Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação Curso de Administração PROPOSTA DE UM PLANO DE MARKETING PARA O MERCADO BOM PREÇO RELATÓRIO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Everton Roberto Heeller Orientadora: Lucinéia F. Woitchunas Ijuí (RS), 1° Semestre de 2012 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 8 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .............................................................................. 10 1.1 Apresentação/caracterização da organização..........................................................................10 1.2 Delimitações do Tema ................................................................................................................10 1.3 Questão de estudo ......................................................................................................................11 1.4 Objetivos .....................................................................................................................................12 1.4.1 Objetivo Geral ..................................................................................................................................... 12 1.4.2 Objetivos específicos .......................................................................................................................... 12 1.5 Justificativa .................................................................................................................................13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 14 2.1 Conceitos de Marketing .............................................................................................................14 2.2 Os 4 P`s do marketing: produto, preço, distribuição e promoção .........................................15 2.2.1 Produto ................................................................................................................................................ 16 2.2.2 Preço ................................................................................................................................................... 18 2.2.3 Praça ................................................................................................................................................... 19 2.2.4 Promoção ............................................................................................................................................ 22 2.3 Planejamento estratégico...........................................................................................................23 2.4 Planejamento Estratégico de marketing ..................................................................................25 2.4.1 Etapas para um plano de marketing .................................................................................................... 26 2.4.1.1 Sumário executivo ........................................................................................................................... 27 2.4.1.2 Negócio ............................................................................................................................................ 27 2.4.1.3 Missão .............................................................................................................................................. 28 2.4.1.4 Visão ................................................................................................................................................ 29 2.4.1.5 Valores ............................................................................................................................................. 30 2.4.1.6 Análise do ambiente de marketing ................................................................................................... 31 2.4.1.7 Análise do consumidor e do concorrente ......................................................................................... 34 2.4.1.8 Análise do ambiente interno e externo da empresa .......................................................................... 35 2.4.1.9 Objetivos .......................................................................................................................................... 38 2.4.1.10 Segmentação .................................................................................................................................. 38 2.4.1.11 Posicionamento .............................................................................................................................. 39 2.4.1.12 Análise de mercado com a utilização de matrizes .......................................................................... 40 2.4.1.13 Plano de Ação ................................................................................................................................ 41 2.4.1.14 Orçamento e Controle do plano de marketing................................................................................ 42 2.5 Gestão do ponto de vendas ........................................................................................................42 2.6 Marketing de relacionamento ...................................................................................................45 3 METODOLOGIA ................................................................................................................. 48 3.1 Tipo de Estudo ...........................................................................................................................48 3.2 Coleta dos Dados ........................................................................................................................49 3.3 Universo amostral ......................................................................................................................49 3.4 Sujeitos da pesquisa ...................................................................................................................50 3.5 Análise e Interpretação dos Dados ...........................................................................................50 4 ANÁLISE E RESULTADOS .............................................................................................. 51 4.1 Histórico e Caracterização da Organização ............................................................................51 4.2 Resultados da pesquisa de satisfação dos clientes do Mercado Bom Preço ..........................52 4.3 Sumário Executivo .....................................................................................................................61 4.4 Plano de Marketing ...................................................................................................................61 4.4.1 Referenciais estratégicos ..................................................................................................................... 62 4.4.1.1 Negócio do Mercado Bom Preço ..................................................................................................... 62 4.4.1.2 Missão do Mercado Bom Preço ....................................................................................................... 62 4.4.1.3 Visão do Mercado Bom Preço ......................................................................................................... 62 4.4.1.4 Valores do Mercado Bom Preço ...................................................................................................... 63 4.4.2 Ambiente do Mercado bom Preço.......................................................................................................63 4.4.3 Análise do consumidor e do concorrente ............................................................................................ 67 4.4.4 Análise do ambiente interno e externo ................................................................................................ 68 4.4.5 Objetivos ............................................................................................................................................. 70 4.4.6 Estratégias do Composto Mercadológico (4p´s) ................................................................................. 70 4.4.6.1 Produto ............................................................................................................................................. 70 4.4.6.2 Preço ................................................................................................................................................ 71 4.4.6.3 Promoção ......................................................................................................................................... 72 4.4.6.4 Ponto de venda ................................................................................................................................. 73 4.4.7 Segmentação ....................................................................................................................................... 74 4.4.8 Posicionamento ................................................................................................................................... 75 4.4.9 Plano de ação ...................................................................................................................................... 75 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 77 REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS .................................................................................. 78 ANEXOS .................................................................................................................................. 