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AULA 05 RELA O DE EMPREGO atualizada pela reforma trabalhista (1)

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Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
1 
 
RELAÇÃO DE EMPREGO x RELAÇÃO DE TRABALHO 
 
Relação de trabalho – Segundo Maurício Godinho Delgado “refere-se a todas as relações 
jurídicas caracterizadas por terem sua prestação essencial centrada em uma obrigação de fazer 
consubstanciada em labor humano. Refere-se, pois, a toda modalidade de contratação de 
trabalho humano modernamente admissível. (...) a expressão trabalho refere-se a dispêndio 
de energia pelo ser humano, objetivando resultado útil (e não dispêndio de energia por seres 
irracionais ou pessoa jurídica). Trabalho é atividade inerente à pessoa humana, compondo o 
conteúdo físico e psíquico dos integrantes da humanidade. É, em síntese, o conjunto de 
atividades produtivas ou criativas que o homem exerce para atingir determinado fim.” 
 
RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
- No Direito Romano havia a locacio operis (semelhante ao contrato de empreitada – o risco 
era do prestador dos serviços, com a finalidade de uma obra) e a locacio operarum 
(semelhante ao contrato de prestação de serviços - sendo os riscos do contratante, com a 
finalidade de um serviço). 
- Regime escravocrata (o escrevo era um bem) 
- Espécie de relação de trabalho 
- Relação jurídica mais importante e frequente nas relações de trabalho 
 
CARACTERIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
- art. 3º da CLT 
 
a) prestação de trabalho por pessoa física a um tomador qualquer (OBS: pejotização) 
b) pessoalidade (OBS: exceções legais – não se transmite e herdeiros e sucessores; se aplica 
apenas ao empregado – arts. 10 e 448 da CLT); 
c) não eventualidade (habitualidade) – permanência – continuidade da relação de emprego; 
OBS: a legislação traz conceito aberto pois não especifica quantos dias pode se caracterizar a 
habitualidade. Exceção: empregada doméstica: a partir de 3 dias por semana (art. 1°, LC 
150/2015) 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
2 
 
 
Art. 1° - Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta 
serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade 
não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais 
de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei. 
 
Outros exemplos de ausência de eventualidade: safrista - regulado pela Lei do Rural (Lei n° 
5.889/73); trabalhador sazonal (pousadas em épocas de veraneio; garçons de buffets que 
trabalham dois dias na semana, etc. → estando presentes os requisitos legais, serão típicos 
empregados. 
Lei 5.889/73: 
 
Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade 
rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a 
empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. 
 
Art. 14. Expirado normalmente o contrato, a empresa pagará ao 
safrista, a título de indenização do tempo de serviço, importância 
correspondente a 1/12 (um doze avos) do salário mensal, por mês de 
serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. 
Parágrafo único. Considera-se contrato de safra o que tenha sua 
duração dependente de variações estacionais da atividade agrária. 
 
OBS: art. 7º da CF/88 – equipara urbanos e rurais 
 
d) onerosidade – a intenção do empregado é o recebimento de salários – por hora, por dia, por 
semana, por quinzena, por mês (art. 459 da CLT). Pode ocorrer de forma fixa ou variável, pode 
ser em dinheiro ou parte em utilidades (salário in natura – art. 458 da CLT) 
 
e) subordinação ao tomador dos serviços; 
 
SUBORDINAÇÃO: 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
3 
 
 
Esse é o elemento de maior pertinência para se caracterizar uma relação de emprego. 
 
Obs: trabalho autônomo – advogados, contadores, consultores, etc. 
 
a) Conceito e caracterização – estado de obediência e dependência em relação a uma 
hierarquia de posição e de valores. Dá a ideia de sujeição ao poder dos outros, às 
ordens de terceiros, uma posição de dependência. 
 
b) A subordinação é jurídica decorrente do poder de direção empresarial, não apenas a 
dependência econômica ou a dependência técnica (empregados especializados). 
 
c) Dimensões da subordinação: 
 
