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Tópicos Avançados em Contabilidade – Aula 08 – Resultado por Ação
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Reconhecer a mensuração do resultado por ação;
2- Identificar o Resultado Básico por Ação e o Resultado Diluído por Ação;
3- Reconhecer o ajuste retrospectivo;
4- Verificar a apresentação e a divulgação do Resultado Básico por Ação e o Resultado Diluído por Ação.
A divulgação na Demonstração do Resultado do Exercício dos resultados por ação tem por objetivo aprimorar as comparações relativas ao desempenho de diferentes empresas, tendo como referência um mesmo período de tempo, bem como a evolução do desempenho de uma mesma empresa ao longo de um período de tempo.
A divulgação na Demonstração do Resultado do Exercício dos resultados por ação tem por objetivo aprimorar as comparações relativas ao desempenho de diferentes empresas, tendo como referência um mesmo período de tempo, bem como a evolução do desempenho de uma mesma empresa ao longo de um período de tempo.
No entanto, deve-se reconhecer que o resultado por ação apresenta certas limitações, por conta das diferentes políticas contábeis passíveis de serem utilizadas na determinação dos resultados obtidos pelas empresas, visto que o resultado é elemento fundamental no cálculo desse indicador.  
Base e apresentação
A divulgação e o cálculo do resultado por ação deve se basear nas regras impostas pelo Pronunciamento Técnico 41 do CPC, denominado pelo CFC como NBC TG 41, de observância obrigatória conforme Resolução nº. 1.287/10, e, também pela CVM por intermédio da Deliberação CVM nº. 636/10.
A apresentação do resultado por ação é obrigatória, nos termos do item 2 do Pronunciamento Técnico 41, para aquelas empresas cujas ações ordinárias ou ordinárias potenciais sejam negociadas em bolsa de valores, nacionais ou estrangeiras, ou ainda, em mercado de balcão, local e regional.
Bem como, quando a empresa esteja registrada, ou em fase de registro, na Comissão de Valores Mobiliários ou em algum outro órgão  regulador, com o objetivo de efetuar a distribuição das ações ordinárias ou das ordinárias potenciais em mercados organizados.
Tipos
O resultado por ação, a ser apresentado nas demonstrações contábeis das empresas sociedades anônimas, deve ser subdividido em dois tipos:
O resultado básico por ação é a parcela do lucro ou prejuízo atribuível aos titulares das ações ordinárias, também conhecido como capital próprio ordinário da empresa.
O resultado diluído por ação refere-se também ao lucro ou prejuízo (ajustado) atribuível aos titulares de ações ordinárias, bem como reflete os efeitos de todas as ações ordinárias potenciais diluidoras em circulação durante o período. Você estudará, a seguir, de forma mais detalhada, cada tipo de resultado.
Resultado básico por ação
O objetivo de divulgar o resultado básico por ação é propiciar ao usuário da informação contábil uma medida da participação de cada ação da companhia no desempenho da entidade durante o período.
A determinação do resultado básico por ação deverá ser feita mediante a divisão do lucro ou prejuízo atribuível aos proprietários das ações ordinárias da companhia, pela quantidade média ponderada de ações ordinárias, em poder dos acionistas, durante o período, excluindo desse cálculo aquelas ações mantidas em tesouraria.  
Para efeito do cálculo desse indicador, o numerador, representado pelo lucro ou prejuízo atribuível aos acionistas ordinários deve ser obtido ajustando-se o resultado do período (resultado das operações continuadas e resultado líquido do exercício) para os valores após tributos dos dividendos preferenciais, das diferenças resultantes da liquidação de ações preferenciais e de outros efeitos semelhantes de ações preferenciais classificadas no patrimônio líquido.
Quando tratar-se de demonstrações consolidadas, o lucro ou prejuízo atribuível à companhia se refere apenas à parcela da companhia controladora, devendo ser excluída a parte pertencente aos acionistas não controladores.
Importa observar que, nos ajustes em que eliminamos o valor de dividendos preferenciais do período não devemos considerar a quantia de dividendos preferenciais de ações preferenciais cumulativas pagas ou declaradas durante o período corrente, mas relativo a períodos anteriores.
Devemos, por outro lado, considerar os dividendos preferenciais de ações preferenciais não cumulativas declaradas, relativas ao período e à quantia, após tributos, dos dividendos preferenciais de ações preferenciais cumulativas exigidas para o período, tenham ou não sido declarados.
Saber mais:
O denominador do indicador, a quantidade média de ações ordinárias, deve corresponder ao número médio ponderado de ações ordinárias totais em circulação durante o período, excluindo-se as ações em tesouraria, que então refletirá, conforme item 20 do Pronunciamento Técnico 41: “a possibilidade de a quantia de capital dos acionistas poder ter variado durante o período como resultado do maior ou menor número de ações totais com os acionistas em qualquer momento”.