80 8 INTRODUÇÃO Esse estudo consiste em um trabalho de conclusão do curso de Administração da Unijuí e aborda conceitos gerais de marketing, os quais, analisados minuciosamente, serviram de base para a proposição de um plano de marketing, cujo objetivo foi buscar manter os clientes já existentes e atrair novos para a empresa. A organização em estudo atua no segmento de minimercados, pertencendo ao ramo de atividade comercial. Neste ramo, as dificuldades e desafios são maiores, pois a concorrência é grande, e nem todas as organizações possuem um planejamento estratégico de marketing, que possa auxiliar e possibilitar uma administração coerente, em busca de obter vantagens sobre seus concorrentes. Atualmente, manter-se atualizado e buscando inovações é extremamente importante e necessário para um sucesso futuro. O presente trabalho foi formulado em quatro partes, sendo que a primeira consiste na contextualização do estudo, definição e delimitação do tema, objetivo geral, objetivos específicos e a justificativa. A segunda parte apresenta uma revisão da literatura para dar sustentação teórica a pesquisa. A terceira etapa apresenta a classificação da pesquisa, a coleta e a forma de análise dos dados, ou seja, a metodologia. O quarto capítulo apresenta os resultados da pesquisa, as considerações finais, e, por fim, a bibliografia e os anexos. Contudo, o que o estudo propõe é um planejamento de marketing para o Mercado Bom Preço, onde o plano de marketing é de grande importância para que a organização reconheça os desafios que enfrenta e o efeito que eles causam sobre o seu sucesso futuro, identificado as oportunidades de negócio mais promissoras para a empresa, e esboçado como conquistar e manter posições no mercado identificado. Deve-se conhecer o nível de satisfação dos clientes da organização, pois é assim que teremos subsídios para uma melhor gestão dos negócios e desenvolver estratégias para atrair e reter clientes. Portanto, conheceu-se melhor a organização e assim formulou-se um plano de marketing desta organização na qual este plano poderá exercer um papel de extrema importância, e que se a empresa conseguir se estruturar melhor poderá ter maiores resultados, propõe-se, então, soluções e melhorias para que se possa atingir os objetivos, 9 as metas e o melhor atendimento aos clientes/fornecedores, conquistando e mantendo os mesmos. 10 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Este capítulo traz a apresentação, a delimitação do tema e a questão que norteia este estudo, definindo os objetivos gerais e específicos a serem alcançados, e, também, justifica a importância que o referido estudo tem para o meio acadêmico. 1.1 Apresentação/caracterização da organização A organização escolhida tem por denominação Edmar Hilton Heeller & Cia Ltda ME, cujo nome fantasia é Mercado e Açougue Bom Preço. A empresa é uma Sociedade Empresarial Limitada, no segmento de minimercados, pertencendo ao ramo de atividade comercial. O Mercado e Açougue Bom Preço, está localizado na Rua Francisco Sperotto, número 377, no Bairro Jardim, no Município de Ijuí (RS), e é administrado atualmente pelo casal proprietário Edmar e Iraci Heeller. 1.2 Delimitações do Tema A escolha de um tema representa uma delimitação de um campo de estudo no interior de uma grande área de conhecimento, sobre o qual se pretende debruçar. É necessário construir um objeto de pesquisa, ou seja, selecionar uma fração da realidade a partir do referencial teórico-metodológico escolhido (BARRETO e HONORATO, 1998, p. 62). É fundamental que o tema esteja vinculado a uma área de conhecimento com a qual a pessoa já tenha alguma intimidade intelectual, sobre a qual já tenha alguma leitura específica e que, de alguma forma, esteja vinculada à carreira profissional que esteja planejando para um futuro próximo (BARRETO e HONORATO, 1998, p. 62). O marketing é indispensável, pois atende as exigências de todos os tipos, tamanhos e segmentos de organização de empresas, onde cada empresa faz o seu 11 marketing, gastando de acordo com o que pode gastar. Como diria João de Simoni, presidente da Academia Brasileira de Marketing: “Se você pensa que o marketing é um assunto apenas para grandes empresas, é melhor mudar de opinião. O marketing pode e deve ser feito até pelo engraxate”. Um Plano de Marketing é essencial para identificar as forças, as fraquezas, ameaças e oportunidades que o mercado proporciona, estimulando as empresas a estabelecer metas e objetivos suprindo assim as necessidades dos seus clientes. A utilização do plano de marketing torna a empresa menos frágil a crises, pois estas podem ser vistas com antecedência. Devido ao interesse pela pesquisa e a importância do marketing para qualquer organização, o tema deste estudo está centrado no marketing, mais especificamente no plano de marketing para o Mercado Bom Preço, que está localizado na rua Francisco Sperotto, número 377, Bairro Jardim, no Município de Ijuí – RS. 1.3 Questão de estudo A formulação do problema é a continuidade da delimitação da pesquisa, sendo ainda mais específico: indica exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver ou responder. É a apresentação da idéia central do trabalho, tendo-se o cuidado de evitar termos equívocos e inexpressivos. É um desenvolvimento da definição clara e exata do assunto a ser desenvolvido. Problema é uma questão não resolvida, é algo para o qual se vai buscar resposta, via pesquisa. Uma questão não resolvida pode estar referida a alguma lacuna epistemológica ou metodológica percebida, a alguma dúvida quanto à sustentação de uma afirmação geralmente aceita, a alguma necessidade de pôr à prova uma suposição, a interessespráticos, à vontade de compreender e explicar uma situação do cotidiano, ou outras situações (VERGARA, 1998, p. 21). Nesse contexto a questão de estudo que se propõe é como manter os clientes atuais e atrair novos clientes no Mercado Bom Preço? 12 1.4 Objetivos Objetivo é um resultado a alcançar. O objetivo final, se alcançado, dá a resposta ao problema. Objetivos intermediários são metas cujo atingimento depende do alcance do objetivo final (VERGARA, 1998, p. 25). Outro critério fundamental na delimitação dos objetivos da pesquisa é a disponibilidade de recursos financeiros e humanos e de tempo para a execução da pesquisa, de tal modo que não se corra o risco de torná-la inviável. É preferível diminuir o recorte da realidade do que se perder em um mundo de informações impossíveis de serem tratadas. Dessa forma, torna-se importante definir o objetivo geral do estudo, e desdobrá-lo em alguns objetivos específicos, os quais deverão ser respondidos ao final da pesquisa. Na seqüência serão apresentados os objetivos gerais e específicos que nortearão a pesquisa. 1.4.1 Objetivo Geral O objetivo geral deste estudo é avaliar o nível de satisfação dos clientes e elaborar um plano de marketing para o Mercado Bom preço, onde, no primeiro momento, deve- se analisar a organização e em seguida propor estratégias para manter e atrair novos clientes. 1.4.2 Objetivos específicos - Caracterizar a organização; - elaborar e aplicar uma pesquisa de satisfação aos clientes atuais; - analisar ou conhecer o grau de satisfação dos clientes; - propor um plano de marketing para a organização em estudo. 13 1.5 Justificativa A realização deste estudo visa suprir a necessidade de uma maior divulgação da organização, bem como, dos seus produtos e promoções, além de manter os clientes atuais e também atrair novos clientes, para, com isso, estimular a otimização dos recursos da empresa, identificar oportunidades de mercado e mostrar como obter e manter as posições desejadas no mercado, facilitando assim o avanço progressivo em direção à metas da empresa. Salienta-se que a organização foi escolhida pela proximidade e facilidade às informações que ajudarão a desenvolver este estudo e pela importância que ela possui para satisfazer as necessidades das pessoas onde a mesma está inserida. Acredita-se que para a organização é sempre interessante abrir as portas para o estudo dos acadêmicos, pois possibilita a troca de idéias, conceitos e valores. Este estudo possibilita a prática e a verificação de conceitos abordados em sala de aula, podendo inserir estes conhecimentos dentro de uma organização que visa lucros, onde também, pode-se analisar a satisfação dos seus clientes, e assim propor melhores práticas de atendimento. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO Segundo Vergara (1997, p. 46), o referencial teórico tem como objetivo principal apresentar estudos sobre o tema, subsidiar um melhor entendimento para o estudo em questão, auxiliando na contextualização e caracterização do problema definido no Projeto de TCC. Com base nessa revisão literária serão revistos conceitos já estudados durante o curso tais como: Planejamento estratégico de marketing, missão, visão, valores, análise do consumidor, concorrente, pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades do mercado, o mix de marketing (4 P`s), a gestão do ponto de vendas e o marketing de relacionamento. 2.1 Conceitos de Marketing Para melhor compreensão do termo Marketing serão transcritos conceitos segundo entendimento de alguns autores. Marketing é a análise, planejamento, implementação e controle de programas cuidadosamente formulados que visam proporcionar trocas voluntárias de valores ou utilidades com mercados alvo, com o propósito de realizar os objetivos organizacionais. Kotler (1998, p, 40), o maior dos especialistas na prática do marketing cita que o marketing deve ser bem coordenado com os outros departamentos da empresa e não funciona quando é meramente um departamento; funciona apenas quando todos os funcionários valorizam seu impacto sobre a satisfação do consumidor. A maior ignorância dos homens de negócio centra-se no desconhecimento de quem são seus clientes, portanto, segundo Kotler e Keller (2006, p. 4), “marketing é a satisfação das necessidades humanas e sociais. Para defini-lo de uma maneira bem simples, podemos dizer que ele supre necessidades lucrativamente”. Os consumidores atuais não buscam apenas produtos de boa qualidade e preços baixos, o consumidor está mais exigente, como afirma Kotler que a chave para o marketing profissional é entender as necessidades reais dos consumidores melhor do que qualquer concorrente (KOTLER, 1998, p. 38). 