Buscar

anatomia do olho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Anne Tamy Nagata 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enucleação em paciente felino (Felis catus) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba/PR 
2012 
Anne Tamy Nagata 
 
 
 
 
 
 
Enucleação em paciente felino (Felis catus) 
 
 
 
 
 
Monografia Apresentada como requisito para 
conclusão do Curso de Pós-graduação, 
Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de 
Pequenos Aninais, do Centro de Estudos Superiores 
de Maceió, da Fundação Educacional Jayme de 
Altavila, orientada pelo Prof. M. Sc. Masahiko Ohi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba/PR 
2012 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Aos meus pais que ajudaram, me deram suporte para realizar meu sonho de ter uma 
profissão a qual eu sou apaixonada; 
Ao meu Professor orientador Doutor Masahiko Ohi que com sua sabedoria, me 
encaminhou para o sucesso desse trabalho; 
Ao meu colega e amigo Médico Veterinário Rafael Ryosuke Ohi que também 
colaborou para elaboração desse trabalho; 
Ao meu namorado Rafael Grott de Carvalho que me proporcionou material, ajuda e 
apoio para realizar minha monografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O olho é um órgão bastante complexo, sendo este que permite detectar a luz e transformar 
essa percepção em impulsos elétricos que são enviados até o cérebro. Sendo assim é de 
grande importância o conhecimento anatômico e sua fisiologia. Neste trabalho será realizada 
uma revisão de literatura da anatomia do olho e suas estruturas, assim como um relato de caso 
de um gato, o qual foi realizado enucleação transpalpebral devido a um trauma 
automobilístico que comprometeu a função de seu olho direito, assim como reconstrução da 
sínfise mentoniana, reposicionamento da mandíbula e orquiectomia. Houve recuperação 
completa do animal, mantendo uma boa qualidade de vida. 
 
Palavras-chave: enucleação, gato, trauma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 01 – Localização anatômica das estruturas oculares ....................................................... 8 
Figura 02 – Paciente felino, macho, sem raça definida, de aproximadamente 3 anos, 
apresentando anisocoria, midríase e hifema no olho direito (a) e sangramento nasal e oral (b)
 .................................................................................................................................................. 15 
Figura 03 – Técnica de cerclagem de sínfise mentoniana em um gato .................................... 16 
Figura 04 - Técnica de enucleação transpalpebral em um cadáver de um cão ......................... 17 
Figura 05 - Radiografia em decúbito ventral do crânio, verificando a cerclagem da sínfise 
mentoniana (a), e a luxação do ramo direito da mandíbula (b) ................................................ 19 
Figura 06 - Foto do paciente no pós operatório. A – paciente no pós-operátório; B – paciente 
alguns dias após a cirurgia ........................................................................................................ 19 
Figura 07 – O paciente 7 meses depois da cirurgia de enucleação........................................... 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 7 
1. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................ 8 
1.1. Anatomia do olho .......................................................................................................... 8 
1.2. Globo ocular .................................................................................................................. 8 
1.2.1. Córnea......................................................................................................................... 9 
1.2.2. Esclera ........................................................................................................................ 9 
1.2.3. Coróide, Corpo ciliar e Íris ....................................................................................... 10 
1.2.4. Retina ........................................................................................................................ 10 
1.2.5. Nervo óptico ............................................................................................................. 10 
1.2.6. Conjuntiva ................................................................................................................ 11 
1.2.7. Cristalino .................................................................................................................. 11 
1.2.8. Câmaras do olho ..................................................................................................... 111 
1.2.9. Terceira pálpebra ...................................................................................................... 12 
1.2.10. Aparelho lacrimal ................................................................................................... 12 
1.2.11. Músculos dos olhos ................................................................................................ 13 
1.3. Técnica de enucleação transpalpebral ......................................................................... 13 
2. RELATO DE CASO........................................................................................................... 14 
2.1. Avaliação do paciente .................................................................................................. 14 
2.2. Procedimento para redução da Sínfise Mentoniana .................................................... 15 
2.3. Enucleação ................................................................................................................... 16 
2.4. Orquiectomia ............................................................................................................... 18 
2.5. Pós operatório .............................................................................................................. 18 
3. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 21 
CONCLUSÃO.......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................. Erro! Indicador não definido.
 7 
INTRODUÇÃO 
 
