Buscar

A QUESTÃO DO CONHECIMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

FILOSOFIA -II UNIDADE 2º PARTE
URCAMP 
 A QUESTÃO DO CONHECIMENTO
SUMÁRIO:
As condições do conhecimento verdadeiro.
Sujeito e objeto: os dois elementos do processo de conhecimento.
As possibilidades do conhecimento
Ceticismo Absoluto
Ceticismo Relativo
Dogmatismo
Empirismo: a valorização dos sentidos como fonte primordial
Racionalismo: a confiança exclusiva na razão.
Objetivos de aprendizagem:
Identificar o conceito de conhecimento e de conhecimento filosófico.
„„Compreender diferenças e aproximações entre ciência e
Filosofia.
 INTRODUÇÃO: Um tema para muitas discussões 
A história do pensamento ocidental testemunha a atenção que as especulações filosóficas concentraram em determinados temas. Esses temas, discutidos em diversos períodos, tornaram-se o que chamamos problemas filosóficos. Entre os principais problemas filosóficos está o do conhecimento. Para compreender a si e o mundo, os homens querem entender a sua própria capacidade de entender.
Desde a Antiguidade grega, quase todos os filósofos se preocuparam com o problema do conhecimento humano. Problemas que envolvem questões extremamente importantes, como as seguintes:
•	O que é conhecimento?
•	É possível o conhecimento?
•	Qual é o fundamento do conhecimento?
Todas essas questões são tratadas por uma disciplina filosófica que costuma ser designada por diversos nomes: teoria do conhecimento, gnosiologia, crítica do conhecimento ou epistemologia. Nesta disciplina adotamos a denominação de teoria do conhecimento.
1.1	As condições do conhecimento verdadeiro.
Em que consiste, então, a teoria do conhecimento? A teoria do conhecimento pode ser definida como a investigação acerca das condições do conhecimento verdadeiro. Neste sentido podemos dizer que existem tantas teorias do conhecimento quantos foram os filósofos que se preocuparam com o problema, pois é impossível constatar uma coincidência total de concepções mesmo entre filósofos que habitualmente são classificados dentro de uma mesma escola ou corrente. Cotrim (2000, p. 58), afirma que dentre as principais questões tematizadas na teoria do conhecimento podemos citar: as fontes primeiras de todo conhecimento ou o ponto de partida; o processo que faz com que os dados se transformem em juízos ou afirmações acerca de algo; a maneira como é considerada a atividade do sujeito frente ao objeto a ser conhecido; o âmbito do que pode ser conhecido segundo as regras da verdade etc. A teoria do conhecimento é, em resumo, uma reflexão filosófica com o objetivo de investigar as origens, as possibilidades, os fundamentos, a extensão e o valor do conhecimento. Embora o problema do conhecimento tenha preocupado filósofos desde a Antiguidade, somente a partir da Idade Moderna a teoria do conhecimento passou a ser tratada como uma das disciplinas centrais da filosofia. Nesse processo de valorização da teoria do conhecimento colaboraram, de forma decisiva, as obras do filósofo francês René Descartes (1596- 1650).
 