Os aumentos de capital mediante a incorporação de reservas, assim como nas bonificações em ações ou no desdobramento de ações, o número de ações ordinárias totais com os acionistas é aumentado sem recebimento de novos recursos. Por isso, o Pronunciamento Técnico 41, determina que o número de ações ordinárias totais com os acionistas, antes do evento, seja ajustado como se o evento tivesse ocorrido no começo do período mais antigo apresentado.
Exemplo
Suponha que uma empresa tenha tido um lucro resultante de operações continuadas, atribuível à companhia no valor de R$12.000, e um prejuízo resultante de operações descontinuadas atribuível de R$7.200, então, o lucro atribuível à companhia nesse período foi de R$4.800
Além disso, sabemos que a companhia possuía, no início do período, 2.000 ações ordinárias que foram acrescidas de mais 400 ações pela incorporação de reservas e, ainda, que existiam 400 ações ordinárias potenciais.
Dessa forma, o resultado líquido do exercício seria assim apresentado:
   Resultado das Operações Continuadas                        R$ 12.000,00  
   (-) Resultado Líquido das Operações Descontinuadas (R$ 7.200,00)  
   Resultado Líquido do Exercício                                   R$ 4.800,00
O resultado básico por ação será então calculado da forma a seguir:
Resultado básico por ação decorrente das operações continuadas
Resultado das Operações continuadas / nº de ações ordinárias em poder dos acionistas
R$ 12.000/2.400 ações = R$ 5,00 de lucro por ação
Resultado básico por ação decorrente das operações descontinuadas
Resultado das Operações descontinuadas / nº de ações ordinárias em poder dos acionistas (R$ 7.200,00)/2.400 ações = (R$ 3,00) de prejuízo por ação
Resultado básico por ação decorrente das operações da empresa
 Resultado Líquido do Exercício / nº de ações ordinárias em poder dos acionistas R$ 4.800/2.400 ações = R$ 2,00 de lucro por ação
Resultado diluído por ação
O resultado diluído por ação, da mesma forma que o resultado básico por ação, na existência de resultado das operações descontinuadas, lucro ou prejuízo, deve ser calculado em relação ao lucro ou prejuízo atribuível aos titulares de capital próprio ordinário decorrente das operações continuadas, descontinuadas e do resultado líquido do período, apresentando assim três valores.
No cálculo do resultado diluído por ação, o lucro ou o prejuízo que deve ser atribuído aos detentores de ações ordinárias, ou seja, do capital próprio ordinário da empresa, assim como o volume médio ponderado das ações em circulação, denominador desse indicador, deve ser ajustado para refletir os efeitos de diluição causados pela existência de ações ordinárias potenciais.
Assim, o resultado diluído por ação é coerente com aquele calculado para o resultado básico por ação, isto é, fornecer uma medida da participação das ações ordinárias no desempenho da empresa e também, refletir os efeitos daquelas ações ordináriaspotenciais diluidoras, em poder dos acionistas, durante o período considerado.
Para alcançar esse objetivo, conforme o item 32 do Pronunciamento Técnico 41, deve-se:
o lucro ou o prejuízo atribuível aos titulares de capital próprio ordinário da companhia deve ser aumentado pelo valor após tributos sobre dividendos e participação (se houver) reconhecidos no período em relação às ações ordinárias potenciais diluidoras, e  deve ser  ajustado por quaisquer outras alterações nas receitas ou despesas que resultariam da conversão das ações ordinárias potenciais diluidoras;
o número médio ponderado de ações ordinárias totais com os acionistas deve ser aumentado pelo número médio ponderado de outras ações ordinárias que teriam estado em poder dos acionistas, assumindo a conversão de todas as ações ordinárias potenciais diluidoras.
No cálculo do resultado diluído por ação, devemos efetuar ajuste no resultado, acrescentando os dividendos ou outros valores relacionados com as ações ordinárias potenciais diluidoras que tenham sido consideradas na apuração do resultado, bem como as participações que foram reconhecidas no período e são relacionadas às ações ordinárias potenciais diluidoras. 
Por fim, devemos ajustar, também, as outras modificações nos saldos de receitas ou despesas que resultaram da conversão das ações ordinárias potenciais diluidoras.
Exemplo
A empresa possuía, em circulação, debêntures conversíveis em ações ordinárias e durante o período foram pagas participações contratuais nos lucros, que atualmente é uma despesa.
Essas debêntures, se convertidas, dariam origem a 1 milhão de novas ações ordinárias, diluindo o resultado por ação.
Dessa forma, devemos ajustar o resultado do exercício, tanto daquele das operações continuadas quanto do resultado líquido do período, para excluir essas participações (despesas) que afetaram o resultado.
Cálculo do resultado diluído por ação 
 O cálculo do resultado diluído por ação deve considerar a quantidade média ponderada de ações ordinárias, calculado conforme os itens 19 e 26 do Pronunciamento Técnico 41, considerando: 
O número médio ponderado de ações ordinárias totais com os acionistas durante o período, e para todos os períodos apresentados, deve ser ajustado aos eventos, exceto a conversão de ações ordinárias potenciais quando essa conversão tenha alterado o número de ações ordinárias totais com os acionistas sem a correspondente alteração nos recursos. 
