma demonstração. A finalidade da análise não retrata apenas o que ocorreu no passado, podendo prevenir possíveis desajustes que poderão ocorrer na atividade da organização. 9 2.2.1 LIQUIDEZ Esses indicadores possuem prerrogativa de mensurar a capacidade da empresa de pagar suas dívidas, ou seja, a responsabilidade de cumprir com suas obrigações, expressando a solvência da empresa em um determinado tempo. É importante saber que uma empresa com boa liquidez não significa que ela terá fluxo de caixa suficiente disponível para pagamento em dia, mas sim que ela possibilita a transformação de recursos financeiros em dinheiro. 2.2.1.2 LIQUIDEZ GERAL A Liquidez Geral apontaa capacidade de pagamento de todo passivo exigível da empresa e o quanto a empresa possui de recursos para arcar com todos os seus compromissos. Reúne todos os valores do Ativo Circulante e Realizável a longo prazo, em conjunto com o total das obrigações, passivo Circulante exigível a longo prazo. Logo este índice auxilia na gestão de caixa em função da totalidade das dividas, ampliando a visão de longo prazo de entradas e saídas de recursos. LG= Ativo Circulante + Realizável LP Passivo Circulante + Exigível LP Para Matarazzo (2010) este índice é capaz de medir a geração de recursos de curto e longo prazo para liquidar suas dívidas, ou seja, se o quociente for maior 1, indica que para cada R$1,00 de dívidas, a empresa tem dispõe de R$1,00 ou mais de investimentos realizáveis a curto e longo prazo, considerando-se uma boa folga financeira, se caso o resulto for menor que 1 significa que a empresa não possui recursos suficientes para honrar com todas as suas obrigações com terceiros. 2.2.1.3 LIQUIDEZ CORRENTE 10 É uma relação entre o total do ativo circulante com o total do passivo não circulante, ou seja, quanto de disponíveis e conversíveis em curto prazo em dinheiro, tem para cada 1,00 de dívida a curto prazo representada pelo passivo circulante. Iudicibus (2013) afirma que este quociente expressa o quanto a empresa possui de disponível imediatamente e conversíveis em dinheiro em curto prazo, ele é muito divulgado e considerado como o melhor indicador para medir a capacidade de liquidez da empresa. De acordo com Marion (2009) esse índice tem como prerrogativa, verificar a capacidade de pagamento da entidade a curto prazo. O autor adverte alguns aspectos importantes ao índice analisado, pois além dele não evidenciar a qualidade dos itens no Ativo Circulante, não revela a sincronização entre os recebimentos e pagamentos, como é o caso da venda dos estoques. 2.2.1.3 LIQUIDEZ SECA Revela uma relação entre o ativo circulante e passivo circulante, desconsiderando os efeitos de venda de estoque, o índice tenta medir de uma forma mais segura não levando em conta um fator de incerteza. LS= Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante Segundo Matarazzo (2010) esse índice verifica geração de caixa no prazo inferior a 90 dias, ou seja no curtíssimo prazo. Portanto essa medida considera apenas o recebimento de recursos em curto prazo, por exemplo, os recursos como caixa, bancos e títulos negociáveis imediatamente. 2.2.1.4 LIQUIDEZ IMEDIATA LC = Ativo circulante Passivo circulante 11 Exibe o quanto de dívidas de curto prazo poderá ser paga de acordo com o disponível disposto pela entidade. Lendo-se que para cada R$ 1,00 devido no curto prazo indica quanto à empresa irá possuir no disponível e aplicações financeiras de curto prazo. Marion (2009) Afirma que este índice indica quanto à empresa possui disponível para saldar suas obrigações de curto prazo. Iudicibus (2013) alega que geralmente este indicador será menor que R$ 1,00, pois se for maior significa que a empresa possui excesso de recursos disponíveis, que poderiam ser mais bem aplicados. Assaf Neto (2012, p.176) complementa. A liquidez imediata revela a porcentagem de dívidas a curto prazo (circulante) em condições de serem liquidadas imediatamente. Esse quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa (ASSAF NETO, 2012, p. 176). 2.2.2 ÍNDICES DE RENTABILIDADE Esses índices revelam os resultados obtidos em um determinado tempo, assim encontrando o retorno esperado. A análise deste índice é de extrema importância, pois a rentabilidade é o principal objetivo das organizações, essa medida pode ser associada em qualquer tipo de investimento, portanto ela possui uma metodologia comparativa, podendo ainda observar a viabilidade do negócio. Os índices de rentabilidade relacionam medidas que revelam a formação do resultado empresa, com o objetivo de fomentar a tomada de decisão sobre o desempenho da organização, representando uma finalidade econômica, já os índices de endividamento e liquidez estão mais voltados para análise de caráter financeiro. 