O órgão da visão é bastante complexo, e depende de cada estrutura anatômica para 
ocorrer a percepção óptica completa (KONIG, 2004). 
Conforme Cunha (2008) os olhos são órgãos sensitivos, sendo protegidos pela 
estrutura óssea, muscular e cutânea, além de uma camada de foto receptores, possui também 
um sistema de lentes e nervos para a condução de impulsos dos receptores. 
São diversas as enfermidades que envolvem o bulbo ocular e seus anexos. É de 
grande importância o conhecimento anatômico e fisiológico de suas estruturas para sua 
melhor compreensão e para aplicá-las tanto na clínica cirúrgica quanto na rotina da clínica 
médica veterinária (CUNHA, 2008). 
Das cirurgias oculares, a enucleação é uma cirurgia comum, porém bastante radical 
aplicada à clínica de pequenos e grandes animais, que consiste na retirada de todo bulbo 
ocular e seu revestimento fibroso interno. A utilização do procedimento é indicada em 
diversas enfermidades como glaucomas crônicos incontroláveis, neoplasias intra-oculares, 
endoftalmite, trauma ocular grave com hemorragia (GOES, 2012), segundoRahal et al., 
(2000), Gellat (2003) e Bojrab (2005) inclui também a panoftalmite, ruptura do nervo óptico 
e prolapso do bulbo ocular por diversas causas. 
Será relatado um caso de enucleação transpalpebral em um gato (Felis catus) com 
trauma ocular por acidente automobilístico, realizando ampla revisão da anatomia do 
bulboocular, com seus anexos, assim como sua fisiologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 1. REVISÃO DE LITERATURA 
 
1.1. Anatomia do olho 
 
 
Figura 01: Localização anatômica das estruturas oculares . Fonte: TALIERI e DÓREA NETO, 2006 
 
1.2. Globo ocular 
 
 
O olho é um órgão sensorial que permite que ocorra a visão através da detecção da luz 
transformando-a em impulsos elétricos (COLVILLE, 2008). 
O olho fica localizado na órbita, a qual é formada por uma estrutura óssea que a 
compõe, sendo os ossos frontal, lacrimal, esfenóide, zigomático, palatino e maxilar 
(GELATT, 2008; MAGGS, 2008). 
O órgão da visão consiste no bulbo ocular e em vários anexos, como os músculos 
intraoculares, as pálpebras que o protegem e o aparelho lacrimal que umedecem a parte 
exposta do olho. As pálpebras surgem das margens ósseas da órbita, são como cortinas, que 
recobrem intermitentemente sobre a região exposta do olho, piscando distribui as lágrimas 
para proteção (DYCE et al., 2004). 
 9 
O olho é composto por três túnicas sendo a camada fibrosa a mais externa formada 
pela esclera e a córnea, a camada vascular pela coróide, corpo ciliar e íris e por último, a mais 
interna, a camada nervosa constituída pela retina (BANKS, 2005). 
 
 
1.2.1. Córnea 
 
 
O revestimento fibroso possui a córnea, sendo sua principal característica a proteção e 
sua transparência, devido à ausência de vascularização, sua superfície epitelial não 
queratinizada, ausência de pigmento, organização e tamanho das fibras de colágeno, que são 
características que mantém sua transparência (GELATT, 2007). 
A córnea é a barreira entre o olho e o meio ambiente, sendo esta resistente e semi 
permeável (GELATT, 2003). 
Devido a ela obtemos suporte e manutenção do conteúdo intra-ocular, transparência e 
refração da luz (GELATT, 2007). 
 
 
1.2.2. Esclera 
 
 
Sendo a estrutura que compõe a maior parte fibrosa do olho, possui a função de 
proteger o conteúdo intra-ocular e manter o formato do olho. Sua aparência é branca, e possui 
pouca elasticidade para suportar variações na pressão intra-ocular (FORRESTER, 2002). 
A esclera inicia no limbo e acaba na região posterior do olho, sendo esta perfurada 
pelo nervo óptico. As irregularidades do arranjo das fibras que a compõe e sua maior 
concentração de água a diferencia da córnea (FORRESTER, 2002). 
 