15 Para Silva (2000, p. 138) “Marketing é o desempenho de atividades empresariais que dirigem o fluxo de mercadorias e serviços dos produtores para os consumidores finais”. Kotler e Keller (2006, p. 4) afirmam que marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como, a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público. Desse modo, marketing é um processo social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação, da oferta e da livre troca de produtos e serviços de valor com outros (KOTLER e KELLER, 2006, p. 4). Kotabe (2000, p. 30), apresenta o conceito de marketing como uma atividade corporativa criativa que envolve o planejamento e a execução da concepção, determinação de preço, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços em uma troca que não apenas satisfaz as necessidades atuais dos consumidores, mas também antecipa e cria suas necessidades futuras com determinado lucro. 2.2 Os 4 P`s do marketing: produto, preço, distribuição e promoção O mix de marketing é formado por quatro fatores: produto, preço, distribuição e promoção. Estes fatores são responsáveis pela satisfação das necessidades dos consumidores do mercado-alvo e ao mesmo tempo responsáveis pela realização dos objetivos de marketing da organização (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 97). Segundo Kotler e Armstrong (1999), o composto de marketing é o conjunto de táticas da empresa para criar um forte posicionamento nos mercados-alvo (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 98). Composto de marketing é o conjunto de ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos no mercado-alvo. [...] O mix de marketing pode ser definido como um conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa utiliza 16 para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo (KOTLER e ARMSTRONG, 2003, p. 9). Em resumo, o mix de marketing (4 P`s) representa a visão que a organização tem das ferramentas de marketing disponíveis para se posicionar frente a seus clientes. Empresas de sucesso são aquelas que conseguem moldar seu mix de marketing de forma a aumentar a sua proposição de valor em relação a seus concorrentes. A seguir, então, apresenta-se uma descrição detalhada do composto promocional.1 2.2.1 Produto O produto se constitui no principal elemento do composto mercadológico. A partir do produto é possível determinar o preço, a distribuição e a promoção. Desta forma, a partir do estudo deste elemento do composto, podemos desenvolver ações também para os demais (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 99). De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 107), a qualidade é uma das mais importantes ferramentas de posicionamento que o profissional de marketing dispõe. Portanto, ao desenvolver um produto, é necessário definir o nível de qualidade que dará apoio à posição no mercado-alvo. Nestecaso, a qualidade é definida como a capacidade que o produto tem de desempenhar suas funções. O conceito de produto assume que os consumidores favorecerão aqueles produtos que oferecem mais qualidade, desempenho ou características inovadoras (KOTLER, 1998, p. 35). Um produto são conjuntos de atributos tangíveis e intangíveis, os quais podem incluir embalagem, rótulo, marca, cor, preço e qualidade. Um produto pode ser uma mercadoria, um serviço, um lugar ou uma pessoa. 1 Composto de marketing é o conjunto de variáveis controláveis que a empresa pode utilizar para influenciar as respostas dos consumidores (KOTLER, 1996, p. 90). 17 As embalagens devem realizar inúmeras tarefas de vendas, desde atrair a atenção até descrever o produto para efetuar a venda. Isto está levando as empresas a começar entender o poder de uma boa embalagem na criação do reconhecimento imediato da empresa ou da marca por parte do consumidor (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 114). Os rótulos podem ser desde simples etiquetas presas aos produtos até projetos gráficos complexos que fazem parte da embalagem. O rótulo identifica o produto ou a marca e também informa várias coisas sobre o produto, tais como: quem o fabricou, onde foi produzido, seu conteúdo, como deve ser consumido e utilizado com segurança. Finalmente, pode-se promover o produto por meio de desenhos atraentes (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 115). Uma marca, segundo Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 107), é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho – ou uma combinação de elementos – que identifica o fabricante ou vendedor de um produto ou serviço. Uma estratégia importante está relacionada com a marca. Neste caso, é fundamental que os profissionais de marketing tenham capacidade de criar, manter, proteger e melhorar as marcas de seus produtos e serviços (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 89). O serviço de apoio e assistência aos produtos podem ser utilizados pela empresa como uma estratégia de diferenciação, como o uso da internet para oferecer serviços de apoio e assistência que anteriormente não eram possíveis (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 96). Atualmente um número crescente de varejistas e atacadistas criaram suas marcas próprias, oferecendo suas próprias marcas de produtos alimentícios e bebidas. Conforme Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 110), estabelecer marcas próprias pode ser difícil e o custo de manutenção de estoque e de promoção é alto. No entanto, elas rendem margens de lucro mais altas para os revendedores e lhes dão produtos exclusivos, que não podem ser comprados dos concorrentes. 18 Os varejistas cobram um preço menor por suas marcas de varejo do que pelas marcas de fabricantes para mercadorias semelhantes, apelando assim aos compradores preocupados com seus orçamentos, especialmente em épocas economicamente difíceis. 2.2.2 Preço O preço é o único elemento do mix de marketing que produz receita, também é um dos elementos mais flexíveis, pois pode ser alterado com rapidez e também informa ao mercado o posicionamento de valor pretendido pela empresa para seu produto ou marca (KOTLER e KELLER, 2006, p. 428). Conforme Kotler e Keller (2006, p. 428) as decisões sobre o estabelecimento de preço devem ser coerentes com a estratégia de marketing da empresa, seus mercados- alvo e o posicionamento de suas marcas. Tradicionalmente, o preço funciona como o principal determinante na escolha dos compradores. Embora outros fatores tenham se tornado importantes nas últimas décadas, o preço permanece como um dos elementos fundamentais na determinação da participação de mercado e da lucratividade das empresas (KOTLER e KELLER, 2006, p. 429). O preço pode não ser um fator determinante na decisão de um consumidor, mas é no mínimo um fator qualificador. Portanto preço é simplesmente a quantidade de dinheiro ou outros itens com utilidade necessária para se adquirir um produto. A utilidade se refere ao tributo que tem o potencial de satisfazer desejos. O fator preço na mente do consumidor é um elemento variável. A maioria dos consumidores é bastante sensível ao preço, mas também relaciona outros fatores, como a imagem da marca, a qualidade e o valor (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 120). Preços são variáveis controláveis decisivas para o marketing de serviços. A razão disso é que preços são determinados para cobrir custos operacionais e também proporcionar lucro, além de afetar as expectativas do cliente. Quando um produto tem preço alto, cria uma expectativa de muita qualidade, e os clientes são exigentes. Por outro lado preço baixo pode deixar o cliente desconfiado de que os produtos não têm boa qualidade. Os administradores devem considerar essas diferenças e incorporá-las em suas estratégias 19 gerais, pois uma variável de preço mal determinada pode afetar todo esforço feito na decisão das demais variáveis (LAS CASAS, 2002, p. 104). De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 125), a estratégia de marketing de qualquer empresa associa-se sempre ao preço. Um produto de baixa qualidade, baixo esforço promocional, deve ter sempre preço baixo. Um produto de alta qualidade, diferenciado, com um alto esforço promocional, justifica um preço alto. Uma estratégia importante é a fixação de preços por penetração no mercado. Em vez de apresentar um preço inicial alto para explorar gradativamente segmentos de mercados pequenos, mas lucrativos, algumas empresas adotam a fixação de preços por penetração de mercado – apresentando um preço inicial baixo para penetrar no mercado profunda e rapidamente, atraindo grande número de compradores e conquistando expressivas participações. Desta forma, o grande volume de vendas resulta na redução dos custos unitários, permitindo que a empresa reduza ainda mais os preços. (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 109). A seguir estratégias de fixação de preços, que podem ser definidas por diversas estratégias possíveis de posicionamento. . (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 126 e 127). - Estratégias de penetração: Com um produto de alta qualidade, visa-se obter uma prática rápida de penetração de mercado, praticando-se um preço médio, isto é, um pouco abaixo do normal. - Estratégias de preço alto: Para uma qualidade média, um preço alto pode significar uma tentativa de valorização do produto e rápida lucratividade. - Estratégias de preços baixos: produtos de baixa qualidade correspondem a uma estratégia de preços baixos, para vender quantidade. 