09 Beltrami e Giovannoni VR

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Professor: Yan Graco Dantas Cafezeiro Disciplina: Conservação e Restauração do Patrimônio 
A RESTAURAÇÃO NA ITÁLIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
Restauros na Itália após Boito 
Alfredo D'Andrade (1839-1915), um artista e arquiteto de origem portuguesa, 
tornou-se uma personalidade importante na vida cultural italiana. Foi diretor 
do escritório responsável pela conservação de monumentos em Piemonte e 
Ligúria desde 1886, e membro da Comissão Central de Antiguidades e Belas 
Artes de Roma a partir de 1904. Era também um membro das comissões 
estaduais para edifícios públicos, planejamento e restaurações, trabalhando 
com, por exemplo, San Marco, catedral de Milão, Castel Sant'Angelo, 
Monumento a Vittorio Emanuele em Roma, recebendo muitas honras na 
Itália e no exterior. 
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Restauros na Itália após Boito 
Palazzo Madama, Turin, após a restauração feita por D'Andrade, que respeitou as três principais 
fases históricas, ou seja, romana, medieval e renascimental. 
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Restauros na Itália após Boito 
D'Andrade estava bem ciente da política de restauração e da prática 
francesas, bem como dos princípios de Boito, seguindo-as ao pé da letra. 
No entanto, no caso de construções medievais ou posteriores, em vez disso, 
ele poderia ir mais ao longo das linhas de Viollet-le-Duc, e simular a 
arquitetura original, tanto na forma e no artesanato. Quando não havia 
nenhum vestígio ou documento disponível, peças perdidas foram concluídas 
com base na evidência “mais provável”, encontrada em outros edifícios da 
região. 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Restauração Histórica de Luca Beltrami (1854-1933) 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
Luca Beltrami (1854-1933) 
Foi arquiteto, historiador da arte e parlamentar. 
Filho de um rico comerciante e artesão de jóias. 
Matriculou-se na Academia de Brera, que 
abandonou para frequentar o curso de 
arquitetura que Camillo Boito havia fundado no 
Instituto Superior de Estudos (Istituto superiore 
di Studi), atual Politécnica. 
Em 1876 iniciou o curso na Escola de Belas 
Artes (École des Beaux-Arts), em Paris. 
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Luca Beltrami (1854-1933) 
Foi influenciado pelas práticas e políticas da restauração na França. 
Retornou a Milão em 1880, dedicando-se à proteção e restauração de 
edifícios históricos na Itália. 
Escreveu em diversos periódicos, salvando diversos edifícios da destruição. 
Participou de diversas competições e projetos de restauração. 
Sua abordagem na restauração foi chamada de “restauro storico”, devido à 
importância que dava à documentação como base a qualquer restauração. 
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A Restauração Histórica de Luca Beltrami (1854-1933) 
Restauração em Estilo 
• reconstrução de partes do 
monumento 
• segundo o estilo 
• por analogia a outros edifícios 
similares e da mesma época 
• forte contribuição criativa do 
arquiteto 
Restauração Histórica 
• reconstrução de partes do 
monumento 
• recopilação exaustiva e metódica 
da documentação histórica e 
iconográfica do monumento 
• forte consciência da unicidade de 
cada monumento 
• Não inovar – mas restaurar o 
documento 
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A Restauração Histórica de Luca Beltrami (1854-1933) 
A restauração histórica como alternativa à restauração em estilo. 
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A Restauração Histórica de Luca Beltrami: Castelo Sforzesco de Milão 
(1893-1911) 
 
Castelo construído no século XV por Francesco 
Sforza sobre restos duma fortificação anterior 
datada do século XIV. 
Início do século XVI o castelo foi danificado 
pelos contínuos ataques trocados entre 
franceses, milaneses e tropas germânicas. Em 
1521, a Torre do Filarete explodiu, atingida por 
um relâmpago provocando grandes danos e 
algumas mortes. 
Castelo no século XVI 
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Pintura aproximadamente de 1750 
A Restauração Histórica de Luca Beltrami: Castelo Sforzesco de Milão 
(1893-1911) 
 
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Diversas intervenções ocorreram, 
principalmente para adaptar ao 
uso militar. 
A partir do final do século XVIII 
surgem pedidos para demolição do 
conjunto, interpretado como 
símbolo da antiga tirania. 
Desmantelamentos durante a 
guerra de independência italiana. 
A Restauração Histórica de Luca Beltrami: Castelo Sforzesco de Milão 
(1893-1911) 
 