 Clássica ou tradicional: situação típica em que o trabalhador compromete-se a 
acolher o poder de direção empresarial no que se refere ao modo de sua 
prestação laborativa. É e sempre foi a mais comum e recorrente modalidade 
de subordinação. 
 Objetiva: se manifesta pela integração do trabalhador nos fins e objetivos do 
empreendimento. É uma relação de coordenação ou de participação 
integrativa ou colaborativa através da qual a atividade do trabalhador segue 
em linhas harmônicas a atividade da empresa (serviço especializado ou 
intelectual). 
 Estrutural: inserção do trabalhador na dinâmica do tomador de serviços 
independentemente de receber ordens diretas. Não importa se o trabalhador 
se harmonize ou não aos objetivos do empreendimento, nem que receba 
ordens diretas da chefia: o fundamental é que esteja estruturalmente 
vinculado à dinâmica operativa da atividade do tomador de serviços. 
(Ex: atividade compensação de cheques realizada na empresa prestadora de 
serviços sem receber ordens diretas do tomador de serviços). 
 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
4 
 
 
“SUBORDINAÇÃO ESTRUTURAL - VÍNCULO RECONHECIDO. 1. Nos 
dizeres de Maurício Godinho Delgado, a subordinação estrutural se 
manifesta pela "inserção do trabalhador na dinâmica do tomador de 
seus serviços, independentemente de receber (ou não) suas ordens 
diretas, mas acolhendo, estruturalmente, sua dinâmica de 
organização e funcionamento". 2. Assim, situações em que o 
empregado desempenha atividades que se encontram integradas à 
estrutura e à dinâmica organizacional do reclamado, ao seu processo 
produtivo ou às suas atividades essenciais, torna-se irrelevante 
perquirição acerca da intensidade de ordens, ou da permanência do 
obreiro no estabelecimento, substituindo-se o critério clássico pela 
ideia de integração aos objetos empresariais.” 
(TRT 5ª Região, Processo 0001329-02.2015.5.05.0311, Origem PJE, 
Relatora Desembargadora LUÍZA LOMBA, 2ª. TURMA, DJ 17/02/2017) 
 
Elementos da Relação de emprego: 
 
 Capacidade das partes contratantes 
 Licitude do objeto contratado 
 Forma contratual ou por esta não proibida 
 Higidez na manifestação das partes 
 
 Também se encontram previstos no art. 104, CC: 
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Exemplo de relação de emprego que não será reconhecida: trabalhador que presta serviços 
em atividade ilícita; contrabando e tráfico de drogas; prostituição; jogo do bicho, etc. 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
5 
 
OJ-SDI1-199. JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. 
OBJETO ILÍCITO (título alterado e inserido dispositivo) - DEJT 
divulgado em 16, 17 e 18.11.2010 
É nulo o contrato de trabalhocelebrado para o desempenho de 
atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu 
objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato 
jurídico. 
 
Contrato nulo com a administração pública – produz apenas alguns efeitos – Súmula 363 do 
TST: 
 
SUM-363 CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) - Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia 
aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, 
II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da 
contraprestação pactuada, em relação ao número de horas 
trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos 
valores referentes aos depósitos do FGTS. 
 
OBS: trabalhadores que exercem atividade lícita em empresa ilícita; contrato de trabalho 
mantido com empregado menor de 16 anos, inobservância da lista TIP (piores formas do 
trabalho infantil – Convenção 182 da OIT). 
 
Art. 7°, inciso XXXIII, CF/88 - proibição de trabalho noturno, perigoso 
ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores 
de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 
quatorze anos. 
 
Artigo 3º da Convenção 182 da OIT - Para os fins desta Convenção, a 
expressão as piores formas de trabalho infantil compreende: 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
6 
 
a) todas as formas de escravidão ou práticas análogas à 
escravidão, como venda e tráfico de crianças, sujeição por dívida, 
servidão, trabalho forçado ou compulsório, inclusive recrutamento 
forçado ou obrigatório de crianças para serem utilizadas em conflitos 
armados; 
 b) utilização, demanda e oferta de criança para fins de prostituição, 
produção de pornografia ou atuações pornográficas; 
c) utilização, recrutamento e oferta de criança para atividades ilícitas, 
particularmente para a produção e tráfico de entorpecentes 
conforme definidos nos tratados internacionais pertinentes; 
d) trabalhos que, por sua natureza ou pelas circunstâncias em 
que são executados, são suscetíveis de prejudicar a saúde, a 
segurança e a moral da criança. 
 
Ex: atividade insalubre ou periculosa; minas de subsolo; etc. 
 