2.2.3 Praça De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 112), o uso de intermediários justifica-se por sua maior eficiência na disponibilização de produtos para os respectivos mercados-alvo. Através de seus contatos, experiência, especialização e 20 escala de operação, os intermediários normalmente oferecem à empresa mais do que ela poderia conseguir sozinha. Conforme Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 115), o canal ou via de distribuição é composto de um número de organizações ou de indivíduos que se encarregam de levar o produto ou serviço ao local onde o comprador potencial se encontra, em tempo e momento convenientes a esses compradores e em condições de transferir posse. Para Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 123), os objetivos de canal da empresa também são influenciados por vários fatores. Principalmente pela natureza dos seus produtos, por suas políticas, pelos intermediários de marketing, pelos concorrentes e pelo ambiente. Também, as características do produto afetam bastante o projeto de canal. Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 124), afirmam que as características dos intermediários também influenciam o projeto de canal. A empresa deve achar intermediáriosque estejam dispostos e que tenham condições de desempenhar as tarefas necessárias. Em geral, intermediários são diferentes em suas habilidades para lidar com promoção, contato com cliente, armazenamento e crédito. Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 115), afirmam que neste ambiente empresarial a escolha dos canais de distribuição é uma estratégia de marketing, pois a decisão pode ser feita em conjunto com os outros elementos compostos de marketing ao levar em conta o produto ou o serviço, sua natureza, suas características e respectiva promoção de vendas e o preço. Para Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 116), uma decisão básica no gerenciamento do sistema de distribuição é usar canais diretos ou indiretos para distribuir produtos. Em um canal direto o fabricante lida com o consumidor, enquanto no indireto intermediários independentes são usados para chegar ao consumidor. Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 123), confirmam que decidir os melhores canais pode não ser um problema: o problema pode ser simplesmente a tarefa de convencer um ou alguns bons intermediários a lidar com a linha da empresa. 21 Conforme Zamberlam, et.al. (2010, p. 18), as decisões sobre o ponto de venda, sua localização, atmosfera global, apresentação externa e interna, layout, escolha do mix de mercadorias e sua exposição, devem visar não só a construir a imagem e conquistar as preferências do público-alvo da loja, mas também a estimular uma maior produtividade do Ponto de Venda. Zamberlam, et.al. (2010, p. 21), os consumidores avaliam o ponto de venda (PDV) e os produtos de forma quase conjunta. Eles tendem a atribuir mais valor aos produtos que estejam em pontos de venda que valorizam mais. Para uma maior fidelização dos clientes ao ponto de venda, é fundamental que eles se sintam bem dentro da loja. Todos somos consumidores e podemos perceber por nós mesmos que, num ambiente agradável e com muita comodidade, nos sentimos mais a vontade, confortáveis e com mais prazer no ato de comprar e consumir. Um aspecto importante é que, algumas pessoas são mais detalhistas e observadoras que as outras. Lembramos isso, pois um gestor que não atenta muito aos detalhes do seu PDV pode estar equivocado ao supor que seus clientes tenham o mesmo comportamento. Zamberlam, et.al. (2010, p. 24), diante disso, os estudos também revelam que as pessoas se utilizam de um conjunto de características e atributos ao optar por um determinado estabelecimento para efetuar compras. Os consumidores levam em consideração aspectos que envolvem o layout e atmosfera do ponto de venda, a equipe que entra em contato com os clientes, a organização e a limpeza do local, as facilidades que a empresa oferece e até mesmo elementos que afetam as percepções sensoriais dos indivíduos como aromas, a iluminação e a musica presente no ambiente. Para Underhill (1999), o conforto da loja também é um aspecto importante. Os varejistas precisam adaptar o ambiente às necessidades de seus clientes, mas também de quem os acompanha, que, aliás, podem ser decisivos para a permanência de um comprador no ponto de venda. Por exemplo, os maridos e os filhos devem poder esperar confortavelmente para que não pressionem a cliente para sair da loja (apud, ZAMBERLAM, et.al., 2010, p. 26). 22 2.2.4 Promoção De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 129), esta área tem como objetivos: fixar o produto na mente do consumidor; criar uma mensagem única, consistente, compreensível sobre o produto, construir uma imagem da marca na mente do consumidor e oferecer informações e incentivos para o consumidor adquirir o produto ou serviço da empresa. Para Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 154), as decisões de promoção concentram-se no que deve ser comunicado, para quem, por meio de que métodos e mídia e a que custo. A promoção é necessária para informar, persuadir e lembrar os consumidores de que um produto existe e que eles podem se beneficiar com a compra desse produto. Portanto estratégia de mensagem é uma tarefa que precisa ser bem planejada, pois em virtude da intensa segmentação de mercado, as estratégias de marketing bem focadas têm valorizado a função do planejamento de mídia. O planejamento deve definir a mensagem que será produzida e a seleção da mídia. A estratégia deve resultar numa proposição de valor que contém a definição do público-alvo, dos benefícios a serem oferecidos, a justificativa para o benefício e o tom da mensagem, como humor, descontração, seriedade, entre outros. (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 133). A estratégia de promoção é composta por cinco formas promocionais: Propaganda, promoção de vendas, publicidade, relações publicas e venda pessoal. Conforme Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 131) o objetivo da propaganda é uma tarefa específica de comunicação a ser realizada para um público-alvo específico durante um determinado período. Os objetivos da propaganda podem ser classificados por propósitos básicos como informar, persuadir ou lembrar. Promoções de venda devem servir para relacionamentos duradouros com os consumidores. Geralmente os profissionais de marketing evitam promoções ligeiras e exclusivamente de preço, em favor de promoções planejadas para construir patrimônio de marca (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 141). 23 A publicidade é a divulgação de informações sobre as atividades da empresa e seus produtos por intermédio da imprensa, para o público-alvo, sem custo adicional (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 142). As relações públicas são outra importante ferramenta de promoção, englobam o conjunto de atividades de comunicação com outros públicos direta ou indiretamente interessados nas atividades da empresa. Esse público pode ser definido como stakeholders2. Em geral são parte interessada ou interveniente. Referente a todos os envolvidos num processo. Por exemplo, clientes, colaboradores, investidores, fornecedores, comunidade, etc (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 168). Conforme Kotler e Armstrong (2003), a venda pessoal envolve comunicação pessoal, de mão dupla, entre vendedor e clientes individuais – seja cara a cara, por telefone, por videoconferência ou por quaisquer outros meios (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 144). Contudo para Etzel, Walker e Stanton (1997), a promoção, sob qualquer forma, tem como objetivo exercer influência. Mais especificamente, a promoção é o elemento, no mix de marketing de uma empresa, que serve para informar, persuadir e lembrar o mercado que uma organização vende um produto, tendo em vista influenciar os sentimentos, crenças ou comportamento do público (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 154). 2.3 Planejamento estratégico Dizem que o planejamento estratégico não é uma ciência que mostra o certo e o errado em relação ao futuro e, sim, uma ferramenta que fornece à organização uma visão do futuro, aumentando a probabilidade de a empresa aproveitar as oportunidades e explorar suas potencialidades. O planejamento estratégico é uma visão específica do futuro, através da qual a empresa analisa o setor de atuação, o mercado, os concorrentes, os produtos e serviços, os valores a serem oferecidos ao cliente, as vantagens a longo prazo, a lucratividade, entre outros aspectos. 2 Stakeholders engloba todas as pessoas, instituições ou empresas que, de alguma maneira, são influenciadas pelas ações de uma organização. Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 169). 