 
 
 
 10 
1.2.3. Coróide, Corpo ciliar e Íris 
 
 
A úvea é composta pelo corpo ciliar, íris e a coróide, sendo essas as estruturas da 
túnica vascular. A íris é um diafragma vascular que controla a passagem de luz em seu meio, 
a pupila, levando a midríase quando há pouca luz, e miose quando há aumento da 
luminosidade, a íris é a porção colorida do olho (MAGGS, 2008). 
O corpo ciliar está localizado posterior a íris, que possui fibras, denominadas 
ligamentos zonulares que sustentam a lente. O corpo ciliar encontra-se em contato com a 
esclera, o corpo vítreo e a íris formando entre eles o ângulo iridocorneano (GOEL 2010; 
MAGGS, 2008). 
O humor aquoso é produzido por parte do corpo ciliar, sendo sua produção igual sua 
drenagem, mantendo o equilíbrio da pressão intra-ocular (CRISPIN, 2005). 
A coróide é composta por inúmeros capilares que sustenta e nutre a retina, sendo ela 
pigmentada, localizada entre a retina e a esclera (HU, 2008). 
 
 
1.2.4. Retina 
 
 
A retina faz parte da camada mais interna do olho, sendo composta por células 
nervosas. Está localizada na parte posterior do bulbo, variando de formato conforme a espécie 
(GELATT, 2007). 
A retina é fotossensível, sendo responsável pela transdução da luz em sinais neuronais, 
sendo percebida posteriormente como uma imagem (GELATT, 2007; MAGGS 2008). 
 
 
1.2.5. Nervo óptico 
 
 
O nervo óptico é uma estrutura única, formado pela convergência dos axônios das 
células ganglionares da retina que posteriormente se mielinizam para formar o início do nervo 
óptico (GELATT 2007; KLINTWORTH, 2007; MAGGS 2008; MCLELLAN, 2002). 
 11 
Sendo este um nervo sensorial da retina, ele passa através do canal óptico (CUNHA, 
2008). 
Os nervos de cada olho se encontram dentro do crânio alongam-se até o quiasma ótico 
onde as fibras se cruzam, após isso continuam até o córtex visual onde ocorre a compreensão 
visual, e de ofuscamento, resposta a ameaça dentre outros (CRISPIN, 2005). 
 
1.2.6. Conjuntiva 
 
 
A conjuntiva é a membrana mais exposta do organismo, possui a função de proteção 
mecânica do bulbo ocular, além de proteger contra a entrada de microorganismos (LAVACH, 
1990; SHEFFY, 1981; SLATTER, 1990). 
A conjuntiva sendo uma membrana mucosa, ela recobre porções internas das 
pálpebras, ambos os lados da terceira pálpebra e a parte anterior do bulbo (CUNHA, 2004). 
 
 
1.2.7. Cristalino 
 
 
O cristalino encontra-se na região anterior do olho, na fossa patelar sendo ela suspensa 
entre a íris e o vítreo pelas fibras zonulares e circundada pelos processos ciliares (BANKS 
1992; STAFFORD 2001). 
A lente é transparente, biconvexa, avascular, sendo 65% de água e 35% proteína, 
pouca quantidade de lipídios e outras substâncias. Sua função é conduzir os estímulos 
luminosos para a retina, realiza reajustes para objetos de diferentes distâncias (HELPER, 
1989). 
 
1.2.8. Câmaras do olho 
 
 
O olho pode ser dividido em dois segmentos, o anterior e o posterior, onde o anterior 
se encontra anterior a lente e o posterior a lente. Ainda podemos encontrar uma divisão no 
 12 
segmento anterior, que é a câmera anterior do bulbo onde sua limitação anteriormente é a 
córnea e posteriormente a íris, e a câmara posterior onde limita-se entre a íris e a lente, há 
uma comunicação entre essas câmaras através da pupila. Essas câmaras são preenchidas por 
um líquido denominado humor aquoso. Posteriormente, entre a lente e a retina está a câmara 
vítrea que contem o corpo vítreo (CUNHA, 2008). 
 