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
 Para se verificar qual a natureza jurídica da relação de emprego, existem algumas 
teorias: 
 
a) TEORIA CONTRATUALISTA TRADICIONAL 
 
Inicialmente, a relação de emprego era vista sob a ótica do Direito Civil, assimilando a relação 
de emprego às figuras clássicas dos contratos. As teorias eram assim divididas: 
 
- Teoria do arrendamento – a mais antiga das teorias, considerava o contrato de empregatício 
como sendo uma espécie de contrato de locação ou arrendamento. Oriunda do Direito 
Romano, fazia a distinção entre a locacio operis (semelhante ao contrato de empreitada – o 
risco era do prestador dos serviços, com a finalidade de uma obra) e a locacio operarum 
(semelhante ao contrato de prestação de serviços - sendo os riscos do contratante, com a 
finalidade de um serviço). O Código Napoleônico (1804) incluiu a figura da relação de emprego 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
7 
 
como arrendamento. O mesmo ocorreu com o CC/1916, que tratou da locação de serviços. O 
CC/2002 substituiu “locação de serviços” por “prestação de serviços” (arts. 593 a 609). 
 
- Teoria da compra e venda – é também antiga, originária do início do século XIX. Para esta 
teoria, o contrato de trabalho teria natureza jurídica de compra e venda, pois o empregado 
venderia sua força de trabalho ao empregador, em contrapartida a um preço, consubstanciado 
no trabalho. Retrocesso, pois coloca o trabalho como mercadoria. E mais, a relação de 
emprego é contínua, enquanto a compra e venda é instantânea, além daquele ser uma 
obrigação de fazer, enquanto esta é uma obrigação de dar. 
 
- Teoria do mandato – Surgida na França no século XIX, tal teoria coloca o empregado como 
um mandatário do empregador. Contudo, em geral, não há essa fidúcia nas relações de 
emprego e não transfere os poderes do empregador ao empregado. 
 
- Teoria da Sociedade – Trata a relação de emprego como uma sociedade, em que haveria um 
interesse comum em direção à produção. Totalmente descabida pois a figura da sociedade 
exclui a subordinação inerente aos contratos de emprego. 
 
b) TEORIA CONTRATUALISTA MODERNA 
 
Afirma que a natureza jurídica da relação de emprego é contratual. Caracteriza-se pelo 
elemento vontade (liberdade) que separa a relação de emprego do trabalho servil ou escravo. 
Não se enquadra em nenhuma das hipóteses do Direito Civil, sendo uma categoria de contrato 
próprio, já que prestado em estado de subordinação. 
 
c) TEORIA ACONTRATUALISTA 
 
Esta teoria nega a natureza jurídica de contrato. 
 
- Teoria da Relação de Trabalho: a vontade/liberdade não cumprem papel significativo e 
necessário da constituição e desenvolvimento do vínculo de trabalho subordinado. A 
prestação material dos serviços, a prática dos atos de trabalho (e não a vontade das partes). 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
8 
 
Assim, a relação de emprego seria uma situação jurídica objetiva, cristalizada entre 
trabalhador e empregador, para a prestação de serviços subordinados, independentemente do 
ato ou da causa de sua origem e deflagração. (Maurício Godinho Delgado citando Mario de La 
Cueva). Deve haver a efetiva prestação de serviços. Essa teoria não foi adotada pelo Brasil, pois 
o art. 4° da CLT estabelece como sendo relação de emprego o tempo em que o empregado fica 
aguardando ordens, ou seja, não há efetiva prestação de serviços 
 
- Teoria Institucionalista: semelhante à anterior, afirma que a relação de emprego é 
configurada por um tipo de vínculo jurídico em que as ideias de liberdade e vontade não 
cumprem seu papel relevante, seja em seu surgimento, seja em sua reprodução ao longo do 
tempo. A empresa é uma instituição, ou seja, um certo conjunto de pessoas cuja permanência 
e desenvolvimento não se submetem à vontade particular dos membros componentes. 
 
RELAÇÃO DE TRABALHO LATO SENSU 
 
Figura próxima à relação de emprego, que não se confunde com esta. A relação de trabalho 
pode contar com os elementos da relação de emprego sem ser enquadrada como tal. 
Ex: estágio (Lei 11.788/2008), cooperativas de mão de obra (Lei 12.960/2012). 
 
Outros deixam de ser relação de emprego em razão da ausência de um dos requisitos legais 
para a sua caracterização. 
Ex: autônomos, eventuais, avulsos, etc. 
 