24 O planejamento estimula a administração a pensar adiante de forma sistemática, força a empresa a aguçar seus objetivos e políticas, leva a uma melhor coordenação de esforços e fornece padrões mais claros de desempenho. Esses planos ajudam a empresa a prever as mudanças ambientais,a reagir rapidamente a elas e preparar-se melhor para alterações drásticas de cenário (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 33). O planejamento estratégico possui o objetivo de delinear as formas para que os objetivos desejados sejam alcançados, sendo um processo gerencial de desenvolvimento que busca a satisfação das necessidades dos consumidores e a sobrevivência da organização. Geralmente, o planejamento estratégico é elaborado pela alta direção da empresa, que é estimulada a pensar nos benefícios, nos objetivos e nas estratégias a serem adotadas, levando em consideração as mudanças e oportunidades do mercado. (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 33). Planejamento estratégico é orientar e reorientar os negócios e produtos da empresa de modo a gerar lucros e crescimento satisfatórios (KOTLER, 1995, p. 63). O planejamento estratégico exige ações em três áreas-chave. A primeira é gerenciar os negócios da empresa como uma carteira de investimentos. A segunda envolve a avaliação dos pontos fortes de cada negócio, considerando a taxa de crescimento do mercado e a posição competitiva da empresa nesse mercado. A terceira é estabelecer uma estratégia. A empresa deve desenvolver um plano de ação para cada um de seus negócios, a fim de atingir seus objetivos de longo prazo (KOTLER e KELLER, 2006, p. 40). Planejamento estratégico consiste na escolha dos objetivos maiores da empresa, das estratégias a serem adotadas para se alcançar esses objetivos e na definição de fontes de recursos (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 35). Portanto o planejamento estratégico apresenta-se como uma ferramenta administrativa que auxilia a operacionalização da estratégia. O processo de planejamento estratégico proporciona reflexão, análise e melhor interação da empresa com seu ambiente interno e externo, o que auxilia o empresário no direcionamento dos recursos e nas ações da empresa visando atingir seus objetivos. O planejamento estratégico procura responder questões básicas, como: Por que a organização existe? O que e como ela faz? Aonde ela quer chegar? 25 Destes resulta um plano estratégico, ou seja, conjunto flexível de informações consolidadas, que serve de referência e guia para ação organizacional. Pode ser considerado como uma bússola para membros de uma determinada organização. Contudo, Las Casas (2001, p. 15), apresenta três níveis fundamentais de planejamento: - Planejamento Estratégico: refere-se ao planejamento da empresa como um todo. Inclui o planejamento de vários departamentos de uma empresa, ou seja, envolve toda a empresa. - Planejamento Tático: refere-se ao planejamento de todos os departamentos específicos, corresponde a cada função da empresa. - Planejamento Operacional: São planejamentos que representam atividades detalhadas dos níveis táticos de uma empresa. Corresponde ao plano detalhados de cada divisão. 2.4 Planejamento Estratégico de marketing Planejamento Estratégico de Marketing, segundo Sparemberger e Zamberlan, (2008, p. 33), demanda que a organização reconheça os desafios que enfrenta e o efeito que causam sobre o potencial de sucesso futuro. A empresa deve aprender a se concentrar nas necessidades dos clientes o tempo todo e explorar todos os caminhos que possam lhe proporcionar uma vantagem competitiva diferencial sobre seus concorrentes. Esse planejamento assume a forma de um plano de marketing integrado de funções e recursos disponíveis. Conforme Sparemberger e Zamberlan, (2008, p. 33), o planejamento de marketing deve levar em conta o conceito de marketing integrado, onde todos os setores da empresa devem trabalhar mutuamente para satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores e, em conseqüência, da empresa e da sociedade. 26 “É o processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças de oportunidades de mercado.” (KOTLER, 1995, p.63). Planejamento Estratégico de marketing passa a ser ferramenta fundamental na gestão empresarial, pois transforma as atividades da empresa em estratégias claras, servindo, ainda, para o alinhamento da visão dos gestores e direcionamento de recursos, sendo uma excelente forma de conquistar clientes e mercados (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 31) Por fim, entendemos que o planejamento estratégico de marketing, entre as diversas metodologias existentes para o estudo e análise do ambiente e das empresas ainda é uma das melhores abordagens para se analisar o mercado, a empresa, estabelecer objetivos consistentes, estratégias competitivas bem formuladas e programar ações relacionadas ao composto mercadológico. Tudo feito para obter diferenciação frente a concorrência e garantir um lugar de destaque num mundo de negócios cada vez mais competitivo (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 8). A seguir será apresentado as etapas de um plano de marketing. 2.4.1 Etapas para um plano de marketing Plano de Marketing é um documento escrito que resume o que o profissional de marketing sabe sobre o mercado e que indica como a empresa planeja alcançar seus objetivos. Contém diretrizes táticas para os programas de marketing e para a alocação de fundos ao longo do período de planejamento. O plano de marketing é um dos produtos mais importantes do processo de planejamento de marketing (KOTLER e KELLER, 2006, p. 58). O plano de marketing estabelece os objetivos de marketing da companhia e sugere estratégias para alcançar tais objetivos. O plano de marketing estimula a realização de diversas ações pela empresa: estimula a otimização dos recursos da empresa; estabelece responsabilidades e planeja 27 tarefas, coordena e unifica esforços; facilita o controle e a avaliação de resultados e todas as atividades; cria consciência de que existem obstáculos a serem superados; identifica oportunidades de mercado, constituindo-se numa fonte de informação e num parâmetro de desempenho de marketing e facilita o avanço progressivo em direção as metas da empresa (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p 35). Conforme Kotler e Keller (2006, p. 41) Plano de Marketing é o instrumento central para direcionar e coordenar o esforço de marketing. 2.4.1.1 Sumário executivo O Sumário Executivo é o resumo do seu Plano de Marketing. Nele devem constar as características principais do seu negócio, incluindo situação presente, objetivos e estratégias a alcançar, principais definições do projeto e esforços necessários. De acordo com Kotler e Keller (2006, p. 59) o plano de marketing deve ser iniciado com um breve resumo das principais metas e recomendações. Para Kotler e Keller (2006, p. 59) o resumo executivo permite que a alta administração compreenda o direcionamento geral do plano. 2.4.1.2 Negócio A definição de negócio de uma empresa visa determinar seu âmbito de atuação. A definição independe da natureza, do porte e de outros aspectos da organização e permite o seu posicionamento. Quando a empresa posiciona seu negócio de maneira restrita, a organização tende a negligenciar seu consumidor, concentrando-se em seu produto. Por outro lado, quando a empresa adota a postura ampla do negocio, o produto passa a ser um dos meios de satisfazer os desejos e necessidades de seus consumidores e usuários e o leque de opções aumenta significativamente. 28 Para realizar um planejamento estratégico completo, precisamos definir qual é o negócio, ou quais são os negócios da organização. Essa providência sempre requer algum esforço, pois há muitos fatores internos, tais como o processo tecnológico empregado ou os modelos dos equipamentos utilizados, que podem interferir na definição (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 41). A definição do negócio é sempre uma escolha entre alternativas,tanto no que diz respeito às realidades do meio como da organização. A definição de negócio não pode funcionar como um limitador de operações, mas sim como um catalisador dos esforços da organização para manter-se em movimento, atendendo aos clientes atuais e preparando-se para atender os clientes futuros, sempre considerando as ações da concorrência, do governo, da comunidade e dos fornecedores (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 41,42). Negócio precisa ser visto como um processo de satisfação do cliente, e não como um processo de produção de mercadorias. Os produtos são transitórios, mas as necessidades básicas e os grupos de clientes são eternos (KOTLER e KELLER, 2006, p. 45). 2.4.1.3 Missão A missão deve definir o seu negócio, ou seja, explicitar que necessidades devem ser supridas, em que mercado, com quais produtos e com que tecnologia, de forma a refletir valores, crenças, desejos e aspirações dos responsáveis pela direção da organização, bem como de seus públicos reivindicantes (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 41). A declaração da missão é uma definição do propósito da organização – o que ela deseja atingir em um ambiente maior. A definição clara da missão age como uma mão invisível guiando as pessoas dentro da organização a fim de que elas possam trabalhar no sentido de atingir os objetivos totais da organização, de forma independente mas ao mesmo tempo coletivo (KOTLER e ARMSTRONG, 1999, p. 24) 29 De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 43), a definição da missão serve de critério geral para orientar a tomada de decisão, definir objetivos e ajudar nas escolhas das decisões estratégicas. Segundo Oliveira (1991, p. 372) Missão é a determinação do motivo central do planejamento estratégico, ou seja, a determinação de “onde a organização quer ir”. Corresponde a um horizonte dentro do qual a organização atua ou poderá atuar A definição e formalização da Missão organizacional auxiliam na concentração de esforços para um ponto em comum, na inibição do conflito de propósitos, na alocação de recursos, na definição de cargos, na definição de responsabilidades e tarefas e na definição de objetivos organizacionais (TAVARES, 1991, p. 88). Segundo Almeida (2003, p. 4), o conceito de Missão está ligado à razão de ser, que pode ser de uma organização, unidade, ou de um profissional. Sendo que uma unidade deve estar em sintonia com a Missão da organização da qual faz parte, assim como a atuação do profissional. Conforme Kotler e Keller (2006, p. 43) para definir sua missão, a empresa deve responder a perguntas fundamentais de Peter Drucker. Qual é o nosso negócio? Quem é o cliente? O que tem valor para o cliente? Qual será nosso negócio? Como deveria ser nosso negócio? Essas perguntas aparentemente simples estão entre as mais difíceis a que a empresa terá de responder. 