2.2.2.1 GIRO DO ATIVO O índice exibe uma proporção entre as vendas e os investimentos que nela foram aplicados, representados pelo total do ativo. Quanto maior for o valor LI= Disponível Passivo circulante 12 encontrado para esse índice, melhor. Mostrando quantas vezes o ativo total girou, ou seja, (transformou-se em dinheiro) em um período de acordo com das vendas efetuadas. GA = Vendas líquidas Ativo total Assaf Neto (2012) Afirma que a utilização dessa medida é decorrente do uso mais adequado para os investimentos feitos na empresa, como por exemplo, serve para identificar ativos ociosos e estoques obsoletos, com o objetivo de verificar o melhor desempenho das receitas operacionais das vendas. 2.2.2.2 MARGEM LÍQUIDA Este indicador verifica o quanto de lucro a empresa apurou por meio das vendas. Para cada R$ 100 em vendas, há um determinado percentual de lucratividade. Que Constitui como a sobra para os acionistas em relação as receitas com vendas e prestação de serviços da empresa. Margem líquida= Lucro líquido X 100 Vendas Líquidas . 2.2.2.3 Rentabilidade do ativo (ROA) O índice evidencia a proporção entre o lucro auferido por uma determinada empresa e os investimentos que nela foram feitos, representadas pelo ativo total, pois para cada R$100 investidos na empresa, seja capital próprio ou de terceiros, o lucro será de um determinado percentual. ROA= Lucro líquido x 100 Ativo Diniz (2015, p. 127) afirma que esse índice indica todo o retorno do capital investido aplicados na empresa. 13 O índice de rentabilidade do ativo é uma medida de retorno de todo o capital investido. Sabemos que o capital tem um custo, o custo do capital de terceiros corresponde ao custo financeiro de obter recursos emprestados; já o custo do capital próprio está associado às oportunidades de ganho que os sócios/acionistas da empresa possuem, desta forma, o índice de rentabilidade do ativo pode ser considerado uma medida de retorno global de determinada empresa e deve ser comparada com o custo total do capital investido (DINIZ, 2015, p. 127). 2.2.2.4 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (ROE) Este índice é determinado pela proporção entre o lucro e o valor do capital próprio que a empresa possui. Apontando que para cada R$ 100 investidos pelos sócios da empresa obtemos um determinado percentual de lucro. Para os acionistas é essencial esse tipo de índice por facilitar a visualização do retorno do capital investido, assim ter a possibilidade de compará-lo com outras opções de investimento no mercado, quanto maior for este índice melhor. 2.2.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO (ESTRUTURA DE CAPITAL) Os índices de endividamento revelam em que situação a empresa se encontra em relação as sua dividas. 2.2.3.1 PARTICIPAÇÃO NO CAPITAL DE TERCEIROS Estabelece a proporção entre capitais de terceiros e capitais próprios, mostram o quanto à empresa captou de terceiros para cada R$1,00 de recursos próprios. Diniz (2015) afirma que caso o lucro gerado for maior que o custo da dívida, é mais adequado a empresa usufruir de capitais de terceiros, contudo um endividamento altorepresenta um risco maior para os credores, além disso, quanto ROE= Lucro líquido x 100 Patrimônio líquido médio NE = Passivo circulante + passivo não circulante Patrimônio líquido 14 maior a relação entre capitais de terceiros/capital próprio o poder decisões financeiras da empresa diminui, por isso quanto maior for este índice pior. Iudicibus (2013, p. 98) acredita que a maioria das empresas que apresentam esse índice muito alto durante longos períodos, há grandes chances dessas empresas fecharem as portas. Grande parte das empresas que vão à falência apresenta durante um período relativamente longo, altos quocientes de capitais de terceiros/capitais próprios. Isto não significa que uma empresa com um alto quociente necessariamente irá à falência, mas todas ou quase todas as empresas que vão à falência apresentam este sintoma. Daí o cuidado que deve ser tomado com relação à projeção de captações de recursos quando vislumbramos uma necessidade ou uma oportunidade de expansão. Deverão ser na medida do possível, projetados os efeitos (sobre os demonstrativos financeiros futuros) das de politicas alternativas de captação de recursos próprios (capitais de riscos) e de terceiros ou uma combinação de ambos que, às vezes, é a melhor alternativa (IUDICIBUS, 2013, p.98). 