OBS: havendo prestação de serviços de forma habitual e onerosa, presume-se a relação de 
emprego 
 
OBS: Figura expressamente excluída da relação de emprego por determinação legal: servidor 
público sob o regime administrativo - estatutários – exercem suas funções exatamente nos 
moldes do art. 3° da CLT, mas não são empregados por manterem um vínculo administrativo 
com a Administração Pública (servidores e funcionários públicos). Os empregados públicos 
são regidos pela CLT e integram a categoria dos empregados. Apenas a forma de admissão é 
diferente dos empregados privados, pois também são submetidos a concurso público.Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
9 
 
a) RELAÇÃO DE ESTÁGIO X RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
Estágio – vínculo criado para favorecer o aperfeiçoamento e a complementação da formação 
acadêmico-profissional do estudante.Os objetivos são sociais e educacionais. É regido pela Lei 
11.788/2008. 
 
É uma relação excluída por lei como sendo de emprego, embora presentes todos os seus 
requisitos, mas sem o rigor do servidor público, já que este não comporta exceções. Havendo 
desvirtuamento do estágio ou inobservância da legislação, o vínculo de emprego será 
reconhecido com o contratante. (ver art. 3°, caput e §2°). 
 
Existem requisitos formais e materiais para a caracterização da relação como sendo de estágio: 
 
 Requisitos formais: 
 
Qualificação das partes – concedente do estágio, instituição de ensino e o estudante-
trabalhador. Podem conceder estágio: pessoas jurídicas de Direito Privado, órgãos das 
Administração Pública e qualquer do poderes da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios e profissionais autônomos de nível superior devidamente registrados em 
seus conselhos. 
 
Obrigações do concedente do estágio – art. 9°, incisos I a VII. 
 
Estagiário – matrícula e frequência escolar – art. 3°, inciso I. 
 
Obrigatória a presença da instituição de ensino – por ser um ato educativo escolar 
supervisionado que compõe o projeto pedagógico do curso – art. 1°, caput e §1°. As 
obrigações da instituição de ensino encontram-se no art. 7°, incisos I a VII, 
 
Limite temporal – 4 horas diárias e 20 semanais para estudantes de educação especial 
e dos anos finais do ensino fundamental ou 6 horas diárias e 30 semanais para 
estudantes de nível superior, médio e profissionalizante. Recesso anual de 30 dias com 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
10 
 
pagamento se for estágio remunerado e limitação máxima de 2 anos (exceção: 
portador de deficiência) – arts. 10 e 11. 
 
Adoção de medidas de saúde e segurança do trabalho – art. 14. 
Seguro contra acidentes pessoais – art. 9°, IV 
 
Exigência de acompanhamento do labor tanto pela instituição de ensino como pela 
parte concedente do estágio – arts. 2°, §1°, 7°, 9° e 15, §1° 
 
Cotas para portadores de deficiência – art. 17, §5° 
 
Idade mínima – 16 anos – a lei é omissa porque já há previsão legal no art. 7°, inciso 
XXXIII, da CF/88 
 
Termo de compromisso – escrito e celebrado entre as três partes: estudante, 
instituição de ensino e concedente do estágio. Deve ser incorporado o plano de 
atividades do estagiário 
 
Acompanhamento – deve ser efetivo e feito pelo professor orientador da instituição 
de ensino e pelo supervisor da parte concedente do estágio 
 
OBS1: Para o estágio não obrigatório deve ser concedida uma bolsa ou outra forma de 
contraprestação e auxílio transporte. 
 
OBS2: podem ser concedidas outras vantagens de forma facultativa: vale transporte, 
alimentação, plano de saúde – art. 12, §1°. O rol é meramente exemplificativo 
 
 Requisitos materiais – visam assegurar o efetivo cumprimento dos fins sociais do 
contrato de estágio para que se torne uma verdadeira aprendizagem social, 
profissional e cultural. 
- o estágio deve ser realizado em local apto a disponibilizar experiência prática de 
formação profissional – art. 9, II. 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
11 
 
- deve haver harmonia e compatibilidade entre as funções exercidas e a formação 
educativa e profissional 
 
- acompanhamento da supervisão para viabilizar a real transferência de 
conhecimento – em consequência, deve ser enviado á instituição de ensino, a cada 6 
meses, um relatório de atividades – art. 7°, IV 
 
- o estágio deve proporcionar efetiva complementação do ensino e aprendizagem 
 
JURISPRUDÊNCIA: 
 