2.4.1.4 Visão Uma visão é capaz de expressar finalidade, ação e sensibilidade. Ela deve ser expressa de maneira clara, conquistando a imaginação das pessoas e inspirando todos em direção a uma finalidade comum De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 43), a declaração de visão deve ser redigida de forma ampla, para canalizar positivamente todos os anseios coletivos da organização em direção aquele objetivo que é quase impossível de se alcançar: a organização dos nossos sonhos. 30 Visão é uma imagem compartilhada daquilo que se deseja que a empresa seja ou venha a ser, tipicamente expressa em termos do sucesso aos olhos de seus clientes ou outros cuja aprovação possa afetar seu destino. É uma determinação assumida pelos líderes que fornece um ponto que se deseja atingir para uma orientação futura (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 45). Uma visão eficaz precisa ser simples e comovente, mas concreta. Ela precisa ser suficientemente positiva para que as pessoas considerem-na digna de seu tempo e sua energia. Uma boa visão dá suporte a boas comunicações entre as pessoas que estão participando do esforço (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 45). 2.4.1.5 Valores Qualquer instituição, para sobreviver e perenizar-se, deve ter um sólido conjunto de valores sobre os quais fundamente todos os seus planos e ações. Os valores servem de base para o processo decisório e para o comportamento da instituição no cumprimento de sua missão (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 47). Valores podem ajudar uma instituição a manter seu sentido de singularidade ao declarar o que é e o que não é importante. Também oferece eficiência em planejamento e coordenação entre pessoas que compartilham uma mesma cultura (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 47). As políticas devem enfatizar o negócio da empresa, orientar as pessoas no quadro da organização para o sentido fundamental de seus esforços e estabelecer parâmetros para a tomada de decisões. A definição de políticas deve expressar a vontade da organização de ter normas ou enunciados que orientem seu processo decisório. As políticas devem cobrir áreas essenciais da organização, contemplando tanto as relações externas como aquelas mantidas com seu público interno (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 49). Segundo Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 48) políticas são as formas pelas quais as organizações se relacionam com seus stakeholders, ditando seus escopos de atuação competitiva. A definição de políticas e sua formalização parametrizam os limites da ação individual e servem de referência para decisões. 31 2.4.1.6 Análise do ambiente de marketing Para implantar um plano de marketing primeiramente deve ser feita uma análise ambiental. Importando os conceitos e ferramentas do Planejamento Estratégico, esta fase tem como objetivo conhecer o ambiente onde se encontra a organização, mapeando as ameaças e oportunidades que podem ser vislumbradas no mercado e os pontos fortes e fracos da empresa diante das realidades detectadas. Conforme Zamberlan, et.al. (2009, p. 37) ambiente de marketing é dividido em dois ambientes: o macroambiente e o microambiente. - O macroambiente é também chamado de ambiente geral, que é comum a todas as organizações, composto por forças sociais maiores que afetam todo o microambiente. - O microambiente é também chamado de ambiente de tarefa ou de ambiente específico que é próprio de cada organização. A seguir, uma explicação mais detalhada do macroambiente e microambiente respectivamente: a) Macroambiente Segundo Moraes (2000, p. 25), o ambiente geral ou macroambiente é constituído por um conjunto amplo, complexo e difuso de fatores que influenciam as organizações. Não é algo concreto, com que a organização possa interagir diretamente, mas influencia nas suas decisões e estratégias adotadas. Conforme Zamberlan, et.al. (2009, p. 38) o macroambiente é composto das seguintes variáveis ou forças: AMBIENTE DEMOGRÁFICO: Esta variável diz respeito às características de determinada população, tais como: crescimento populacional, raça, religião, distribuição geográfica, distribuição por sexo, idade, etc. 32 AMBIENTE ECONÔMICO: Esta variável depende do contexto econômico geral, podendo determinar, muitas vezes, o volume de operações das organizações, o nível de preços e de lucratividade, a facilidade ou dificuldade na obtenção de recursos básicos, os mecanismos de oferta e procura do mercado em geral, entre outros elementos. AMBIENTE NATURAL: Os profissionais de marketing precisam estar muito conscientes das ameaças e oportunidades associadas a quatro tendências do ambiente natural: escassez de matérias-primas, custo crescente da energia, níveis crescentes de poluição e mudança do papel dos governos em relação a proteção ambiental. AMBIENTE TECNOLÓGICO: Constitui-se um dos aspectos ambientais mais críticos em virtudeda grande influência e do forte impacto que a tecnologia exerce sobre as organizações. Nessas bases, tecnologia deve ser entendida como um todo conhecimento empregado pela empresa na realização das tarefas organizacionais. As novas tecnologias que proporcionam valor superior na satisfação das necessidades estimulam os investimentos e a atividade econômica, gerando importantes conseqüências a longo prazo, nem sempre previsíveis. AMBIENTE POLÍTICO E LEGAL: Esse ambiente é composto por leis, órgãos governamentais e grupos de pressão que influenciam e limitam várias organizações e indivíduos em sociedade. Envolvem decisões tomadas pelo governo (federal, estadual, municipal ou estrangeiro) e leis e normas que regulam, controlam, incentivam ou restringem determinado comportamento organizacional. AMBIENTE SOCIOCULTURAL: A sociedade em que as pessoas se desenvolvem molda suas crenças, valores e normas, fazendo com que elas absorvam uma visão de mundo que define seu relacionamento consigo mesmas, com outros e com o universo. Refletem valores, pressupostos básicos e hábitos que prevalecem em uma determinada sociedade e são levados para as organizações pelas pessoas. 33 b) Microambiente Para Zamberlan, et.al. (2009, p. 40) o microambiente é o ambiente externo de cada empresa. Nele se situam outras organizações, instituições, grupos e indivíduos com que a empresa entra em interação direta para operar. O microambiente é o ambiente de ação direta, no qual as atividades organizacionais ocorrem diariamente. As principais variáveis ou forças que compõem o microambiente são: A EMPRESA: Para desenvolver os planos de marketing é necessário considerar outros grupos da empresa, tais como a alta administração, os departamentos de finanças, compras, produção, contabilidade, entre outros. FORNECEDORES: Suprem a necessidade de recursos produtivos (capital, recursos naturais, mão-de-obra), matéria-prima e/ou serviços da organização. Toda organização depende dos fornecedores de recursos produtivos, matérias-primas e serviços e tenta aproveitar-se da competição entre fornecedores para obter preços menores, trabalho de melhor qualidade e menor prazo de entrega. CLIENTES: Constituem o mercado consumidor da organização. Eles trocam recursos, geralmente sob a forma de capital financeiro, pelos produtos e/ou serviços de uma organização. Um cliente pode ser uma instituição ou, ainda, um indivíduo. CONCORRENTES: Disputam tanto o mercado consumidor quanto o mercado fornecedor de recursos. Para aumentar a sua participação no mercado uma organização deve aproveitar uma dessas duas oportunidades: conseguir mais clientes, ampliando sua participação no mercado, ou vencer seus competidores, penetrando e explorando novos mercados. 34 2.4.1.7 Análise do consumidor e do concorrente a) Consumidor Para os consumidores, mais importante do que adquirir produtos ou serviços é obter os benefícios que estes podem proporcionar (KOTLER e ARMSTRONG, 1998, p. 5). Um consumidor não é uma interrupção de nosso trabalho, é nosso propósito. Não estamos fazendo favor em atendê-lo, ele está fazendo um favor dando-nos oportunidade em servi-lo (KOTLER, 1998, p.40) Segundo Kotler e Armstrong (1998, p. 30), os consumidores correspondem a um conjunto de clientes que respondem de maneira semelhante a um dado grupo de estímulos de marketing. Alguns consumidores têm necessidades que nem eles estão plenamente conscientes de sua existência ou podem expressa-las (KOTLER, 1998, p.38) O pensamento orientado para o consumidor exige que a empresa defina as necessidades do mesmo a partir do seu ponto de vista (consumidor) (KOTLER, 1998, p.38). Para Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 81), um cliente é a pessoa mais importante da empresa. O cliente não depende de nós, nós é que dependemos dele. O cliente não interrompe nosso trabalho, ele é o produto do nosso trabalho. O cliente é uma pessoa que nos procura com seus desejos – é nosso dever satisfazer esses desejos de forma lucrativa para ele e para nós mesmos. Conforme Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 83), infelizmente, a maior parte da teoria e prática de marketing concentra-se na arte de atrair novos clientes, em vez da retenção dos existentes. A chave da retenção de clientes é a satisfação destes. Um cliente altamente satisfeito permanece fiel por mais tempo, compra lançamentos, oferece novas idéias a empresa, entre outros benefícios. 