 
1.2.9. Terceira pálpebra 
 
 
A terceira pálpebra está localizada na porção nasal do fórnix conjuntival inferior, entre 
a córnea e a pálpebra inferior, sendo uma estrutura cartilaginosa em forma de T que faz uma 
proteção móvel (MOORE, 1997; SLATTER, 2005). 
Parte da terceira pálpebra é composta por folículos linfóide que encontram-se na 
conjuntiva, e internamente possui uma glândula lacrimal, responsável por 35% da produção 
lacrimal (GELATT, 2007). 
 
 
1.2.10. Aparelho lacrimal 
 
 
O aparelho lacrimal envolve a produção das lágrimas e sua remoção. Sendo composta 
por glândulas que se encontram na região da órbita, entre o globo nasalmente e o ligamento 
orbital e o processo zigomático do osso frontal temporalmente e possui ductos em média de 
20 a 30 que abrem através da conjuntiva no fórnix temporal (CUNHA, 2004). 
Ainda é composto pela glândula da terceira pálpebra, os canalículos lacrimal que tem a 
função de drenagem até o saco lacrimal, que continuamente vai desembocar no ducto 
nasolacrimal (HORST et al., 2006). O ducto nasolacrimal tem início no saco lacrimal, e 
desemboca no assoalho da cavidade nasal (CUNHA, 2004). 
 
 
 13 
1.2.11. Músculos dos olhos 
 
 
O olho possui músculos que o mantém em sua forma anatômica (COLVILLE, 2008), 
composto por quatro músculos retos (medial, lateral, dorsal e ventral)os quais se inserem na 
esclera na região posterior ao limbo, possui também dois oblíquos (dorsal e ventral) 
(CUNHA, 2004). Alguns animais possuem também o músculo retrator do bulbo que retrai o 
bulbo como forma de proteção (COLVILLE, 2008). 
 
 
1.3. Técnica de enucleação transpalpebral 
 
 
Realiza-se primeiramente tricotomia ampla e anti-sepsia com álcool iodado (RAHAL, 
1996). 
Mitchell (2008) descreve a técnica iniciando com sutura das pálpebras, com uma 
sutura simples contínua, após isto incisão ao redor da pálpebra, próximo às margens da 
mesma com bisturi. Com auxílio de uma pinça tecidual de Allis, traciona-se o bulbo para 
dissecação em toda margem da órbita, até secção total dos ligamentos e músculos extra 
oculares, tomando cuidado para não perfurar o saco conjuntival. 
Após dissecação, traciona-se o bulbo para visualizar o nervo óptico e seus vasos 
sanguíneos, que são ligados e seccionados com fio Náilon 4-0 (RAHAL, 1996). 
Alvim (2007) descreve transfixação dupla com fio categute 4-0 e depois se realiza a 
excisão do pedículo óptico. 
Para Freitas (2003) o nervo óptico é ligado com fio categute cromado 2-0 e depois 
seccionado. É realizada então aproximação do subcutâneo com fio categute cromado 2-0 e em 
seguida a pálpebra superior e inferior com fio nylon 2-0 com padrão de sutura simples 
isolada. 
 
 
 
 
 
 14 
2. RELATO DE CASO 
 
 
2.1. Avaliação do paciente 
 
 
Em abril de 2012, um felino, sem raça definida, pelagem média de cor bege e branco, 
com aproximadamente três anos de idade, macho não castrado, foi encontrado na rua, recém 
atropelado e foi encaminhado para a Clínica Veterinária Pangea Zoo localizada em Curitiba – 
PR. O animal apresentava-se apático, responsivo a estímulos externos, com presença de 
sangue na região dos membros torácicos e cabeça, oriundo das cavidades nasal e oral (Figura 
02). O animal foi sedado para melhor avaliação, na dose 10 miligramas por quilo via 
intramuscular de xilazina e 2 miligramas por quilo via intramuscular de cloridrato de 
cetamina, ao qual o animal apresentou sedação após 10 minutos. Durante a avaliação foi 
constatado que o animal apresentava epistaxe, apresentava fratura na sínfise mandibular 
detectável à palpação, olho direito com hifema, edemaciado, impossibilitando a visualização 
de estruturas internas como lente e íris. O animal foi encaminhado para cirurgia para 
reconstrução da sínfise mandibular, enucleação e também foi realizado juntamente a 
orquiectomia. 
 15 
 
Figura 02: Paciente felino, macho, sem raça definida, de 
aproximadamente 3 anos, apresentando anisocoria, midríase e 
hifema no olho direito (a) e sangramento nasal e oral (b). 
 
