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SUPERENDIVIDAMENTO

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SUPERENDIVIDAMENTO
Anna Karoliny Rocha da Silva
Maria Dhyorgiany Pereira da Silva
Nayara Ribeiro de Sousa
Vitória Lopes do Carmo
Por que as pessoas se endividam?
CONCEITO
A doutrina nacional, capitaneada pelos estudos de Cláudia de Lima Marques, entende que é o endividamento superior ao normal daquele possível de ser suportado pelo orçamento mensal dos consumidores. É definido como "a impossibilidade global do devedor ou seja, pessoa física, consumidor, leigo e de boa-fé, de pagar todas suas dívidas atuais e futuras de consumo".
Assim, o superendividamento não pode ser visto como um simples momento de inadimplência obrigacional, e sim, como a impossibilidade de uma pessoa suprir as suas necessidades básicas, como alimentação, vestuário e moradia, que são materializadas através do crédito ao consumo. 
Esse prisma revela que, na relação obrigacional de crédito existem importantes aspectos da vida humana que, se desprezados, podem ameaçar a própria dignidade da pessoa.
A última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010, revelou que em julho de 2017 57,1% das famílias brasileiras estão endividadas; 24,2% estão com contas atrasadas e 9,4% não terão condições de pagar.
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O Consumo interligo à Publicidade
Na transição do século XIX para o século XX, o consumo não mais era movido somente pela necessidade, mas pelo desejo. Naquele novo século, o consumo já não consistia na somatória de necessidades reais ou artificiais, mas, sim, no desejo.
A Publicidade consolidou-se como grande protagonista nas relações de mercado fazendo-se indispensável para a disponibilização de informações de produtos e serviços aos consumidores. Sendo assim, fornecedores de bens e serviços realizam grandes investimentos em pesquisas para conhecer o comportamento que leva o consumidor a comprar, empregando os resultados nas diversas estratégias de publicidade e propaganda. 
A criação de pseudonecessidades, produzidas pelo estímulo ao consumo, cria uma sensação de insaciabilidade do desejo do consumidor, de modo que, associando-se ao mal uso do cartão de crédito como meio de pagamentos de compras, a publicidade contribui para as situações de superendividamento ao promover a venda, persuadindo os consumidores sem condições financeiras para arcar com os custos. 
 
Classificação 
O superendividamento ativo no sentido lato é oriundo da acumulação excessiva de dívidas de maneira voluntária, pelo consumidor que se endivida pela má gestão financeira, assumindo despesas maiores que a capacidade de adimplemento. 
 O superendividamento ativo consciente, o sujeito contrai a dívida sabendo de sua incapacidade de honrá-las. Este superendividado age de má-fé, desde o firmamento do contrato de crédito, com a intenção de enganar o credor, porquanto, possui a noção de que não existem meios para que se executem as dívidas.
 Ante a ausência do requisito boa-fé, o superendividado ativo consciente não deve receber auxílio estatal para sua recuperação. 
 Por isso, há ressalvas até mesmo quanto a sua própria condição de superendividado caso se siga o raciocínio de que os superendividados são somente aqueles que assumem compromissos de boa-fé, objetivamente, contando que poderá adimplir as obrigações compactuadas. 
Já o superendividamento ativo inconsciente se caracteriza pelo comportamento impulsivo do agente, que sem a devida prudência, acaba deixando de fiscalizar seus gastos, tendo uma sensação de prazer ao fazer a compra. Pode gerar a doença oniomania (mania de comprar), um dos transtornos do impulso, reconhecido pela Sociedade Brasileira de Psiquiatria.
O superendividamento passivo, por sua vez, é aquele em que o devedor acaba adentrando nesta condição por motivos externos e imprevistos, não necessariamente pela incapacidade de gerir o patrimônio, muito menos por má-fé. Por ser mais vulnerável, na maioria das vezes opta pelo crescente uso de crédito por necessidade, figurando como alvo fácil para os abusos dos agentes .
A causa não é o abuso ou má administração do orçamento familiar, mas um “acidente da vida como desemprego, redução de salários, divórcio, doenças, nascimentos, acidentes, mortes. 
BOA-FÉ DO FORNECEDOR DE CRÉDITO
São muito frequentes as condutas que envolvem o abuso de direito nas relações de consumo, notadamente em matéria contratual e envolvendo práticas comerciais, fato que justifica a positivação no ordenamento jurídico pátrio do princípio da boa-fé. 
A teoria do abuso de direito impõe limites éticos ao exercício dos direitos subjetivos. Tais limites são fixados com base tanto no princípio da boa-fé objetiva, como nos bons costumes e a função social dos direitos.
No caso dos contratos de fornecimento creditício, é evidente que o fornecedor que concede crédito a quem não tem condições de adimplir o ajuste está abusando do direito de fornecer crédito, ainda que tal contrato satisfaça os requisitos formais de validade. O fornecedor deve condicionar seus empréstimos a uma prévia avaliação da capacidade de endividamento do tomador, de forma a somente celebrar contratos em limites compatíveis com a natureza alimentar dos vencimentos deste. Ao adotar conduta diversa, opta por assumir os riscos do negócio, os quais não podem ser repassados ao consumidor.
O art. 6º, IV, do CDC estabelece como direito básico do consumidor "a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços". Dessa forma, resta justificada a tutela do superendividado em face da oferta fácil e irresponsável de crédito, assim como contra a publicidade enganosa e abusiva, a ensejar a responsabilização do fornecedor.
Em média, cerca de 30% da renda é com gastos de moradia. (aluguel, condomínio).Tente priorizar e pagar as contas com maiores índice de juros, como cartão de crédito e cheque especial.
E se mesmo assim comprometer a pagar conta de água, luz e gás, a única solução é um empréstimo junto ao seu banco com um curto prazo para quita-ló.
 