 1.2 Sujeito e Objeto: Os dois elementos do processo de conhecimento 
O que é, afinal, conhecimento? O filósofo norte-americano contemporâneo Richard Rorty nos traz a definição mais frequente dos filósofos para essa questão; “Conhecer é representar cuidadosamente o que é exterior à mente”.
A representação, por sua vez, é o processo pelo qual a mente torna presente diante de si a imagem, a ideia ou o conceito de algum objeto.
Portanto, para que exista conhecimento, sempre será necessária a relação entre dois elementos básicos: Um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos). Só haverá conhecimento se o sujeito conseguir apreender o objeto, isto é, conseguir representa-lo mentalmente.
Dependendo da corrente filosófica, será dada, no processo de conhecimento, maior ou menor importância ao sujeito (é o caso do idealismo) ou ao objeto (é o caso do realismo ou materialismo).
Para o realismo, as percepções que temos dos objetos correspondem de fato às características presentes nesses objetos, na realidade. Os objetos é que determinam o conhecimento.
O realismo mais ingênuo acredita que o conhecimento ocorre por uma apreensão imediata das características do objeto, isto é, o objeto se mostra como realmente é ao sujeito que o percebe, determinando o conhecimento que então se estabelece. Há outras formas de realismo, no entanto, que problematizam a relação sujeito-objeto, mas mesmo assim elas têm em comum a ideia de que o objeto é determinado no processo de conhecimento.
Já segundo o idealismo, o sujeito é que predomina em relação ao objeto, isto é, a percepção da realidade é construída pelas nossas ideias, pela nossa consciência. Assim, os objetos seriam “construídos” de acordo com a capacidade de percepção do sujeito. Consequentemente, o que existiria como realidade é a representação que o sujeito faz do objeto.
1.3 As possibilidades do conhecimento.
Somos capazes de conhecer a verdade? 
É possível ao sujeito apreender o objeto?
As respostas dadas a essas questões levaram ao surgimento de duas correntes básicas e antagônicas na história da filosofia. Uma é o CETICISMO, que prega a impossibilidade de conhecermos a verdade. A outra é o dogmatismo, que defende a possibilidade de conhecermos a verdade.
1.4 CETISMO ABSOLUTO: Tudo é ilusório e passageiro 
O ceticismo absoluto consiste em negar de forma total nossa possibilidade de conhecer a verdade. Assim, para o ceticismo absoluto, o homem nada pode afirmar, pois nada pode conhecer.
Muitos consideram o filósofo grego Górgias (485-380 a.C) o pai do ceticismo absoluto. Segundo ele, “o ser não existe; se existisse não poderíamos conhecê-lo; e se pudéssemos conhecê-lo, não poderíamos comunica-lo aos outros”.
Outros estudiosos apontam o filósofo grego Pirro (365-275 a.C) como o fundador do ceticismo absoluto. Pirro afirmava ser impossível ao homem conhecer a verdade devido a duas fontes principais de erro:
Os sentidos – segundo Pirro, nossos conhecimentos são provenientes dos sentidos (visão, audição, olfato, tato, paladar). Mas eles não são dignos de confiança, pois podem nos induzir ao erro;
A razão – para Pirro, as diferentes e contraditórias opiniões manifestadas pelos homens sobre os mesmos assuntos revelam os limites de nossa inteligência. Jamais alcançaremos certeza de qualquer coisa.
Os críticos do ceticismo absoluto afirmam que ele é uma doutrina radical, estéril e contraditória. Radical porque nega totalmente a possibilidade de conhecer. Estéril porque não leva a nada. Contraditória porque anula a si própria, acaba afirmando que pelo menos existe algo de verdadeiro, isto é, o conhecimento de que nada é verdadeiro.
14.1. CETICISMO RELATIVO: O domínio do aparente e do provável.
O ceticismo relativo consiste numa posição moderada em relação ao ceticismo absoluto, pois nega apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a verdade.
Entre as doutrinas que manifestam um ceticismo relativo, destacamos as seguintes:
Subjetivismo – considera o conhecimento uma relação puramente subjetiva e pessoal entre o sujeito e a realidade percebida. O conhecimento limita-se às ideias e representações elaboradas pelo sujeito pensante, sendo impossível alcançar a objetividade. A origem do subjetivismo está no grego Protágoras, sofista do século V A.C, que dizia que “o homem é a medida de todas as coisas”;
Relativismo – entende que não existem verdades absolutas, mas apenas verdades relativas, que têm uma validade limitada há certo tempo, a uma situação determinada etc;
Probabilismo – propõe que nosso conhecimento é incapaz de atingir a certeza plena. O que podemos alcançar é uma verdade provável. Essa probabilidade pode ser digna de maior ou menor credibilidade, mas nunca chegará ao nível da certeza completa, da verdade absoluta.
 PRAGMATISMO –propõe uma concepção dos homens como seres práticos, ativos, e não apenas como seres pensantes. Por isso, abandonam a pretensão de alcançar a verdade, entendendo-se verdade como a concordância entre o pensamento e a realidade. Para o pragmatismo, o conceito de verdade deve ser outro: verdadeiro é aquilo que é útil, que dá certo, que serve aos interesses das pessoas na sua vida prática.
1.4.2 DOGMATISMOS: A certeza da verdade
Uma doutrina é dogmática quando defende, de forma categórica, a possibilidade de atingirmos a verdade. Dentro do dogmatismo, podemos distinguir duas variantes básicas:
Dogmatismo ingênuo - predominante no senso comum, consiste em acreditar plenamente nas possibilidades do nosso conhecimento. O dogmatismo ingênuo não vê problema na relação sujeito conhecedor e objeto conhecido. Acredita que, sem grandes dificuldades, percebemos o mundo tal qual ele é;
Dogmatismo crítico – acredita em nossa capacidade de conhecer a verdade mediante um esforço conjugado de nossos sentidos e de nossa inteligência. Confia que, através de um trabalho metódico, racional e científico, o ser humano se torna capaz de conhecer a realidade do mundo.
1.5 Empirismos: A valorização dos sentidos como fonte primordial. 
A palavra empirismo tem sua origem no grego empeiria, que significa “experiência sensorial”. O empirismo defende que todas as nossas ideias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, paladar, olfato). Em outras palavras, ditas por Locke “nada vem à mente sem ter passado pelos sentidos”.
O filósofo empirista inglês John Locke (1632-1704) afirmava também que, ao nascermos, nossa mente é como um papel em branco, completamente desprovida de ideias. De onde provém, então, o vasto conjunto de ideias que existe na mente humana? A isso Locke responde com uma só palavra: da experiência, que resulta das observações dos dados sensoriais.
“todo o nosso conhecimento está nela (a experiência) (...) empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de nossas mentes, que são por nós percebidos e refletidos, nossa observação supre nossos entendimentos com todos os materiais do pensamento” (LOCKE, JOHN).
 
 Racionalismo: A confiança exclusiva na razão. 
A palavra racionalismo deriva do latim ratio, que significa “razão”. O termo é empregado de muitas maneiras. Aqui, racionalismo está sendo empregado para designar a doutrina que atribui exclusiva confiança na razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade. Ou, como recomendou o filósofo racionalista Descartes; “nunca nos devemos deixar persuadir senão pela evidência de nossa razão”.
Os racionalistas afirmam que a experiência sensorial é uma fonte permanente de erros e confusões sobre a complexa realidade do mundo. Somente a razão humana, trabalhando com os princípios lógicos, pode atingir o conhecimento verdadeiro, capaz de ser universalmente aceito. Para o racionalismo, os princípios lógicos fundamentais seriam inatos, isto é, eles já estão na mente do homem desde o seu nascimento. Daí por que a razão deve ser considerada como fonte básica do conhecimento.
REFERÊNCIAS:
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia – História e grandes temas. São Paulo, Ed, Saraiva, 2000.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo, Moderna, 1992.

Outros materiais