 
2.2. Procedimento para redução da Sínfise Mentoniana 
 
 
Foi realizada a redução da disjunção da sínfise mandibular, com a passagem de fios de 
aço pelos tecidos moles na região dos caninos, entre o osso e a pele, cerclando a mandíbula, 
conforme Harvey et al. (1990). (Figura 03) 
 16 
 
Figura 03: Técnica de cerclagem de sínfise mentoniana em um gato. Fonte: 
CARNEIRO, 2012. 
 
 
2.3. Enucleação 
 
 
A técnica de enucleação transpalpebral foi aplicada, onde primeiramente foi realizada 
tricotomia ampla, anti-sepsia com álcool e iodo PVPI, e colocação de campo cirúrgico (Figura 
04 - A), após isto foi realizada sutura para unir as pálpebras, superior e inferior com pontos 
simples isolados com fio nylon 2-0 (Figura 04 – B), após sutura foi realizada incisão 
transpalpebral ao redor de toda a órbita (Figura 04 – C e D), seguido de dissecção e divulsão 
transpalpebral ao redor do globo ocular, evitando perfurar a conjuntiva palpebral. Com auxílio 
de uma pinça hemostática, as pálpebras foram pinçadas para facilitar a tração e acessar aos 
músculos, tecido adiposo, glândula lacrimal e fáscias que foram retiradas junto com a 
conjuntiva das pálpebras (Figura 04 – E, F, G e H), ao visualizar o pedículo óptico, o mesmo 
foi pinçado com duas pinças hemostática Kelly curvas para evitar hemorragias excessivas 
(Figura 04 – I e J), então realizada ligadura simples com fio poliglactina (Vicryl®) 2-0 (Figura 
04 – L) para posterior excisão do pedículo óptico (Figura 04 – M). As pálpebras foram 
suturadas com sutura simples isolada com fio nylon 2-0 (Figura 04 – N, O e P). 
 
 
 17 
 
 
Figura 04: Técnica de enucleação transpalpebral em um cadáver de um cão. 
 
 
 
 
 18 
2.4. Orquiectomia 
 
 
Foi realizada a técnica aberta de orquiectomia, realizada incisão com o bisturi sobre a 
bolsa escrotal, uma incisão aprofundada através da túnica vaginal e da albugínea feita abertura 
para passagem do testículo. Com o testículo exposto, foi realizada dissecção do cordão 
espermático e o plexo pampiniforme, e realizada ligadura com os mesmos, um nó com três 
sobre nós, após isto excisão com bisturi e feito o mesmo procedimento no testículo oposto 
utilizando-se a mesma incisão, após isto feita sutura simples isolada com fio nylon 2-0 na 
pele. 
 
 
2.5. Pós operatório 
 
 
No pós operatório, a terapia suporte do paciente, foi realizada com fluidoterapia com 
solução salina 0,9% mantido continuamente até recuperação do animal, que foi observado por 
três dias, antibioticoterapia com penicilina na dose de 10.000 unidades internacionais por 
quilo a cada 72 horas realizado 12 aplicações ao todo, antiinflamatório cetoprofeno injetável, 
2 mg/kg via subcutânea a cada 24 horas durante cinco dias. Realizada limpeza local com iodo 
PVPI e extrato de própolis a cada 24 horas até cicatrização total. O animal apresentou 
dificuldade para se alimentar nos primeiros dias, sendo fornecida alimentação pastosa, a qual 
foi ingerida somente a partir do terceiro dia do pós operatório. O animal também apresentou 
secreção serosa da ferida cirúrgica ocular, sendo cessada após 14 dias da cirurgia. 
Após 14 dias realizou-se a retirada dos pontos do animal, apresentando boa 
cicatrização. 
Com colaboração de outros médicos veterinários, foi realizada radiografia do crânio 
do animal onde constatou-se a luxação de mandíbula (Figura 05), que posteriormente sob 
anestesia realizou-se a recolocação para seu local anatômico normal. Houve com essa 
manobra grande melhora para o animal, que começou a se alimentou melhor, aumentando 
assim a qualidade de vida. (Figura 07) 
 
 19 
 
Figura 05: Radiografia em decúbito ventral do crânio, verificando a cerclagem da sínfise mentoniana (a), 
e a luxação do ramo direito da mandíbula (b). 
 
