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1-Função Econômica do Contrato É necessário não olvidar que, tão antigo quanto o próprio homem é o significado de contrato, este teve origem a partir do momento em que as pessoas começaram a viver em sociedade. Destarte, o próprio conceito de sociedade carrega a ideia de contrato, cujo objetivo é a composição entre as partes para um fim comum. A estrutura do modelo contratual instituído atualmente vem se moldando desde a época do império romano e, permanentemente, lastreada na realidade social. Contudo, as hodiernas renovações legislativas, cuja mudança é visível e reflete na sociedade brasileira, faz com que seja imprescindível vincular o contrato a realidade nacional, portanto, é necessário guiar os pactos para o êxito das finalidades que correspondam aos interesses da coletividade. Essas explanações são a primeira fase da função real dos contratos. Nesse diapasão, contrato é um negócio jurídico mediante o qual as partes declarantes, dentro dos princípios da função social do contrato, da função econômica e boa-fé objetiva, disciplinam por elas mesmas os resultados patrimoniais que desejam alcançar, consoante a autonomia da própria vontade. Paralelo ao conceito explanado anteriormente, contrato é o acordo de vontade, bilateral ou plurilateral, que gera obrigações para um ou todas as partes, às quais conferem direitos e obrigações postos por elas ou por terceiros. Os contratos são regularmente utilizados pela sociedade, porque é um instrumento, mesmo que verbal, que proporciona tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas, públicas ou privadas, de criarem direitos e obrigações, ou seja, “ cria lei entre as partes”. (Morgado, p.1,2014). Nessa esteira, um princípio basilar, inerente ao Direito contratual é a função econômica do contrato, à medida que possibilita a circulação de riquezas tangíveis ou intangíveis, em todos os continentes, gerando fluidez, liquidez garantia e prosperidade. (Machado, p.2,2010). Não obstante, contrato tem inúmeras funções, entre elas a do valor econômico do pacto contratual, uma vez que materializa um dispositivo de circulação de riqueza e propagação de bens e direitos, sendo que é esta a sua primordial serventia, pois contrato sem função econômica não é contrato (THEODORO JÚNIOR, 2004:31). Com efeito, a inexistência dos contratos de troca econômica, em especial os de compra e venda, de permuta, e de empréstimo, a sociedade moderna do consumo não existiria do que a conhecemos. O valor peremptório do contrato está, por conseguinte, ser mecanismo que proporciona e normatize o movimento de riquezas no meio da vida em sociedade (Lisboa, 1997:92-94) Reforçando a função econômica dos contatos, esses como fato econômico são de suma importância, porque sua estrutura jurídica cria o parâmetro ao qual está subordinada a economia no contexto social, assim, a função econômico-social é o motivo principal de sua proteção jurídica. (Neves,2010). Ainda nessa ideia, o contrato enquanto um fenômeno da economia, torna-se imprescindível que seja um instrumento com as seguintes finalidades: circulação de riquezas, transferências de bens e valores, logo, contrato está continuamente relacionado a função econômica. (Barrinuevo, 2004). Sobre o tema, o ilustre doutrinador Luiz Guilherme Loureiro nos esclarece: A operação econômica quando implica em circulação de riqueza, atual ou potencial transferência de riqueza de um sujeito para outro. Não nos referimos aqui apenas a dinheiro ou outro bem material. Todas e quaisquer ‘utilidades’ suscetíveis de avaliação econômica, ainda que não sejam ‘coisas’ em sentido próprio, caracterizam riqueza. Assim, até mesmo a promessa de fazer ou deixar de fazer alguma coisa em benefício de alguém, representa para o promissário uma riqueza para fins de caracterização do contrato (Loureiro,2015, p.49). Portanto, à medida que a prestação for suscetível de valoração econômica e corresponda a um proveito, inclusive que não seja de cunho patrimonial, estará presente na figura de um contrato. (Barrionuevo, 2004). Destarte, a função precípua do contrato é a de natureza econômica, ao passo que o mesmo tem o seu desenvolvimento econômico vinculado ao desenvolvimento econômico da sociedade, adaptando-se e se enquadrando nos moldes da sociedade. (Barrionuevo,2004). Contudo, dentro dessa ótica, destaca-se alguns princípios correlacionados a função econômica, entre os quais serão ferramentas de apoio para o contexto do direito contratual e os hipossuficientes, os quais são: autonomia da vontade, função social dos contratos, onerosidade excessiva. 2- Princípios Inerentes a função social do contrato Na defesa do individualismo como componente basal nas relações a sociedade civil, o liberalismo sublima o princípio da autonomia da vontade como o modelo para os atos da vida civil e prega o afastamento do Estado nas relações entre as partes
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