2.2.3.2 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO Este índice exprime o quanto das obrigações totais vencerá a curto prazo. Sinalizando o quanto das dívidas vencem a curto prazo para cada R$1,00 de dívidas totais, portanto quanto maior o indicador, maior será a concentração de obrigações a curto prazo. Um índice maior que 0,50 significa que a maior parte de suas obrigações vencem a curto prazo. Isso comprova que a empresa vem afetando sua posição financeira, ou seja, sua liquidez corrente. Será conveniente para a empresa ter um prazo maior para saldar suas dívidas. 2.2.3.3 ENDIVIDAMENTO GERAL Aponta a relação entre recursos de terceiros e do total de ativos da empresa, ou seja, mede o quanto das aplicações totais do ativo é financiado por terceiros. O índice fica entre zero e um, e comprova quanto foi originado de terceiros para cada R$1,00 aplicado em ativos, o restante foi proveniente de capital próprio. Quanto mais próximo de um, maior a dependência de capitais de terceiros. CE = Passivo circulante 0 Passivo circulante + Passivo não circulante 15 EG = Passivo total Ativo total Para saber se o índice é favorável ou desfavorável deve-se observar o momento econômico e financeiro. Em determinados casos o capital de terceiros pode ser mais apropriado que o capital próprio, em outros períodos o contrário. 2.2.4 ÍNDICES DE ATIVIDADE Estes índices tem a finalidade de mensurar a rapidez com que diversas contas se convertem em vendas ou caixa, (entradas ou saídas). Eles exercem grande influência na posição de liquidez e rentabilidade, geralmente esses índices são representados em dias, no qual permitem que seja analisado o desempenho operacional de uma empresa, bem como suas precisões de investimento de giro. 2.2.4.1 PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DE ESTOQUES Expressa o tempo em média em que os estoques ficam armazenados, aguardando serem consumidos, até o momento da sua venda. PMRE = Estoque médio x 360 Custo do produto vendido Silva (2010) considera que dois parâmetros devem ser observados: Alto índice de rotação – sinaliza que a empresa investiu pouco no seu estoque, o que significa que suas vendas serão reduzidas e consequente sua lucratividade será baixa, embora a redução nos investimentos seja necessária à sua manutenção (armazenagem e seguro); Baixo índice de rotação – a baixa rotação mostra um investimento excessivo nos estoques, ocorrendo um aumento nos seus custos com manutenção (armazenagem e seguros) 16 2.2.4.2 PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS Esse índice propõe em dias, o período em que a empresa recebe suas vendas a prazo. PMRE = Duplicatas a receber x 360 Receita bruta A empresa precisa se esforçar para equilibrar este índice com os demais, uma vez que, quanto mais elevado for o índice maior a necessidade do capital de giro, considerando que ele necessita no mínimo ser menor que o prazo de pagamento de compras. 2.2.4.3 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS Apresenta a média com que a empresa demora a honrar suas dividas com os fornecedores. PMRC = fornecedores x 360 Compras Para calcular este índice precisará primeiro calcular o valor das compras apresentados pela fórmula: Compras = custo das mercadorias vendidas + estoque final – estoque inicial Este índice deve ser analisado juntamente com o prazo médio de recebimento de vendas, mediante essa comparação pode ser definido se a posição financeira da empresa é favorável ou desfavorável. Ele deve ser superior ao prazo médio de recebimento de vendas, pois se a empresa tiver um prazo maior para receber do que pagar suas obrigações irá necessitar de um maior capital de giro para sustentar suas atividades. Segundo Assaf Neto (2012) um prazo elevado para pagamento de fornecedores pode não ser ideal, pois incide um aumento dos custos, devido aos juros cobrados nas compras a prazo [...]. 17 3. METODOLOGIA A metodologia utilizada tem como objetivo: a pesquisa descritiva e sua finalidade de forma aplicada, quanto às técnicas serão utilizadas a bibliográfica, documental e estudo de caso. Quanto à abordagem será de maneira qualitativa e quantitativa. 3.1 QUANTO AO OBJETIVO A pesquisa descritiva porque tem o propósito de descrever os índices e suas técnicas, com a finalidade de compará-los e estabelecer relações entre si, para melhor demonstrar os resultados da empresa. Segundo GIL (2010, p. 27) ‘’ As pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre as variáveis’’. 