 
 
Figura 06: Foto do paciente no pós operatório. A – paciente no pós-operátório; B – paciente alguns dias após a 
cirurgia. 
 20 
 
 Figura 07: O paciente 7 meses depois da cirurgia de enucleação. 
 
 21 
3. DISCUSSÃO 
 
 
O animal apresentou seroma alguns dias após cirurgia de enucleação, também 
apresentou dificuldade de se alimentar nos primeiros três dias após esta cirurgia. A drenagem 
do seroma cessou após duas semanas, e se manteve o antibióticoterapia com penicilina 
durante 21 dias. O animal passou a se alimentar normalmente após o terceiro dia da cirurgia 
de enucleação e após 14 dias foram retirados os pontos do animal tanto do olho quando do 
saco testicular, com boa cicatrização das feridas cirúrgicas. Após detectar luxação da 
mandíbula, o animal foi novamente anestesiado para recolocação do mesmo em seu local 
anatômico, sendo observado após o procedimento, melhor encaixe da mandíbula e melhora na 
mastigação e deglutição dos alimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
CONCLUSÃO 
 
 
A técnicacirúrgica de enucleação transpalpebral foi realizada conforme a maioria dos 
autores, havendo pouca variação em alguns pontos como o fio utilizado na ligadura do nervo 
óptico e seus vasos. Podendo ser utilizado fio não absorvível conforme Rahal (1996) ou fio 
absorvível como relata Alvim (2007) e Freitas (2003), sendo optado neste caso por um fio 
absorvível de poliglactina 2-0. 
Os resultados obtidos no pós operatório foram bastante satisfatório, vendo que é 
bastante comum a produção de seroma que ocorre na maioria dos casos devido a 
complicações pós operatórias como inflamação e hemorragias conforme Rahal (1996) e Gellat 
(2003) relataram. 
 23 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
 
ALVIM, Nivaldo César. Enucleação Transpalpebral por carcinoma espinocelular em bovino 
zebu criado a campo. Revista Ciêntifica Eletrônica de Medicina Veterinária, Garça, ano 
IV, n. 08, janeiro de 2007. 
 
BANKS, William J. Histologia Veterinária aplicada.2 ed. São Paulo; Manole, 1992. 
 
BOJRAB, M. Técnicas Atuais em Cirurgias de Pequenos Animais. 3. ed. São Paulo: 
Rocca, p. 114-117, 2005. 
 
CARNEIRO, Andre. Cirurgia Veterinária. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: 
<http://cirurgiavet.wordpress.com/tag/fratura>. Acessado em: 20 de novembro de 2012. 
 
COLVILLE, T. P., BASSERT, J.M. In: Clinical Anatomy and Physiology for Veterinary 
Technicians. 2. ed. Publisher: Mosby; 2008. p.568, 2008. 
 
CRISPIN, Sheila M. Notes on Veterinary Ophthalmology. 1. ed. Publisher: Blackwell; p. 
371, 2005. 
 
CUNHA, Olicies da. Manual de Oftalmologia Veterinária. Palotina, 2004. 
 
CUNHA, Olicies da. Manual de Oftalmologia Veterinária. Palotina, 2008. Disponível em: 
<http://200.18.38.50/www/biblioteca/Oftalmo.pdf>. Acesso em: 07 de junho de 2012. 
 
DYCE, K. M.; WEKSING, C. J. G.; SACK, W. O. Tratado de Anatomia Veterinária. 3. ed. 
Rio de Janeiro: Saunders, 2004. 
 
FORRESTER, John V.; DICK, Andrew D.; MCMENAMIN, Paulo G.; LEE, William R. The 
eye: Basic Sciences in Practice. 2. ed. Saunders, p. 447, 2002. 
 