“CONTRATO DE ESTÁGIO. DESCARACTERIZAÇÃO. DESVIRTUAMENTO 
DA DESTINAÇÃO DO ESTÁGIO. AUSÊNCIA DE EFETIVA 
COMPLEMENTAÇÃO DO ENSINO E APRENDIZAGEM DO ESTAGIÁRIO. 
RELAÇÃO DE EMPREGO CONFIGURADA. Embora a atividade de 
estágio também possa reunir os cinco elementos fático-jurídicos 
intrínsecos à relação de emprego, o vínculo jurídico que o estagiário 
mantém com o tomador dos seus serviços não é legalmente 
considerado empregatício, tendo em vista que esse vínculo sócio-
jurídico tem por objetivo viabilizar o aperfeiçoamento e 
complementação da formação acadêmica e profissional do 
estagiário/estudante, traduzindo-se como atividade, no plano 
técnico-jurídico, e não como trabalho. Verificando-se, todavia, que 
não foram observados os requisitos específicos do estágio, previstos 
na Lei nº. 11.788/2008, ordem jurídica vigente no momento em que 
se iniciou o vínculo jurídico que existiu entre as partes, impõe-se o 
reconhecimento da existência da relação de emprego vindicada. 
(TRT 5ª Região, Processo 0001240-40.2014.5.05.0011, Origem PJE, 
Relatora Desembargadora DÉBORA MACHADO , 2ª. TURMA, DJ 
20/07/2015) 
 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
12 
 
“CONTRATO DE ESTÁGIO. VÍNCULO DE EMPREGO. INEXISTÊNCIA. 
Constatado que não houve desvirtuamento do contrato de estágio e, 
que o mesmo foi elaborado e cumprido em consonância com a 
legislação aplicável (Lei 11.788/2008), não há que se falar em vínculo 
de emprego. Recurso que se nega provimento. 
(TRT 5ª Região, Processo 0000968-16.2012.5.05.0464 RecOrd, 
Origem SAMP, ac. nº 240502/2015, Relatora Desembargadora LÉA 
NUNES , 3ª. TURMA, DJ 29/05/2015). 
 
“CONTRATO DE ESTÁGIO. REQUISITOS DE VALIDADE. ÔNUS DA 
PROVA. DESVIRTUAMENTO. VÍNCULO EMPREGATÍCIO 
RECONHECIDO. Admitindo a prestação de serviços, a reclamada atrai 
para si o ônus da prova de que o vínculo havido entre as partes não 
era empregatício. Tendo invocado, por sua vez, a existência de 
contrato de estágio, conforme preconiza a Lei n.º 11.788/2008, tinha 
o dever de configurar preenchidos os requisitos ali dispostos e, não o 
fazendo, imperioso reconhecer a relação de emprego entre as partes, 
nos moldes do art. 3º da Lei Consolidada. 
(TRT 5ª Região, Processo 0000689-65.2012.5.05.0032 RecOrd, 
Origem SAMP, ac. nº 147870/2013, Relatora Juiza Convocada 
MARGARETH RODRIGUES COSTA, 1ª. TURMA, DJ 23/05/2013) 
 
b) COOPERATIVAS DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
Previsão legal: Lei 12.690/2012 – revogou o art. 442, § único da CLT 
 
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou 
expresso, correspondente à relação de emprego. 
 
 Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da 
sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e 
seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
13 
 
Conceito: art. 2°, da Lei 12.690/2012 
 
Considera-se Cooperativa de Trabalho a sociedade constituída por 
trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou 
profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para 
obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e 
condições gerais de trabalho.Princípios de regem a Cooperativa: 
 
a) Princípio da dupla qualidade – a pessoa filiada tem de ser, ao mesmo tempo, em sua 
cooperativa, cooperado e cliente, auferindo vantagens dessa duplicidade de 
condições. Ex: cooperativa de operadores autônomos de taxi. A cooperativa existe 
para prestar serviços a seus associados, que são profissionais autônomos, sendo a 
oferta de serviços a terceiros mero instrumento para viabilizar seu objetivo primário. 
 
b) Princípio da retribuição pessoal diferenciada – propicia ao cooperado uma retribuição 
pessoal superior àquilo que obteria caso não estivesse associado. 
Ex: cooperativa de condutores autônomos de taxi – amplia o mercado de trabalho pois 
faz convênios com empresas, linhas de financiamento mais baratas, etc. 
 
Restrições impostas pela nova lei de cooperativa: 
 
A nova lei tenta evitar a mercantilização e a precarização das relações de trabalho, 
determinando a observância dos da preservação dos direitos sociais, do valor social do 
trabalho e da livre iniciativa (art. 3°, VIII) e não precarização do trabalho (art. 3°, IX), 
determinando, ainda, que a cooperativa não seja utilizada para intermediação de mão de 
obra subordinada (art. 5°). Prevê aplicação de multa e dissolução da cooperativa em caso 
de descumprimento de tais normas (arts. 17 e 18). 
 