3.2 QUANTO A FINALIDADE A pesquisa será aplicada, por meio do emprego dos índices sobre as demonstrações contábeis da empresa, que por sua vez poderão verificar seus possíveis problemas financeiros, com o intuito de encontrar a melhor solução. Para Gil (2010,p. 26) ‘’Abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem’’. 3.3 QUANTO AS TÉCNICAS Sobre a pesquisa bibliográfica, serão usados, conceitos publicados em livros sobre as demonstrações contábeis e análise de suas principais contribuições na gestão das empresas. Segundo Vergara (2014, p.43) ‘’É o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas ‘’. 18 A pesquisa se procedeu de modo documental, no qual foram utilizados os balanços patrimoniais e demonstrações do resultado do exercício disponibilizadas no site de relatórios da empresa. Gil (2010) afirma que há grandes semelhanças entre a pesquisa bibliográfica e documental, visto que os dois tipos se baseiam em dados já existentes. A primeira é fundamentada em material publicado por autores com o objetivo especifico para determinado grupo de leitores, já a pesquisa documentalfundamenta-se no valor dos documentos elaborados com diversas finalidades [...]. Vergara (2014) afirma que esse tipo de pesquisa é feita por meio de documentos mantidos em órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas, por exemplo: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes [...]. Em seguida a pesquisa apresentará como proposta o estudo de caso sobre a análise econômico-financeira das demonstrações durante 2014 a 2016 em uma empresa de celulose. ‘’O estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos’’ (GIL, 2010, p. 37). 3.4 QUANTO À ABORDAGEM Para o tratamento de dados serão utilizados os balanços patrimoniais e demonstrações do resultado do exercício, no qual consiste na interpretação por meio dos indicadores. Segundo Stake (2011, p. 41)‘’A pesquisa qualitativa caracteriza-se por ser interpretativa baseada em experiências, situacional e humanística, sendo consistente com suas prioridades de singularidade e contexto. ‘’ Segundo Marconi e Lakatos (2011). A pesquisa quantitativa é definida como um tipo de pesquisa, cuja abordagem dos dados ocorre através de técnicas quânticas de análise, de forma que o objetivo dos resultados no processo prossiga a relação entre variáveis. 19 4. DISCURSSÕES E RESULTADOS (ANÁLISE DE DADOS) 4.1. ESTUDO DE CASO Celulose. Por motivos de preservação de imagem, optou-se por não citar o nome da empresa. A organização é uma companhia aberta que está entre as indústrias nacionais dos segmentos papel para embalagens de papelão ondulado, atuando em mais de sete estados no Brasil. A indústria está no mercado há mais de 60 anos fabricando produtos derivados de base florestal renovável, 100% recicláveis. A missão desta indústria é criar relações de valor buscando a prosperidade dos usuários, o desenvolvimento das pessoas e lucros merecidos com equilíbrio entre meio ambiente e sociedade. A celulose realiza suas atividades de fabricação de papel visando a excelência na gestão da qualidade, pactuando a política de qualidade para o conhecimento e engajamento de todas as partes interessadas: colaboradores, clientes, fornecedores e acionistas. 4.2 ANÁLISE POR MEIO DE INDICADORES Com o intuito de entender um pouco mais o que foi contextualizado acima pelos referenciais teóricos veremos como funciona na prática a análise por meio dos índices de: Liquidez, Rentabilidade, Endividamento e Prazos médios entre os anos de 2014 a 2016, mostrando se a situação da empresa é favorável ou desfavorável. 4.2.1 Índices de liquidez TABELA 1 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ INDICE 2014 2015 2016 Liquidez geral R$ 0,42 R$ 0,28 R$ 0,36 Liquidez corrente R$ 1,13 R$ 0,84 R$ 0,90 Liquidez seca R$ 0,95 R$ 0,67 R$ 0,19 Liquidez imediata R$ 0,45 R$ 0,20 R$ 0,16 Fonte: Dados da pesquisa 2017 – Elaborada pela autora. 