FREITAS, S.H. Enucleação transpalpebral em ema (Rhea americana): Relato de caso. 
Revista Cientifica de Medicina Veterinária Pequenos Animais e Animais de Estimação. 
Brasil, v.1 (3), p. 219- 222, jul-set 2003. 
 
GELATT, Kirk N. Manual de Oftalmologia Veterinária. 3. ed. São Paulo: Manole, p. 594, 
2003. 
 
GELATT, Kirk N. Veterinary Ophthalmology. 2 vols, 4. ed. Philadelphia: Blackwell, p. 
1696, 2007. 
 
GOEL, M.; PICCIANE, R.G.; LEE, R.K.; BHATTACHARYA, S.K. Aqueous Humor 
Dynamics: a review. v.4, p. 52-59, september 2010. 
 
GOES, et al. Técnica cirurgica de enucleação – revisão de literatura. Revista científica 
eletronica de medicina veterinária, Ano IX, Número 18, p. 2, Janeiro de 2012. 
 
 24 
HARVEY, C.E.; NEWTON, C.D.; SCHWARTS, A. Small animal surgery. Houston: 
Lippincott, p. 68, 1990. 
 
HELPER, L.C. Diseases and surgery of the lens. In: Magrane’s canine ophthalmology. 4.ed. 
Philadelphia: Lea & Febiger, p. 215-37, 1989. 
HU, D.N.; SIMON, J.D., SARNA, T. Role of Ocular Melanin in Ophthalmic Physiology and 
pathology. Photochem Photobiol. V.84, n.3, p. 639-644, 2008 
 
KLINTWORTH, G.K., CUMMINGS, T.J. Normal Eye and ocular adnexa. In: Mills SE. 
Histology for Pathologists. 3. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilikins, p. 347-370, 
2007. 
 
KONIG, Erich H.; LIEBICH, Hans- Geog. Anatomia dos Animais Domésticos. Sao Paulo: 
Artmed, p. 287, 2004. 
 
LAVACH, J.D.; Veterinary Ophthalmology: Large animal ophthalmology. 1. ed. 
Publisher: Mosby; p. 185-201, 1990. 
 
MAGGS, David J.; MILLER, Paul E.; OFRI, R. Slattre”s Fundamentals Of veterinary 
Ophthalmology, 4 ed. Missouri: Elsevier Health Sciences Division; p. 496 – 1696, 2008. 
 
MCLELLAN, G. The canine fundus. In: Manual of Small Animal Ophthalmology. 2.ed. 
London: Bsava; p. 227-245, 2002. 
 
MITCHELL, Natasha. Enucleation in companion Animals. Irish Veterinary Journal, p. 
100-112, fev. de 2008. 
 
MOORE CP: Constatinescu GM. Surgery of the Adnexa Surgical Management of Ocular 
Disease. In: Veterinary Clinics of North America: Small Animal Pratice. v. 27, n. 5; p. 
1011-1067, 1997. 
 
RAHAL, Sheila C.; BERGAMO, F. M. M.; ISHIY, H. M. Prótese intra-ocular de resina 
acrílica em cães e gatos. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo 
Horizonte, v. 52, n. 4, p. 1-5, 2000. 
 
RAHAL, Sheila C. Cienc. Rural, Santa Maria, v.26, n.2, Santa Maria, maio/ago.1996. 
SHEFFY, B.E.; LOEW, E.; KERN, T.J. ; SMITH, J.S. Vitamin E deficiency retinopathy in 
dogs. In: American Journal of Veterinary Research, n. 42, janeiro de 1981. 
 
SLATTER, D. In: Fundamentals of veterinary ophthalmology. 2.ed. Philadelphia: 
Saunders, p.227-234, 1990. 
 
SLATTER, Douglas H. Fundamentos da Oftalmologia Veterinária. 3 ed. São Paulo: Roca; 
p 671, 2005. 
 
STAFFORD, M.J. The histology and biology of the lens. In: Optometry Today, p.23-30, 
2001. 
 
 25 
TALIERI, Ivia C.; DÓREA NETO, F.A. Exame oftálmico em cães e gatos. Revista Clínica 
Veterinária, Ano XI, n. 61, p.46, março/abril, 2006.

Outros materiais