 
Além disso, no item 36 do referido Pronunciamento Técnico, consta a determinação de que deve ser acrescido do: 
número médio ponderado de ações ordinárias que seriam emitidas na conversão de todas as ações ordinárias potenciais diluidoras em ações ordinárias. As ações ordinárias potenciais diluidoras devem ser consideradas como tendo sido convertidas em ações ordinárias no início do período ou, se mais tarde, na data de emissão das ações ordinárias potenciais. 
 A distinção entre ações ordinárias potenciais diluidoras e antidiluidoras refere-se ao efeito no lucro básico por ação. Naquelas situações onde a sua conversão em ações ordinárias possa diminuir o lucro por ação ou aumentar o prejuízo por ação, proveniente das operações continuadas, terá efeito diluidor. 
 Ao passo que, se a sua conversão em ações ordinárias promover aumento no lucro por ação, ou redução no prejuízo por ação das operações continuadas, terá um efeito antidiluidor. 
No cálculo do resultado diluído por ação não devemos levar em conta o exercício ou a conversão de ações ordinárias potenciais com efeito antidiluidor, assim como não devemos considerar outra emissão de ações ordinárias potenciais que teria este mesmo efeito (antidiluidor) sobre o resultado por ação. 
 Assim, a empresa deve utilizar o resultado por ação das operações continuadas como referência para a determinação do efeito diluidor ou antidiluidor das ações ordinárias potenciais. Essa determinação deve ser realizada separadamente para cada emissão ou série de ações ordinárias potenciais e não em conjunto.
As opções, bônus de subscrição e seus equivalentes somente têm efeito diluidor quando podem resultar na emissão de ações ordinárias por menos do que o preço médio de mercado das ações ordinárias durante o período. 
Dessa forma, no cálculo do resultado diluído por ação, a empresa, nos termos do item 45 do Pronunciamento Técnico 41, deve: 
presumir o exercício de opções, bônus de subscrição e semelhantes diluidores da companhia. Os valores presumidos provenientes desses instrumentos devem ser considerados como tendo sido recebidos da emissão de ações ordinárias ao preço médio de mercado das ações ordinárias durante o período. A diferença entre o número de ações ordinárias emitidas e o número de ações ordinárias que teriam sido emitidas ao preço médio de mercado das ações ordinárias, durante o período, deve ser tratada como emissão de ações ordinárias sem qualquer contrapartida (que, então, tem efeito diluidor) adendo que acrescentamos ao texto da norma.
Ajuste retrospectivo
O ajuste retrospectivo deve ser aplicado quando a quantidade de ações ordinárias ou  ações ordinárias potenciais totais aumentar, em função da capitalização de reservas, bonificações em ações ou de desdobramento de ações ou for reduzido em consequência de grupamento de ações.
Nesses casos, deverá haver o ajuste retrospectivo para o cálculo do resultado básico e diluído por ação em todos os períodos apresentados.
Apresentação
Os resultados por ação básico e diluído devem ser apresentados na demonstração do  resultado do exercício, referente ao resultado decorrente das operações continuadas e ao resultado do exercício atribuível aos acionistas ordinários, para cada classe de ações ordinárias, que tenha direito diferente de participação no lucro durante o período.
Além disso, quando da existência de operação descontinuada devem ser divulgados os resultados por ação básicos e diluídos, relativamente a esta operação, seja na própria demonstração do resultado ou em notas explicativas.
Demonstração do Resultado do Exercício, referente ao ano de 2012, apresentado pela AMBEV, que ilustra a apresentação do resultado básico e diluído por ação.
DIVULGAÇÃO
Conforme item 70 do Pronunciamento Técnico 41, as empresas deverão divulgar:
os valores usados como numeradores, no cálculo dos resultados por ação básicos e diluídos, além da conciliação desses valores com o lucro ou o prejuízo atribuível à companhia para o período em questão. A conciliação deve incluir o efeito individual de cada classe de instrumentos que afeta os resultados por ação;
o número médio ponderado de ações ordinárias usado como denominador, no cálculo dos resultados por ação básicos e diluídos, e a conciliação desses denominadores uns com os outros. A conciliação deve incluir o efeito individual de cada classe de instrumentos que afeta o resultado por ação;
instrumentos (incluindo ações emissíveis sob condição) que poderiam potencialmente diluir os resultados por ação básicos no futuro, mas que não foram incluídos, no cálculo do resultado por ação diluído, porque são antidiluidores para os períodos apresentados;
descrição das transações de ações ordinárias ou das transações de ações ordinárias potenciais, que não sejam aquelas contabilizadas em conformidade com o item 64;  que ocorram após a data do balanço; e que tenham alterado significativamente o número de ações ordinárias ou de ações ordinárias potenciais totais no final do período caso essas transações tivessem ocorrido antes do final do período de relatório.