20 GRÁFICO 01- ÍNDICES DE LIQUIDEZ Considerando a liquidez geral empresa durante os 3 anos consecutivos observasse um índice desfavorável. Sendo para cada R$ 1,00 de dívidas de curto e longo prazo a empresa dispõe de R$0,42 em 2014 de disponíveis e recebíveis de curto e longo prazo, em 2015 o seus empréstimos e financiamentos aumentaram, contribuindo com a diminuição de sua liquidez apresentando uma queda de 0,42 para 0,28. Em 2016 a empresa reduz essas obrigações, apresentando uma pequena melhora de 0,36. Sendo assim concluísse que a empresa vem operando constantemente com o capital de terceiros, pois quanto menor o índice, maior o esforço que a empresa fará para liquidar suas dividas de curto e longo prazo. Na liquidez corrente a empresa obteve o melhor desempenho em 2014, pois para cada R$ 1,00 de dividas a curto prazo a empresa possui R$1,13 de disponíveis e direitos conversíveis a curto e longo prazo, porém em 2015 houve uma redução de 0,29 para 0,84, em 2016 a empresa apresenta uma pequena melhora com um índice de R$0,90. Isso significa que a empresa vem tentando se estabelecer sua liquidez corrente. Na liquidez seca observou-se um resultado razoável, possuindo R$0,95 em 2014 de disponibilidades e duplicatas a receber para cada R$ 1,00 de dividas a curto prazo sem considerar seus estoques, ou seja não depende de um fator incerto, ao passar dos anos a média deste índice sofre um declínio, terminando 2016 com 0,19. Havendo um aumento de estoque, em relação a 2014. Na liquidez imediata a empresa mostra que o seu disponível não é suficiente para satisfazer suas obrigações de curto prazo, quando em 2014 a empresa apurou R$0,45 de disponível, ou seja, (caixa ou equivalentes de caixa), para cada R$ 1,00 21 de dívidas a curto prazo, durante o passar do tempo esse índice vai reduzindo, em 2015 caiu para R$0,20, terminando o ano de 2016 com R$0,16. Baseando seus resultados com a visão dos autores Iudicíbus e Assaf neto, no qual afirmam que esse índice normalmente é baixo, pois não é interessante para a empresa manter uma grande quantidade dinheiro em caixa, pois esses recursos poderiam ser mais bem aplicados. Portanto a empresa não mantém recursos parados, justificando seu índice baixo. 4.1.2 ÍNDICES DE RENTABILIDADE TABELA 2 – RENTABILIDADE INDICE 2014 2015 2016 Giro do Ativo R$ 0,40 R$ 0,45 R$ 0,45 Margem líquida 8,49% 0,07% (0,01)% ROA 3,37% 0,03% (6,37)% ROE 0,11% 0,06% (0,01)% Fonte: Dados da pesquisa 2017 – Elaborada pela autora. GRÁFICO 02- GIRO DO ATIVO O giro do ativo da empresa conforme sua operacionalidade não foi bom durante os 3 anos, em 2014 ela faturou R$0,40 para cada R$ 1,00 investidos, em 2015 e 2016 o índice se manteve constante, revelando que para cada R$ 1,00 investidos na empresa vendeu R$0,45. 22 GRÁFICO 03- ÍNDICES DE RENTABILIDADE A Margem Liquida retrata o percentual de vendas em relação aos lucros, ou seja, quanto à empresa obtêm de ganhos para cada R$ 100,00 reais vendidos. Na entidade em questão esses indicadores foram decrescendo de 2014 a 2016, isso implica em uma queda constante nos lucros, que passou de 8,49% para (0,01)%. O retorno do ativo da entidade teve maior lucratividade em 2014, visto que para cada R$100 de ativos totais aplicados, a empresa faturou 3,37%. Entretanto a empresa teve um alto declínio, terminando 2016 com saldo negativo apresentando prejuízo no exercício um índice negativo de (6,37)%. O índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido revela o lucro para cada R$ 100,00 de capitais próprios aplicados. Logo a rentabilidade do patrimônio líquido se encontra bastante deficiente, pois para cada R$ 100,00 investidos no capital próprio, o lucro líquido foi relativamente baixo nos três anos e ainda sendo resultado negativo no ano de 2016 de (0,01) %. 23 4.2.3 Índices de endividamento TABELA 3 – ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO INDICE 2014 2015 2016 Participação no Capital de Terceiros R$ 2,37 R$ 3,19 R$ 2,81 Composição de Endividamento R$ 0,29 R$ 0,31 R$ 0,38 Endividamento Geral R$ 0,70 R$ 0,76 R$ 0,74 Fonte: Dados da pesquisa 2017 – Elaborada pela autora. GRÁFICO 04- ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO A participação no capital de terceiros da empresa mostrou durante 2 anos seguidos que ela está utilizando cada vez mais o capital de terceiros, em 2014 o índice foi melhor comparado aos de 2015 e 2016, para cada R$ 1,00 de capital próprio a empresa captou R$ 2,37 do capital exigível, em 2015 sofreu um aumento para 3,19 para cada R$ 1,00de capital próprio existe R$ 3,19 financiado por capital de terceiros, Percebe-se que, a empresa apresentou alto nível de dependência a terceiros, diminuindo a liberdade de decisões. Os indicadores de lucratividade foram menores em relação ao de capital de terceiros, evidenciando uma desvantagem de utilização deste recurso, em 2016 evidencia uma queda de R$0,38, uma pequena melhora em relação a essa dependência. A composição de endividamento