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A Restauração Histórica de Luca Beltrami: Castelo Sforzesco de Milão 
(1893-1911) 
 
Reconstrução do Filarete 
Restauro maciço, quase uma 
reconstrução, que tinha como 
objetivo fazer regressar o 
castelo às formas da senhoria 
dos Sforza. A Torre del Filarete, 
reconstruída com base em 
desenhos do século XVI e 
dedicada ao rei Humberto I da 
Itália, assassinado poucos anos 
antes. 
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A Restauração Histórica de Luca Beltrami: Castelo Sforzesco de Milão 
(1893-1911) 
 A verossimilhança, a congruência global com o corpo, o seu pertencimento a 
um mundo historicamente determinado e conhecido graças à pesquisa, 
permitindo a reconstrução. 
 
Isto vai dar ao edifício uma satisfação, uma sensação perceptível, uma 
verossimilhança que é típica da narrativa histórica, que se realiza na 
restauração, na invenção condicionada aos valores do contexto. Uma 
narrativa que é construída tanto com as pedras, quanto com seus escritos. 
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A Restauração Histórica de Luca Beltrami: Castelo Sforzesco de Milão 
(1893-1911) 
 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
A construção foi iniciada no século IX, 
sobre fundações de origem romana, e 
terminada no século XII. Foi seriamente 
danificado por um relâmpago em 1489 que 
destruindo parte dele, 
Assumeo aspecto definitivo no século XVI 
graças aos trabalhos de reconstrução para 
reparar os danos causados pelo sismo de 
março de 1511. 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
Diversas intervenções foram realizadas 
nos séculos que se seguiram, muitas 
vezes para reparar estragos provocados 
por raios, e em 1776 o campanário foi 
dotado de um para-raios. 
Em julho de 1902, sobre a parede norte, 
foi descoberta uma perigosa fenda que 
nos dias seguintes aumentou de tal modo 
que o campanário se desmoronou. 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 1493 
1762 
1500 
Século XVIII 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
1500 
F.G.Dear, campanário 
em estilo gótico 
F.Graetz, sátira de um possível 
campanário Art Nouveau, por Otto 
Wagner 
E.Collmarini, 
campanário eclético 
C.Warren, croqui para 
a reconstrução. 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
G. Sardi, fotomontagem do campanário movido próximo à Torre dos Mouros 
1500 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
1500 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
1500 Foi decidida a 
reconstrução, que teve 
início em 1903, que tinha 
como lema a frase 
dov'era e com'era (onde 
estava e como era). Os 
trabalhos duraram até 
1912, sendo o novo 
campanário inaugurado 
na festa de São Marcos. 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
1500 
Escavação arqueológica da cimentação do campanário 
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1500 
Material recuperado e armazenado no Palácio Ducal 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
1500 
O Estudo da cimentação e do terreno (Giacomo Boni, 1902) 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
1500 Estudo e projeto do 
campanário “como era” por 
parte de Luca Beltrami (1903) 
• manter a cimentação antiga, 
porém alargada; 
• reconstruir o campanário 
idêntico, porém mais leve; 
• escada interior mais 
resistente. 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
Esquema do Campanário de 1831 
1500 
Projeto do novo Campanário 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
Alargamento da cimentação 
1500 
Beltrami foi o responsável pelo 
primeiro projeto de reconstrução, mas 
renunciou em 1903. 
A torre foi concluída em 1910 em 
concreto armado e sem argamassa de 
revestimento. 
Um efeito direto do colapso foi o 
cadastro de todos os edifícios antigos 
em Veneza, resultando em reforços 
temporários em muitos casos. 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
1500 
Primeiro tijolo, março de 1906. 
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1500 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
1500 
Maio 1908 
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A Reconstrução do Campanário de São Marcos, Veneza (1902-1912) 
 