Art. 3o A Cooperativa de Trabalho rege-se pelos seguintes princípios 
e valores: 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
14 
 
(...) 
VIII - preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da 
livre iniciativa; 
IX - não precarização do trabalho; 
 
Art. 5o A Cooperativa de Trabalho não pode ser utilizada para 
intermediação de mão de obra subordinada. 
 
Direitos sociais dos cooperados (art. 7°, I a VII) 
 
a) Retiradas não inferiores ao piso da categoria e na sua ausência do salário mínimo, 
sempre proporcional às horas trabalhadas; 
b) Limite da jornada de 8 horas diárias e 44 semanais; 
c) Repouso semanal remunerado preferencialmente em domingos; 
d) Repouso anual remunerado; 
e) Retirada do trabalho noturno superior ao diurno; 
f) Adicional sobre retiradas para trabalho em atividades insalubres ou perigosas; 
g) Seguro de acidente do trabalho; 
 
A entidade contratante responde solidariamente com a cooperativa pelo cumprimento das 
normas de segurança e saúde do trabalho quando os serviços foram prestados em seu 
estabelecimento ou em local por ele determinado – art. 9°. 
 
OBS: haverá relação de emprego quanto forem preenchidos os requisitos do art. 3° da CLT. 
 
JURISPRUDÊNCIA: 
 
COOPERATIVA. IRREGULARIDADE. CONFIGURAÇÃO DE VÍNCULO 
EMPREGATÍCIO - Reconhece-se o vínculo empregatício quando 
evidenciada a fraude à legislação trabalhista e ao cooperativismo, 
diante da utilização da cooperativa para o mero fornecimento de 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
15 
 
mão-de-obra, desrespeitando os princípios da dupla qualidade e da 
retribuição pessoal diferenciada. 
 (TRT 5ª Região, Processo 0000221-02.2014.5.05.0010, Origem PJE, 
Relator Desembargador MARCOS GURGEL , 1ª. TURMA, DJ 
29/07/2016. 
 
COOPERATIVA. FRAUDE EVIDENCIADA. VÍNCULO DIRETO COM O 
TOMADOR DE SERVIÇO. A contratação de trabalho intermediado por 
cooperativa que não se enquadra às finalidades e aos princípios do 
cooperativismo, descaracteriza o instituto, reconhecendo-se o 
vínculo direto da reclamante com o tomador de serviços. Sentença 
mantida, no particular. 
 Processo 0001012-62.2014.5.05.0012, Origem PJE, Relatora 
Desembargadora ANA LÚCIA BEZERRA SILVA , 4ª. TURMA, DJ 
09/06/2016. 
 
COOPERATIVA. FRAUDE NÃO EVIDENCIADA. AUSÊNCIA DE VÍNCULO 
DE EMPREGO. Na hipótese de não ter havido a comprovação da 
fraude na constituição e regularidade da cooperativa, bem como, não 
sendo verificada a presença dos requisitos previstos nos arts. 2º e 3º 
da CLT, não há como se reconhecer o vínculo de emprego com o 
tomador dos serviços. 
 Processo 0000705-66.2014.5.05.0026, Origem PJE, Relatora 
Desembargadora ANA LÚCIA BEZERRA SILVA, 4ª. TURMA, DJ 
17/05/2016. 
 
c) TRABALHO AUTÔNOMO X RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
É aquele que se realiza sem subordinação do trabalhador ao tomador de serviços. 
 
Diferencia-se da relação de emprego em razão da falta de subordinação, que deve ser avaliada 
no caso concreto. 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
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Ex: serviços de consultoria e contabilidade. É comum, nesses casos, a ausência de 
pessoalidade, podendo o serviço ser desempenhado por outro profissional. Mas pode haver 
serviço autônomo em que é pactuada a pessoalidade, como nas hipóteses de serviços com 
nível mais sofisticado de conhecimento. 
 
a) Prestação de serviços e empreitada 
 
 O contrato de prestação de serviços de natureza civil tem por objeto uma prestação de 
fazer. (arts. 593 a 609 do CC). 
 
Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis 
trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste 
Capítulo. 
 
Ex: contrato de transporte de escolar, onde o motorista se compromete com os 
roteiros e horários pré-fixados. Não há interferência do contratante. 
 