é apontada como baixa relativamente nos 3 anos, pois o índice é menor que 1, isso demonstra uma pequena quantidade de obrigações que irão vencer a curto prazo, no ano de 2014, 2015, 2016 ele representa R$ 0,29, R$0,31, R$0,38 respectivamente, de dividas totais que vencerão a curto prazo. Porem a empresa precisa ficar em alerta, pois em 2016 vem 24 crescendo o comprometimento de quitar as obrigações em um prazo menor, fez com que a entidade corresse um risco financeiro. No endividamento geral a empresa exprime um índice menor que R$1, porém em, 2014, 2015 e 2016, para cada R$1,00 aplicados em ativos foi originado R$0,70, R$0,76 e R$0,74 respectivamente de capital de terceiros. O que condiz em média que mais de 70% pertence a terceiros. 4.2.4 Índice de atividade TABELA 4 – ÍNDICES DE ATIVIDADE INDICE 2014 2015 2016 Prazo médio de rotação de estoques 39,91 43,58 40,40 Prazo médio de recebimento de vendas 68,94 140,30 71,85 Prazo médio de pagamento de compras 55,22 80,82 67,49 Fonte: Dados da pesquisa 2017 – Elaborada pela autora. GRÁFICO 05- INDICES DE ATIVIDADE O prazo médio de rotação de estoque apresentou-se razoável em 2014, sinalizando o armazenamento de estoque até o momento da venda de 39 dias, o que significa que em relação a 2015 e 2016, a empresa não demorava a vender seu estoque, levando a discussão nessa visão de um baixo índice, significa um alto investimento de estoque, assim a empresa precisa de um alto desempenho para manter seus custos de armazenagem. Em 2015 e 2016 a sua rotação aumenta verificando em 43,58 e 40,40. Um baixo índice comprova que a empresa reduziu suas compras de estoques, afetando a diminuição das vendas e também sua 25 lucratividade, embora o controle para sustentar os custos da manutenção seja necessário. Durante os dois anos seguidos às vendas a prazo aumentaram e o seu prazo para recebimento de vendas se estende em um período muito extenso, o que indica que a empresa necessitará de um maior capital de giro, sendo o seu prazo em 2014 em 68 dias e em 2015 o seu prazo se dilatou para mais 72 dias, em 2016 tempo de recebimento reduz em 68,45 dias. Comparando os prazos de recebimento de vendas com o prazo para pagamento de compras verifica-se que o prazo de compras é menor que o prazo de recebimento, portanto suas obrigações vencerão antes de receber os seus direitos. 4.3 EVOLUÇÃO ECONÔMICA FINANCEIRA DA EMPRESA Com o estudo dos indicadores verificou-se um histórico no qual seu desempenho é desfavorável, correspondente aos anos 2014, 1015, 2016. Os índices de liquidez principalmente foram relativamente baixos, com exceção da liquidez imediata os índices foram respectivamente R$0,45, R$0,20, R$0,16, o que já era esperado já que essa medida trabalha considerando as disponibilidades. Não é práticas das entidades manterem altos valores no disponível, aplicando em diversas fontes consideradas mais rentáveis para a organização. Por fim verificou-se que a indústria não conseguiu honrar suas obrigações financeiras dentro do prazo estimado, apresentando uma evolução histórica negativa. O giro do ativo da empresa corresponde a quantas vezes o ativo no período transformou-se em dinheiro em relação as suas vendas, fator determinante para verificar se não há o risco da presença de estoques obsoletos, quanto maior for o giro do ativo melhor, concluindo que a empresa vem apresentando um índice desfavorável, durante os anos 2014, 2015, 2016 (R$0,40, R$0,45, R$0,45). A margem líquida que mede a lucratividade da celulose foi de 8,49%, 0,07%, (0,01)%, durante os 3 anos, a empresa apresentou uma queda significativa. Verificando que o faturamento mediante suas vendas não foi suficiente par cobrir todos os seus custos para sua concretização. 26 Os índices de rentabilidade provaram que a empresa de celulose, não teve bons rendimentos em relação aos investimentos realizados. Tanto no retorno dos ativos, (ROA) 3,37%, 0,03%, (6,37)% , o que corresponde aos recursos aplicados pela indústria, quanto no Retorno esperado pelos acionistas (ROE). 