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PL 3515/2015 
Projeto de Lei
Situação: Aguardando Criação de Comissão Temporária pela MESA
Origem: PLS 283/2012
Autor
Senado Federal - José Sarney - PMDB/AP
Apresentação
04/11/2015
Ementa
Altera a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), e o art. 96 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), para aperfeiçoar a disciplina do crédito ao consumidor e dispor sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento.
Entre as medidas propostas no texto estão a proibição de publicidade com referência à expressões como “crédito gratuito”, “sem juros”, “sem acréscimo”; a exigência de informações claras e completas sobre o serviço ou produto oferecido; a criação da figura do “assédio de consumo”, quando há pressão para que o consumidor contrate o crédito; e a criação da “conciliação”, para estimular a renegociação das dívidas dos consumidores.
— Esse projeto vai na direção de demonstrar à população que precisa tomar cuidado com o endividamento. Nós já temos campanha contra o fumo. É preciso campanha contra o endividamento, que traz prejuízos à saúde mesmo – disse o relator.
- desenvolvimento de ações de educação financeira do consumidor, inclusive com a sugestão de inclusão do tema em currículos escolares;
- instituição de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do superendividamento, incentivando práticas de crédito responsável, de educação financeira e de repactuação das dívidas;
- informação ao consumidor nos contratos de crédito dos dados relevantes da contratação (taxa efetiva de juros, total de encargos, montante das prestações);
- dever do fornecedor de esclarecer, aconselhar e advertir
adequadamente o consumidor sobre a natureza e a modalidade do crédito oferecido, assim como sobre as consequências genéricas e específicas do inadimplemento;
- proibição ao fornecedor de assediar ou pressionar o consumidor, principalmente idosos, analfabetos, doentes ou em estado de vulnerabilidade agravada, para contratar o fornecimento de produto, serviço ou crédito.
Grupos mais vulneráveis
Foi retomada no texto, por exemplo, a maior proteção a grupos mais vulneráveis ao endividamento. A redação aprovada é a do Senado, que proíbe o fornecedor de assediar ou pressionar o consumidor a contratar o produto, serviço ou crédito, principalmente em caso de cliente idoso, analfabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agravada.
Repactuação conciliatória
Será criado, de acordo com o texto aprovado, processo de repactuação de dívidas de forma conciliatória, para que o consumidor consiga estabelecer um plano de pagamento das dívidas conjuntamente com os credores. Ficam excluídas, porém, desse processo de repactuação as dívidas de caráter alimentar, fiscais e parafiscais e as oriundas de contratos celebrados dolosamente sem o propósito de realizar o pagamento.
O processo de repactuação poderá ser judicial ou extrajudicial, por meio do Ministério Público, Defensorias e Procons, por exemplo. O juiz poderá estipular um plano de pagamento, caso algum credor aceite a conciliação.

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