35 b) Concorrente A análise da concorrência identifica os concorrentes atuais e potenciais. Um estudo detalhado da concorrência pode proporcionar oportunidades para a empresa, pois esta pode oferecer produtos e serviços ainda não ofertados pelos concorrentes. Também possibilita desenvolver estratégias visando a superar a concorrência (ZAMBERLAN, ET.AL., 2009, p. 59) De acordo com Kotler e Keller (2006, p. 340), concorrentes são empresas que atendem às mesmas necessidades dos clientes. Las Casas (2001, p. 33), afirma que a concorrência é um importante fator a considerar. Além da concorrência de produtos, existe a concorrência a nível de empresas. A abertura de muitos concorrentes pode determinar a retirada de algum varejista menos preparado em determinada área de atuação. Com a abertura do mercado brasileiro, muitas empresas encontram, subitamente, diversos concorrentes de diversas regiões, vendendo produto com qualidade superior e preços reduzidos. Isso exigiu uma reação imediata. Muitas aperfeiçoaram seus métodos de produção, onde outras reduziram preços e ainda houve que preferisse importar a produzir. Portanto quanto maior é o conhecimento dos concorrentes, maiores são as chances de sucesso, este fator não cabe somente às empresas, em qualquer lugar onde haja concorrentes deve-se analisar e conhecê-los profundamente, pois desta forma suas ações terão um efeito muito melhor e poderão atingir públicos que os demais não enxergam ou não desejam. 2.4.1.8 Análise do ambiente interno e externo da empresa Conforme Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 54), a análise do ambiente externo e interno da organização deve ser orientada a partir da definição de seu negocio 36 e missão. Essa análise permite o seu posicionamento face as oportunidades e ameaças ambientais. Pode mostrar também a inadequação de seu negócio ou missão, da maneira em que estão. E a análise do ambiente interno consiste num confronto das qualidades e limitações de uma empresa em relação às outras do seu setor. O ambiente externo deve ser analisado através de informações ambientais, ou seja, variáveis incontroláveis, como situação econômica, política, social, legal, concorrencial, clientela, etc. a) Análise interna: pontos fortes e fracos da empresa Ainda conforme Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 54), a maioria das empresas não é possível colocar no microscópio todos os atuais concorrentes e realizar uma análise em profundidade dos seus pontos competitivos fortes e fracos, contudo, concorrentes particulares são sempre dignos dessa atenção, ou porque eles estão atacando com um novo produto, ou porque a nossa empresa decidiu, em um plano anterior, atacá-los. Geralmente, o isolamento dos agressores ou alvos exige uma análise preliminar que identifique de quais rivais sua empresa esta ganhando negócios e para quais você esta perdendo. Não é necessário corrigir todos os pontos fracos e destacar os pontos fortes. A questão é se o negócio deve ficar limitado a essas oportunidades que possui as forças ou se devem buscar forças apara explorar novas oportunidades. A análise interna de uma empresa tem por finalidade pôr em evidência as suas deficiências e qualidades. Os pontos fortes e fracos da empresa deverão ser determinados diante daatual posição produto-mercado. Assim, os primeiros correspondem aos recursos e capacidades da empresa, que podem ser combinados para gerar vantagens competitivas com relação a seus competidores (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 57). 37 Toda organização tem seus pontos fortes, sobre os quais apóia sua força motriz, e a partir deles poderá produzir ou distribuir novos produtos nos mercados já existentes e em outros que surgirem. Muitas vezes a força motriz da organização é a imagem de sua marca, por exemplo (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 57). b) Análise externa: Oportunidades e ameaças Uma oportunidade existe quando uma empresa pode lucrar ao atender às necessidades dos consumidores de um determinado segmento (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 55). Uma ameaça é um desafio imposto por uma tendência desfavorável, podendo levar a empresa à deterioração das vendas ou dos lucros (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 56). Las Casas (2002, p. 58) enfatiza que a ameaça é “uma situação desfavorável no mercado. Uma situação da empresa que não pode ser corrigida na atual estrutura, por exemplo, é uma ameaça”. Portanto a empresa deve aproveitar as oportunidades que surgem e precaver-se das ameaças, buscando soluções alternativas para os problemas que eventualmente encontrar. Há uma oportunidade de marketing quando a empresa pode lucrar ao atender as necessidades dos consumidores de um determinado segmento de mercado. Alguns acontecimentos no ambiente externo representam ameaças. Numa conceituação destacada por Kotler (2000, p. 99) “uma ameaça ambiental é um desafio imposto por uma tendência ou desenvolvimento desfavorável que levaria, na ausência de uma ação de marketing defensiva, a deterioração das vendas ou dos lucros”. 38 2.4.1.9 Objetivos A definição de objetivos é um passo importante do planejamento estratégico de marketing. Os objetivos podem ser conceituados como o estado, situação ou resultado futuro que o executivo pretende atingir (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 57). O termo objetivo relaciona-se a tudo que se implica a obtenção de um fim ou resultado final (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 57). Segundo Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 50), o cumprimento eficaz de uma missão depende de como a organização formula seus objetivos. Os objetivos devem decompor a missão em atividades que a organização pretende desenvolver para atender as demandas do ambiente. Para Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 50), os objetivos desempenham uma série de funções, abrangendo tanto a perspectiva organizacional quanto dos indivíduos que nele trabalham. Apresentam as seguintes funções: orientam a ação; definem o ritmo dos negócios; motivam as pessoas e facilitam a avaliação do desempenho. Para concluir, Las Casas (2001, p. 275) destaca que “o estabelecimento de objetivos é um passo muito importante, pois eles determinam a linha de atuação de vários setores da empresa. Para coerência das atividades, os objetivos a serem estabelecidos em um departamento funcional específico deve originar-se destes objetivos mais gerais estipulados pela alta administração”. 2.4.1.10 Segmentação Conforme Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 83), a segmentação de mercado é um esforço para aumentar a precisão do marketing da empresa. Consiste em um grande grupo que é identificado a partir de suas preferências, poder de compra, localização geográfica, atitudes de compra e hábitos de compra similares. 39 A segmentação de mercado é o reconhecimento básico de que cada mercado é composto de segmentos distintos, consistindo em compradores com diferentes necessidades, estilo de compra e resposta a variações na oferta (KOTLER, 1996. p. 88) Ainda afirma Kotler (1998, p. 225), segmentação de mercado é a “ação de identificar e classificar grupos distintos de compradores que podem exigir produtos e/ou composto de marketing separados”. O mercado é constituído de compradores, e esses compradores são individualizados em gostos e preferências. Identificar compradores com comportamentos de compra homogêneos é o grande desafio da segmentação de mercado (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 84). Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 83), apresentam o segmento de mercado como um princípio conveniente para fins de planejamento de marketing, mas sua importância para os profissionais de marketing não deve ser exagerada. A segmentação de mercado pode ser artificial, mas é parte essencial de uma análise de mercado de consumidor e produtos industriais. 2.4.1.11 Posicionamento De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 90), posição é o lugar que o produto ocupa na cabeça dos consumidores com relação aos produtos concorrentes. Posicionamento é a arte de configurar a imagem da empresa e o valor oferecido do produto em cada segmento de mercado, de forma que os clientes possam atender a apreciar o que a empresa proporciona em relação a concorrência (Cobra, 1992, p. 323). Conforme Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 91), o posicionamento estratégico consiste em selecionar as vantagens competitivas que deverão ser alcançadas para construir uma posição, uma proposta única de valor a ser comunicada ao mercado- alvo, para obter sua preferência, ou melhor, sua fidelidade. O posicionamento adequado é decisivo na determinação do mix de marketing a ser adotado. Posicionamento é o produto na mente do consumidor, pois quando bem posicionado pode proporcionar vantagens competitivas, criando barreira ou retardando a 40 entrada da concorrência. Atualmente a estratégia de posicionamento é uma das principais preocupações do administrador, pois configura a imagem da empresa e o valor oferecido no produto em cada segmento de mercado, de tal forma que o consumidor possa atender o que a empresa proporciona no momento que compara com a concorrência (SPAREMBERGER e ZAMBERLAN, 2008, p. 94). 