0,11%, 0,06%, (0,01)%. Os indicadores de endividamento da indústria evidenciaram que ela detém um alto nível de dependência em 2014 e 2015, apresentou-se R$2,37, R$319. Em 2016 a empresa sofre uma pequena melhora para R$2,81, procurando medidas para tentar nivelar a relação entre o seu capital e o de terceiros, com a finalidade de ter mais autonomia em suas decisões. Os índices de atividade, no que tange a rotação de estoques verificam que em 2014 o seu tempo entre o armazenamento de estoque e sua venda era curto de 39 dias, nesse ano a empresa fez um alto investimento, no qual a empresa obteve um maior grau de exportação de seus produtos. Ao decorrer do tempo até o ano de 2016 apontou um baixo investimento nos estoques, comprometendo o nível de suas vendas e seu resultado do exercício. Dois prazos demonstram que não há certa sincronia com o tempo de recebimento e pagamento, pois o período em que a empresa demora a receber de seus clientes é maior que o vencimento do pagamento de fornecedores, entretanto um prazo elevado para pagamento de compras irá acarretar um aumento de juros, mas um equilíbrio entre os dois seria o mais adequado para administração, quanto à entrada e saída de recursos. 27 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS. O estudo buscou quantificar e qualificar a evolução da situação econômico- financeira em uma empresa de celulose. Com base nos indicadores de liquidez, rentabilidade, endividamento e atividade. Os índices foram apurados pelos dados do balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício. Com a metodologia aplicada nesse estudo foi capaz de responder os objetivos esperados e os mesmos foram satisfatórios para analisar a evolução da indústria. Os índices de liquidez da empresa se mostram deficiente, com o decorrer dos anos de 2014 a 2016, tendo em vista que foram menores que R$ 1,00, indicando que a empresa não conseguiu honrar suas dívidas com terceiros de curto prazo, pois a maioria de seus recursos de curto prazo se encontra em estoques e contas a receber de clientes. Essa afirmação se confirma ao observar a liquidez seca que em 2016 que foi de R$0,19. A rentabilidade da organização vem caindo bastante e infelizmente não vem prosperando tendências de crescimento. Obtendo retornos inferiores aos investimentos feitos pela empresa e pelos sócios Quanto ao endividamento a empresa concentra-se com uma crescente participação no capital de terceiros sendo 2014: R$ 2,37 2015: R$3,19, 2016: R$2,81 para cada R$ 1,00 de recursos próprios. A empresa sofreu uma redução em 2016 por quitar algumas obrigações com terceiros de longo prazo. Porém na composição de endividamento a concentração de dividas de curto prazo variou de 2014 com R$ 0,29, para R$0,38 em 2016 em relação as dividas totais, o índice não é considerado ruim, no entanto a empresa deve ficar em alerta, tentando manter um equilíbrio entre o capital próprio e de terceiros. Os indicadores de atividade indicam quea entidade não exerce uma conexão simultânea perante aos prazos. O período para quitar suas obrigações operacionais, como no caso da aquisição não corresponde ao período do recebimento de seus direitos pertinentes às suas vendas. Assim considerando os pontos mais relevantes da análise verificou-se que a empresa apontou uma situação não muito sólida no decorrer dos três anos, não atingindo bons resultados, apresentando indicadores que em regra não foram satisfatórios. A empresa sofre grande influência externa, como é o caso da desvalorização do dólar, sendo o fator predominante para o seu desempenho em 28 2016, segundo pesquisas em 2017 as indústrias de celulose vem se recuperando nos últimos meses. Embora seja muito cedo para afirmar que durante o segundo semestre tenha estabelecido um novo patamar, nesse período de retomada da economia é de costume ter possíveis oscilações, com isso será necessário acompanhar nos próximos meses se ela vem atendendo o crescimento estipulado de 3% a 3,5% no mercado em geral. Como a empresa propõe o crescimento de mercado é preciso planejar maneiras para aumentar as receitas e diminui os custos e despesas, com o objetivo de conseguir uma boa margem líquida de lucratividade. 29 6. REFERÊNCIAS DINIZ, Natália. Análise das demonstrações financeiras.1° Ed. Rio de Janeiro. Seses, 2015 FONTES. Stella. Venda de Papelão Ondulado Mostra Força no Segundo Semestre 2017. Disponível em <http://www.valor.com.br/empresas/5116868/venda- de-papelao-ondulado-mostra-forca-no-2-semestre> Acesso em: 28 de outubro de 2017. IUDICIBUS, Sergio de. Análise de balanços. 10. Ed São Paulo Atlas, 2013 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5° Ed. São Paulo Atlas, 2010. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 6° ed. São Paulo: Atlas, 2011. MAMONA. Karla. Empresas de papel e celulose encolheram na bolsa 2017. Disponível em <https://exame.abril.com.br/mercados/empresas-de-papel-e-celulose- perderam-valor-de-mercado/> Acesso em: 28 de agosto de 2017. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços. Abordagem gerencial. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARION, Jose Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. SYLVIA, Constante Vergara. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 15° Ed. São Paulo Atlas, 2014. 30 SILVA, Alexandre Alcântara. Estrutura, Análise e Interpretação das demonstrações Contábeis. 2º Ed. São Paulo: Atlas 2010. STAKE, R. E. Pesquisa qualitativa: estudando como as coisas funcionam. Porto Alegre: Penso, 2011. VERGARA Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 11ª ed. São Paulo: Atlas 2009. 31 7. APÊNDICES APÊNDICE A – BALANÇO PATRIMONIAL BALANÇOS PATRIMONIAIS Levantados em 31 de dezembro de 2016, 31 de dezembro de 2015 e 31 de dezembro de 2014 (Em milhares de reais). ATIVO 2016 2015 2014 Circulante Caixa e Equivalentes de Caixa 82.844 80.079 153.948 Contas a receber de clientes 153.644 135.277 127.605 Estoques 66.875 67.119 62.588 Tributos a recuperar 5.233 9.245 7.094 Dividendos a receber 4.400 - 5.245 Bancos conta vinculada 94.198 19.722 2.073 Outros ativos 19.482 19.293 28.676 Total do ativo circulante 426.676 330.735 387.229 Não circulante Tributos a recuperar 2.392 3.066 3.625 Depósitos judiciais 1.849 1.370 1.136 Outros ativos 15.220 23.557 2.430 Partes relacionadas - 1.154 1.093 Total do ativo realizável a longo prazo 19.461 29.147 8.284 Investimento em controladas 255.357 272.231 245.174 Propriedade para investimento 34.839 35.332 20.354 Ativo biológico 69.696 69.696 92.870 Imobilizado 778.543 789.527 789.527 Intangível 112.367 110.486 112.276 Total do ativo não circulante 1.270.263 1.329.593 1.291.345 TOTAL DO ATIVO 1.696.939 1.660.328 1.678.574 PASSIVO 2016 2015 2014 Circulante Empréstimos e financiamentos 266.926 195.620 125.235 Debêntures 31.114 21.248 44.382 Fornecedores 111.849 86.793 80.383 Obrigações sócias e previdenciárias 24.235 40.774 40.240 Obrigações tributarias 17.820 18.115 19.576 IR e CSLL a pagar - - 475 Parcelamentos tributários 2.008 2.192 2.281 Adiantamento de clientes 1.355 1.197 1.995 Dividendos a pagar 4.234 479 12.964 Outras conta a pagar 16.478 28.076 15.669 Total do passivo circulante 476.019 395.194 343.200 Não circulante Empréstimos e financiamentos 609.983 665.761 537.490 Debêntures 9.352 39.791 69.738 Provisão para riscos cíveis, trabalhistas e tributários. 6.104 17.485 32.398 Parcelamentos tributários 204 1.918 3.635 Obrigações tributarias 10.538 10.298 11.293 Imposto de renda e contribuição social diferidos 139.548 133.266 183.209 Total do passivo não circulante 775.729 868.519 837.763 TOTAL DO PASSIVO 1.251.748 1.263.713 1.180.963 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 161.895 161.895 151.895 Reserva de capital 960 960 960 Reservas de lucro 154.829 160.731 166.139 Ajustes de avaliação patrimonial 127.507 73.029 178.617 Patrimônio líquido atribuível aos acionistas controladores 445.191 396.615 497.611 Total do patrimônio líquido 445.191 396.615 497.611 TOTAL DO PASSIVO E PL 1.696.939 1.660.328 1.678.574 32 APÊNDICE B- Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) DEMONSTRAÇÃO DO RESULTA DO EXERCÍCIO Levantados em 31 de dezembro de 2016, 31 de dezembro de 2015 e 31 de dezembro de 2014 (Em milhares de reais). 2016 20152014 RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 769.805 747.123 666.347 Variação do valor justo dos ativos biológicos 1.938 13.749 8.973 Custo dos produtos vendidos (596.872) (535.478) (512.514) LUCRO BRUTO 174.871 225.394 162.806 (DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS Com vendas (83.703) (81.133) (55.584) Gerais e administrativas (51.320) (44.826) (43.533) Outras receitas operacionais 40.714 5.163 4.758 Outras despesas operacionais (42.449) (5.883) (9.340) Participação dos administradores - (55) (6.287) Resultado de equivalência patrimonial 35.130 (2.877) 55.647 RESULTADO ANTES DO RES. FINANCEIROS E DOS TRIBUTOS 73.243 95.783 108.467 Receitas (despesas) financeiras, liquidas (110.419) (95.495) (59.234) Receitas financeiras 36.537 32.292 23.569 Despesas financeiras (146.956) (127.787) (82.803) (PREJUÍZO) LUCRO OPERACIONAL ANTES DOS EFEITOS TRIBUTÁRIOS. (37.176) 288 49.233 Imposto de renda e contribuição social corrente 2 (2) - Imposto de renda e contribuição social diferido 26.392 209 7.346 (PREJUÍZO) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (10.782) 495 56.579 Lucro /prejuízo atribuível a: Acionistas controladores (10.782) 495 56.579
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