1500 
Dezembro 1911 
Inauguração, 5 de março de 1912 
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 1500 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
Além de ser historiador e crítico de 
arquitetura, engenheiro, arquiteto e 
urbanista, foi muito ativo no campo 
didático e organizacional. 
Diretor da Escola de Arquitetura de Roma 
entre 1927 e 1935. 
Fundou com M. Piacentini o Instituto de 
Estudos Romanos (Instituto di Studi 
Romani), onde lecionou restauração dos 
monumentos históricos de 1935 a 1947. 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
• Seguidor de Boito, dedicando-se a aprofundar a definição da chamada 
“restauração científica” ou “restauração filológica”. 
• ênfase na abordagem crítica, científica, e proporcionando assim uma 
base para o “restauro scientifico”. 
• Esta política foi aplicada, não só para "monumentos", mas também para 
edifícios históricos emgeral, e até mesmo iniciou uma nova abordagem 
para as zonas urbanas históricas. 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
Chamou atenção para a significância da “arquitetura menor” em dar 
continuidade à malha urbana na cidade histórica. 
Ajudou na consolidação do urbanismo como disciplina, abordando temas 
como a transformação da cidade existente, ampliação, adensamento, 
circulação, coordenação entre cidade velha e cidade nova (modernização x 
preservação). 
Ocorreram naquele período propostas de desenvolvimento de cidades 
modernas sobre a cidade histórica. 
Em Roma, como resultado destas propostas, foram feitos cortes e abertas 
vias, previstos no master-plan de 1908. 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
Dissertava sobre a necessidade de satisfazer os requisitos do 
desenvolvimento moderno e da vida moderna, e a outra significava respeito 
para os valores históricos e artísticos e para o ambiente das cidades antigas. 
 