2.4.1.12 Análise de mercado com a utilização de matrizes Podemos fazer algumas análises de mercado com a utilização de matrizes, que as mesmas possibilitam quantificar as análises de marketing, dando mais qualidade e credibilidade aos projetos e planos. Vejamos agora as matrizes mais utilizadas: Conforme Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 60), matriz SWOT é a mais simples, sendo usada para demonstrativos básicos necessários num planejamento estratégico de marketing. O objetivo inicial era focalizar a combinação das “forças e fraquezas” de uma organização com as “oportunidades e ameaças” provenientes do mercado. A utilização da matriz possibilita definir estratégias para manter pontos fortes, reduzir a intensidade de pontos fracos, aproveitando oportunidades e protegendo-se de ameaças. O estudo do ambiente interno permite que a empresa identifique o que pode fazer. Para Kotler e Keller (2006, p. 50), matriz SWOT é a avaliação global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Ela envolve o monitoramento dos ambientes externo (oportunidades e ameaças) e interno (forças e fraquezas). Para Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 63) matriz BCG é um modelo utilizado para análise de portfólio de produtos ou de unidades de negócio. Para garantir a criação de valor em longo prazo, a empresa deve ter um portfólio de produtos, que contenha tanto mercadorias com altas taxas de crescimento no mercado e mercadorias com baixo crescimento. Esta matriz trata de como alocar recursos para diversos negócios de uma empresa diversificada, como o uso da análise de portfólio. O potencial de investimentos de cada área pode ser comparado, quando analisados os elementos da matriz de crescimento. 41 Conforme Las Casas (2001, p. 110), a análise do BCG procura identificar a situação de crescimento e participação de mercado, comparandoa empresa analisada com seus principais concorrentes. Analisando o portfólio de produtos de uma empresa, o planejador poderá decidir quais produtos crescerão em determinado período, quais serão eliminados e quais irão financiar certas atividades de marketing. De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 65, 66), a matriz de ANSOFF é um modelo utilizado para determinar oportunidades de crescimento de unidades de negócio. Esta é uma matriz utilizada para análise de crescimento empresarial, conhecida como rede de expansão produto/mercado, até hoje amplamente utilizada. Parte da premissa básica de que uma organização pode crescer, por meio de produtos atuais e produtos novos, no mercado atual e em mercados novos. 2.4.1.13 Plano de Ação Essa etapa do plano determina praticamente o que deverá ser feito e quem deverá fazê-lo. Conforme cita Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 175), o plano de ação trata de apresentar um resumo das atividades que pretendem ser executadas no período. Portanto para dar coerência e ordem a um plano de marketing, é necessário o plano de ação. Com isso Las Casas (2001, p. 55), afirma que deve ser escrito todos os elementos do plano do composto de marketing que exijam uma “ação”. Menciona também quem será o profissional responsável pela atividade, bem como o período que será desenvolvido e o custo de cada atividade acima mencionada, para permitir uma visualização do que será necessário investir para colocar o plano em funcionamento. Por essas razões, um plano necessita ter um plano de ação para ser administrado facilmente. O gerente responsável pela execução tem um plano operacional que o habilitará a controlar e dar coerência a todas as atividades necessárias para alcançar os objetivos visados. É como um maestro que controla e orienta todas as ações a serem desempenhadas por sua equipe (LAS CASAS, 2001, p. 120). 42 2.4.1.14 Orçamento e Controle do plano de marketing Para Las Casas (2001, p. 128), o plano de marketing é necessário que sejam considerados aspectos tais como elaborar o orçamento, controlar a execução do plano de marketing para que se possa obter resultados que atinjam os objetivos propostos e redigir o plano para ser distribuído aos responsáveis por sua execução. Conforme Las Casas (2001, p. 128), para ter um entendimento do orçamento de marketing, há necessidade de se entender o processo de orçamento da empresa. Quando uma empresa prepara seu orçamento, ela segue algumas etapas. Essas etapas não são diferentes das etapas seguidas pela administração de qualquer outra área, mas se relacionam principalmente ao estabelecimento de objetivos, ao planejamento financeiro e ao controle orçamentário. Las Casas (2001, p. 133), explica que cada parte do plano deve ser desenvolvida e ter sua estimativa de custos, pois assim haverá coerência para o desenvolvimento de atividades. Deve seguir seu plano de ação. ”a estratégia propõe o seu plano de ataque. O orçamento específica quanto irá custar”. De acordo com Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 180), demonstram que como ocorrem muitas surpresas durante a implementação dos planos de marketing, o departamento de marketing precisa manter um permanente controle de marketing. O controle de marketing implica avaliar os resultados das estratégias e dos planos de marketing, desenvolvendo ações corretivas, quando necessário, para assegurar que os objetivos sejam alcançados. Para concluir Sparemberger e Zamberlan (2008, p. 179), afirmam que o principal papel do controle de gestão é transformar uma administração eficiente de um negócio em uma administração eficaz e de sucesso, com base em produtividade e lucratividade crescentes. 2.5 Gestão do ponto de vendas 43 Para Kotler (1998, p. 36) o conceito de venda assume que os consumidores, se deixados sozinhos, normalmente, não comprarão o suficiente dos produtos da organização. Assim, a organização deve empregar um esforço agressivo de venda e de promoção. Administrar o ponto de venda pode ser considerado um tipo de venda, pois a boa gestão marcará a diferença entre vender os seus produtos, ou vê-los encalhado nos pontos de vendas. É uma metodologia de vendas. Ao projetar ou reprojetar uma loja, o gestor deve considerar três objetivos. Primeiro, a atmosfera da loja precisa ser consistente com sua imagem e com a sua estratégia geral. O segundo objetivo de um bom projeto de loja é ajudar a influenciar as decisões de compra dos clientes. Finalmente, em terceiro lugar, ao tomar decisões de projetos, os gerentes precisam ter em mente a produtividade do espaço de varejo, ou seja, quantas vendas podem ser geradas a partir de cada metro quadrado de área ocupada pelos produtos (ZAMBERLAM et al., 2009, p. 18,19). Obviamente existem produtos diferentes, que são vendidos em pontos de vendas diferentes, portanto, será necessária uma gestão diferente para cada tipo de produto e ponto de venda. Conforme Zamberlam et al., (2010, p. 10), as pessoas compram mais pela emoção do que pela razão. Assim, o papel do varejo é levar emoções (sensações) a seus clientes sob a forma de bens e serviços e esses encontros - demanda versus oferta, ou produtos versus clientes – ocorrem no ponto de venda. Portanto gestão do Ponto de venda são conjuntos de técnicas, cuja aplicação visa dar uma apresentação destacada aos produtos no ponto de venda, acelerando sua venda. O merchandising, através de uma propaganda visual e física no ponto de venda faz com que o consumidor compre mecanicamente, condicionado pela propaganda, pela promoção ou pela exposição que o produto recebe. Ainda na visão de Zamberlam, et al., (2009, p. 26), poderíamos resumir merchandising como toda técnica, ação ou material promocional usados no ponto-de- venda que proporcione informação e maior visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores. É o 44 conjunto de atividades do marketing e comunicação destinadas a identificar, controlar, ambientar e promover marcas, produtos e serviços nos pontos-de-venda. É responsável pela apresentação destacada de produtos na loja, criando espaço e visibilidade, de maneira tal que acelere sua rotatividade (Blessa, 2003) Zamberlam, et al., (2009, p. 28), mencionam que há algo muito mais completo, que procura acompanhar todo o ciclo de vida de um produto, desde a adequação de sua imagem para os pontos-de-venda até o acompanhamento de sua performance diante dos consumidores. Conforme Zamberlam, et al., (2009, p. 28), na década de 30 do século 20, as lojinhas com balcão começaram a perceber o sucesso que as vitrines faziam. E, ao notarem que as mercadorias expostas vendiam muito mais do que as não expostas, começaram a transformar todo o interior das lojas em verdadeiras vitrines, nas quais se podia ver e escolher todas as mercadorias. Contudo a exposição de produtos segue uma lógica e tenta acompanhar o pensamento do cliente. No entanto, uma das maiores dificuldades encontradas pelo expositor de produtos é a adequação dos produtos, ambientação e espaço. Antes de colocar em exposição deve-se ter conhecimento dos produtos que ali serão expostos, seu tamanho, seus componentes e os objetivos que o ponto de venda pretende com tal exposição. Alguns pontos de venda transformam-se em espaços cenográficos para criar ambientação. No varejo de supermercados encontram-se as lojas dentro de lojas, ou espaços desenvolvidos pelos fornecedores para destacar a marca ou produto. Como afirma Zamberlam et al., (2009, p. 28), o merchandising era então feito para dar destaque a todas as mercadorias e isso começava pelo layout da loja, seus corredores e prateleiras, até a disposição dos produtos e as respectivas promoções. Mais do que
Compartilhar