 O contrato de empreitada há pactuação de realização de uma obra, pelo prestador, em 
benefício do tomador, mediante remuneração. Seu objeto é um resultado específico e 
delimitado. 
 
Risco contratual – na atividade autônoma, os riscos da atividade são suportados pelo 
trabalhador. Mas ela não é decisiva para a caracterização da relação comoo sendo autônoma 
ou de emprego. Às vezes, sob o rótulo de trabalhador autônomo, se esconde uma verdadeira 
relação de emprego, embora o empregado tenha assumido os riscos da prestação de serviços. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
“CORRETOR DE SEGUROS. TRABALHADOR AUTÔNOMO X 
EMPREGADO. Apesar do art. 17, da Lei nº 4.594/64, vedar 
expressamente o reconhecimento do vínculo de emprego dos 
corretores com a sociedade seguradora, tal proibição não impede o 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
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trabalhador de vir a Juízo pugnar pelo reconhecimento da relação de 
emprego nas hipóteses em que a atividade é desenvolvida nos 
moldes do art. 3º, da CLT, e não de forma autônoma. Isso porque, no 
Direto do Trabalho vige o Princípio da Primazia da Realidade segundo 
o qual "deve-se pesquisar, preferentemente, a prática concreta 
efetivada ao longo da prestação de serviços, independente da 
vontade eventualmente manifestada pelas partes na respectiva 
relação jurídica" (Maurício Godinho Delgado in Curso de Direto do 
Trabalho, LTR, 1ª edição, pg. 203). Assim, a despeito de o trabalhador 
ser contratado como corretor de seguros, inclusive com inscrição na 
SUSEP - Superintendência de Seguros Privados, mas trabalha dentro 
do estabelecimento do empregador, sujeito a horário e a fiscalização 
do gerente, sendo-lhe vedado comercializar produtos de outras 
empresas, reputa-se configurada a existência de relação de emprego 
entre as partes.” 
 (TRT 5ª Região, Processo 0010093-66.2013.5.05.0013,Origem PJE, 
Relatora Desembargadora DALILA ANDRADE , 2ª. TURMA, DJ 
07/04/2016. 
 
“RELAÇÃO DE EMPREGO NÃO CONFIGURADA. PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇOS DE FORMA AUTÔNOMA. AUSÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO. 
Ao admitir a prestação de serviços efetuada pelo trabalhador em seu 
benefício, é da reclamada o ônus de provar o fato impeditivo alegado 
na defesa, qual seja, a existência de trabalho autônomo, de forma a 
afastar vínculo empregatício. Os elementos probatórios confirmam a 
tese da defesa e afastam a presença dos elementos exigidos no artigo 
3º da CLT, principalmente a subordinação. Relação de emprego não 
comprovada nos autos.” 
 (TRT 5ª Região, Processo 0000819-83.2015.5.05.0021, Origem PJE, 
Relatora Desembargadora ANA LÚCIA BEZERRA SILVA , 4ª. TURMA, DJ 
18/03/2016) 
 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
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“EXECUTIVAS DE VENDAS. AVON. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. 
INEXISTÊNCIA. O conjunto probatório revela que a relação mantida 
entre as partes era de natureza autônoma e meramente comercial e 
que se aperfeiçoou exatamente nos moldes previstos no contrato 
comercial residente nos autos. Sentença mantida. 
 (TRT 5ª Região, Processo 0000145-87.2015.5.05.0027, Origem PJE, 
Relatora Desembargadora ANA LÚCIA BEZERRA SILVA , 4ª. TURMA, DJ 
18/03/2016. 
 
OBS: com a reforma trabalhista foi inserido o art. 442-B da CLT: 
 
Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as 
formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou 
não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3º desta 
Consolidação. 
 
OBS: É possível ser autônomo exclusivo? Figura que nunca existiu em nossa legislação. 
 
d) TRABALHO EVENTUAL X RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
Se assemelha à relação de emprego, porém falta o requisito da permanência (não 
eventualidade). 
 
Ex: o garçom contratado para um único evento; o eletricista contratado para a verificação do 
sistema elétrico com duração de um dia. 
 
e) TRABALHO AVULSO X RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
É semelhante ao eventual, pois oferta sua força de trabalho por curto período de 
tempo a distintos tomadores, sem se fixar a qualquer um deles. 
 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
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A entidade intermediária é aquela que realiza a interposição de força de trabalho 
avulsa em face dos distintos tomadores de serviço: armazéns de portos, navios em 
carregamento ou descarregamento, entre outros operadores portuários. 
 