Ele estava convencido de que a “arquitetura menor” representava a 
população e as suas ambições melhor do que os importantes, palácios 
gloriosos. 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
Neste período de futurismo e os ideais de planejamento funcionalista, 
Giovannoni muitas vezes ficou sozinho na defesa das cidades históricas. A 
fim de encontrar um acordo, ele formou uma teoria para a modernização 
respeitosa de áreas históricas, chamado ‘diradamento edilizio’ (Giovannoni, 
1913). 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
Diradamento 
Tráfego principal fora das áreas históricas, evitando novas ruas cortassem-
nas, e melhorando as condições sociais e de higiene e conservando edifícios 
históricos. 
Para chegar a isso, ele sugeriu a demolição de estruturas menos 
importantes, a fim de criar espaço para os serviços necessários. 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
Desenvolveu planos diretores para Roma, Bari, Bérgamo, Ferrara, Veneza. 
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Análise dos edifícios mais importantes e os perímetros a demolir 
A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
Giovannoni distinguiu-se dos teóricos italianos anteriores em sua abordagem 
para a restauração como um problema cultural de avaliação e reabilitação de 
edifícios históricos com relação a todos os períodos significativos - em vez 
de reconstruí-los à sua forma ideal. 
Ele considerou a teoria de Viollet-le-Duc “anti-científica”, criando falsificações 
e intervenções arbitrárias, presumindo que o edifício a ser criado por um 
único arquiteto em um período, e pressupondo no restaurador arquiteto e os 
construtores a capacidade de entender o monumento em suas vicissitudes e 
em seu estilo que eles não se sentem mais. 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
A contribuição teórica de Giovannoni 
Textos principais: 
• Velhas Cidades e Nova Construção Urbana 
(1913); 
• Texto da Conferência de Atenas (1931); 
• Carta de Restauração Italiana (1932); 
• A Restauração de Monumentos (1946). 
 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
O Texto da Conferência de Atenas (1931) 
A Carta de Atenas para a restauração de monumentos históricos é um 
manifesto de sete pontos aprovado no primeiro Congresso Internacional de 
Arquitetos e Técnicos de Monumentos Históricos em Atenas. São eles: 
I. Doutrinas. Princípios Gerais; 
II. Administração e Legislação dos 
Monumentos Históricos; 
III. A valorização dos monumentos; 
IV. Os materiais do restauro; 
V. As degradações dos 
monumentos; 
VI. A técnica de conservação; 
VII. A conservação dos monumentos 
e a colaboração internacional. 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
O Texto da Conferência de Atenas (1931) 
• Instituições públicas e privadas (fundações…) tem o direito de intervir 
nos monumentos; 
• Nos diferentes Estados predomina uma serie de princípios comuns: 
abandono da prática de repristinar, manutenção regular, respeito das 
fases construtivas do edifício, manutenção do uso do edifício; 
• As leis relativas à tutela devem-se ajustar ao caso específico de cada 
país. O Estado deve intervir em casos urgentes; 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
O Texto da Conferência de Atenas (1931) 
• Existe uma tendência comum: conservação das ruinas; diferenciação 
dos materiais novos; necessidade de um atento estudo prévio antes da 
intervenção; 
• Aprova-se o emprego atento de materiais novos nas consolidações 
estruturais (especialmente o concreto armado); 
• Recomenda-se a colaboração de científicos para alcançar melhores 
resultados na conservação e a difusão dos resultados para o disfrute da 
comunidade científica; 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
O Texto da Conferência de Atenas (1931) 
• Conservação do entorno urbano do monumento. Atenção também à 
paisagem que constitui o entorno do monumento. Eliminação de 
propaganda, cabos elétricos, etc.; 
• Necessidade de criar inventários dos monumentos e arquivos de 
informação sobre as restaurações; 
• Importância da educação a respeito dos monumentos. 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
Carta de Restauração Italiana (1932) 
1. Máxima prioridade às intervenções de manutenção e consolidação; 
2. A possibilidade de uma repristinação só poderá ser considerada no caso 
da existência de dados absolutamente seguros e se prevalecerem os 
elementos existentes (Restauro Histórico); 
3. Nos monumentos arqueológicos só serão admitidas intervenções de 
recomposição e anastilose com eventuais adições neutras; 
4. Conservação ao máximo dos usos originários dos edifícios para reduzir 
ao máximo as obras de adequação; 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni(1873-1947) 
Carta de Restauração Italiana (1932) 
5. Conservação de todas as fases de construção e modificação do edifício; 
6. Conservação do entorno (evitando isolamento do monumento e 
construções novas agressivas pelo mesmo); 
7. As adições necessárias devem ser simples e neutras; 
8. Nas adições deve-se empregar um material diferente, formas simples, 
datas, lápides e elementos de distinção; 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
Carta de Restauração Italiana (1932) 
9. Nas obras de consolidação deverão utilizar-se todos os recursos mais 
modernos e apoiar-se nas ciências e seus resultados mais inovadores; 
10. As escavações arqueológicas deverão seguir uma imediata ordenação e 
consolidação das ruinas; 
11. Em escavações e restaurações será necessária uma documentação 
exaustiva das tarefas realizadas. 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
A Restauração de Monumentos (1946) 
Definição do conceito de monumento: 
• amplia a significação de monumento, do edifício importante e especial a 
todos os edifícios do passado que tenham valor artístico e valor como 
testemunho histórico (edifícios menores, ambiente exterior, conjuntos 
urbanos…); 
• diferencia monumentos maiores e monumentos menores; 
• diferencia monumentos mortos (arqueológicos ou inutilizáveis) e vivos 
(que ainda podem ser utilizados). 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
A Restauração de Monumentos (1946) 
Historia analítica dos monumentos: 
Estudo prévio dos monumentos antes de redigir um projeto 
• investigação histórico-documental; 
• estudo da anatomia do edifício (fases construtivas…); 
• comparação com edifícios contemporâneos para entender melhor o 
monumento; 
• desenhos a realizar: estado atual, reconstruções seguras, reconstruções 
hipotéticas. 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
A Restauração de Monumentos (1946) 
Propôs uma linha que define intermediária: 
• privilegia a manutenção sobre a reparação, restauração, 
consolidação…(Boito) 
• Obras de consolidação devem ser mínimas e apenas para alcançar a 
resistência necessária, sempre respeitando a estrutura antiga (podem-se 
utilizar técnicas modernas); 
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A RESTAURAÇÃO NA ITALIA POR BELTRAMI E GIOVANNONI 
A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
A Restauração de Monumentos (1946) 
Diferentes tipos de intervenção possíveis: 
• consolidação (estruturais); 
• recomposição ou anastiloses; 
• liberação (eliminação de adições sem valor); 
• completmentação (adições de partes necessárias para completar o 
edifício, devem ser distinguíveis) ou renovação (adições de partes novas 
funcionais). 
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Consolidação 
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A Restauração de Monumentos (1946) 
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Recomposição ou anastilose 
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A Restauração Científica de Gustavo Giovannoni (1873-1947) 
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Restauro de Liberação 
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Restauro de Liberação – Tempietto de Santa Croce (Bérgamo – Itália) 
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A Restauração de Monumentos (1946) 
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Restauro de complementação 
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Referências 
BOITO, Camillo. Os Restauradores. São Paulo, Ateliê, 2002. 
GONZÁLEZ-VARAS, Ignacio, Conservación de bienes culturales, Cátedra, 
Madrid, 1999. 
JOKILEHTO, Jukka. A History of Architectural Conservation. Oxford, 
Butter- worth-Heinemann, 1999. 
KÜHL, Beatriz Mugayar (org.). Gustavo Giovannoni, textos escolhidos. 
São Paulo: Ateliê Editorial, 2013. 
 
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