A intermediação era feita apenas pelo Sindicato da Categoria, mas a partir da Lei 
8.630/1993, passou a ser feita, também pelo OGMO – Órgão Gestor de Mão de Obra, 
considerado como sendo entidade de utilidade pública. 
 
A Lei 8.630/1993 foi revogada pela Lei 12.815/2013, que manteve o OGMO. 
 
Desde o surgimento da classe trabalhadora, vários diplomas legais estenderam direitos 
trabalhistas ao trabalhador portuário, como férias e FGTS. A CF/88 igualou os direitos dos 
avulsos e dos empregados através do art. 7°, XXXIV: 
 
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo 
empregatício permanente e o trabalhador avulso. 
 
O trabalhador avulso portuário engloba: capatazia, estiva, conferência de carga, 
conserto de carga e vigilância das embarcações (tais serviços estão definidos no art. 40). 
 
Há opção para a contratação dos trabalhadores pelo regime da CLT, mas devem ser 
selecionados, obrigatoriamente, entre os avulsos registrados. 
 
A responsabilidade pelos créditos dos trabalhadores é solidária entre o OGMO e o 
agente portuário – art. 33, § 2º. 
 
§ 2o - O órgão responde, solidariamente com os operadores 
portuários, pela remuneração devida ao trabalhador portuário avulso 
e pelas indenizações decorrentes de acidente de trabalho. 
 
 Há outra espécie de trabalhador avulso que não o portuário: atividade de 
movimentação de mercadorias em geral: Lei 12.023/2009. 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
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 Da mesma forma que o portuário, no presente caso, os trabalhados ficam vinculados 
ao sindicato da categoria, que faz a intermediação da mão de obra com os tomadores de 
serviços. 
 
 Igualmente, a responsabilidade pelos créditos é tanto o sindicato como do tomador de 
serviços, de forma solidária – art. 8º. 
 
f) TRABALHO VOLUNTÁRIO X RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
Regido pela Lei 9.608/98 
 
É aquele prestado com ânimo e causa benvolentes. Por se tratar de trabalho gratuito, 
se contrapõe á relação de emprego em razão da ausência de onerosidade. O ressarcimento de 
despesas não desnatura o trabalho voluntário, pois não é contraprestação pelos serviços 
prestados. 
 
O tomador dos serviços deverá ser uma entidade pública de qualquer natureza ou 
instituição privada de fins não lucrativos (art. 1°). 
 
g) MÃE SOCIAL X RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
Regido pela Lei 7.664/87 
 
Figura social e jurídica surgida antes da CF/88 por meio das quais instituições públicas 
ou privadas de caráter assistencial instituíam casas-lares para recebimento e convivência de 
crianças e adolescentes em aproximação ao ambiente familiar. Já foi chamada de mãe 
crecheira, mãe atendente, mãe substituta, etc. 
 
Conceito: art. 2° 
Considera-se mãe social, para efeito desta Lei, aquela que, 
dedicando-se à assistência ao menor abandonado, exerça o encargo 
em nível social, dentro do sistema de casas-lares. 
 
 Juliana Cabral de Oliveira 
Professora 
 
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Trata-se de relação de emprego especial, sendo o empregador a instituição assistencial 
que organiza o sistema de casas-lares. 
 
Os direitos estão assegurados no art. 5°: 
 
Art. 5º - À mãe social ficam assegurados os seguintes direitos: 
I - anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social; 
II - remuneração, em valor não inferior ao salário mínimo; 
III - repouso semanal remunerado de 24 (vinte e quatro) horas 
consecutivas; 
IV - apoio técnico, administrativo e financeiro no desempenho de 
suas funções; 
V - 30 (trinta) dias de férias anuais remuneradas nos termos do que 
dispõe o capítulo IV, da Consolidação das Leis do Trabalho; 
VI - benefícios e serviços previdenciários, inclusive, em caso de 
acidente do trabalho, na qualidade de segurada obrigatória; 
VII - gratificação de Natal (13º salário); 
VIII - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ou indenização, nos 
termos da legislação pertinente. 
 
Para Maurício Godinho Delgado, não se pode estender os demais direitos da CLT por 
se tratar de norma especial, a exemplo das regras concernentes à jornada de trabalho. É 
acompanhado por Alice Monteiro de Barros. Para Vólia Bonfim Cassar, são cabíveis as regras 
relativas à jornada de trabalho, pois previstas, inclusive, na Constituição Federal.

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